sexta-feira, 15 de agosto de 2014

GLÓRIAS DE MARIA: ASSUNÇÃO AO CÉU

A Assunção de Maria - Palma Vecchio (1512 - 1514)

"Pronunciamos, declaramos e de­finimos ser dogma de revelação divina que a Imaculada Mãe de Deus sempre Virgem Maria, cumprido o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à Glória celeste”.

                            (Papa Pio XII, na Constituição Dogmática  Munificentissimus Deus, de 1º de novembro de 1950)


A solenidade da Assunção da Virgem Maria existe desde os primórdios do catolicismo e, desde então, tem sido transmitida pela tradição oral e escrita da Igreja. Trata-se de um dos grandes e dos maiores mistérios de Deus, envolto por acontecimentos tão extraordinários que desafiam toda interpretação humana: 

1. Nossa Senhora NÃO PRECISAVA morrer, uma vez que era isenta do pecado original;

2. Nossa senhora QUIS MORRER para se assemelhar em tudo ao seu Filho, pela aceitação de sua condição humana mortal e para mostrar que a morte cristã é apenas uma passagem para a Vida Eterna;  

3. Nossa Senhora NÃO PODIA passar pela podridão natural da carne tendo sido o Sacrário Vivo do próprio Deus;

4. A morte de Nossa Senhora foi breve (é chamada de 'Dormição') e ela foi assunta ao Céu em corpo e alma;

5. Aquela que gerou em si a vida terrena do Filho de Deus foi recebida por Ele na glória eterna;

6. Nossa Senhora foi assunta ao Céu pelo poder de Deus; a ASSUNÇÃO difere assim da ASCENSÃO de Jesus, uma vez que Nosso Senhor subiu ao Céu pelo seu próprio poder.


Louvor a Ti, Filha de Deus Pai,
Louvor a Ti, Mãe do Filho de Deus,
Louvor a Ti, Esposa do Espírito Santo,
Louvor a Ti, Maria, Tabernáculo da Santíssima Trindade!

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

HORA SANTA DE AGOSTO


Coloquemo-nos na presença do Deus misericordioso do Calvário... Aqui, a dois passos de nós, nesta Hóstia divina, está Jesus, e este altar é a Gólgota em que segue isentando a um mundo que O desconhece. Acerquemo-nos, e recolhamos, com amor e fé, Suas últimas palavras como o testamento de Seu Coração Agonizante... 

(Fazei com fé viva um breve ato de adoração) 

(Breve pausa) 

Chegados que foram ao cume, crucificaram a Jesus, entre dois malfeitores. Que formoso será o Céu se tão belo e tão sublime é o Calvário, na morte do Senhor Jesus! Vede...  neste instante se tem decorrido o véu de mistério que nos ocultava a Jesus Cristo, a Beleza incriada, o Santo dos santos. Fincai com fé os olhos naquele altar. Este é, oh maravilha!; sim, esse é a verdadeira Gólgota, a montanha da grande expiação. Não temais; levantai vosso olhar, e fixai-a naquela Hóstia. Anjos do Santuário, gemeis em silêncio. Não turveis a mística agonia do Amado. Fincai com fé vossos olhos naquele altar. 

(Cortado) 

Ai! Quão verdadeira foi a palavra do Profeta: 'Da cabeça à planta dos pés, não há parte sã em Seu Corpo sacrossanto'. Sua fronte, ungida pelos beijos de Maria, destroçada por espinhos; abrasados pela sede daqueles lábios que, ao sorrir, evocaram uma aurora de paz divina nas almas afligidas; lívida Sua boca, que teve néctar de doçura para todas as feridas; Seus olhos, que fizeram brotar para o culpado o fulgor da esperança, estão velados pela nuvem vermelha de Seu sangue. Em Suas mãos perfuradas e em Seus pés atravessados, estão escritas a história dos pródigos, a quem perseguiu, sem trégua, o Coração do Bom Pastor. Aí está seguramente nossa história de culpa e de perdão! Oh, que graça tão imensa e tão pouco meditada a desse perdão de Sua ternura! Ouvi-Lhe: quer renovar agora essa absolvição de caridade. Seu corpo, convertido numa só chaga, estremece; gemendo, levanta Sua cabeça; contempla, com olhar de infinita luz e de amor infinito, este mundo que O mata e, deixando falar Seu Coração naquela Hóstia que adoramos, exclama soluçando: 'Pai perdoa-os, pois não sabem o que fazem!' 

(Lento) 

Jesus

Não olhes, Pai, os espinhos de Minha coroa. Eu os procurei, são os abrojos naturais desta terra desgraçada. Perdoa a soberba humana e a ignorância da missão que Me confiaste. Perdoa a Meus verdugos e a Meus amigos covardes. Perdoa as culpas dos grandes, dos pequenos e dos pobres. Não os castigues, que as criaturas são pó e são trevas. Perdoa aos pais e aos filhos: são tantos os abismos do caminho! Esquece as fraquezas, perdoa as perfídias, pois todos são ovelhas Minhas. Pobrezinhas... Não as firas, Pai, pois não sabem o que fazem. 

