sábado, 31 de outubro de 2020

AS 77 GRAÇAS DA SANTA MISSA


1. Deus, o Pai celestial, envia o seu Filho à Terra para a nossa salvação;

2. Para obedecer ao Pai e por nosso amor, Jesus Cristo humilha-se a ponto de ocultar-se sob as espécies de pão e de vinho;

3. O Espirito Santo muda o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo;

4. Nosso Senhor humilha-se tanto por nosso amor que se faz realmente presente na menor partícula de cada Hóstia consagrada;

5. Nosso Senhor renova o mistério da sua Santa Encarnação;

6 . Nosso Senhor nasce de novo por nós;

7. Ele dá outra vez todos os testemunhos de amor que concedeu aos homens durante sua vida terrestre;

8. Ele renova a sua dolorosa Paixão e nos deixa participar dos seus frutos;

9. Ele morre espiritualmente e dá a sua vida preciosa por nós;

10. Ele derrama o seu Sangue e apresenta-o ao Pai celeste pela nossa salvação;

11. Ele rega a nossa alma com o seu Sangue divino e a purifica de suas manchas;

12. Ele se oferece em holocausto por nós, e dá a Deus toda a honra que lhe é devida;

13. Se, da nossa parte, unimo-nos no oferecimento de seu oferecimento ao eterno Pai, desagrava­mos a Deus na honra, que deixamos de prestar-lhe no passado;

14. Nosso Senhor se imola por nós em sacrifício de louvor;

15. Oferecendo a Deus Pai estes louvores de Jesus Cristo, damos-lhe maior glória do que lhe podem dar os Anjos do Céu;

16.  Nosso Senhor se oferece em sacrifício de agradecimento e compensa assim a nossa ingratidão;

17. A oferta deste sacrifício de agradeci­mento retribui a Deus todos os seus benefícios;

18. Nosso Senhor reconcilia-nos com Deus;

19. Nossos pecados veniais são perdoados, contanto que tomemos a resolução de não cometê-los mais;

20. Compensa-se a Deus pelo bem que omitimos;

21. Nossas negligências no cum­primento do bem são reparadas;

22. São perdoados os nossos pecados cometidos por inadvertência, como também aqueles que não conhecemos ou esquecemos de acusar na con­fissão;

23. Cristo é nosso sacrifício de satisfação e que paga parte de nossa dívida para com a Justiça divina;
24. Em uma Santa Missa, podemos expiar maior número de pecados do que por gran­des penitências;

25. Nosso Senhor nos comunica uma parte dos seus méritos e nós, por nossa vez, podemos oferecê-los ao Pai Celeste por nossos pecados;

26. Nosso Senhor ora por nós como o fez na Cruz por seus inimigos;

27. Seu precioso Sangue clama miseri­córdia, tantas vezes quantas gotas derramou;

28. Suas sagradas chagas imploram por nós o perdão dos nossos pecados;

29. Por causa de Nosso Senhor, as nossas orações, durante a santa Missa, são mais facilmente atendidas;

30.  A oração na hora da Missa é mais eficaz;

31. Nossa oração é oferecida ao pai, por intercessão de Nosso Senhor;

32. Nosso senhor advoga nossa causa e ocupa-se da nossa salvação;

33. Os anjos presentes rezam por nós e oferecem nossa oração a Deus;

34. Pela virtude da Santa Missa, o demônio mantém-se afastado de nós;

35. O sacerdote reza muito particularmente pelos presentes, tornando-lhes assim mais salutar o Santo Sacrifício;

36. Assistindo a Santa Missa, tornamo-nos como que sacerdotes em espírito, e Jesus Cristo nos concede o poder de oferecer a Missa, juntando nossa oração à do sacerdote, por nós e pelos outros;

37. A Santa Missa é o presente mais agradável que podemos oferecer à Santíssima Trindade;

38. Este presente é mais precioso que o Céu e a Terra;

39. Este presente vale o próprio Deus;

40. A Santa Missa é a maior glória a Deus;

41. A Santa Missa é a alegria da Santíssima Trindade;

42. A participação na Santa Missa é um dom que nos foi concedido por Jesus Cristo;

43. Assistir a Santa Missa constitui o maior culto de adoração;

44. Pela Santa Missa, rendemos as maiores homenagens à Humanidade de Jesus Cristo;

45. Pela Santa Missa, honramos dignamente a Paixão do Salvador e dela recolhemos os frutos;

46. Pela Santa Missa, honramos e regozijamos a Mãe de Deus;

47. Pela Santa Missa, honramos e regozijamos os anjos e os santos, mais que por muitas outras orações;

48. A Missa é o melhor meio de enriquecer a nossa alma;

49. A Santa Missa é a boa obra por excelência;

50. A Santa Missa é o ato supremo da fé que nos assegura grande recompensa;

51. Prostrando-nos piedosa e humildemente diante das Sagradas Espécies Eucarísticas, efetuamos um ato sublime de adoração;

