A Capela Sistina está situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Santo Padre em Roma, riquíssima pela sua arquitetura e pela sua decoração em afrescos, pintados pelos maiores artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, Bernini, Rafael e Botticelli. O nome é uma homenagem ao Papa Sisto IV, que a restaurou completamente e nela celebrou a primeira missa. A Capela Sistina é o local onde são realizados os conclaves para eleição dos papas e outras várias celebrações religiosas de naturezas diversas.
quarta-feira, 10 de junho de 2015
terça-feira, 9 de junho de 2015
PALAVRAS DE SALVAÇÃO
'Hás de morrer na hora menos pensada. Quer penses, quer não penses nisso, quer acredites, quer não acredites, morrerás e serás julgado, e te salvarás ou condenarás, conforme o bem ou o mal que houveres praticado; disso não escaparás por mais que digas ou faças. E que te aproveitará ganhar todas as riquezas e alcançar todas as honras, e dar ao corpo todos os prazeres, se vier a perder a tua alma?'
(Santo Antônio Maria Claret)
segunda-feira, 8 de junho de 2015
O MAIOR DE TODOS OS MALES
Aquele que parece ser não somente o mal mais grave, mas a raiz de todos eles é este: não raramente à verdade se opõe a mentira que é usada como meio de contenda. Não são poucos os que descuidam da religião como coisa de nenhuma monta, e em alguns lugares até é proibida no ambiente familiar e social como resto de velhas superstições. Enaltece-se o ateísmo privado e público, de tal forma que, eliminado Deus e sua lei, os comportamentos não têm mais nenhum fundamento. A imprensa demasiadas vezes insulta vulgarmente o sentimento religioso e não hesita em divulgar as obscenidades mais torpes, excitando e lançando no vício, com dano incalculável, especialmente a mais tenra idade e a juventude atraiçoada. Com promessas falsas engana-se o povo, que é incitado ao ódio, à rivalidade, à rebelião, especialmente quando se consegue desenraizar do seu coração a fé dos antigos, único alívio neste exílio terreno. Organizam-se e fomentam-se séria violência, tumultos e sublevações que abrem caminho à ruína da economia e causam dano irreparável ao bem comum.
Mais ainda, temos de deplorar com tristeza imensa que em não poucas nações são ofendidos e calcados os direitos de Deus, da Igreja e da própria natureza humana. Os ministros sagrados, mesmo os de mais alta dignidade, ou são afastados de suas sedes, exilados e aprisionados, ou impedidos de exercer o ministério a eles confiado. No ensino escolástico, quer inferior quer universitário, assim como nas publicações da imprensa, ou não se permite expor e defender a doutrina da Igreja ou é coarctada e controlada pela censura oficial de tal modo que parece ser elevado a princípio o propósito arbitrário de que a verdade, a liberdade e a religião devem estar submetidas e dóceis à autoridade civil.
Como esses inumeráveis males derivam, como dizíamos, de uma única fonte, isto é, do repúdio de Deus e do menosprezo de sua lei, é necessário, veneráveis irmãos, elevar a Deus orações fervorosas e revocar àqueles princípios dos quais somente pode vir a luz às mentes, a paz e a concórdia aos ânimos e uma justiça ordenada entre as várias classes sociais.
...
Unidos a nós na oração, peçam todos à misericórdia divina que da desejada restauração dos costumes surja uma nova ordem, conformada pela verdade, justiça e caridade. Seja iluminado pelo lume celeste o intelecto dos que têm nas mãos os destinos dos povos, reflitam eles que como a paz é obra de sabedoria e de justiça, assim a guerra é fruto da cegueira e do ódio; e pensem que um dia não somente deverão prestar contas à história mas também ao juízo eterno de Deus.
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Sejam manifestadas pela sua luz as mentiras dos maus; seja humilhada a pavorosa arrogância dos soberbos; os ricos sejam induzidos à justiça, à generosidade, à caridade; os pobres e miseráveis tomem como modelo a família de Nazaré, a qual se procurava o pão de cada dia com o trabalho; e, finalmente, os que têm em mãos o governo da coisa pública convençam-se de que não há base mais sólida do que o ensinamento cristão e da tutela da liberdade eclesiástica.