(Pausa) 
As almas 

E agora deixa-me, Jesus Crucificado, unir-me a Vossa prece. Divino Salvador das almas, talhado de confusão, me prostro em Vossa presença, e, dirigindo meu olhar ao solitário Tabernáculo, sinto oprimido o coração ao ver o esquecimento a que Vos tem relegado tantos dos isentados mas, já que com tanta condescendência permitis que as minhas lágrimas se unam às lágrimas que verteu Vosso doce Coração, rogo-Vos, Jesus, por aqueles que não rogam, bendigo-Vos pelos que Vos amaldiçoam, e com toda minha alma, clamo-Vos e Vos adoro, em todos os sacrários da Terra. Aceita, pois, o grito de expiação, que um pesar sincero arranca de nossos corações afligidos: eles vos pedem piedade. Por meus pecados, pelos de meus pais, irmãos e amigos... 

(Todos, em voz alta) 

Piedade, oh Divino Coração! 
Pelas infidelidades e profanações dos dias santos... 
Piedade, oh Divino Coração! 
Pelas impurezas e escândalos públicos... 
Piedade, oh Divino Coração! 
Pelos que corrompem a infância e extraviam a juventude... 
Piedade, oh Divino Coração! 
Pela desobediência sistemática à santa Igreja... 
Piedade, oh Divino Coração! 
Pelos crimes dos lares, pelas faltas dos pais e dos filhos... 
Piedade, oh Divino Coração! 
Pelos atentados cometidos contra o Romano Pontífice... 
Piedade, oh Divino Coração! 
Pelos transtornadores da ordem pública social e cristã... 
Piedade, oh Divino Coração! 
Pelo abuso dos sacramentos, e o ultraje ao Vosso augusto Tabernáculo... 
Piedade, oh Divino Coração! 
Pela covardia, pelos ataques da imprensa, pelas maquinações de seitas tenebrosas... 
Piedade, oh Divino Coração! 
E, enfim, Jesus, pelos justos que vacilam e pelos pecadores obstinados que resistem à Vossa graça... 
Piedade, oh Divino Coração! 

(Pausa) 

É tão suave o Coração de Jesus Cristo, e dele nos fala esta Hora Santa, aqui a Vossos pés ensanguentados. Acabamos de reclamar piedade pelos pecadores, e ao instante, o eco doce, benigno, de Sua voz, ressoa como música de paz, que anuncia um Céu que se acerca. O malfeitor da direita Lhe falou em nome de todos os caídos. Os que vamos morrer, e talvez muito cedo, ouçamos ao amável Redentor, que nos responde, falando-nos do Céu: 'Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso'. O arrependimento vos abriu já o céu de Meu Coração; aguarda, alma ditosa, que se dissipe o sonho desta vida e cantarás, vos prometo, oh, sim!, cantarás, com os penitentes e os anjos, as misericórdias de vosso Deus. Almas pecadoras que gemeis, refugiai-vos nestas Minhas chagas, que se abriram por vossas culpas; não temais, nunca é tarde para solicitar Minha caridade. Quereis também nomear-Me a vossos irmãos, que lutam e agonizam, falai que para todos Sou vítima, Sou irmão vosso, Sou Jesus. 

(Lento e cortado) 

Coração de Jesus, dulcíssimo com os infelizes pecadores, um pecador Vos fala. 
Coração de Jesus, amabilíssimo com os pobres, um mendigo aqui Vos espera. 
Coração de Jesus, saúde dos doentes, um enfermo Vos visita. 
Coração de Jesus, caminho dos extraviados, um pródigo Vos procura. 
Coração de Jesus, suavidade dos que choram, um desgraçado chama ao Vosso santuário. 
Coração de Jesus, amigo fidelíssimo do homem, um amigo ingrato está aqui, e a Vós chora. 
Coração de Jesus, quietude nas incertezas da terra, uma alma combatida Vos chama em seu socorro. 
Coração de Jesus, fogueira inextinguível de amor, uma alma quer abrasar-se nos ardores de Vossa caridade. 
Coração de Jesus, agonizante, esperança dos moribundos, lembra-Vos dos que nesta mesma hora lutam com a morte. Como o ladrão arrependido, promete-lhes, Jesus, que ao expirar sobre Vosso peito, ficarão contigo neste incomparável Paraíso. Tem piedade dos agonizantes. Envia-lhes, Senhor, o anjo de Getsêmaní, e acerca a seus lábios, que já não podem chamar-Vos, o cálice de Vosso Coração piedoso. Jesus, seja Jesus com os moribundos mais desamparados. 