52. Cada vez que olharmos, cheios de fé, para a Santa Hóstia, ganhamos uma recompensa especial no Céu;

53. Cada vez que batemos ao peito pela contrição dos nossos pecados, obtemos a remissão de muitas culpas;

54. Se tivermos a infelicidade de estar em pecado mortal e ouvirmos devotamente a santa Missa, Deus nos oferecerá a graça da conversão;

55. A Santa Missa nos aumenta a graça santificante e nos atrai muitas graças atuais;

56. Assistindo à Santa Missa, somos espiritualmente nutridos do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo;

57. Assistindo à Santa Missa, gozamos da alegria insigne de poder contemplar a Jesus Cristo sob as Santas Espécies;

58. Assistindo à Santa Missa, recebemos a benção do sacerdote que Deus ratifica no Céu;

59. A assistência à Santa Missa atrai também bênçãos temporais;

60. A assistência à Santa Missa preserva-nos de muitas desgraças;

61. A assistência à Santa Missa nos fortifica contra as tentações;

62. A assistência à Santa Missa traz a graça de uma boa morte;

63. Uma Missa ouvida em honra dos Anjos e dos Santos alcança-nos sua proteção e o seu socorro poderosíssimo;

64. Na hora da morte, as Missas que tivermos ouvido se tornarão uma fonte de consolação e de confiança na divina Misericórdia;

65.  As Missas que tivermos ouvido nos acompanharão diante do justo Juiz e pedirão graça para nós;

66. Um grande número de Missas bem ouvidas nos refrigerarão o ardor das chamas do purgatório;

67. Cada Missa assistida diminui a pena temporal mais do que uma rigorosa penitência;

68. Uma única Missa bem ouvida no decurso de nossa vida será mais proveitosa a nossa alma que um grande número delas oferecidas depois da nossa morte;

69. A devoção à Santa Missa nos valerá uma grande glória no Céu;

70. Cada missa que ouvimos eleva nosso futuro lugar no Céu e aumenta a nossa felicidade eterna;

71. Não podemos rezar mais eficazmente por nossos amigos que assistindo à Santa Missa;

72. A Santa Missa constitui o meio certo de retribuir a Deus os favores recebidos;

73. Os infelizes, os doentes, os moribundos e as almas do purgatório são nela poderosamente socorridos;

74. Pela Santa Missa, obtemos a conversão dos pecadores;

75.  Pela Santa Missa, todos os fiéis tiram do Santo Sacrifício abundantes bênçãos;

76.  Pela Santa Missa, as almas do purgatório são consoladas;

77. Os pobres, que não tem meios de mandar celebrar missas por seus caros defuntos podem, assistindo piedosamente a Santa Missa, livrar essas almas do fogo do purgatório.

(Venerável Frei Martinho de Cochem)

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

IMAGEM DA SEMANA

'Que a minha oração suba até vós como a fumaça do incenso, que minhas mãos estendidas para vós sejam como a oferenda da tarde' 
(Sl 140, 2)

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A VIDA OCULTA EM DEUS: ENCONTRAR JESUS NOS SEUS AMIGOS

Existem santos na terra, mesmo em nossos dias, e vós, ó Jesus, vivei neles! Eles têm olhos como os vossos olhos; a aparência deles é a vossa; o coração deles é como o vosso coração. É bom conhecer alguém que seja como vós no nosso caminho. Ficamos felizes só por vê-lo e, mais ainda, quando estamos junto dele e, muito mais, em sua intimidade! Ele fala pouco e ouve com paciência. Mas, sobretudo, ama.

Compreendemos, sentimos que é assim. Em sua companhia, percebemos a necessidade do silêncio, do recolhimento, da oração. Não está recolhido para si, mas para Vós. Fica ali, e quase não percebemos, pois ele se esquece de si mesmo. Não só nos faz pensar em Vós, mas a nos aproximarmos de Vós e em Vós sermos um.  Essa é a sua graça; parece que uma virtude misteriosa irradia do seu coração para apoderar-se do nosso e, assim, arrastar-nos até o Vosso Divino Coração. Começamos a entender realmente o que seja Vos amar e como é doce Vos amar pela comunhão com os santos. 

