segunda-feira, 26 de março de 2018

INDULGÊNCIAS PLENÁRIAS DA SEMANA SANTA


No riquíssimo acervo das indulgências concedidas pela Santa Igreja, concessões diversas são dadas aos fieis por ocasião do Tríduo Pascal (Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Vigília Pascal) para a obtenção de indulgências plenárias, desde que atendidas as demais condições habituais*:

Quinta-Feira Santa

· Recitação ou canto do hino eucarístico 'Tantum Ergo' durante a solene adoração ao Santíssimo Sacramento que se segue à Missa da Ceia do Senhor;

· Visita e adoração ao Santíssimo Sacramento pelo prazo de meia hora.

Sexta-Feira Santa

· Participação piedosa da Veneração da Cruz na solene celebração da Paixão do Senhor.

Sábado Santo  

· Recitação do Santo Rosário.

· Participação piedosa da celebração da Vigília Pascal, com renovação sincera das promessas do Batismo.

Domingo de Páscoa

· Participação devota e piedosa à benção dada pelo Sumo Pontífice a Roma e ao mundo (bênção Urbi et Orbi), ainda que por rádio ou televisão.


* Condições adicionais para obtenção de uma indulgência plenária:

1. Exclusão de todo afeto a qualquer pecado, inclusive venial.

2. Confissão Sacramental, Comunhão Eucarística e Oração pelas Intenções do Sumo Pontífice. 

(i) estas condições podem ser cumpridas uns dias antes ou depois da execução da obra enriquecida com a Indulgência Plenária, mas é da maior conveniência que a comunhão e a oração pelas intenções do Sumo Pontífice se realizem no mesmo dia em que se cumpre a obra.

(ii) a condição de orar pelas intenções do Sumo Pontífice é cumprida por meio da oração de um Pai Nosso, Ave-Maria e Glória ou uma outra oração segundo a piedosa devoção de cada um.

domingo, 25 de março de 2018

'HOSANA AO FILHO DE DAVI!'

Páginas do Evangelho - Domingo de Ramos


No Domingo de Ramos, tem início a Semana Santa da paixão, morte e ressurreição de Nosso senhor Jesus Cristo. Jesus entra na cidade de Jerusalém para celebrar a Páscoa judaica com os seus discípulos e é recebido como um rei, como o libertador do povo judeu da escravidão e da opressão do império romano. Mantos e ramos de oliveira dispostos no chão conformavam o tapete de honra por meio do qual o povo aclamava o Messias Prometido: 'Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!' (Mc 11, 9 - 10).

Jesus, montado em um jumento, passa e abençoa a multidão em polvorosa excitação. Ele conhece o coração humano e pode captar o frenesi e a euforia fácil destas pessoas como assomos de uma mobilização emotiva e superficial; por mais sinceras que sejam as manifestações espontâneas e favoráveis, falta-lhes a densidade dos propósitos e a plena compreensão do ministério salvífico de Cristo. Sim, eles querem e preconizam nEle o rei, o Ungido de Deus, movidos pelas fáceis tentações humanas de revanche, libertação, glória e poder. Mas Jesus, rei dos reis, veio para servir e não para reinar sobre impérios forjados pelos homens. '... meu reino não é deste mundo' (Jo 18, 36). Jesus vai passar no meio da multidão sob ovações e hosanas de aclamação festiva; Jesus vai ser levado sob o silêncio e o desprezo de tantos deles, uns poucos dias depois, para o cimo de uma cruz no Gólgota.

Neste Domingo de Ramos, o Evangelho evoca todas as cenas e acontecimentos que culminam no calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo: os julgamentos de Pilatos e Herodes, a condenação de Jesus, a subida do calvário, a crucificação entre dois ladrões e a morte na cruz...'Eli, Eli, lamá sabactâni?' (Mt 27, 46). Na paixão e morte de cruz, Jesus revela seu amor desmedido pela criação do Pai e desnuda a perfídia, a ingratidão, a falsidade e a traição dos que se propõem a amar com um amor eivado pelos privilégios e concessões aos seus próprios interesses e vantagens. 

A fé é forjada no cadinho da perseverança e do despojamento; sem isso, toda crença é superficial e inócua e, ao sabor dos ventos, tende a se tornar em desvario. Dos hosanas de agora ao 'Seja crucificado!' (Mt 27, 22 - 23) de mais além, o desvario humano fez Deus morrer na cruz.  O mesmo desvario, o mesmo ultraje, a mesma loucura que se repete à exaustão, agora e mais além no mundo de hoje, quando, em hosanas ao pecado, uma imensa multidão, em frenesi descontrolado, crucifica Jesus de novo em seus corações! 

sábado, 24 de março de 2018

O MISTÉRIO DA CRUZ


Redenção, palavra forte, cujo sentido muitos ignoram!
Há vinte séculos é tão difícil medir-lhe a extensão quanto sondar-lhe a profundidade. Há um mistério de luz, nas trevas do Calvário. Há um resgate de vida, por trinta moedas de sangue...