(Pedi pelos agonizantes) 

(Pausa longa) 

Apoiada na Cruz fixada com o olhar no divino agonizante, está Maria. Ela, que arrulhou com cantares de pomba, rodeada de anjos, a este mesmo Jesus, então pequenino, dormido em Seu colo. Como passaram fugazes os dias de Belém! Dissiparam-se, como um êxtase, os trinta anos de Nazaré inesquecível. Ainda ontem, Ele... sim, esta mesma vítima de amor, Jesus Infante, pedia-Lhe um pequeno pedaço de pão e um abraço maternal. Seus cabelos, coroados ontem com as flores de Seus beijos, empapados hoje no sangue do Filho-Deus. Ah!, Mas Ele é sempre Seu Jesus. Povo que O ama, recebamos de joelhos o legado venturoso de Jesus Crucificado. 

Mulher, aí tens a Vosso filho e a Vossos filhos, Vos dou, são os isentados com Vossas lágrimas; Confio-vos, são os resgatados com o preço do Meu Sangue. E vós, João, apóstolo e amigo pranteado, aí tens a Vossa Mãe, ama-a em Meu nome, consola-a em Minha ausência, recolhe-a em vossa casa e que Ela seja consolo e Mãe de todos, de todas as dores. Almas compassivas que Me rodeais no Calvário deste altar, sabei que Maria é Mãe vossa e é também Minha Mãe: somos irmãos nesta Hora Santa de amorosa Redenção. 

(Pausa) 

As almas 

Que poderei obsequiar-Vos, bom Jesus, em volta do dom sagrado de Vossa Mãe? A recebo com amor da alma, e Lhe dou asilo, sob o mesmo teto pobre que Vós não desdenhaste. E, em volta de agradecimento, ofereço-Vos por Suas mãos virginais as dores destas almas que Vós tanto queres. Pobrezinhas... Em nome dEla, por Maria Dolorosa, rogo-Vos as visites em seus anelos, alente-as em suas incertezas, ilumine-as em suas dúvidas. Ah! Por Ela, pela Virgem Mártir, conjuro-Vos que adoces compassivo as lágrimas de tantas mães, daquelas que choram à beira de uma tumba, sempre aberta, de algum filho; rogo-Vos, por aquelas mães, sobretudo, que padecem mortais angústias pela vida espiritual, pela salvação eterna de seus filhos. E já que o Coração Imaculado de Maria é o altar de Vossas predileções, permite Jesus, que nele Vos ofereçamos uma ação de graças rendida, solene, como desagravo de reconhecimento pela ingratidão humana. Em união de Vossa doce Mãe, dizemos-Vos: 

(Todos, em voz alta) 

Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
Pelo tesouro da graça e pela virtude da esperança naquele Céu que é termo das dores desta vida... 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
Pela arca salvadora de Vossa Igreja, perseguida e sempre vencedora. 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
Pela piedade incompreensível com que perdoas toda culpa nos Sacramentos do Batismo e da Santa Confissão. 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
Pelas ternuras que esbanjas às almas doloridas, que, sofrendo, bendizem-Vos em suas penas e na Cruz.. 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
Pelos anelos de Vossa caridade na conversão maravilhosa dos mais empedernidos pecadores... 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
Pelos bens da paz ou da provação, da doença ou da saúde, da fortuna ou da pobreza, com que sabes resgatar a tantas almas... 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
Pelos singulares benefícios a tantos ingratos, mal nascidos, que esquecem e que abusam de saúde, de dinheiro e de talentos, que só a Vós, Jesus, são devedores... 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
Pelo obséquio celestial que nos fizeste ao confiar-nos a honra e a custódia de Vossa Mãe, o Coração de Maria Imaculada. 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
Por Vossa Eucaristia Sacrossanta, por esse cativeiro e por essa companhia tão agradável neste santo Sacramento 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 
E, enfim, por aquele inesperado Paraíso que quiseste revelar-nos na pessoa de Vossa serva Margarida, pelo dom maravilhoso, incompreensível, de Vosso Sagrado Coração. 
Graças infinitas ao Vosso amável Coração. 

(Pausa) 

Tenhamos calma resignação e paz na Via dolorosa da vida. Quão horrendo foi o martírio de Jesus em Seu patíbulo! Que horrível solidão a do Mestre crucificado, no abandono inconcebível daqueles mesmos que viveram saciando-se no banquete esplêndido de Seu amor, de Sua formosura e de Seus prodígios! Onde estão agora? Ah! Mas há algo bem mais aterrador ainda para Sua alma, negada em todos os opróbrios. Ele mesmo vai dizer-vos no grito de infinita angústia que se escapa do oprimido peito do adorável Nazareno, que já morre: 

Jesus

Deus meu, Deus meu! Por que Vós também quiseste abandonar-Me? Vim para onde Me mandastes, para isentar os que quisestes isentar; não Me receberam, e levantaram numa Cruz a seu próprio Salvador. Pai, faça-se a Vossa vontade. Mas se eles rasgaram Minhas mãos e Meus pés, Vós, por que quiseste abandonar-Me? Não se faça, no entanto, Minha vontade, senão a Vossa! E, pelo sacrifício deste Vosso abandono, salva a todos os que Me confiaste. Que, em Meu Coração ferido, sejamos um, como Vós e Eu somos um no amor. Que acerbo cálice, Pai! Meu Coração estoura, torturado nesta solidão do infinito. Pai, por que quiseste abandonar-Me? 

