segunda-feira, 20 de maio de 2013

SEGUNDA-FEIRA PARA A ETERNIDADE

MEDITAÇÕES ETERNAS PARA CADA DIA DA SEMANA 
(Santo Afonso de Ligório)


Atos de preparação às meditações


1. Alma minha reaviva tua Fé, porquanto te achas diante de teu Deus. Adora-O profundamente.

2. Humilha-te aos pés de Deus e peça-Lhe, do fundo do coração, perdão.

SEGUNDA-FEIRA - A IMPORTÂNCIA DO FIM DO HOMEM

1. Considera, ó homem, quanto tens a lucrar na consecução do teu grande fim. Tens a lucrar tudo, porque, se o conseguires, salvar-te-ás, serás para sempre ditoso, gozarás em teu corpo e em tua alma toda a sorte de bens; mas se o malograres, perderás a alma e o corpo, perderás o Céu, perderás a Deus; serás eternamente desgraçado, porque condenar-te-ás para sempre. É por isso que a ocupação das ocupações, a única e importante, a única necessária, é servir a Deus e salvar a alma. Não digas pois, cristão: Agora quero satisfazer meus apetites: depois consagrar-me-ei a Deus, e espero salvar-me. Esta esperança vã tem precipitado no inferno muitos que diziam isto mesmo, e agora estão irremediavelmente condenados. 

Qual dos réprobos quereria em vida condenar-se? Nenhum por certo; mas Deus amaldiçoa o que peca, fiado em sua misericórdia. Maldito o homem que peca com esperança. Tu dizes: Quero cometer este pecado, e confessá-lo-ei depois. Mas tens a certeza de que não te faltará tempo para isso? Quem de assegura que não morreras repentinamente depois do pecado? É certo que pecando perdes a graça divina  e é igualmente certo que voltarás a recuperá-la? Deus usa de misericórdia com os que O temem, mas não com os que O desprezam. Também não digas:  é-me indiferente confessar dois pecados ou três. 

Não, porque bem pode suceder que Deus esteja disposto a perdoar-te dois, e não a perdoar-te três. Deus sofre com paciência, mas não sofre sempre. Quando se enche a medida, não só não perdoa, mas castiga o pecador com a morte, ou abandona-o, de maneira que este, multiplicando os seus pecados, precipitar-se-á no inferno. Castigo muito pior que a própria morte. Meu irmão, por isto proceda com cuidado, deixa a vida desordenada que levas e consagra-te ao serviço de Deus; teme não seja este o último aviso que Deus te manda; já bastam as ofensas que Lhe tens feito, e que então grande número te tem sofrido; teme não obter perdão para mais algum outro pecado mortal que cometas. Adverte que se trata da tua alma e da tua eternidade. 

Oh! a quantos não tem feito abandonar o mundo, internando-os nos claustros, nas grutas e desertos, este grande pensamento da eternidade! Ah! Pobre de mim! Que vantagens advieram de tantos pecados por mim cometidos? O coração angustiado, a alma presa de dor, e o ter perdido a Deus e merecido o inferno. Ó meu Deus e meu Pai, convertei-me e fazei-me cativo do Vosso Amor. 

2. Considera que este negócio é, por desgraça, o mais descurado de todos os negócios. Em tudo se pensa, menos na salvação. Para tudo há tempo, menos para servir a Deus. Dizei a um homem mundano que frequente os Sacramentos, que faça ao menos meia hora de oração mental cada dia; responderás: Tenho filhos, tenho família, tenho interesses, tenho outras ocupações. Mas, desgraçado, não tens também tua alma para salvar? Pensas que tuas riquezas, teus filhos, teus parentes te poderão prestar algum auxílio na hora da morte ou livrar-te do inferno, se tens a desgraça de te condenares? Não presumas de poder conciliar Deus com o mundo ou o céu o com o pecado. A salvação não é um negócio que se deva tratar com indolência. 

É preciso que faças violência a ti mesmo, e trabalhes, se queres ganhar a coroa imortal. Quantos cristãos contavam com poder mais tarde servir a Deus e deste modo salvar-se; e, não obstante, estão agora no inferno! Loucura tão rematada pensar sempre no que tão depressa acaba, e tão raras vezes no que não terá fim! Ah! Cristão! Olha por ti; pensa que em breve hás de abandonar este mundo e entrar na eternidade. Pobre de ti se te condenares, porque jamais poderás remediar a tua desgraça. 

