domingo, 26 de julho de 2020

PÁGINAS COMENTADAS DOS EVANGELHOS DOS DOMINGOS


'Deus disse a Salomão: Já que pediste esses dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti nem haverá depois de ti(1Rs 3, 11-12)

sábado, 25 de julho de 2020

A VIDA OCULTA EM DEUS: A FÉ


Agradar a Deus é tudo o que importa para nós. Mesmo se tivéssemos todas as riquezas do mundo, mesmo se fôssemos admirados por todos, se não agradássemos a Deus, todas essas honras e admirações seriam inúteis. Mas se Ele está feliz conosco, se ele gosta de vir nos visitar e descansar em nossos corações, se ele está satisfeito conosco ... oh, então, tudo é ganho, e as coisas deste mundo, por sua vez, não valem nada.

Nossa maior sabedoria deve ser, portanto, tentar agradar a Deus em tudo, sempre e em todos os lugares, mais e mais, de maneira que Ele possa ser cativado pelo encanto de nossa alma. Como fazer isso? São Paulo nos diz, ou pelo menos, nos indica um dos meios indispensáveis: 'sem a fé, é impossível agradar a Deus'. Quando queremos empreender a conquista de Deus, temos que começar pela fé.

A fé é a firme adesão de nossas mentes à palavra de Deus. Pela fé, submetemos nossa mente, nosso coração e nossa vontade. Proclamamos que Deus é a própria verdade, palavra verdadeira e infalível, pelo que assim o agradamos e, pela fé, O honramos. Um mestre se alegra quando os seus discípulos acreditam nele, mesmo quando não entendem o que lhes é dito. Um pai está feliz quando seus filhos confiam nele. E que enriquecimento isso representa para a nossa inteligência, que comunhão é essa da verdadeira ciência de Deus! Ele vê, nós acreditamos!

Se uma alma verdadeiramente iluminada pela fé repousa em tudo nos braços do Pai e vê a Vontade de Deus em cada um dos pequenos deveres do momento presente, como pode não agradar a Deus? Durante todo o tempo, ela se põe à procura de descobri-lo nas mil ninharias, nos mil detalhes que compõem a sua vida. É de se supor que essa alma alcance diretamente a Deus, escondido sob as espécies dos pequenos deveres cotidianos. Seu olhar não se detém no plano das criaturas, mas ascende às Mãos que tudo sustentam e que tudo governam suave e firmemente; para essa alma, o mundo é apenas uma espécie de transparência, que reflete em cada momento a vontade de Deus. Como essa alma pode não agradar a Deus?

Vamos dar outro exemplo. A fé nos diz que toda alma em estado de graça possui a Santíssima Trindade no fundo de seu coração. Bem, aqui temos, portanto, uma alma que vive na fé. Se ela orar, irá diretamente ao santuário interior onde Deus se esconde e se entrega, à Santíssima Trindade que nela faz morada. Ela vai adorar, louvar, amar, ouvir o seu Deus, e falará com Ele; tentará, ainda, à sua medida, ter comunhão nesta vida divina, dizer a Palavra junto com o Pai, exalar o Espírito de Amor que procede do Pai e do Filho, e retornar ao Pai e ao Filho com o mesmo Espírito divino. Ela esquecerá a si mesma, esquecerá o mundo e, libertada das criaturas, terá prazer nesta comunhão, gostará de viver nela e não a deixará, exceto com dor, às vezes sem ter experimentado nada mas, na maioria das vezes iluminada, reanimada, fortalecida. Ela soube como agradar a Deus.

Que força incomparável é a nossa vontade de saber que o menor dos nossos sofrimentos e que a menor das nossas orações não poderá ser perdida! Veja a diferença entre uma alma de fé tíbia e uma que acredita no valor do silêncio, no poder da lembrança, na possibilidade de união íntima com Deus, em um grande escondimento, sem pretensões e sem orgulho. No primeiro caso, como que se rasteja; no segundo, a nossa alma voa e torna-se cada vez mais agradável a Deus, porque o que mais lhe agrada não é que apenas escutemos seus mandamentos, mas que os cumpramos. Se queremos agradar a Deus, sejamos almas de fé, de fé simples, que nos aviva completamente. Vamos julgar os acontecimentos à luz da fé, tanto quanto no caso das provações e alegrias. Toda fraqueza na vida espiritual vem da falta do espírito de fé. Quando você se sente desanimado, quando se fica menos recolhido ou menos mortificado e, assim, menos generoso no serviço de Deus, é porque o espírito de fé enfraqueceu. Urge redescobri-lo desde os fundamentos.