Condenamos a traição de Judas, mas traímos a vocação cristã.
Maldizemos a fraqueza de Pilatos, mas, fugimos aos compromissos do batismo.

Quantas vezes, na vida diária, a descrença macula as intenções e o desespero arruína a esperança. Somos filhos de Deus pela graça, mas, seguimos a carne pelo sangue.
Ouvimos o apelo dos Céus, mas, voltamos os olhos para a terra.
No entanto, Senhor, a mensagem é a mesma: 'Se alguém quiser Me seguir, tome a sua cruz e Me acompanhe'!

Meu Deus, uns conhecem a cruz e rejeitam o seu peso, outros suportam o peso, mas, não querem carregar a cruz. Uns arrastam a cruz porque não podem fugir do Calvário; outros chegam ao Calvário, mas, se negam a morrer na cruz.
A cruz para ser árvore de vida há de ser plantada na morte. A seiva que lhe esgarça os ramos, só dá frutos quando nela morremos.
A cruz é qual sementinha do campo, que morre na terra para rebentar com vida. Senhor, pela redenção, nos legaste a Vossa Cruz! Os lábios que pregam essa 'loucura', exprimirão o que a fé nos ensina. A alma que sente esta verdade, deve saber por que o mundo sofre.

Senhor, não é doce o tufão quando varre as areias do deserto.
Não é doce o calor, quando mata a virulência dos gérmens.
Não é doce o bisturi quando rasga a podridão da matéria.
Não é doce uma cruz quando estamos pregados nela.

A cruz só é leve na vida, quando aceitamos o seu peso de morte.
Daí, a renúncia que se faz entrega e o amor que gera o sacrifício.
Daí, o heroísmo que sagra os fortes e a vitória que consagra os santos.

Somos, por natureza, esquivos ao sofrimento.
Tudo o que nos rouba a fonte do prazer é espinho dorido macerando a nossa carne.

Há, na cruz, um plano da Providência que jamais se esgota.
A cruz não se pesa pela soma de sofrimentos, mas, pela unção paciente das dores. Uma cruz pequenina pode ser mais custosa que um madeiro imenso. Uma cruz gigantesca pode ser mais leve que um bloco de granito.

Aceitar, com paciência, a cruz, é diminuir-lhe o peso. Fugir ao seu domínio, é ser esmagado por ela. Na ordem do Cristianismo, em matéria de cruz, tudo depende dos ombros que se curvam e dos braços que a carregam.

Senhor, quem decifrará o mistério da dor?
As almas feridas são extremamente sensíveis; buscam o alívio das dores e escondem a cicatriz das chagas; suplicam a doçura do bálsamo e se esquecem do amor de gratidão.

O mundo sofre porque não sabe viver.
O mundo morre porque não sabe sofrer.
Senhor, dá-nos a conhecer o valor do sofrimento para aproveitarmos dos méritos da Vossa Paixão.

(Excertos da obra 'Vozes do silêncio, meditações eucarísticas', do Pe. Isnard da Gama, 1956)

sexta-feira, 23 de março de 2018

MÃE DE MISERICÓRDIA

Maria Santíssima revelou à Santa Brígida: 'A Mãe, à vista do filho exposto ao fogo inimigo, põe tudo em obra para o tirar desse perigo. Assim faço e hei de fazer sempre para todos os pecadores que implorarem a minha misericórdia; assim para com todos os meus filhos, por maiores pecadores que sejam, conquanto recorram a mim para obterem o meu socorro. Sou a Rainha do Céu e a Mãe de Misericórdia, a Alegria dos Justos e a porta por onde penetram no céu os pecadores.

Dos pecadores mais afastados de Deus e possuídos pelo demônio, foge imediatamente o inimigo, logo que eles invocam em seu auxílio, com verdadeira vontade de emendar-se, os dois poderosíssimos nomes de Jesus e Maria. Não há na terra pecador tão empedernido, que invocando meu nome com a boa vontade de se converter, não force o demônio a fugir logo. Todos os demônios tremem diante do meu nome. Só ao ouvirem esta palavra - Maria - logo são forçados a largar a alma que já segurava em suas garras.

De quaisquer pecados que o homem seja culpado, se vem a mim com verdadeiro arrependimento, apresso-me sempre a recebê-lo. Não examino se está carregado de pecados, mas somente se com boa vontade se apresenta, então não desdenho tratar-lhe e curar-lhe as chagas: porque me proclamam, e realmente sou a Mãe de Misericórdia. Eu sou a porta aberta dos pecadores para irem a Deus. Eu sou a Mãe de todos os pecadores que se querem corrigir. Não há em todo o mundo um só homem assaz maldito por causa de seus pecados, que não tenha parte na minha misericórdia.