3. Medita, cristão, e dize contigo mesmo: Tenho uma alma só: se a perco, terei perdido tudo. Tenho uma alma só: se consigo conquistar o mundo, condenando-a, de que me servirá tão grande conquista? Se chego a ser um homem distinto, mas perco a minha alma, de que me servirá a minha distinção? Se acumulo riquezas, se aumento os meus haveres, se engrandeço minha família, e não obstante perco a minha alma, de que me servirá tudo isso? De que aproveitaram as riquezas, os prazeres, as vaidades a tantos os que viveram no mundo, quando seus corpos são agora cinza e pó na sepultura e suas almas estão condenadas no inferno? Se, pois, minha alma só a mim pertence, se não tenho mais que uma, e se, perdendo-a uma vez, a perco para sempre, devo pensar seriamente em salvá-la. É este um ponto de suma importância, porque se trata de ser sempre feliz ou sempre desgraçado. 

No meio da minha confusão, meu Deus, confesso-O: até aqui tenho vivido como cego; afastei-me muito de Vós; não tenho pensado em salvar esta minha única alma. Salvai-me, ó meu Pai, pelo amor de Jesus Cristo. Resigno-me a perder tudo, contanto que não vos perca a Vós, ó meu Deus. Maria, esperança minha, salvai-me com a vossa intercessão. 

Fruto I. Preparar-me-ei prontamente para a morte com uma confissão. 
Fruto II. Aplicar-me-ei com o empenho e fervor aos exercícios de piedade. 

domingo, 19 de maio de 2013

SOLENIDADE DE PENTECOSTES


Emitte Spiritum tuum et creabuntur. Et renovabis faciem terrae.

'Enviai, Senhor, o vosso espírito criador e será renovada toda a face da terra'

Originalmente, Pentecostes representava uma das festas judaicas mais tradicionais de 'peregrinação' (nas quais os israelitas deviam peregrinar até Jerusalém para adorar a Deus no Templo), sempre celebrada após 50 dias da Páscoa e na qual eram oferecidas a Deus as primícias das colheitas do campo. No Novo Pentecostes, a efusão do Espírito Santo torna-se agora o coroamento do mistério pascal de Jesus Cristo, na celebração da Nova Aliança entre Deus e a humanidade redimida.

Eis que os apóstolos encontravam-se reunidos, com Maria e em oração constante, quando 'todos ficaram cheios do Espírito Santo' (At 2, 4), manifestado sob a forma de línguas de fogo, vento impetuoso e ruídos estrondosos, sinais exteriores do poder e da grandeza da efusão do Novo Pentecostes. Luz e calor associados ao fogo restaurador da autêntica fé cristã; ventania que evoca o sopro da Verdade de Deus sobre os homens; reverberação que emana a força da missão confiada aos apóstolos reunidos no cenáculo e  proclamada aos apóstolos de todos os tempos.

O Paráclito é derramado numa torrente de graças, distribuindo dons e talentos, porque 'Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos' (1 Cor 12, 4-6). Na simbologia dos vários membros de um mesmo corpo, somos mensageiros e testemunhas de Cristo no meio dos homens, na identidade comum de Filhos de Deus partícipes e continuadores da missão salvífica de Cristo: 'Como o Pai me enviou, também Eu vos envio' (Jo 20, 22).

No Espírito Consolador, não somos mais meros expectadores de uma efusão de graças e dons tão diversos, mas apóstolos e testemunhas, iluminados e portadores da Verdade, pela qual será renovada a face da terra e pelo qual será apagada a mancha do pecado no mundo: 'Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos' (Jo 20, 22-23).

DOMINGO PARA A ETERNIDADE

MEDITAÇÕES ETERNAS PARA CADA DIA DA SEMANA 
(Santo Afonso de Ligório)

Atos de preparação às meditações

1. Alma minha reaviva tua Fé, porquanto te achas diante de teu Deus. Adora-O profundamente.

2. Humilha-te aos pés de Deus e peça-Lhe, do fundo do coração, perdão.

DOMINGO - O FIM DO HOMEM

1. Considera que o inferno não tem fim: padecem-se nele todas as penas, e todas são eternas. De maneira que passarão cem anos daquelas penas, passarão mil, e o inferno estará como se então principiasse! Passarão cem mil anos, cem milhões, mil milhões de anos e de séculos, e o inferno continuará a ser o mesmo que no primeiro dia. Se um anjo levasse agora a um condenado a notícia de que Deus queria tirá-lo do inferno quando houvessem decorrido tantos milhões de séculos quantas são as folhas das árvores, as gotas de água do mar e os grãos de areia da terra; tu ao sabê-lo ficarias atônito e horrorizado diante desse prodigioso número de séculos passados nos tormentos. 