Desejamos, veneráveis irmãos, que deis a conhecer essas coisas aos fiéis confiados aos vossos cuidados e os exorteis a rezar fervorosamente conosco ao Senhor. Confiando que todos haverão de responder com generoso amor às nossas exortações, com efusão de ânimo concedemos a cada um de vós e a todos os vossos fiéis a bênção apostólica, penhor de nossa benevolência e auspício dos favores celestes.
(Excertos da Carta Encíclica 'Anni Sacri', do papa Pio XII, de 12 de março de 1950)
domingo, 7 de junho de 2015
'QUEM FAZ A VONTADE DE DEUS: ESSE É MEU IRMÃO'
Páginas do Evangelho - Décimo Domingo do Tempo Comum
Jesus estava em Cafarnaum, pouco depois de ter descido das montanhas onde fizera a escolha dos seus doze apóstolos (Mc 3, 13 - 19) e diante dele, como outras tantas vezes durante a vida pública do Senhor, uma enorme multidão se aglomerava, ansiosa por ouvir os seus ensinamentos, as explicações sobre textos das Sagradas Escrituras, para serem testemunhas oculares de prodígios e milagres ou por mera curiosidade de conhecer aquele profeta extraordinário.
Nesta ocasião em especial, os próprios parentes de Jesus estavam presentes e, assoberbados pelos anelos e compromissos humanos, foram incapazes de perceber a dimensão sobrenatural da vida pública daquele homem que lhes era tão próximo e, por isso, foram capazes de imputar a Jesus como que um estado de pura confusão mental. Como sempre, os mestres da lei foram muito mais longe nos ilimitados domínios da blasfêmia: 'diziam que ele (Jesus) estava possuído por Belzebu, e que pelo príncipe dos demônios, ele expulsava os demônios' (Mc 3, 22).
Jesus evidencia o caráter absurdo e contraditório de tais alegações, desmascarando-lhes o desvario da razão e a dureza dos seus corações, totalmente impermeáveis à ação dos dons e carismas do Espírito Santo. Neste propósito de impenitência tácita e obstinada, aqueles homens rejeitaram todas as investidas divinas de acolhida e de perdão, tornando-se réus de condenação eterna, porque 'quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno' (Mc 3, 28). Ainda que pecadores ao extremo, todos somos passíveis do perdão e da misericórdia de Deus, desde que estejamos comprometidos pelo firme propósito do reconhecimento humilde e da dor sincera pelos pecados cometidos. A nossa salvação não pode prescindir destes princípios da fé cristã.
Durante esta explanação, Jesus é informado então da chegada da sua mãe e dos seus parentes, que estavam à sua procura. Esta mãe de amor e de doçura também se afligia diante da tormentosa multidão que envolvia Jesus, diante das acusações dos mestres da lei e das insanidades feitas pelos seus próprios parentes. Mas Jesus vai lhes responder: 'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?' (Mc 3, 33). E Ele mesmo vai lhes revelar a supremacia absoluta das relações familiares de ordem espiritual sobre estas mesmas relações de caráter natural: 'Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe' (Mc 3, 35). Nossa Senhora é a mãe de Jesus e a mãe de Deus, não apenas porque O gerou e foi para Ele mãe cuidosa e extremada mas, principalmente, porque cumpriu à perfeição, nessa missão materna, a santa vontade de Deus.
sábado, 6 de junho de 2015
DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Um pintor, por exemplo, ao imaginar a obra que vai fazer, sem dúvida, a possui em sua inteligência; porém, nada compreende da existência real da mesma, porque ainda não a executou. Quando, ao contrário, a tiver pintado, não a possuirá apenas na mente, mas também lhe compreenderá a existência, porque já a executou. O insipiente há de convir igualmente que existe na sua inteligência 'o ser do qual não se pode pensar nada maior', porque ouve e compreende essa frase; e tudo aquilo que se compreende encontra-se na inteligência.