Vamos aperfeiçoar o nosso espírito de fé. Em vez de nos deixarmos levar pela pura razão e, às vezes, pela sensibilidade, retifiquemos pela fé as impressões de nossos sentidos. Quando aquela luz, que atinge com seus raios as últimas fibras do nosso coração, nos levar a uma plena transformação, teremos então em nós o triunfo da fé. E a fé inspirada pela caridade nos molda à imagem e à semelhança de Jesus, a ponto de fazer Deus julgar que Ele, ao nos ver, vê o seu Filho.

(Excertos da obra 'A Vida Oculta em Deus', de Robert de Langeac; Parte I -  O Esforço da Alma; tradução do autor do blog)

sexta-feira, 24 de julho de 2020

INQUIETO ESTÁ O MEU CORAÇÃO...

Grande és tu, Senhor, e sumamente louvável: grande é a tua força, e a tua sabedoria não tem limites! Ora, o homem, esta parcela da criação, quer te louvar, este mesmo homem carregado com sua condição mortal, carregado com o testemunho de seu pecado e como testemunho de que resistes aos soberbos. Ainda assim, quer louvar-te o homem, esta parcela de tua criação! Tu próprio o incitas para que sinta prazer em louvar-te. Fizeste-nos para ti e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em ti. 

Dá-me, Senhor, saber e compreender o que vem primeiro: o invocar-te ou o louvar-te? Começar por conhecer-te ou por invocar-te? Mas quem te invocará sem te conhecer? Por ignorância, poderá invocar alguém em lugar de outro. Será que é melhor seres invocado, para seres conhecido? Como, porém, invocarão aquele em quem não creem? ou como terão fé, sem anunciante?

Louvarão o Senhor aqueles que o procuram. Quem o procura encontra-o e tendo-o encontrado, louva-o. Buscar-te-ei, Senhor, invocando-te; e invocar-te-ei, crendo em ti. Tu nos foste anunciado; invoca-te, Senhor, a minha fé, aquela que me deste, que me inspiraste pela humanidade de teu Filho, pelo ministério de teu pregador. Invocarei o meu Deus, o meu Deus e Senhor: mas como? Porque ao invocá-lo eu o chamarei para dentro de mim. Que lugar haverá em mim, aonde o meu Deus possa vir? Aonde virá Deus em mim, o Deus que fez o céu e a terra? Há, então, Senhor, meu Deus, algo em mim que te possa conter? O céu e a terra, que fizeste e nos quais me fizeste, são eles capazes de te conter? Ou, se sem ti nada existiria de quanto existe, é porque tudo quanto existe te contém?

Portanto eu, que também existo, que tenho de pedir tua vinda em mim, em mim que não existiria se não estivesses em mim? Ainda não estou nas profundezas da terra e, no entanto, ali também estás. Pois, mesmo que desça às profundezas da terra, ali estás. Não existiria, pois, meu Deus, de forma alguma existiria, se não estivesses em mim. Ou melhor, não existiria eu se não existisse em ti, de quem tudo, por quem tudo, em quem todas as coisas existem? É assim, Senhor, é assim mesmo. Para onde te chamo, se já estou em ti? Ou donde virás para mim? Para onde me afastarei, fora do céu e da terra, para que lá venha a mim o meu Deus, que disse: 'Eu encho o céu e a terra'?

Quem me dera descansar em ti! Quem me dera vires a meu coração, inebriá-lo a ponto de esquecer os meus males, e abraçar-te a ti, meu único bem! Que és para mim? Perdoa-me, se falo. Que sou eu a teus olhos, para que me ordenes amar-te e, se não o fizer, te indignares e ameaçares com imensas desventuras? É acaso pequena desventura não te amar?

Ai de mim! Dize-me, por compaixão, Senhor meu Deus, o que és tu para mim. Dize à minha alma: Sou tua salvação. Dize de forma a que ela te escute. Os ouvidos de meu coração estão diante de ti, Senhor. Abre-os e dize à minha alma: Sou tua salvação. Correrei atrás destas palavras e segurar-te-ei. Não escondas de mim tua face. Morra eu, para que não morra, e assim possa contemplá-la!