E, não obstante, é indubitável que aquele condenado acolheria tal notícia com mais satisfação do que tu, se te anunciassem que tinhas sido feito monarca de um grande reino. Sim; porque diria o condenado: 'É verdade que hão de decorrer tantos séculos; chegará, porém, um dia em que hão de acabar'. Mas ai! Passarão todos esses séculos e o inferno estará em seu princípio; multiplicar-se-ão tantas vezes quantas são as gotas de água, os grãos de areia e as folhas das árvores, e o inferno não terá diminuído absolutamente nada. Qualquer condenado contentar-se-ia com que Deus lhe aumentasse suas penas e as prolongasse quanto Lhe aprouvesse, contanto que afinal tivessem um termo: mas este termo não o terão jamais. 

Se pudesse ao menos o pobre condenado enganar-se a si mesmo, iludir-se e dizer: 'Quem sabe? Talvez Deus um dia tenha piedade de mim, e me tire do inferno!' Mas não: o réprobo terá sempre diante de seus olhos gravada a sentença da sua condenação eterna e não poderá deixar de dizer: 'Todas estas penas que sofro agora, este fogo, estas tribulações, estes clamores não acabarão jamais? Não. E quanto tempo durarão? Durarão sempre. Sempre!' Ó sempre! Ó jamais! Ó eternidade! Ó inferno! Como? Os homens creem em ti e pecam? E continuam sempre vivendo no pecado? 

2. Meu irmão, acautela-te; pensa que também para ti há inferno, se pecares. Já está acesa a teus pés aquela formidável fogueira, e agora mesmo, ai! quantas almas estão caindo nela! Reflete que, se tu também lá caíres, não poderás jamais sair. Se alguma vez mereceste o inferno, dá graças a Deus por não te haver precipitado nele, e prontamente remedeia o mal que fizeste, enquanto te é possível. Chora os teus pecados, põe em execução os meios apropriados à tua salvação, confessa-te frequentemente, lê este ou outro livro espiritual todos os dias, como todos os dias em honra de Maria, por quem deves ter particular devoção, recitarás o Rosário, e jejuarás todos os sábados; resiste às tentações invocando repetidas vezes os doces nomes de Jesus e Maria, foge das ocasiões de pecar e se, além disto, Deus te dá vocação para abandonares o mundo, faze-o prontamente. 

Tudo quanto se faça para evitar uma eternidade de penas é pouco, é nada. Nunca serão exageradas as nossas precauções para nos assegurarmos uma eternidade feliz. Vê quantos anacoretas, para se livrarem do inferno, têm-se internado nas grutas e nos desertos! E tu que fazes, depois de ter merecido tantas vezes o inferno? Que fazes? Não vês que a tua condenação está iminente? Volta-te para Deus e dize-lhe: 'Eis-me aqui, Senhor: quero fazer tudo o que de mim quiserdes'. Maria, auxiliai-me. 

Fruto I. Lembrar-me-ei desta verdade frequentemente: Tudo acaba e depressa, exceto a eternidade. 
Fruto II. Se sentir alguma dificuldade em fazer o bem ou em resistir ao mal, direi a mim mesmo: tudo é pouco para adquirir a felicidade eterna.

sábado, 18 de maio de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: O QUINTO DOGMA