O que nos encanta também olhar para os que Vos amam é a pureza e a simplicidade desse amor: claro, límpido, brilhante. Um amor que não provém da carne, que é ignorada. Ignorada não apenas porque não é olhada, mas porque nem é vista. Ao percebermos isso, se realmente tendemos à perfeição, nos regozijamos porque esse olhar nos faz muito bem. Pois parece nos comunicar algo de sua pureza. Sentimo-nos elevados, enobrecidos, livres e espiritualizados. De repente, horizontes desconhecidos se descortinam diante de nós. O amor de Deus pode transformar tudo! Quem poderá nos dar esse amor? Quem nos poderá legar essa liberdade verdadeira? Com que fervor a esperamos pela concessão da Vossa bondade, ó meu Deus!

(Excertos da obra 'A Vida Oculta em Deus', de Robert de Langeac; Parte I -  O Esforço da Alma; tradução do autor do blog)

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

BREVIÁRIO DIGITAL - ILUSTRAÇÕES DE DORÉ (XVIII)

 PARTE XVIII (Lc 15 - Lc 24)

[O Filho Pródigo decide retornar à casa do seu pai (Lc 15, 18)]

[O Filho Pródigo nos braços do seu pai (Lc 15, 20)]

[O pobre Lázaro à porta da casa do homem rico (Lc 16, 20)]

[Um fariseu e um publicano em oração no templo (Lc 18,10)]

[Jesus expulsa os mercadores do templo (Lc 19, 45)]

[Um anjo se apresenta diante de Jesus no Horto das Oliveiras (Lc 22,43)]

[Jesus é levado ao Calvário para a sua crucificação (Lc 23, 33)]

[Jesus é crucificado e suas vestes são sorteadas (Lc 23, 33-34]

[O Calvário envolvido em trevas (Lc 23,44)]

[Jesus e os dois discípulos a caminho de Emaús (Lc  24, 15)]

[A Ascensão de Jesus ao Céu (Lc 24, 51)]

terça-feira, 27 de outubro de 2020

HISTÓRIAS QUE OUVI CONTAR (XX)

SOBRE UM IMENSO E BELO CAMPO DE TRIGO...


Sobre um imenso e belo campo de trigo, banhado por raios de sol, crescia uma espiga de grãos unidos e dourados, tomada de sonhos e ilusões tamanhas, que era movida, sob as chuvas, as aragens e os ventos passageiros, pelo desejo de crescer, crescer muito, até alcançar o céu com os seus longos ramos.

O Senhor, que conhecia os seus sonhos, a olhava com bondade e alegria com o seu propósito firme, desde os primeiros brotos, de subir até o céu da imensidade. E, a cada dia ensolarado e a cada chuva passageira, a espiga crescia e os seus grãos se tornavam maiores, maiores se tornavam os seus ramos, naquele imenso campo de trigo...

Mas eis que num belo dia, talvez nem chuvoso e nem tão ensolarado, um camponês munido de afiada foice começa a desbastar o campo de trigo e a colher todas as espigas maduras. E já estava tão perto...
- Não, eu não! Por favor não! - gritava em seu silêncio a espiga que queria tanto chegar ao céu.
- Não! Não! Não! Senhor, Senhor, velai por mim de tal sorte! - implorava ao Senhor no seu silêncio a espiga que sonhava ser do céu.

Com um golpe seco da foice, o camponês selou o destino da espiga sonhadora e, arrancando-a do feixe morto, a jogou no cesto às suas costas. Prensada e forçada entre outras espigas, a espiga sonhadora lamentava, no silêncio de sua condição, a triste sorte que lhe roubara os doces sonhos perdidos em dias ensolarados de verão.
- Senhor! Senhor! Por que permitistes isso? Por que não me socorrestes? Por que me desprezastes a tão grande pesar e abandono?

O Senhor permaneceu em silêncio e a espiga teve que amargar sozinha o seu abandono. 
- Querias crescer bem alto e uma foice desfez tanta miragem; querias subir ao céu e ganhastes o fundo do cesto de um pobre camponês - as outras espigas riam dela e da sua sorte igual e comum a todas as espigas do campo de trigo, tanto as que ousaram sonhar como as que não quiseram sonhar. 