(Pausa) 

As almas 

Bom Pastor, eu imagino qual é a dor que Vos arranca este clamor de amargura inefável: é a morte eterna do ímpio, que se perde por abandonar-Vos a Vós. Ah, e são tantos os que vivem sumidos no abismo das sombras, sem fé, sem amor, sem esperança! Lembra-Vos, Jesus, deles. Pelo abandono de Vosso Pai, não queiras, Redentor bendito, não queiras abandoná-los. Por eles, pelos descrentes do lar; por eles, pelos negadores do ensino e da imprensa; por eles, pelos aborrecedores de Vosso nome e os verdugos que amaldiçoam Vossa Cruz e Vossos altares, rogo-Vos, com todo o ardor de minha alma. Suplico-Vos, Jesus, que os atraias, que os perdoes, pela mansidão e agonia de Vosso adorável Coração. 

(Pausa) 

(Pedi pela conversão dos ímpios) 

Por que, hoje em dia, esse inusitado movimento de ódio contra Jesus Cristo, o manso injustiçado do Calvário? Por que essa cólera do povo e a blasfêmia oficial das alturas, e o encarniçamento dos sábios em apagar Vosso nome da face da terra? Ai! Gemei, almas ferventes! Seus implacáveis inimigos estão unindo todos os filhos da ingratidão e da perfídia, para atacar as palavras daqueles lábios, que depois de vinte séculos de ignomínia, não se cansam de repetir, desde essa Hóstia uma palavra em que nos lega toda Sua alma dolorida. Recolhei-a com carinho: Tenho sede... Sede abrasadora de sentir-Me amado, sede ardente de viver vossa vida trabalhada, sede incontrolável de dar-vos paz, felicidade. E depois um Céu eterno. Tenho sede de vossas almas, sede queimante de vossas lágrimas; chorai-as em Meu peito. Almas consoladoras, Oh! dai-me de beber e, em pagamento, vos abrirei Meu lado, as fontes da vida. Amai-Me! Tenho sede! 

(Pausa) 

As almas 

Jesus, também nós, cansados na travessia do deserto, sentimos sede daquelas águas vivas que Vós nos prometeste: sede de Vós, que não será apagada senão quando vingar Vosso Reinado no triunfo de Vosso amante Coração. Não nos basta, Senhor, Vossa misericórdia. Vossos interesses são os nossos. Temos ânsias, sede de Vosso Reinado. Pedimos-Vos, pois, que cumpras conosco as promessas que fizeste a Vossa confidente Margarida, em benefício das almas que Vos adoram na formosura indizível, na ternura inefável, no amor incompreensível de Vosso Sagrado Coração. Por isto Vos suplicamos com Vossa Santa Igreja, suplicamos-Vos pela Virgem Mãe, exigimos-Vos, pela honra inviolável de Vosso nome, que estabeleças já, que apresses o Reinado de Vosso amante Coração. 

(Todos, em voz alta) 

Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

As doze promessas 

1ª. Venha, Jesus, sim, reina, antes que Satã e o mundo Vos arrebatem as consciências e profanem em Vossa ausência todos os estados da vida. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

2ª. Adianta-Vos, Jesus e triunfa nos lares. Reina neles pela paz inalterável das famílias que Vos receberam com hosanas. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

3ª. Não demores, Mestre muito amado, porque muitos destes padecem aflições e amarguras que só Vós podeis remediar. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 


4ª. Venha, porque és forte, Vós, o Deus das batalhas da vida; venha, mostrando-nos Vosso peito ferido, como esperança celestial, no transe da morte. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

5ª. Dê-nos o sucesso prometido em nossos trabalhos; só Vós, a inspiração e recompensa de todas as empresas. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

6ª. E Vossos prediletos, quero dizer, os pecadores, não esqueças que para eles, sobretudo, revelaste as ternuras incansáveis de Vosso amor. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

7ª. Ai, são tantos os mornos, Mestre, tantos os indiferentes a quem deves inflamar com esta admirável devoção! 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

8ª. 'Aqui está a vida', disseste-nos, mostrando-nos Vosso peito atravessado; permite, pois, que aí bebamos o fervor, a santidade a que aspiramos. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

9ª. Vossa imagem foi entronizada, a pedido Vosso, em muitas casas; em nome delas, Vos suplico sigas sendo, em todas, seu amável Dono e um só Soberano. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

10ª. Põe palavras de fogo, persuasão irresistível, vencedora, naqueles sacerdotes que Vos amam e Vos pregam como São João, Vosso apóstolo pranteado. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

11ª. E a quantos propaguem esta devoção sublime, a quantos publiquem suas inefáveis maravilhas, reserva-lhes, Jesus, uma fibra de Vosso Coração, vizinha daquela em que tens gravado o nome de Vossa Mãe. 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

12ª. E por fim, Jesus, dá-nos o Céu de Vosso Coração a quantos compartilhamos Vossa agonia na Hora Santa. Por esta hora de consolo e pela Comunhão Reparadora das Primeiras Sextas-feiras, cumpre conosco Vossa promessa infalível, pedimos-Vos que na hora decisiva da morte... 
Venha a nós o Reinado de Vosso amante Coração. 