Enquanto não se está definitivamente condenado, nenhum homem está de tal sorte rejeitado por Deus, que não se possa realmente volver para Deus e obter dEle graça e misericórdia, desde que me chame em seu socorro. Infeliz aquele que, podendo neste mundo recorrer a mim, tão boa para com todos, tão desejosa de socorrer os pecadores, descurar de me implorar… Quando os meus servos estão por um triz da morte, então, eu que lhes sou a Rainha dileta e a eterna Mãe, acorro aos pés deles, a fim de que da minha mão recebam força e consolo'.

(Excertos da obra 'Coração de Mãe Cheio de Bondade', Servus Mariae, 1976)

INDULGÊNCIA PLENÁRIA DAS SEXTAS-FEIRAS DA QUARESMA


Indulgência Plenária: rezar com piedosa devoção a oração En ego, o bone et dulcissime Iesu (Eis-me aqui, ó bom e dulcíssimo Jesus!) nas sextas-feiras da Quaresma, diante de uma imagem de Jesus Crucificado e depois da comunhão.

Eis-me aqui, ó bom e dulcíssimo Jesus! De joelhos me prostro em vossa presença e vos suplico com todo o fervor de minha alma que vos digneis gravar no meu coração os mais vivos sentimentos de fé, esperança e caridade, verdadeiro arrependimento de meus pecados e firme propósito de emenda, enquanto vou considerando com vivo afeto e dor as vossas cinco chagas, tendo diante dos olhos aquilo que o profeta Davi já nos fazia dizer, Ó bom Jesus: ‘Transpassaram minhas mãos e meus pés e contaram todos os meus ossos’.

(SI 21,17; cf. Missal Romano, ação de graças depois da missa)

É sempre importante lembrar que a indulgência não é o perdão dos pecados, mas a reparação das penas e danos devidos aos pecados. Para se obter a indulgência plenária é preciso:

1. ter uma disposição interior de afastamento total de todo o pecado, mesmo do pecado venial;
2. ter feito confissão recente;
3. receber a Sagrada Comunhão;
4. rezar pelas orações do Santo Padre e da Santa Igreja (orações livres, mas que a Santa Sé recomenda fazer na forma de um 'Pai Nosso' e de uma 'Ave Maria').

quinta-feira, 22 de março de 2018

PADRES DA IGREJA


Os 'Padres da Igreja' são aqueles cristãos eméritos (quase sempre santos) dos primeiros tempos da Igreja (até o século VII no Ocidente e até o século VIII no Oriente) que ajudaram a definir e a firmar as premissas da fé católica e que combateram heroicamente as heresias vigentes, estruturando as bases da doutrina católica no que hoje chamamos de Tradição da Igreja

Um 'Padre da Igreja' é reconhecido pela Igreja (não explicitamente) com base nas seguintes características:

.ter vivido nos primeiros séculos da Igreja (do século II ao século VIII, aproximadamente);
.ter exposto e defendido publicamente a sã doutrina da Igreja Católica;
.ter praticado as virtudes teologais e morais em plenitude e alcançado uma condição de santidade em vida;
.ter contribuído decisivamente para o acervo dogmático e doutrinário da Tradição da Igreja.

Geralmente os 'Padres da Igreja' são agrupados pela origem (Padres Latinos ou do Ocidente e Padres Gregos ou do Oriente) e pelas épocas em que viveram: nas primeiras comunidades cristãs (até o ano de 313), na época entre os concílios de Niceia (325) e de Calcedônia (451) e a geração seguinte, até o século VII no Ocidente e até o século VIII no Oriente. Geralmente, considera-se Isidoro de Sevilha (560 - 636) como o último dos Padres Latinos e São João Damasceno (675 - 749) como o último dos Padres Gregos. Uma relação bastante geral dos 'Padres da Igreja' é a seguinte (algumas referências incluem também Beda, o Venerável, entre os Padres Latinos):