Mais tarde, o camponês lançou as espigas dentro da moenda e os grãos foram separados, partidos e esmagados até se tornarem pó. 
- Senhor! Os grãos dourados que foram meus um dia e que ansiavam pelo céu tornaram-se hoje o pó de uma moenda! - gemia em silêncio a espiga sonhadora transformada em pó.
Recolhido o pó e acondicionado em um saco, a espiga triturada tornou-se refém de um cárcere escuro e pouco ventilado: 
- Onde está luz do sol de outrora? Onde está o céu dos meus desejos? - mas os seus anseios não tinham resposta pois o Senhor se mantinha no mais absoluto silêncio.

Passadas apenas algumas horas, o saco foi aberto e o pó foi colocado em uma vasilha. A espiga sonhadora tinha sido transformada em uma farinha muito branca, que refletia a luz do sol que entrava pelas janelas... Sentiu a água gelada da mistura, a moldagem da pasta, a compressão que a transformou em massa, a secagem em estufa e o recorte que dela fez partículas arredondadas. Moldada, prensada, submetida ao fogo e à água gelada, cortada... 'quanto sofrimento, Senhor, para nada, nada, nada...' 

Ainda estava a se lamentar, quando viu diante dela o céu e o Senhor do Céu. Viu quando Ele a tomou para Si em cada uma de suas partículas e, em cada uma, Se fez Deus. A farinha branca tomou a forma do Pão e se fez a morada do Senhor, que lhe disse então ternamente:

- Agora estás comigo para sempre e bendita foi a semente que te gerou! 
- Senhor! Eu vos chamei em tantos momentos e o Senhor permaneceu em silêncio...
- Guardei no silêncio da hóstia toda a glória do seu sofrimento. Aprenda de todo coração: chega-se ao Céu não subindo pelos ramos em data incerta, mas pelos sofrimentos cotidianos dos dias que apenas se bastam...    

(autor desconhecido, adaptação livre do autor do blog)

domingo, 25 de outubro de 2020

EVANGELHO DO DOMINGO

  

'Eu vos amo, ó Senhor!/ Sois minha força,/ minha rocha, meu refúgio e Salvador!/ Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga,/ minha força e poderosa salvação' (Sl 17)

 18/10/2020 - Trigésimo Domingo do Tempo Comum 

48. OS DOIS GRANDES MANDAMENTOS


Eis chegada agora a vez dos fariseus tramarem contra Jesus, após os tentadores de primeira hora, os saduceus, aos quais 'Jesus tinha feito calar' (Mt 22, 34). Cientes das manifestações anteriores das sábias palavras do Senhor e testemunhas de suas respostas demolidoras diante da perfídia e tentativas de manipulação dos saduceus, era preciso adotar desta vez estratégias mais elaboradas e mais ardilosas para induzir Jesus à contradição ou à suspeição da sua observância a algum preceito fundamental da lei judaica.

E, cingidos de todos os cuidados pela astúcia e pela malícia, reuniram-se em grupo, definiram-se pela pergunta mais ardilosa e escolheram 'um deles' (Mt 22, 35) para fazê-la, provavelmente aquele que fosse capaz de apresentar a questão aparentemente de forma mais sincera e espontânea possível: 'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?' (Mt 22, 36). E, diante a insincera indagação do homem fragilizado pelo pecado, a sabedoria divina vai pronunciar que, é no amor a Deus, traduzido em dois grandes mandamentos, que está contida toda a Lei e toda glória humana.

'Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento!' (Mt 22, 37). O amor de Deus não contempla divisões, parcelas, frações... impõe-se como a perfeição do todo, na manifestação plena de todos os sentidos e de todos os afetos humanos; não permite partilhas ou ressalvas, é o todo em tudo que fazemos, é tudo em todas as coisas que possuímos. De todo coração, de toda a alma, de todo o entendimento constitui a percepção da plenitude sem concessões de natureza alguma, a síntese de que o amor de Deus só pode ser emanado a partir de todas as forças da vontade humana, de toda a potência da alma entregue e disposta a cumprir, como meta única e definitiva, a Santa Vontade de Deus.

O pleno cumprimento da Vontade de Deus exige o amor incondicional ao próximo: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’ (Mt 22, 38). Amor ao próximo no amor de Deus: a face do irmão refletida no espelho de nossa alma, pois o amor sem medidas tem como princípio a caridade. Nas palavras de Jesus ao Doutor da Lei, afloram os dois grandes mandamentos que constituem a síntese da perfeição do amor que, nascido do coração humano, eleva-se sem máculas e em plenitude até o Coração de Deus.