quinta-feira, 3 de outubro de 2024

O ROSÁRIO NOSSO DE CADA DIA (III)

 

TERCEIRO MISTÉRIO GOZOSO: A NATIVIDADE

E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria... O anjo disse-lhes: 'Não temais, eis que vos anuncio uma Boa-Nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor'. (Lc 2, 7.10-11).

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, este mistério em honra da vossa Santíssima Natividade e vos pedimos, pela intercessão da vossa Mãe Santíssima, a graça do desapego às coisas deste mundo e o amor aos pobres e à pobreza.

Pai Nosso, 10 Ave Marias, Glória ao Pai, Ó meu Jesus...

PALAVRAS DE SALVAÇÃO

'O tempo presente é um tempo para reconhecermos os nossos pecados. Reconhecei o mal que fizestes, por palavras ou por atos, de dia ou de noite. Reconhece-o agora, que é o tempo propício, e no dia da salvação receberás o tesouro celeste. Limpa o teu vaso, para que ele seja capaz de uma graça mais abundante, pois o perdão dos pecados é dado a todos por igual, mas o dom do Espírito Santo é concedido na proporção da fé de cada um. Se trabalhardes pouco, pouco recebereis; se trabalhardes muito, muito será a vossa recompensa. Correis para vosso próprio proveito; olhai, pois, para a vossa própria conveniência. Se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe. Se quereis o perdão dos pecados, deveis perdoar primeiro quem vos ofendeu'.

São Cirilo de Jerusalém

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

O ROSÁRIO NOSSO DE CADA DIA (II)

 

SEGUNDO MISTÉRIO GOZOSO: A VISITAÇÃO

Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? (Lc 1, 41-43).

Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, este mistério em honra da Visitação de vossa Santa Mãe à sua prima Santa Isabel e vos pedimos, pela intercessão da vossa Mãe Santíssima, a graça de uma perfeita caridade para com o nosso próximo.

Pai Nosso, 10 Ave Marias, Glória ao Pai, Ó meu Jesus...

ORACÃO AOS NOVE COROS DOS ANJOS


Ó Santos Anjos, vigiai sobre nós em todos os momentos desta vida terrena. Ó Santos Arcanjos, sede nossos guias no caminho para o céu. Ó Coro dos Principados, governai-nos em corpo e alma. Ó Potestades Celestes, preservai-nos contra as ciladas dos demônios. Ó Virtudes Celestes, dai-nos força e coragem na batalha da vida. Ó Dominações Celestes, obtende-nos o domínio sobre a rebelião da nossa carne. Ó Tronos sagrados, concedei-nos a paz para com Deus e para com os homens. Ó Querubins gloriosos, iluminai as nossas mentes com o conhecimento celestial. Ó Serafins iluminados, acendei em nossos corações o fogo da caridade. Amém.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

O ROSÁRIO NOSSO DE CADA DIA (I)


PRIMEIRO MISTÉRIO GOZOSO: A ANUNCIAÇÃO

Entrando, o anjo disse-lhe: 'Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo'... O anjo disse-lhe: 'Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim' (Lc 1, 28.30-33).

Nós vos ofererecemos, Senhor Jesus, este mistério em honra da vossa Encarnação e vos pedimos, pela intercessão da vossa Mãe Santíssima, a graça de uma profunda humildade.

Pai Nosso, 10 Ave Marias, Glória ao Pai, Ó meu Jesus...

01 DE OUTUBRO - SANTA TERESA DE LISIEUX

  


Chamada de ‘maior santa dos tempos modernos’ e recentemente elevada à glória de doutora da Igreja Católica, Teresa de Lisieux transformou-se num dos personagens mais venerados no mundo católico como ‘Santa Teresinha do Menino Jesus’. Feitos extraordinários para uma simples carmelita, que viveu no mais absoluto ostracismo e morreu com apenas 24 anos de idade. Marie Françoise Thérèse Martin nasceu em Alençon, em 02/01/1873, e faleceu em Lisieux, em 30/09/1897. Foi canonizada em 17 de maio de 1925 pelo Papa Pio XI, que posteriormente a declarou ‘Patrona Universal das Missões Católicas’ em 1927. O Papa João Paulo II tornou-a Doutora da Igreja no dia 19 de outubro de 1997. 

Por desígnios divinos, Santa Teresinha foi a preceptora de um particular caminho de santificação: a chamada ‘pequena via’, a via de confiança absoluta à vontade de Deus. Na plena aceitação dos desígnios divinos sobre as almas de cada um de nós, no abandono de nossas vidas nos braços de Jesus Cristo, na entrega total de nossas ações e pensamentos à proteção da Santíssima Virgem: eis aí a pequena via, o caminho da infância espiritual, a gloriosa trilha de santificação para os homens comuns, o espantoso atalho ao Céu, proposto e vivido intensamente pela santa carmelita. Eis a sua pequena via maravilhosa de santificação: basta aceitar a nossa própria pequenez, a imensa fragilidade humana que nos domina, as enormes limitações de viver em plenitude os desígnios de Deus sobre as nossas almas; fazer de tantas imperfeições e fragilidades, não meros obstáculos, mas as próprias pedras do caminho, rejuntadas e consolidadas firmemente num imenso amor e numa confiança sem limites na bondade e misericórdia de Deus. 