Padres Latinos:
  • Santo Ambrósio de Milão
  • Santo Arnóbio 
  • Santo Agostinho de Hipona
  • São Bento de Núrsia
  • São Cesáreo de Arlés 
  • São João Cassiano 
  • São Celestino I 
  • São Cornélio 
  • São Cipriano de Cartago 
  • São Dâmaso 
  • São Dionísio  
  • Santo Enódio  
  • Santo Eucherio de Lyon 
  • São Fulgêncio 
  • São Gregório de Elvira  
  • São Gregório Magno  
  • Santo Hilário de Poitiers 
  • São Ildefonso de Toledo 
  • Santo Inocente  
  • Santo Irineu de Lyon 
  • Santo Isidoro de Sevilla 
  • São Jerônimo 
  • Lactâncio 
  • São Leão Magno 
  • Mário Mercator 
  • Mario Victorino 
  • São Martinho de Braga 
  • Minucio Félix  
  • Novaciano  
  • Santo Optato  
  • São Paciano 
  • São Pânfilo de Cesareia  
  • São Paulino de Nola  
  • São Pedro Crisólogo   
  • Rufino de Aquilea  
  • Salviano 
  • São Sirício 
  • Tertuliano 
  • São Venâncio Fortunato 
  • São Vicente de Lérins 


Padres Gregos:

  • Santo Atanásio, o sinaíta 
  • Santo André de Creta 
  • Afraates 
  • Santo Arquelão  
  • Santo Atanásio  
  • Atenágoras 
  • São Basílio Magno 
  • São Cesáreo Nazianzeno 
  • São Clemente de Alexandria 
  • São Clemente Romano 
  • São Cirilo de Alexandria  
  • São Cirilo de Jerusalém  
  • Dídimo, o Cego 
  • Diodoro de Tarso 
  • São Dionísio, o Grande  
  • Santo Epifânio 
  • Eusébio de Cesareia  
  • Santo Eustáquio de Antioquia
  • São Firmiliano  
  • Genádio I de Constantinopla 
  • São Germano 
  • São Gregório Nazianzeno  
  • São Gregório de Nissa  
  • São Gregório Taumaturgo 
  • Hermas 
  • Santo Hipólito  
  • Santo Inácio de Antioquia 
  • Santo Isidoro de Pelúsio 
  • São João Crisóstomo 
  • São João Clímaco 
  • São João Damasceno 
  • São Júlio I  
  • São Justino 
  • São Leôncio de Bizâncio 
  • São Macário 
  • São Máximo, o Confessor 
  • São Militão  
  • São Metódio de Olimpo 
  • São Nilo, o Velho  
  • Orígenes 
  • São Policarpo  
  • São Proclo 
  • Pseudo Dionísio Areopagita 
  • São Serapião 
  • São Severo de Antioquia 
  • São Sofrônio  
  • Taciano 
  • Teodoro da Síria 
  • Teodoreto de Ciro  
  • São Teófilo de Antioquia
Uma breve síntese da origem e atuação de 43 destes Padres da Igreja são apresentadas a seguir (texto compilado diretamente do site www.ecclesia.com.br e adaptado):

1. São Clemente de Roma (†102), Papa (88-97), foi o terceiro sucessor de São Pedro, nos tempos dos imperadores romanos Domiciano e Trajano (92 a 102). No depoimento de Santo Irineu 'ele viu os Apóstolos e com eles conversou, tendo ouvido diretamente a sua pregação e ensinamento' (Contra as heresias).

2. Santo Inácio de Antioquia (†110) foi o terceiro bispo da importante comunidade de Antioquia, fundada por São Pedro. Conheceu pessoalmente São Paulo e São João. Sob o imperador Trajano, foi preso e conduzido a Roma onde morreu nos dentes dos leões no Coliseu. A caminho de Roma escreveu Cartas às igreja de Éfeso, Magnésia, Trales, Filadélfia, Esmirna e ao bispo São Policarpo de Esmirna. Na carta aos esmirnenses, aparece pela primeira vez a expressão 'Igreja Católica'.

3. Aristides de Atenas († 130) foi um dos primeiros apologistas cristãos; escreveu a sua Apologia ao imperador romano Adriano, falando da vida dos cristãos.

4. São Policarpo (†156) foi bispo de Esmirna, e uma pessoa muito amada. Conforme escreve Santo Irineu, que foi seu discípulo, Policarpo foi discípulo de São João Evangelista. No ano 155 estava em Roma com o Papa Niceto tratando de vários assuntos da Igreja, inclusive a data da Páscoa. Combateu os hereges gnósticos. Foi condenado à fogueira; o relato do seu martírio, feito por testemunhas oculares, é documento mais antigo deste gênero.

5. Hermas (†160) era irmão do Papa São Pio I, sob cujo pontificado escreveu a sua obra que ficou conhecida como 'Pastor de Hermas', suas visões de estilo apocalíptico. 

6. São Justino (†165), mártir nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel; filósofo, fundou uma escola em Roma. Dedicou a sua Apologia ao Imperador romano Antonino Pio, no ano 150, defendendo os cristãos; foi martirizado em Roma.