(Pausa) 

'Que Minha paz seja convosco!', almas amigas de Meu Coração, pois tive sede e Me destes de beber. Agora sim, confiado à honra de Meu Nome em vosso zelo, posso exclamar: 'Tudo está consumado'. E se algo faltar a Minha obra redentora, completa oh, Pai! o que falta à Minha Paixão com a misericórdia de Meu Coração inesgotável. Devolvo-Vos, Pai, aos que me confiaste; se algum se perdeu, não foi por falta de misericórdia. Peço-Vos, por Minha Cruz e Minha ternura, que incrementes o número dos eleitos, dos santos em Minha Igreja. Consuma Pai, a obra deste Vosso Unigênito Crucificado, glorificando-Me na terra que bebeu Meu sangue. Devolvo-Vos Minha alma e as almas isentadas, mas deixa-lhes Meu Coração, herança dos caídos, dos pobres e de quantos sentem ânsias de crescer em intimidade de amor comigo. 

(Pausa) 

As almas 

Vós o disseste, Jesus, Vosso Coração nos pertence. Consuma, pois, por Ele a Vossa obra, santificando a todos estes que têm vontade de seguir-Vos até o mesmo sacrifício. Aumenta nossa fé, aviva a esperança, com uma medida da caridade que Vos devemos. Consuma, Jesus, Vossa obra no triunfo social de Vossa santa Igreja; confunde aos poderes que a oprimem; desbarata com o Vosso sopro as hostes dos hipócritas, dos soberbos, dos impuros inimigos que a assaltam com furor; fala, Deus de luz, e retrocederão os filhos das trevas, dos erros, das perversas doutrinas; fala, Deus de amor, e será salvo Vosso Vigário; e consumada Vossa obra, do um ao outro confins da terra, será aclamada a doce e irresistível onipotência de Vosso Coração vencedor. Senhor consuma Vossa obra, aliviando os tormentos de um terrível Purgatório; piedade, Jesus, e abrevia o prazo das almas que sofrem justiceira expiação, daquelas, sobretudo, que esperam nessas chamas o orvalho de minhas preces, parentes, benfeitores e amigos, a quem devo o refrigério de meus sufrágios tão amados, benigníssimo Jesus. Vós me os arrebataste. Bendito seja! Dá-lhes Vossa paz, não queiras esquecê-los. 

(Pedi o triunfo do Coração de Jesus em sua Igreja militante e no Purgatório) 

(Pausa) 

Assim, de trevas, vestia a natureza na Hora Santa da primeira Sexta-feira Santa deste mundo. Os cânticos de Jerusalém celestial cessaram; o Céu inteiro desceu, e de joelhos, ante Jesus Hóstia, espera recolher o último gemido do Coração do Homem Deus. Almas crentes, estamos verdadeiramente no cume consagrado do Calvário: é a Hora Santa! Uma grande voz ressoa nas alturas, voz que diz: 'Em Vossas mãos, Pai, encomendo Meu espírito' E inclinando Sua cabeça destroçada, morre de amor Jesus Crucificado. Seu coração o levou à morte. Viva o Seu amante Coração, que nos levou à vida! 

As almas 

Oh, Jesus, amor de meus amores, aceita por mãos de Maria Dolorosa a oferenda de meu ser todo inteiro, de minha vida. Eu não me pertenço, Senhor, sou tudo Vosso! E nesta doação me esqueço de mim mesmo e me consagro pelo triunfo de Vosso Divino Coração. Aceita-me, Jesus, e escuta agora minha última prece: 

(Cortado) 

Quando os anjos de Vosso santuário Vos bendigam na Eucaristia de meus amores e eu me encontre na agonia, lembra-Vos do pobre servo de Vosso Divino Coração. 

Quando as almas justas da terra Vos clamam e Vos chorem, acendidas em amor e eu me encontre na agonia, suas dores e suas lágrimas são as minhas, lembra-Vos do pródigo vencido por Vosso Divino Coração. Quando Vossos sacerdotes, as virgens do templo e Vossos apóstolos Vos aclamam Soberano, pregam-Vos às almas e Vos entronizem nos povos e eu me encontre na agonia, seus ardores e seu zelo são os meus, lembra-Vos do apóstolo de Vosso Divino Coração... 