Mas 'o ser do qual não é possível pensar nada maior' não pode existir somente na inteligência. Se, pois, existisse apenas na inteligência, poder-se-ia pensar que há outro ser existente também na realidade; e que seria maior. Se, portanto, 'o ser do qual não é possível pensar nada maior' existisse somente na inteligência, este mesmo ser, do qual não se pode pensar nada maior, tornar-se-ia o ser do qual é possível, ao contrário, pensar algo maior: o que, certamente, é absurdo. Logo, 'o ser do qual não se pode pensar nada maior' existe, sem dúvida, na inteligência e na realidade.
O que acabamos de dizer é tão verdadeiro que nem é possível sequer pensar que Deus não existe. Com efeito, pode-se pensar na existência de um ser que não admite ser pensado como não existente. Ora, aquilo que não pode ser pensado como não existente, sem dúvida, é maior que aquilo que pode ser pensado como não existente. Por isso, 'o ser do qual não é possível pensar nada maior', se se admitisse ser pensado como não existente, ele mesmo, que é 'o ser do qual não se pode pensar nada maior', não seria 'o ser do qual não é possível pensar nada maior', o que é ilógico. Existe, portanto, verdadeiramente 'o ser do qual não é possível pensar nada maior'; e existe de tal forma, que nem sequer é admitido pensá-lo como não existente. E esse ser, ó Senhor, nosso Deus, és tu.
Assim, tu existes, ó Senhor, meu Deus, e de tal forma existes que nem é possível pensar-te não existente. E com razão. Se a mente humana conseguisse conceber algo maior que tu, a criatura elevar-se-ia acima do Criador e formularia um juízo acerca do Criador. Coisa extremamente absurda. E, enquanto tudo, excluindo a ti, pode ser pensado como não existente, tu és o único, ao contrário, que existes realmente, entre todas as coisas, e em sumo grau. Então, por que o insipiente disse em seu coração: 'Não existe Deus', quando é tão evidente, à razão humana, que tu existes com maior certeza que todas as coisas? Justamente porque ele é insensato e carente de raciocínio.
Obs.: A prova ontológica da existência de Deus, expressa às vezes em linguagem difícil e complexa por Santo Anselmo, resumem-se no sentido de que algo é certamente maior se pensado existente na inteligência e na realidade do que existente apenas na inteligência.
(Excertos da obra 'Proslogio', de Santo Anselmo da Cantuária)
PRIMEIRO SÁBADO DE JUNHO
Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima:
(Pontevedra / Espanha)
‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.
sexta-feira, 5 de junho de 2015
DA ÂNSIA DE DEUS
Eia, vamos homem! Foge por um pouco às tuas ocupações, esconde-te dos teus pensamentos tumultuados, afasta as tuas graves preocupações e deixa de lado as tuas trabalhosas inquietudes. Busca, por um momento, a Deus, e descansa um pouco nele. Entra no esconderijo da tua mente, aparta-te de tudo, exceto de Deus e daquilo que pode levar-te a ele, e, fechada a porta, procura-o. Abre a ele todo o teu coração e dize-lhe: 'Quero teu rosto; busco com ardor teu rosto, ó Senhor.'
Eis-me pois, ó Senhor meu Deus, ensina agora ao meu coração onde e como procurar-te, onde e como encontrar-te. Senhor, se não estás aqui, na minha mente; se estás ausente, onde poderei encontrar-te? Se tu estás por toda parte, por que não te vejo aqui? Certamente habitas uma luz inacessível. Mas onde está essa luz inacessível? E como chegar a ela? Quem me levará até lá e me introduzirá nessa morada cheia de luz para que ali possa enxergar-te? Mas por quais traços e por que aspecto conseguirei reconhecer-te?
Nunca te vi, ó Senhor meu Deus. Senhor, eu não conheço o teu rosto. Que fará, ó Senhor, que fará este teu servo tão afastado de ti? Que fará este teu servo tão ansioso pelo teu amor e, no entanto, lançado tão longe de ti? Anela ver-te, mas teu rosto está demasiado longe dele. Deseja aproximar-se de ti, mas a tua habitação fica inacessível. Arde pelo desejo de encontrar-te e não sabe onde moras. Suspira só por ti e não conhece o teu rosto. Ó Senhor, tu és o meu Deus e o meu Senhor; e nunca te vi. Tu me fizeste e resgataste, e tudo o que tenho de bom devo-o a ti. No entanto, não te conheço ainda. Fui criado para ver-te e até agora não consegui aquilo para que fui criado.