7. Santo Hipólito de Roma (160-235) discípulo de santo Irineu (140-202), foi célebre na Igreja de Roma, onde Orígenes o ouviu pregar. Morreu mártir. Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos, escreveu a Tradição Apostólica onde retrata os costumes da Igreja no século III: ordenações, catecumenato, batismo e confirmação, jejuns, ágapes, eucaristia, ofícios e horas de oração, sepultamento, etc.

8. Militão de Sardes (†177) foi bispo de Sardes, na Lídia, um dos grandes luminares da Ásia Menor. Escreveu 'Apologia', obra dedicada ao imperador Marco Aurélio.

9. Atenágoras (†180) era filósofo em Atenas, Grécia, autor da 'Súplica pelos Cristãos', apologia oferecida em tom respeitoso ao imperador Marco Aurélio e ao seu filho Cômodo; escreveu também o tratado sobre 'A Ressurreição dos mortos' e foi grande apologista.

10. São Teófilo de Antioquia (†após 181) nasceu na Mesopotâmia e converteu-se ao cristianismo já adulto, tornando-se bispo de Antioquia e grande apologista.

11. Santo Ireneu (†202) nasceu na Ásia Menor, foi discípulo de são Policarpo (discípulo de São João), foi bispo de Lion, na Gália (hoje França). Combateu eficazmente o gnosticismo em sua obra Adversus Haereses ('Refutação da Falsa Gnose') e a 'Demonstração da Preparação Apostólica'. Segundo São Gregório de Tours (†594), São Irineu morreu mártir. É considerado o 'príncipe dos teólogos cristãos'. Salienta nos seus escritos a importância da tradição oral da Igreja e o primado da Igreja de Roma (fundada por Pedro e Paulo).

12. Santo Hilário de Poitiers (316-367), doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu o arianismo, foi exilado pelo imperador Constâncio, escreveu a obra 'Sobre a Santíssima Trindade'.

13. São Clemente de Alexandria (†215) Seu nome era Tito Flávio Clemente e nasceu em Atenas por volta de 150. Viajou pela Itália, Síria, Palestina e fixou-se em Alexandria. Durante a perseguição de Setímio Severo (203), deixou o Egito, indo para a Ásia Menor, onde morreu em 215. Seu grande trabalho foi tentar a aliança do pensamento grego com a fé cristã. 

14. Orígenes (184-254) Nasceu em Alexandria, Egito; seu pai Leônidas morreu martirizado em 202. Também desejava o martírio. Em 203 foi colocado à frente da escola catequética de Alexandria pelo bispo Demétrio. Em 212 esteve em Roma, Grécia e Palestina. A mãe do imperador Alexandre Severo, chamou-o a Antioquia para ouvir suas lições. Morreu em Cesareia durante a perseguição do imperador Décio. 

15. Tertuliano de Cartago (†220), originário do norte da África, era culto e advogado em Roma quando em 195 se converteu ao Cristianismo, passando a servir a Igreja de Cartago como catequista e combateu as heresias do gnosticismo.

16. São Cipriano (†258) Cecílio Cipriano nasceu em Cartago, foi bispo e primaz da África Latina. Era casado. Foi perseguido no tempo do imperador Décio, em 250, morreu mártir em 258. Escreveu a bela obra 'Sobre a unidade da Igreja Católica'. Na obra De Lapsis, sobre os que apostataram na perseguição, narra ao vivo o drama sofrido pelos cristãos, a força de uns, o fracasso de outros. Escreveu ainda a obra 'Sobre a Oração do Senhor, sobre o Pai Nosso'.

17. Eusébio de Cesaréia (260-339) bispo, foi o primeiro historiador da Igreja. Nasceu na Palestina, em Cesareia, discípulo de Orígenes. Escreveu a sua 'Crônica e a História Eclesiástica', além de 'A Preparação e a Demonstração Evangélicas'. Foi perseguido por Dioclesiano, imperador romano.

18. Santo Atanásio (295-373), doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, jovem ainda foi viver o monaquismo nos desertos do Egito,onde conheceu o grande Santo Antão (†376), o 'pai dos monges'. Tornou-se diácono da Igreja de Alexandria, e junto com o seu Bispo Alexandre, se destacou no Concílio de Niceia (325) no combate ao arianismo. Tornou-se bispo de Alexandria em 357 e continuou a sua luta árdua contra o arianismo (Ário negava a divindade de Jesus), o que lhe valeu sete anos de exílio. 

19. Santo Hilário de Poitiers (316-367), doutor da Igreja, nasceu em Poitiers, na Gália (França); em 350, o clero e o povo o elegeram bispo, apesar de ser casado. Organizou a luta dos bispos gauleses contra o arianismo. Foi exilado pelo imperador Constâncio, na Ásia Menor, voltando para a Gália em 360, fazendo valer as decisões do Concílio de Niceia. É chamado o 'Atanásio do Ocidente'. Escreveu as obras 'Sobre a Fé' e 'Sobre a Santíssima Trindade'.