Quando a Vossa Igreja ora e geme ante o Sacrário, para incensar conVosco o mundo e eu me encontre na agonia, lembra-Vos do amigo de Vosso Divino Coração. Quando, na Hora Santa, Vossas almas pranteadas, sofrendo e reparando, façam-Vos esquecer abandonos, sacrifícios e traições e eu me encontre na agonia, seus colóquios contigo e seus holocaustos são os meus, lembra-Vos deste pobre altar e desta vítima de Vosso Divino Coração. Quando Vossa divina Mãe Vos adore na Santa Eucaristia, e repare aí os crimes inumeráveis da terra e eu me encontre na agonia, Suas adorações são as minhas, lembra-Vos do filho de Vosso Divino Coração. 

Oh, sim! Lembra-Vos desta miserável criatura que Vós tanto amaste; lembra-Vos que lhe exigiste se esquecer de si mesma por Vosso amor. Mas não, Senhor, esquece-me, se queres, com a condição que me deixes esquecido para sempre na chaga formosa de Vosso doce Coração. 

(Pausa) 

Que tenho eu, Senhor Jesus, que Vós não me tenhas dado? Despoja-me de tudo, de Vossos próprios dons, mas abisma-me nas chamas de Vosso Santo Coração. 

Que sei eu, que Vós não me tenhas ensinado? Esqueça eu a ciência da terra e da vida; mas conhecesse melhor a Vós, oh amável Coração! Que valho eu, se não estou a Vosso lado? Que mereço eu, se a Vós não estou unido? Une-me, pois, a Vós com vínculo mais forte do que a morte; renuncio a tudo pelas delícias de Vosso amor, em mudança para este outro Paraíso, o de Vosso terno Coração. E nele sepulta, sim, os erros que contra Vós cometi e castiga e vinga-Vos de todos eles, ferindo mortalmente, com dardos de acendida caridade, a quem tanto Vos ofendeu. E se Vos neguei, deixa-me reconhecer-Vos na Eucaristia em que Vós viveis; se Vos ofendi, deixa-me servir-Vos em eterna escravatura de amor eterno. Porque é mais morte do que vida a que não se consome em amar e em fazer amar Vosso esquecido, Vosso adorável, Vosso Divino Coração. Venha a nós o Vosso Reino! 

(Pausa) 

Pai Nosso e Ave-Maria pelas intenções particulares dos presentes. 
Pai Nosso e Ave-Maria pelos agonizantes e pecadores. 
Pai Nosso e Ave-Maria pedindo o Reinado do Sagrado Coração mediante a Comunhão frequente e diária, a Hora Santa e a Cruzada da Entronização do Rei Divino em lares, sociedades e nações. 


(Cinco vezes) 

Coração Divino de Jesus, venha a nós o Vosso Reino! 

Ato final de consagração 

Jesus dulcíssimo, Redentor do gênero humano, olha-nos prostrados humildemente ante Vosso altar. Somos Vossos, Vossos queremos ser, e a fim de estar mais firmemente unidos a Vós, cada um de nós se consagra espontaneamente ao Vosso Sagrado Coração. Muitos, Senhor, nunca Vos conheceram; muitos Vos eliminaram, ao quebrantar Vossos mandamentos. Compadece-Vos, Jesus, de uns e de outros, e atraia-os a todos ao Vosso Santo Coração. Seja rei, Senhor, não só dos fieis que jamais se separaram de Vós, senão também dos filhos pródigos que Vos abandonaram; faz que voltem cedo à casa paterna e não que pereçam de miséria e de fome. Seja rei daqueles enganados por opiniões errôneas e desunidos pela discórdia; traga-os ao porto da verdade e à unidade da fé, para que depois não fique mais do que um só rebanho e um só pastor. Seja Rei dos que ainda seguem envolvidos nas trevas da idolatria ou das falsas religiões.

A todos dignai-Vos atraí-los à luz de Vosso Reino. Olhai, finalmente, com olhos de misericórdia, aos filhos daquele povo, que em outro tempo foi Vosso predileto; que também desça sobre eles, como batismo de redenção e vida, o sangue que reclamou um dia contra Si. Concede, Senhor, a Vossa Igreja incolumidade e liberdade segura, outorga a todos os povos a tranquilidade da ordem; faz que do um ao outro polo da terra ressoe esta só aclamação: Aclamado seja o Divino Coração, por quem atingimos a saúde; a Ele glória e honra, pelos séculos dos séculos! Assim seja. 

Fórmula de consagração individual ao Sagrado Coração de Jesus, composta por Santa Margarida Maria 

Eu (nome) Vos dou e consagro, ó Sagrado Coração de Jesus Cristo, minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e sofrimentos, para não querer mais servir-me de nenhuma parte de meu ser senão para vos honrar, amar e glorificar. É esta minha vontade irrevogável: ser todo Vosso e tudo fazer por Vosso amor, renunciando de todo o meu coração a tudo quanto Vos possa desagradar. Tomo-Vos, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança de minha salvação, remédio de minha fragilidade e de minha inconstância, reparador de todas as imperfeições de minha vida e meu asilo seguro na hora da morte. Sede, ó coração de bondade, minha justificação diante de Deus, vosso Pai, para que desvie de mim Sua justa cólera. 

