sábado, 8 de novembro de 2014

DAS VISÕES DO PADRE PIO

Meu caríssimo Padre*:

'Na sexta-feira pela manhã, eu ainda estava na cama quando Jesus me apareceu. Estava todo maltratado e desfigurado. Ele me mostrou uma grande multidão de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais vários dignitários eclesiásticos; destes, uns estavam celebrando, outros falando, e outros se despindo das vestes sagradas.

A visão de Jesus angustiado causava-me muita pena, por isso quis Lhe perguntar por que sofria tanto. Não obtive nenhuma resposta. Contudo, seu olhar se dirigiu para aqueles sacerdotes; mas pouco depois, quase horrorizado e como se fosse parar de fitar, retirou o olhar e, quando o voltou para mim, observei com grande horror duas lágrimas que Lhe sulcavam o rosto. Distanciou-se daquela turba de sacerdotes com uma grande expressão de desgosto na face, gritando: ‘Açougueiros!’

E voltando-se para mim, disse: ‘Meu filho, não acredites que minha agonia foi de três horas, não; Eu estarei, por causa das almas mais beneficiadas por Mim, em agonia até o fim do mundo. Durante o tempo da minha agonia, meu filho, não se deve dormir. Minha alma vai em busca de qualquer gota de compaixão humana, mas ai daqueles que me deixam sozinho sob o peso da indiferença. 

A ingratidão e o sono de meus ministros tornam minha agonia mais pesada. Oh, como correspondem mal ao meu amor! O que mais me aflige é que, à indiferença, essas pessoas juntam o desprezo e a incredulidade. Quantas vezes Eu estive para fulminá-los, se não tivesse sido contido pelos anjos e pelas almas enamoradas de Mim. Escreve ao teu confessor e narra-lhe o que viste e ouviste de Mim esta manhã. Diga a ele que mostre a tua carta ao Provincial...' 

Jesus ainda continuou, mas o que Ele me disse não posso jamais revelar a criatura alguma neste mundo. Essa aparição me causou uma tal dor no corpo, mas ainda mais na alma que, durante todo o dia, fiquei prostrado e julguei que fosse morrer, se o dulcíssimo Jesus já não me tivesse revelado. Jesus infelizmente tem razão para lamentar de nossa ingratidão! Quantos desgraçados de nossos irmãos correspondem ao amor de Jesus lançando-se de braços abertos na seita infame da maçonaria!

(Padre Pio da Pietrelcina, carta ao seu diretor espiritual, *Pe. Agostino, em 7 de abril de 1913)