(Excertos da obra 'Dos Livros das Confissões', de Santo Agostinho)

FOTO DA SEMANA

'O insensato diz em seu coração: não há Deus' (Sl 13,1)

quinta-feira, 23 de julho de 2020

10 VIAS DE PENITÊNCIA PELOS PECADOS


Santo Antônio nos apresenta 10 maneiras de se fazer verdadeira penitência e contrição pelos pecados cometidos:

1. Renunciar à própria vontade

2. Praticar a abstinência de comida e de bebida

3. Prescrever o rigor do silêncio

4. Fazer vigílias de oração durante a noite

5. Derramar lágrimas (muitas lágrimas)

6. Dedicar um bom tempo à leitura

7. Praticar trabalho físico exigente

8. Ajudar generosamente os outros

9. Aprender a vestir-se com modéstia

10. Desprezar a própria vaidade

(Santo Antônio de Lisboa)

quarta-feira, 22 de julho de 2020

22 DE JULHO - SANTA MARIA MADALENA


Maria Madalena. Para se fazer distinção do nome Maria tão comum entre os habitantes de Israel (esse era o nome, por exemplo, da irmã de Moisés), os textos bíblicos nomeavam as diferentes Marias por um acréscimo singular do personagem - assim, Maria Madalena é a Maria de Magdala, povoado situado às margens do Lago da Galileia e próximo à cidade de Tiberíades. Eis as pouquíssimas referências a ela nas Sagradas Escrituras:

[Lc 8, 2-3]: 'Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as suas posses'.

[Jo 19, 25]: 'Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena'.

[Mc 15,40-41; 47]: 'Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé, que o tinham seguido e o haviam assistido, quando ele estava na Galileia; e muitas outras que haviam subido juntamente com ele a Jerusalém... Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o depositavam'.

[Mc 16, 1; 5-6; 9-10]: 'Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus... Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. Ele lhes falou: Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram... Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios. Foi ela noticiá-lo aos que estiveram com ele, os quais estavam aflitos e chorosos'.

[Jo 20, 1-2; 18]: 'No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! ... Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado'.

Ela é a figura bíblica 'Maria de Magdala', da qual Jesus havia expulsado sete demônios. Esta acepção não implica a interpretação direta de 'uma grande pecadora'. O fato de ter-se livrado de 'sete demônios' (sete é o número da perfeição, da plenitude) implica que ela foi curada de todos os seus males tanto físicos (enfermidades) como espirituais (pecados, estes de naturezas quaisquer). É absolutamente forçada e despropositada a conjectura de que Maria Madalena pudesse ter sido uma 'prostituta' na sua condição pregressa antes do seu encontro com Jesus. Desta interpretação espúria, nasceram inúmeras outras lendas e desdobramentos fantasiosos da participação e do envolvimento desta mulher singular na vida pública de Jesus e dos seus apóstolos. 

terça-feira, 21 de julho de 2020

BREVIÁRIO DIGITAL - ILUSTRAÇÕES DE DORÉ (XV)

PARTE XV (Mt 2 - Mt 28)

[Os reis magos são guiados por uma estrela (Mt 2, 9)]

 [A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mt 2, 14)]

 [O massacre dos inocentes (Mt 2, 16)]

 [O Sermão da Montanha (Mt 5, 6 e 7)]

[Jesus cura um possesso cego e mudo (Mt 12, 22)]

 [A cabeça de João Batista é trazida à filha de Herodíades (Mt 14,11)]

 [Jesus alimenta a multidão com pães e peixes (Mt 14,19)]

 [Jesus cura diversos enfermos (Mt 15, 30)]

 [Jesus expulsa o demônio de um menino possesso (Mt 17,18)]

 [A multidão aclama a entrada de Jesus em Jerusalém (Mt 21, 9)]

 ['Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus' (Mt 22,21)]

 [A oração de Jesus no Getsêmani (Mt 26, 39)]

 [O escárnio dos soldados a Jesus com uma coroa de espinhos (Mt 27, 29)]

 [Os sacerdotes, escribas e anciãos zombam de Jesus (Mt 27, 41)]
 
 [Jesus morre na Cruz, crucificado entre dois ladrões (Mt 27, 50)]

 [O Anjo do Senhor fala a Maria e a Maria Madalena (Mt 28, 5-7)]