Ó coração de amor! Deposito toda a minha confiança em Vós, pois tudo temo de minha malícia e de minha fraqueza, mas tudo espero de Vossa bondade! Extingui em mim tudo o que possa desagradar-Vos, ou se oponha à Vossa vontade. Seja o Vosso puro amor tão profundamente impresso em meu coração, que jamais possa eu esquecer-Vos, nem separar-me de Vós. Suplico, por vosso infinito amor, que meu nome seja escrito em Vosso coração, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e toda a minha glória em viver e morrer como Vosso escravo. Amém.

(Hora Santa de Agosto, pelo Pe. Mateo Crawley - Boevey)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

ORAÇÃO DA SABEDORIA


'O princípio da sabedoria é o sincero desejo de ser instruído por ela, e desejar instruir-se é já amá-la. Mas amá-la é obedecer às suas leis, e obedecer às suas leis é garantia de incorruptibilidade. E a incorruptibilidade aproxima-nos de Deus'

(Livro da Sabedoria 6, 17-19)

Concede-me, Deus misericordioso, que eu deseje com ardor o que Tu aprovas, que o procure com prudência, que o reconheça em verdade, que o cumpra na perfeição, para louvor e glória do Teu nome.

Põe ordem na minha vida, ó meu Deus, e permita-me conhecer o que Tu queres que eu faça, e que eu o cumpra como é necessário e útil para a minha alma. Que eu chegue a Ti, Senhor, por um caminho seguro e reto; caminho que não se desvie nem na prosperidade nem na adversidade, de tal forma que Te dê graças nas horas prósperas e, nas adversas, conserve a paciência, não me deixando exaltar pelas primeiras nem me abater pelas últimas. Que nada me alegre ou entristeça, exceto o que me conduza a Ti ou de Ti me separe. Que eu não deseje agradar nem receie desagradar senão a Ti. Tudo o que passa se torne desprezível a meus olhos por Tua causa, Senhor, e tudo o que Te diz respeito me seja caro, mas Tu, meu Deus, mais do que o resto. Que eu nada deseje fora de Ti. [...]

Concede-me, Senhor meu Deus, uma inteligência que Te conheça, uma vontade que Te busque, uma sabedoria que Te encontre, uma vida que Te agrade, uma perseverança que Te espere com confiança e uma confiança que te possua enfim. Concede-me ser atormentado com as Tuas dores pela penitência, recorrer no caminho aos Teus benefícios pela graça, gozar das Tuas alegrias sobretudo na pátria pela glória. Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos. Amém.

(São Tomás de Aquino)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

FOTO DA SEMANA


QUANDO O INFERNO É AQUI...

Numa vasta região fronteiriça entre o Iraque e a Síria, terroristas islâmicos pretendem criar um califado, sob as rédeas do autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). O vídeo, gravado pelos próprios terroristas, mostra centenas de homens sendo transportados para áreas de execução sumária, seja enfileirados em cova rasa na borda de um deserto, seja na beira de um rio caudaloso, enquanto se louva o trabalho de purificação em curso, com a morte dos 'infieis' (principalmente os pertencentes à chamada minoria yazidi). Cenas dantescas, terríveis, totalmente desaconselhadas para pessoas sensíveis. Cenas que explicitam até que ponto pode chegar a ação diabólica parida em cérebros dementes, quando o inferno é aqui... 


(VÍDEO REMOVIDO DO YOUTUBE)

domingo, 10 de agosto de 2014

'VEM!' (JESUS ANDANDO SOBRE AS ÁGUAS)

Páginas do Evangelho - Décimo Nono Domingo do Tempo Comum


Jesus, antes de despedir a multidão às margens do mar de Tiberíades, ordena aos apóstolos que entrem na barca e façam sozinhos a travessia para a outra margem. Aquele que, momentos antes, fizera a multiplicação dos pães e dos peixes, não se comprazia com o ardor da turba admirada pelo extraordinário milagre, mas refém de um messianismo enganoso e deturpado. Esse mesmo brilho enganoso poderia ter perpassado nos olhos de alguns de seus discípulos. Jesus, ciente destes desvios e interpretações ruinosas, liberta-se dos homens e se isola em oração fervorosíssima em lugar isolado, muito provavelmente para pedir e suplicar ao Pai o pleno cumprimento de sua missão salvífica e redentora, muito além das comoções humanas.

Então, já noite alta, os apóstolos sentiram medo e aflição, sozinhos na barca que se agitava perigosamente nas águas revoltas pelos ventos impetuosos. E o medo se transformou em terror quando julgaram ver um fantasma andando sobre as águas, em direção à barca. Jesus se revelou, então, a eles: 'Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!' (Mt 14, 27). Mas a incerteza e a desconfiança ainda imperavam naquela barca à mercê dos ventos, expressas pelo grito de Pedro: 'Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água' (Mt 14, 28). Ao que Jesus respondeu: 'Vem!' (Mt 14, 28).