O culto que damos à Nossa Senhora (veneração de cunho especialíssimo chamado hiperdulia e que não corresponde ao culto de adoração ou latria, que é destinado somente a Deus) é amplamente aprovado e divulgado pelo magistério da Igreja em função de sua pessoa singular como Filha de Deus Pai (criada por Deus), Mãe de Deus Filho (Mãe de Jesus Cristo) e Esposa de Deus Espírito Santo (pois o Espírito Santo formou o corpo de Jesus no ventre puríssimo de Maria). Em relação à Santíssima Virgem Maria, a Igreja prescreve os seguintes dogmas:
  • A Maternidade Divina
Todos os títulos e todas as grandezas de Maria dependem do dogma essencial de sua maternidade divina. Desde a Antiguidade, Maria é chamada 'Mãe de Deus', do grego Theotokos, título ratificado pelo Concílio de Éfeso, de 22 de junho de 431.
  • A Imaculada Conceição
A 'Imaculada Conceição' da Virgem Maria foi proclamada como Dogma de Fé pelo Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854, pela Bula Ineffabilis Deus e declara que a Virgem foi preservada imune da mancha do pecado original desde o primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus.

'Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina de que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeira instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de culpa original; essa doutrina foi revelada por Deus, e deve ser, portanto, firme e constantemente crida por todos os fiéis'.

              (Beato Papa Pio IX, na proclamação do dogma da Imaculada Conceição, em 08 de dezembro de 1854)
  • A Virgindade Perpétua
O Dogma da 'Virgindade Perpétua' de Maria, ou seja, o privilégio pelo qual Nossa Senhora conservou plenamente a sua virgindade antes do parto, durante o parto e perpetuamente depois do parto, é assim declarada pela Igreja desde os tempos do Credo Apostólico ('nascido da Virgem Maria') e no Concílio Romano do ano de 649.
  • A Assunção aos Céus
A solenidade da Assunção da Virgem Maria existe desde os primórdios do catolicismo e, desde então, tem sido transmitida pela tradição oral e escrita da Igreja, tendo sido formalmente proclamado pelo Papa Pio XII, na Constituição Munificentissimus Deus, de 1º de novembro de 1950. O Dogma da 'Assunção aos Céus' declara que Nossa Senhora, uma vez cumprido o curso de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória celestial. 

'Pronunciamos, declaramos e de­finimos ser dogma de revelação divina que a Imaculada Mãe de Deus sempre Virgem Maria, cumprido o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à Glória celeste'.

(Papa Pio XII, na Constituição Dogmática Munificentissimus Deus, de 1º de novembro de 1950)

Adicionalmente, a Virgem Maria tem dezenas de títulos como Nossa Senhora de muitos nomes, além de muitos outros títulos específicos como Mãe dos homens, Mãe da Igreja, Advogada Nossa, Corredentora do gênero humano, Medianeira Universal, Rainha da Paz, Rainha dos Apóstolos, Senhora de todos os Povos, etc. O Quinto Dogma de Maria corresponderia, portanto, à elevação de algum (ou alguns destes títulos) à prescrição dogmática da Igreja. 

Nestes tempos de absoluta apostasia e indiferentismo religioso, em que o mal parece grassar sobre todos os  autênticos valores da fé cristã, a melhor resposta da Igreja seria se ancorar nas colunas das glórias de Maria,  adornando-a com o quinto dogma de Medianeira, Advogada Nossa e Corredentora da Humanidade, modelo de todas as virtudes que nos conduz, nos protege e invoca sem cessar sobre nós a misericórdia divina, em súplicas de Mãe aflita e extremada, para a salvação eterna de todos os seus filhos. Eis a resposta definitiva da civilização cristã às crendices e infâmias deste mundo da impiedade: o triunfo final do Imaculado Coração de Maria, Senhora de Todos os Povos, Rainha do Céu e da Terra.

SÁBADO PARA A ETERNIDADE

MEDITAÇÕES ETERNAS PARA CADA DIA DA SEMANA 
(Santo Afonso de Ligório)

Atos de preparação às meditações

1. Alma minha reaviva tua Fé, porquanto te achas diante de teu Deus. Adora-O profundamente.

2. Humilha-te aos pés de Deus e peça-Lhe, do fundo do coração, perdão.

SÁBADO - A ETERNIDADE DAS PENAS

1. Considera, cristão, que a existência que tens, de Deus a recebeste, criando-te à Sua imagem e semelhança, sem mérito algum da tua parte. Adaptou-te por filho nas almas salutares do Batismo; amou-te mais do que se fosse teu pai, e criou-te com o fim de O amares e servires nesta vida para depois O gozares na glória. de maneira que não nasceste nem deves viver para gozar, para ser rico poderoso, para comer, beber e dormir, como os irracionais, mas somente para amar ao teu Deus e ser dito eternamente.