20. Santo Efrém, o Sírio (†373) doutor da Igreja é considerado o maior poeta sírio, chamado de 'a cítara do Espírito Santo'. Nasceu em Nísibe, de pais cristãos, por volta de 306 e deve ter participado do Concílio de Niceia (325), segundo a tradição, com o seu bispo Tiago. Foi ordenado diácono em 338 e assim ficou até o fim da vida. Escreveu tratados contra os gnósticos, os arianos e contra o imperador Juliano, o apóstata. Escreveu belos hinos e louvores a Maria.

21. São Cirilo de Jerusalém (†386), doutor da Igreja, bispo de Jerusalém, guardião da fé professada pela Igreja no Concílio de Niceia (325). Autor das 'Catequeses Mistagógicas', esteve no segundo Concílio Ecumênico, em Constantinopla, em 381.

22. São Dâmaso (304-384), papa da Igreja; de origem espanhola, sucedeu o Papa Libério que o ordenou diácono; obteve do Imperador Graciano o reconhecimento jurisdicional do bispo de Roma. Mandou que São Jerônimo fizesse uma revisão da versão latina da Bíblia, a Vulgata. Descobriu e ornamentou os túmulos dos mártires nas catacumbas, para a visita dos peregrinos.

23. São Basílio Magno (329-379), bispo e doutor da Igreja, nasceu na Capadócia; seus irmãos Gregório de Nissa e Pedro, são santos. Foi íntimo amigo de São Gregório Nazianzeno; fez-se monge. Em 370 tornou-se bispo de Cesareia na Palestina e metropolita da província da Capadócia. Combateu o arianismo e o apolinarismo (Apolinário negava que Jesus tinha uma alma humana). Destacou-se no estudo da Santíssima Trindade.

24. São Gregório Nazianzeno (329-390), doutor da Igreja, nasceu em Nazianzo, na Capadócia, era filho do bispo local, que o ordenou padre; foi um dos maiores oradores cristãos. Foi grande amigo de São Basílio, que o sagrou bispo. Lutou contra o arianismo. Sua doutrina sobre a Santíssima Trindade o fez ser chamado de 'teólogo', o que o Concílio de Calcedônia confirmou em 481.

25. São Gregório de Nissa (†394) foi bispo de Nissa e depois de Sebaste, irmão de São Basílio e amigo de São Gregório Nazianzeno. Os três santos brilharam na Capadócia. Foi poeta e místico; teve grande influência no primeiro Concílio de Constantinopla (381) que definiu o dogma da Santíssima Trindade. Combateu o apolinarismo, o macedonismo (Macedônio negava a divindade do Espírito Santo) e o arianismo.

26. São João Crisóstomo (354-407) doutor da Igreja, é o mais conhecido dos Padres da Igreja grega. Nasceu em Antioquia. Tornou-se patriarca de Constantinopla, foi grande pregador. Foi exilado na Armênia por causa da defesa da fé sã. Foi proclamado pelo papa São Pio X, padroeiro dos pregadores.

27. São Cirilo de Alexandria (†444) bispo e doutor da Igreja, sobrinho do patriarca de Alexandria, Teófilo, o substituiu na Sé episcopal em 412. Combateu vivamente o nestorianismo (Nestório negava que em Jesus havia uma só Pessoa e duas naturezas), com o apoio do papa Celestino. Participou do Concílio de Éfeso (431), que condenou as teses de Nestório. É considerado um dos maiores Padres da língua grega e chamado de 'doutor mariano'.

28. São João Cassiano (360-465) recebeu formação religiosa em Belém e viveu no Egito. Foi ordenado diácono por São João Crisóstomo, em Constantinopla e padre pelo papa Inocêncio, em Roma. Em 415 fundou dois mosteiros em Marselha, um para homens e outro para mulheres.

29. São Paulino de Nola (†431) nasceu na Gália (França), exerceu importantes cargos civis até ser batizado. Vendeu seus bens, distribuindo o dinheiro aos pobres, e com sua esposa Terásia passou a viver vida eremítica. Foi ordenado padre em 394 e, em 409, tornou-se bispo de Nola.

30. São Pedro Crisólogo (†450) bispo e doutor da Igreja; foi bispo de Ravena, Itália. Quando Êutiques, patriarca de Constantinopla pediu o seu apoio para a sua heresia (monofisismo - uma só natureza em Cristo), respondeu: 'Não podemos discutir coisas da fé, sem o consentimento do Bispo de Roma'. Temos 170 de suas cartas e escritos sobre o Credo e o Pai Nosso.