'Vem!' Eis o chamado de Jesus a Pedro, aos seus discípulos, a cada um de nós. Ir ao encontro de Jesus, e em Jesus colocar toda a nossa confiança e certeza, é o caminho da plenitude da graça. Ir ao encontro de Jesus, quaisquer que sejam os obstáculos, as provações e as tempestades do mundo, mesmo que pareça que estamos despojados de tudo e de todos, ainda que se tenha de andar sobre as águas de um mar tenebroso. Basta-nos a fé. A fé que faltou, então, a Pedro, quando distanciou o seu olhar do Senhor e se fixou nas marolas do mundo, afundando-se no mar. Mas 'Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” (Mt 14, 3'). E subiram ambos ao barco. 

A frágil embarcação no meio do nada e em completa escuridão é agora o templo de Deus: 'Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!' (Mt 14, 33). Jesus está junto aos seus discípulos, e lhes dá a sua paz. Paz que faz serenar os ventos e as águas, paz que afasta os temores e aflições, paz que inunda os corações da graça divina. Paz que nos foi legada também como desígnio de salvação; tesouro que se encontra quando, na inquietude dos conflitos e incertezas do mundo, somos passageiros da grande Barca (Santa Igreja) que ruma confiante ao encontro do Senhor que Vem. 

sábado, 9 de agosto de 2014

SANTOS E MÁRTIRES (II)

Santa Teresa Benedita da Cruz

Santa Teresa Benedita da Cruz (12/10/1891 - 09/08/1942)

Edith Stein tinha a firme determinação de estudar Filosofia, na deliberada decisão que se impusera de buscar o caminho da Verdade. Nascida em 12/10/1891 em Breslau, na Alemanha, era a caçula de uma numerosa família de judeus. Cursar a universidade e declarar-se ateia eram, na sua juventude, os pressupostos no caminho da verdade. Durante a Primeira Guerra Mundial, tornou-se enfermeira voluntária e recebeu a medalha de honra da Cruz Vermelha. Voltando aos estudos em Friburgo, doutorou-se em Filosofia.


(Edith Stein: enfermeira e doutora em filosofia)

A Providência Divina tinha, entretanto, outros planos para esta jovem judia. E a conversão veio por meio de diferentes acontecimentos triviais, mas associados, que culminaram com a leitura da obra 'A Vida de Santa Teresa de Ávila', como ela mesmo relataria mais tarde: "Comecei a ler e fiquei tão arrebatada que não consegui parar até terminá-lo. Quando o fechei, disse comigo mesma: ‘Esta é a Verdade!'". Foi batizada no dia 1º de janeiro de 1922 e, em abril de 1934, recebeu o hábito carmelitano, com o nome de Irmã Teresa Benedita da Cruz. Morria a filósofa, a doutora, a poliglota em seis idiomas, a professora renomada dos institutos de Spira e de Münster. Junto com a sua irmã Rosa, Teresa encontrara a Verdade e passará agora a trilhar o caminho da santidade.

Aos 43 anos, tem início o seu noviciado tardio, que vai se transformar num caminho de absoluta entrega aos planos de Deus, de profunda pobreza, obediência e humildade à vida do Carmelo, vida de anonimato completo e de completo abandono aos seus títulos e ao domínio das ciências humanas. Não tem mais resquício algum de suas referências acadêmicas, é a serva de todos. Mas o preço a pagar seria alto.

Irmã Teresa Benedita da Cruz

No final da década de 30, explodiu a doutrina do nacional-socialismo de Hitler e tem início a perseguição aos judeus. Diante a situação, Teresa e sua irmã foram transferidas de Colônia para o convento de Echt, na Holanda. Quando, em julho de 1942, os bispos holandeses se manifestaram formalmente contra os nazistas, a reação alemã foi contundente e a perseguição aos judeus tornou-se extremada. Em 2 de agosto, a polícia nazista invadiu o convento e prendeu as duas irmãs que foram, então, deportadas para o campo de concentração de Westerbork, no norte da Holanda, juntamente com outros 242 judeus católicos. Em 7 de agosto, com centenas de outros judeus, foram levadas de trem ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Logo ao chegar, em 9 de agosto de 1942, foram executadas na câmara de gás; seus corpos foram cremados em seguida e suas cinzas espalhadas pelos campos próximos.

No mês de maio de 1987, foi beatificada por João Paulo II em Colônia e, em outubro de 1998, foi canonizada pelo mesmo papa. No ano seguinte, foi proclamada co-padroeira da Europa, junto com Santa Brígida e Santa Catarina de Sena. Ela é venerada sob o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz ou apenas Teresa da Cruz.  

(brasão originalmente publicado em www.arautos.org)