As criaturas foram postas por Deus à tua disposição para que te auxiliem a conseguir tão glorioso fim. Ó infeliz de mim! que em tudo tenho pensado, menos no fim para que Deus me criou! Meu Pai, pelo amor de Jesus, permiti que eu comece vida nova, inteiramente santa e em tudo conforme à vossa divina vontade! 

2. Considera que na hora da morte sentirás grande remorso, se não te houveres dedicado ao serviço de Deus. Que aflição a tua quando, ao termo de teus dias naquela hora suprema, chegares a conhecer que todas as grandezas e prazeres, todas as riquezas e glórias não eram mais um pouco de fumo! Ficarás estupefato ao ver que por umas bagatelas, por verdadeiras frivolidades, perdeste a graça de Deus e a tua alma, sem poder remediar o mal que fizeste e sem ter tempo para trilhar o bom caminho. Ó desesperação! Ó tormento! Então compreenderás quanto vale o tempo, mas já será tarde; quererás comprá-lo a troco do teu sangue, mas já não te é possível. Ó dia calamitoso para quem não tenha servido e amado a Deus! 

3. Considera quanto se descura este fim tão importante. Pensa-se em acumular riquezas, em assistir a banquetes e divertimentos, em passar alegremente os dias; e não se pensa em servir a Deus, nem em salvar a alma. O fim eterno é considerado como coisa insignificante. Por isso uma parte dos cristãos, divertindo-se banqueteando-se e cantando, caem no inferno. Ó se soubessem o que quer dizer Inferno... Ó homem, fazes tanto para te condenares, e nada queres fazer para te salvares? Infeliz de mim! (exclamava ao morrer o Secretário do Rei da França, Francisco I) Infeliz de mim! Para escrever as cartas do meu príncipe, gastei tanto papel; e nem sequer aproveitei uma folha para escrever nela os pecados e fazer uma boa confissão! Oxalá (dizia no mesmo transe Felipe III, Rei da Espanha) que, em vez de ser rei, eu tivesse servido a Deus na solidão do deserto! Mas para que servem naquela hora semelhantes suspiros e lamentações, se não para maior desesperação?

Aprende na experiência alheia a viver solícito da tua salvação, se não queres experimentar a mesma sorte. Não te esqueças de que quanto fazes, dizes ou pensas, estranho ao que Deus quer de ti, tudo é perdido. Eia pois! Já é tempo de mudar de vida. Quererás porventura esperar para te desenganares, no momento da morte, quando estejas às portas da eternidade, prestes a cair no inferno, e quando não haja lugar para emenda? Meu Deus, perdoa-me! Amo-Vos sobre todas as coisas. Arrependo-me sumamente de Vos ter ofendido. Maria, esperança minha, roga a Jesus por mim. Amém. 

Fruto I. Lembrar-me-ei frequentemente de Deus e de seus imensos benefícios agradecendo-Lhe de todo o meu coração. 
Fruto II. Regularei e empregarei bem o tempo, dirigindo todas as minhas ações em ordem à glória de Deus.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

CONCÍLIO VATICANO II

O Concílio Vaticano II (a denominação envolve sempre o local do evento e a sua ordem correspondente, ou seja, foi o segundo concílio realizado no Vaticano) foi convocado em 25 de dezembro de 1961 pelo Papa João XXIII, que fez a sua abertura oficial em 11 de outubro de 1962. O concílio compreendeu quatro etapas diferentes, cada uma com períodos entre 2 e 3 meses. A primeira ocorreu entre 11 de outubro a 07 de dezembro de 1962. Entretanto, em 03 de junho de 1963, falecia o Papa João XXIII, que teria por sucessor o Cardeal Giovanni Montini, como Papa Paulo VI que, então, coordenou as três etapas seguintes do concílio: a segunda, entre 29 de setembro e 04 de dezembro de 1963, na qual foi promulgada a Constituição sobre a Sagrada Liturgia (Sacrosanctum Concilium); a terceira, entre 14 de setembro e 21 de novembro de 1964, na qual foi promulgada a Constituição Dogmática Lumen Gentium e a quarta etapa, realizada entre 15 de setembro a 08 de dezembro de 1965, na qual foram promulgados, além de vários Decretos e Declarações, a Constituição Pastoral Gaudium et Spes e a Constituição Dogmática Dei Verbum.


