domingo, 27 de julho de 2014

O REINO DE DEUS (II)

Páginas do Evangelho - Décimo Sétimo Domingo do Tempo Comum


No Evangelho deste Domingo, contemplamos ainda os ensinamentos de Jesus sobre o verdadeiro sentido do Reino de Deus, por meio de parábolas manifestadas à multidão reunida à sua volta, às margens do mar da Galileia. Nesta temática comum a todo o Capítulo 13 do Evangelho de São Mateus, Jesus já lhes havia dado a conhecer a natureza do Reino por meio das parábolas do campo semeado de trigo e de joio, da semente de mostarda e da porção de fermento. Na continuação de sua pregação, Jesus lhes fala do Reino dos Céus por meio de outras três parábolas. 

'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo' (Mt, 13, 44). Eis a verdadeira riqueza deste mundo: buscar, no anonimato e no escondimento aos rumores e apelos mundanos, a vida da graça em plenitude, nas obras de uma vida simples, na alegria do autêntico exercício da fé cristã, nos pequenos atos de amor, no cotidiano de uma vida entregue e consagrada à Deus.

'O Reino dos Céus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola' (Mt 13, 45 - 46). O mesmo tesouro, que tem valor de eternidade, expresso agora como a pérola mais preciosa. Pérola única, especialíssima, pois a Verdade de Deus é única, definitiva, indivisível. Implica, pois, ao homem, buscá-la, empreendendo todos os esforços e persistência em encontrá-la. E, quando a encontra, passa a possuir a própria Verdade de Deus, a maior riqueza deste mundo. 

'O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam' (Mt 47 - 48). A busca da pérola preciosa é possível a todos os homens, e lhes é dado igualmente o 'mapa do tesouro': o caminho de santificação pautado numa vida consagrada à Deus. Mas, como o trigo e o joio, peixes bons e imprestáveis serão ponderados pelos 'pescadores' no dia do Juízo, na definitiva separação dos justos e dos pecadores obstinados. Uns, para o Reino de Deus, que já subsiste nos corações do justos; os outros para a condenação eterna, na fornalha de fogo eterno, onde só 'haverá choro e ranger de dentes' (Mt 13, 50).