31. Santo Ambrósio (†397), doutor da Igreja, nasceu em Tréveris, de nobre família romana. Com 31 anos governava em Milão as províncias de Emília e Ligúria. Ainda catecúmeno, foi eleito bispo de Milão, pelo povo, tendo, então, recebido o batismo, a ordem e o episcopado. Foi conselheiro de vários imperadores e batizou santo Agostinho, cujas pregações ouvia. Deixou obras admiráveis sobre a fé católica.

32. São Jerônimo (347-420), 'Doutor Bíblico'; nasceu na Dalmácia e educou-se em Roma; é o mais erudito dos Padres da Igreja latina; sabia o grego, latim e hebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379 foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de São Gregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário do Papa São Dâmaso, por cuja ordem fez a revisão da versão latina da Bíblia (Vulgata), em Belém, por 34 anos. Pregava o ideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana e combatia os maus costumes do clero. 

33. Santo Epifânio (†403), Nasceu na Palestina, muito culto, foi superior de uma comunidade monástica em Eleuterópolis (Judeia) e depois, bispo de Salamina, na ilha de Chipre. Batalhou muito contra as heresias, especialmente o origenismo.

34. Santo Agostinho (354-430), Bispo e Doutor da Igreja; nasceu em Tagaste, Tunísia, filho de Patrício e Santa Mônica. Grande teólogo, filósofo, moralista e apologista. Aprendeu a retórica em Cartago, onde ensinou gramática até os 29 anos de idade, partindo para Roma e Milão onde foi professor de retórica na corte do Imperador. Ali se converteu ao cristianismo pelas orações e lágrimas de sua mãe Mônica e pelas pregações de Santo Ambrósio, bispo de Milão. Foi batizado por esse bispo em 387. Voltou para a África em veste de penitência onde foi ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona aos 42 anos de idade. Combateu com grande capacidade as heresias do seu tempo, principalmente o maniqueísmo, o donatismo e o pelagianismo, que desprezava a graça de Deus. Santo Agostinho escreveu muitas obras e exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo ocidental. É chamado de 'Doutor da Graça'. 

35. São Leão Magno (400-461) - papa e Doutor da Igreja; nasceu em Toscana, foi educado em Roma. Foi conselheiro sucessivamente dos papas Celestino I (422-432) e Xisto III (432-440) e foi muito respeitado como teólogo e diplomata. Participou de grandes problemas da Igreja do seu tempo e pôde travar contato pessoal e por cartas com Santo Agostinho, São Cirilo de Alexandria e São João Cassiano. Deixou 96 Sermões e 173 Cartas que chegaram até nós. Participou ativamente na elaboração dogmática sobre o grave problema tratado no Concílio de Calcedônia, a condenação da heresia chamada monofisismo. Leão foi o primeiro Papa que recebeu o título de Magno (grande). Em sua atuação no plano político, a História registrou e imortalizou duas intervenções de São Leão, respectivamente junto a Átila, rei dos Hunos, em 452 e junto a Genserico, em 455, bárbaros que queriam destruir Roma.

36. São Vicente de Lérins (†450) Depois de muitos anos de vida mundana, refugiou-se no mosteiro de Lérins. Escreveu o seu Commonitorium, 'para descobrir as fraudes e evitar as armadilhas dos hereges'.

37. São Bento de Núrcia (480-547) nasceu em Núrcia, na Úmbria, Itália; estudou Direito em Roma, quando se consagrou a Deus. Tornou-se superior de várias comunidades monásticas; tendo fundado no monte Cassino a célebre abadia local. A sua Regra dos Mosteiros tornou-se a principal regra de vida dos mosteiros do ocidente, elogiada pelo papa São Gregório Magno, usada até hoje. O lema dos seus mosteiros era ora et labora. O Papa Pio XII o chamou de 'Pai da Europa' e Paulo VI proclamou-o 'Patrono da Europa', em 24/10/1964.

38. São Venâncio Fortunato (530-600) nasceu em Vêneto na Itália, foi para Poitiers (França). Autor de célebres hinos dedicados à Paixão de Cristo e à Virgem Maria, até hoje usados na Igreja.

39. São Gregório Magno (540-604), papa e doutor da Igreja; nasceu em Roma, de família nobre. Ainda muito jovem foi primeiro ministro do governo de Roma. Grande admirador de São Bento, resolveu transformar suas muitas posses em mosteiros. O papa Pelágio o enviou como núncio apostólico em Constantinopla até o ano 585. Foi feito papa em 590. Foi um dos maiores papas que a Igreja já teve. Promoveu na liturgia o canto gregoriano. Profunda influência exerceram os seus escritos: 'Vida de São Bento' e 'Regra Pastoral', usado ainda hoje.