(Missa de Abertura do Concílio rezada pelo Papa João XXIII)

(Primeira Fase do Concílio sob João XXIII)

(Morte do Papa João XXIII)

(Cardeal Giovanni Montini)




(Fases Seguintes do Concílio sob Paulo VI)

SEXTA-FEIRA PARA A ETERNIDADE

MEDITAÇÕES ETERNAS PARA CADA DIA DA SEMANA 
(Santo Afonso de Ligório)

Atos de preparação às meditações

1. Alma minha reaviva tua Fé, porquanto te achas diante de teu Deus. Adora-O profundamente.

2. Humilha-te aos pés de Deus e peça-Lhe, do fundo do coração, perdão.

SEXTA-FEIRA - O INFERNO

1. Considera que o inferno é uma prisão hedionda, cheia de fogo. Neste fogo estão submersos os condenados. Neste abismo de fogo que os rodeia por todos os lados, têm chamas na boca, nos olhos, em todas as partes do corpo. Cada sentido tem seu sofrimento próprio: os olhos são atormentados pelo fumo e pelas trevas, e horrorizados pela vista dos outros condenados e dos demônios; os ouvidos ouvem dia e noite contínuos clamores, prantos e blasfêmias.O olfato é atormentado pelo cheiro nauseabundo daqueles inumeráveis corpos corrompidos, e o paladar por ardentíssima sede e fome insaciável sem poder obter uma gota de água nem uma migalha de pão.

Por isso aqueles encarcerados infelizes, abrasados pela sede, devorados pelo fogo, torturados por toda a espécie de sofrimentos, choram, clamam, desesperam-se; mas não há nem haverá quem os alivie e console. Ó inferno, inferno! Quantos há que se recusam a crer em ti até o momento em que caem em teus abismos! E tu, querido leitor, que dizes? Se houvesses de morrer agora, para onde irias? Tu, que não podes suportar o ardor de uma centelha de fogo que te salta à mão, poderás estar em um abismo de fogo que te abrase, abandonado de todos por toda a eternidade e sem lenitivo algum?

2. Considera em seguida a pena que tocará às potências da alma. A memória será sempre atormentada pelos remorsos da consciência. Tal é aquele verme que sem cessar roerá o condenado ao pensar que se perdeu voluntariamente e por um prazer envenenado. Ó Deus! Como avaliará então aqueles momentos de prazer, depois de cem, depois de mil milhões de anos no inferno? Este verme recordar-lhe-á o tempo que Deus lhe deu para expiar suas culpas, os meios que lhe proporcionou para salvar-se, os bons exemplos dos companheiros, os propósitos feitos mas ineficazes. Então verá que já não há remédio para a sua eterna ruína. Ó Deus! Ó Deus! E como estes pensamentos agravarão o seu penar! A vontade estará sempre contrariada: nunca alcançará coisa alguma do que deseja, e sempre terá o que aborrece, isto é, todos os tormentos. O entendimento conhecerá o bem enorme que perdeu: a bem-aventurança e Deus. Meu Deus! Meu Deus! Perdoai-me pelo amor de Jesus Cristo, vosso Filho.

3. Pecador, a quem por agora é indiferente perder o céu e perder a Deus, quando vires os bem-aventurados triunfarem e gozarem no reino dos céus, então tu, qual animal hediondo, serás excluídos daquela pátria ditosa e privado da visão beatífica de Deus, da companhia de Maria Santíssima, dos Anjos e dos Santos; conhecerá aí tua espantosa cegueira, e dirás desesperado: 'Ó Paraíso de eternas delícias: Ó Deus! Ó bem infinito! Já não sois nem jamais sereis meus! Desgraçado de mim!...' Eia, meu irmão, faze penitência, muda de vida, não te guardes para quando o tempo te faltar. Entrega-te a Deus, principia a amá-lo deverás. Roga a Jesus, roga a Maria Santíssima que tenham piedade de ti.

Fruto I. Descontarei com alguma mortificação as penas que no inferno tenho merecido.
Fruto II. Quando experimentar algum dissabor, incômodo ou dor, direi a mim mesmo: 'Lembra-te que tens merecido cair, e devias ser precipitado no inferno', e tudo sofrerei com paciência.