terça-feira, 7 de março de 2017

VERSUS: CONVERSÃO X CONVERSÃO

Com o tema 'Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida' e o lema 'Cultivar e guardar a criação' (Gn 2.15), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) proclamou a sua Campanha da Fraternidade para o ano de 2017. A proposta é enfatizar os diferentes biomas brasileiros e estabelecer relações amistosas entre estes espaços e a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Nas palavras do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner: 'ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem sejamos conduzidos à vida nova' e ainda 'tocados pela magnanimidade e bondade dos biomas, seremos conduzidos à conversão, isto é, cultivar e a guardar'.


(CNBB, 2017)

Sinceramente, alguém com um mínimo de percepção intelectual seria contra a manutenção e a preservação dos biomas, em defesa da vida e do bem estar das futuras gerações? Mas alguém, em sã consciência, acha mesmo que, ao defender os biomas, tocados pela sua 'magnanimidade e bondade', 'seremos conduzidos à conversão?' É essa realmente a resposta de conversão que a Igreja nos apresenta, a nós católicos, nestes tristes e dramáticos tempos da história do homem?


'Agora reinam os maus costumes, a política, o respeito humano, a simulação. Há um escândalo geral por toda parte. Este é o maior e mais forte castigo que caiu sobre todo o mundo: a confusão das ideias. Muitas vezes te disse que antes do fim passaríamos pela Torre de Babel'.

(8 de junho de 1829)

A paz esteja convosco, meus filhos, por toda parte deveis dizer que não só não há paz, mas que os diabos dançam dia e noite, e tecem grandes tramas, apanham em suas redes muitos peixes, cordeiros e ovelhas e as levam à perdição em grandes quantidades, eles se abeberaram com o fel e com o sangue humano ... Eu te falei para não seguir os santos modernos, mas aferrar-te aos antigos, porque os santos modernos, sendo todos ou quase todos falsos, te teriam estragado.'

(14 de abril de 1830)

'Não se pode medir quanto tenham avançado as iniquidades, tanto do homem quanto da mulher. Os demônios, soezes, riem e festejam, porque não têm necessidade de tentações... Não, porque de modo suficiente a malícia e a iniquidade, tanto do homem quanto da mulher, superam em muitos graus a do demônio, pelas obscenidades que se cometem, de todos os gêneros, pelos dois sexos'.

(13 de setembro de 1831)

'Assim dirás a teu confidente que diga a esta gente que chove almas no inferno como a neve. E [almas] de quem? De batizados'.

(10 de setembro de 1820)

(Mensagens de Deus à Beata Anna Maria Taigi (1769 - 1837), transcritas pelo Pe. Gabriel Bouffier na obra 'La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification', Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865).

Estas mensagens divinas, tão duras e impositivas, já têm quase 200 anos! Se há 200 anos, choviam almas como a neve no inferno, o que se pode imaginar nestes nossos tempos? Sinceramente, de que conversão realmente precisamos, senão aquela que leva essencialmente à salvação das almas?