40. São Máximo, o confessor (580 - 662) nasceu em Constantinopla, foi secretário do imperador Heráclio, depois foi para o mosteiro de Crisópolis. Lutou contra o monofisismo e monotelismo, sendo preso, exilado e martirizado por isso. Obteve a condenação do monotelismo no Concílio de Latrão, em 649.

41. Santo Ildefonso de Sevilha (†636) doutor da Igreja. Considerado o último Padre do ocidente. Bispo de Sevilha, Espanha desde 601. Em 636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo. Exerceu notável influência na Idade Média com os seus escritos exegéticos, dogmáticos, ascéticos e litúrgicos.

42. São Germano de Constantinopla (610-733) bispo e Patriarca de Constantinopla (715-30), nasceu em Constantinopla ao final do reinado do imperador Heracleo (610-41); morreu em 733 ou 740. Filho de Justiniano, um patriciano, Germano dedicou seus serviços à Igreja e começou como clérigo na catedral de Metrópolis. Logo depois da morte de seu pai que havia ocupado vários altos cargos de oficial, pelas mãos do sobrinho de Herácleo, Germano se consagrou bispo de Chipre, em data desconhecida.

43. São João Damasceno (675-749) bispo e Doutor da Igreja; é considerado o último dos representantes dos padres gregos. É grande a sua obra literária: poesia, liturgia, filo e apologética. Filho de um alto funcionário do califa de Damasco, cuja corte abandonou para viver no mosteiro de São Sabas, perto de Jerusalém. Tornou-se o pregador titular da basílica do Santo Sepulcro. Enfrentou com muita coragem a heresia dos iconoclastas que condenavam o culto das imagens. Ficaram famosos os seus 'Três Discursos a Favor das Imagens Sagradas'.

quarta-feira, 21 de março de 2018

SOBRE A INTERCESSÃO DOS SANTOS

Que aproveitam aos santos o nosso louvor, a nossa glorificação e até esta mesma solenidade? Para que tributar honras terrenas a quem o Pai celeste glorifica, segundo a promessa verdadeira do Filho? De que lhes servem os nossos panegíricos [discursos de louvor]? Os santos não precisam das nossas honras e nada podemos oferecer-lhes com a nossa devoção. Realmente, venerar a sua memória interessa a nós e não a eles. Por mim, confesso, com esta evocação sinto-me inflamado por um anseio veemente. 

O primeiro desejo que a recordação dos santos excita ou aumenta em nós é o de gozar da sua amável companhia, de merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem aventurados, de sermos integrados na assembleia dos Patriarcas, na falange dos Profetas, no senado dos Apóstolos, no inumerável exército dos Mártires, na comunidade dos Confessores, nos coros das Virgens; enfim, de nos reunirmos e nos alegrarmos na comunhão de todos os Santos. 

Aguarda-nos aquela Igreja dos primogênitos e nós ficamos insensíveis; desejam os santos a nossa companhia e nós pouco nos importamos; esperam-nos os justos e nós parecemos indiferentes. Despertemos, finalmente, irmãos. Ressuscitemos com Cristo, procuremos as coisas do alto, saboreemos as coisas do alto. Desejemos os que nos desejam, corramos para os que nos aguardam, preparemo-nos com as aspirações da nossa alma para entrar na presença daqueles que nos esperam. Não devemos apenas desejar a companhia dos santos, mas também a sua felicidade, ambicionando com fervorosa diligência a glória daqueles por cuja presença suspiramos. Na verdade, esta ambição não é perniciosa, nem o desejo de tal glória é de modo algum perigoso.

Ao comemorarmos os santos, um segundo desejo se inflama em nós: que, tal como a eles, Cristo, nossa vida, se nos manifeste também e que nos manifestemos também nós com Ele revestidos de glória. É que de momento a nossa Cabeça revela-se-nos não como é, mas como encarnou por nós, não coroada de glória, mas rodeada dos espinhos dos nossos pecados. Envergonhemo-nos de sermos membros tão requintados sob uma Cabeça coroada de espinhos, à qual por agora a púrpura não proporciona honras mas afronta. Chegará o momento da vinda de Cristo; e já não se anunciará a sua morte, para sabermos que também nós estamos mortos e que a nossa vida está escondida com Ele. Aparecerá a Cabeça gloriosa e com ela resplandecerão os membros glorificados, quando Ele transformar o nosso corpo mortal e o tornar semelhante ao corpo glorioso da Cabeça que é Ele mesmo.

Desejemos pois esta glória com total e segura ambição. Mas para podermos esperar tal glória e aspirar a tamanha felicidade, devemos desejar também ardentemente a intercessão dos santos, a fim de nos ser concedido, pelo seu patrocínio, o que as nossas possibilidades não alcançam.

(Dos Sermões de São Bernardo)