23. UM SERMÃO OUVIDO DE LONGE
Conta o escritor Súrio que, estando Santo Antônio a pregar em certa cidade, uma senhora devota, que morava distante, tinha imenso desejo de ouvir as pregações do santo. O marido, homem perverso, não lhe permitia de modo algum. Ouvindo que, devido a multidão do povo, o santo iria pregar fora da cidade em campo aberto, a boa senhora, aflita e desconsolada, subiu ao terraço da casa para olhar, ao menos de longe, o lugar onde o santo pregava.
Coisa admirável! Apesar da grande distância, a voz do pregador chegava-lhe aos ouvidos forte e distinta, como se o púlpito estivesse ali mesmo. Admiradíssima chamou o marido, o qual, reconhecendo naquele acontecimento o dedo de Deus, entrou em si, converteu-se sinceramente, e foi dali em diante um ouvinte assíduo da palavra de Deus.
E assim recompensou Nosso Senhor a fé e o amor que aquela senhora demonstrava pela palavra divina.
24. NÃO SOMOS PAGÃOS...
➖Fique tranquilo, senhor vigário - dizia um pai de família - em nossa casa não somos pagãos. É verdade que eu não vou muito à missa e não comungo há muitos anos, mas minha mulher está na igreja todos os domingos e cumpre todos os seus deveres religiosos...
➖ Mas por que a sua mulher é tão fiel em cumprir os deveres para com Deus?
➖ Senhor vigário, por que há de ser, senão para salvar a alma?
➖ Perfeitamente! E você não tem por acaso uma alma que salvar? Porventura a sua mulher tem uma alma para os dois?
25. A DUPLA PÁSCOA DE BERRYER
Pelo fim da quaresma de 1868, o célebre advogado Berryer almoçava com o famoso historiador e literato Thiers. Este perguntou-lhe:
➖ Meu caro Berryer, vais fazer a Páscoa este ano?
➖ Espero que sim, respondeu o advogado; e até pretendo fazer duas: a primeira em Paris para cumprir meu dever e, depois, em Angerville, para servir de exemplo aos meus conterrâneos.
➖ Muito bem, Berryer; se todos seguissem o teu exemplo, a França estaria salva.
26. 'ÚLTIMA MISSA'
Há em Roma um quadro magnífico intitulado 'Última Missa', no qual estão representados os prelúdios do fim do mundo. Bem no fundo, um padre está para terminar a santa missa. Os anjos, inclinados sobre suas trombetas, esperam apenas que a missa termine, para anunciarem, ao som das trombetas, a hora da divina Justiça.
Esse quadro é devido ao gênio do imortal pintor Leonardo da Vinci, o qual costumava dizer: 'Estou convencido de que, sem a santa missa, o mundo teria caído no abismo sob o peso de suas maldades'.
(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos' - Volume II, do Pe. Francisco Alves, 1960; com adaptações)
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