Além de cartas e poesias (e outros documentos registrados por suas irmãs do Carmelo), o legado de Santa Teresinha está por inteiro em sua famosa obra ‘História de uma alma’ (publicado originalmente em 1898), que registra, além de seus manuscritos autobiográficos e de suas proposições espirituais, as premissas e os fundamentos do seu caminho da infância espiritual. 

Nesta pequena via, a santificação começa e termina pelo propósito de fazer, de cada dia, mais um passo na peregrinação ao Céu, transformando cada ação diária, cada ato da nossa vida mundana, por mais simples e despojado que seja, em obra de perfeição cristã, compartilhado e vivido para a plena glória do Pai (‘sede perfeitos como vosso Pai do Céu é perfeito’). Nesta pequena via, a santificação é caminho simples e fácil para todos os homens e mulheres dos nossos tempos, e precisa apenas da resolução tão claramente expressa na curta vida da carmelita de Lisieux: ‘nunca distanciar a minha alma do olhar de Jesus’.

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

TRATADO SOBRE A HUMILDADE (XI)

 

56. Há um tipo de orgulho que é ainda mais abominável aos olhos de Deus do que qualquer outro, e é aquele - como diz a Sagrada Escritura - que pertence mais especialmente aos pobres. 'O pobre que se ensoberbece, minha alma odeia' [Eclo 25,4]. Se o orgulho de quem é rico em méritos, talentos e virtudes - tesouros mais preciosos para a alma - é desagradável a Deus, mais desagradável ainda será para Ele em quem não tem esses mesmos motivos de orgulho, mas que, pelo contrário, teria todas as razões para ser humilde. E este, receio, é o orgulho de que sou culpado.

Sou pobre de alma, sem virtude nem mérito, cheio de iniquidade e malícia, e, no entanto, me estimo e amo tanto a minha própria estima que fico perturbado se os outros não me estimam também. Sou verdadeiramente uma criatura pobre, orgulhosa e miserável; e quanto maior é a minha pobreza, mais o meu orgulho é detestável aos olhos de Deus. Tudo isto resulta de não conhecer a mim próprio. Concedei, ó meu Deus, que eu possa dizer como o profeta: 'Eu sou o homem que vê a minha pobreza' [Lm 3,1]. Fazei-me conhecer, Senhor, a minha própria miséria, que de mim mesmo nada sou, nada sei, nada possuo senão os meus pecados, e nada mereço senão o inferno. Recebi de Vós muitas graças, luzes e inspirações, e muita ajuda, e no entanto com que ingratidão respondi à vossa infinita bondade! Quem mais pecador, quem mais ingrato e quem mais perverso do que eu? Quanto mais fizestes por mim, tanto mais humilde devo ser, pois terei de te prestar contas rigorosas de todos os vossos benefícios: 'E a quem muito for dado, muito será pedido' [Lc 12,48]. E, no entanto, quanto maior é a vossa bondade, maior tem sido o meu orgulho. Coro de vergonha, e é o conhecimento do meu orgulho que me obriga agora a ser humilde.

57. É mais fácil ser humilde na adversidade do que na prosperidade, e é impossível dizer o quanto a felicidade temporal influencia o homem a ser orgulhoso. 'Dos sofrimentos dos mortais não participam' [Sl 72,5], assim o Profeta-Rei fala dos pecadores, e acrescenta: 'Por isso a soberba os prendeu' [Sl 72,6]. A adversidade contrabalança o nosso amor-próprio e impede o seu crescimento, pois, por um lado, dá-nos a conhecer as nossas fragilidades, tanto mais quando é inesperada e dolorosa, e, por outro lado, obriga-nos a voltar os nossos pensamentos para Deus, a implorar a sua misericórdia e a humilharmo-nos sob a sua mão, como fez o profeta: 'Na minha aflição invoquei o Senhor' [Sl 17,7] e 'E como um triste, assim me humilhei' [cf Sl 34, 13-14]. Portanto, se não soubermos suportar as tribulações com alegria, pelo menos suportemo-las com paciência e humildade.

Ó como são preciosas essas humilhações pelas quais adquirimos e aprendemos a exercitar a humildade! É então que devemos exclamar com o salmista: 'na sepultura, acaso há de se falar no seu amor? [Sl 88,11] ou então, como o rei Nabucodonosor quando, caindo em si, humildemente exclamou: 'Por isso, agora louvo, engrandeço e glorifico o Rei dos Céus, porque Ele é capaz de humilhar os que andam na soberba' [Dn 4,34]. As aflições não faltam neste vale de lágrimas, mas são poucos os que sabem usá-las como meio de se tornarem humildes. Concedei, ó meu Deus, a vossa misericórdia, para que eu possa estar entre esses poucos!

('A Humildade de Coração', de Fr. Cajetan (Gaetano) Maria de Bergamo, 1791, tradução do autor do blog)