Ó quão miserável é a sorte do homem que perdeu aquilo por que foi feito! Ó quão dura e cruel aquela queda, pela qual tantas coisas ele perdeu! E que encontrou? Que teve em troca? Que lhe ficou? Perdeu a felicidade para a qual foi criado e encontrou a miséria para a qual certamente não foi feito. Afastou-se daquele sem o qual não há felicidade e ficou com aquilo que é, por si, mísero e caduco. Antes o homem alimentava-se com o pão dos anjos e agora, faminto, come o pão da dor, que sequer conhecia.
Ó luto comum dos homens, pranto universal dos filhos de Adão! Este tinha fartura de tudo e nós morremos de fome. Ele era rico e nós somos mendigos. Ele tinha a felicidade e a perdeu miseravelmente, e nós vivemos infelizes, tudo desejando e, indigentes, ficamos de mãos vazias! Por que ele, desde que o podia facilmente, não nos conservou um bem tão grande, cuja perda havia de nos acarretar tantas aflições? Por que nos tirou a luz para que ficássemos nas trevas? Por que nos privou da vida para nos condenar à morte? Miseráveis, de onde fomos expulsos e para onde fomos impelidos! De onde fomos arremessados e em que abismo fomos sepultados? Passamos da pátria para o desterro, da visão de Deus para a nossa cegueira, da alegria pela imortalidade para o horror da morte! Que mudança funesta! De tão grande bem para tão grande mal! Perda lastimável, dor profunda, terrível fardo de misérias.
Mas, ai de mim, que sou um dos miseráveis filhos de Eva afastados de Deus! Que procurei empreender? O que consegui efetuar? Para onde procurava ir? Aonde cheguei? A que aspirava? Por que suspiro? Procurava a felicidade e eis me encontro na perturbação! Dirigia-me a Deus e incidi em mim mesmo. Buscava o descanso no segredo da minha mente e encontro, em meu íntimo, apenas tribulação e dor. Queria alegrar-me com toda a alegria da minha alma e vejo-me obrigado a gemer com os gemidos do meu coração. Esperava a felicidade e nada mais achei que a multiplicação dos suspiros! E tu, Senhor, até quando, até quando, ó Senhor, ficarás esquecido de nós? Até quando conservarás o teu rosto afastado de nós? Quando iluminarás os nossos olhos e nos mostrarás o teu rosto? Quando reverterás a nós?
Olha para nós, ó Senhor; escuta-nos, ilumina os nossos olhos, mostra-te a nós. Volta para junto de nós a fim de termos, novamente, a felicidade, pois, sem ti, só há dores para nós. Tem piedade de nossos sofrimentos e esforços para chegar a ti, pois, sem ti, nada podemos. Convida-nos, ajuda-nos, Senhor; rogo-te que o meu desespero não destrua este meu suspirar por ti, mas respire dilatando meu coração na esperança. Rogo-te, ó Senhor, consoles o meu coração amargurado pela desolação. Suplico-te, ó Senhor, não me deixes insatisfeito após começar a tua procura com tanta fome de ti. Famélico, dirigi-me a ti; não permitas que volte em jejum. Pobre e miserável que sou, fui em busca do rico e do misericordioso: não permitas que retorne sem nada, e decepcionado. E se suspiro antes de comer, faze com que eu tenha a comida após os suspiros.
Ó Senhor, encurvado como sou, nem posso ver senão a terra; ergue-me, pois, para que possa fixar com os olhos o alto. As minhas iniquidades elevaram-se por cima da minha cabeça, rodeiam-me por toda parte e oprimem-me como um fardo pesado. Livra-me delas, alivia-me desse peso para que não fique encerrado como num poço. Seja-me permitido enxergar a tua luz embora de tão longe e desta profundidade. Ensina-me como procurar-te e mostra-te a mim que te procuro; pois, sequer posso procurar-te se não me ensinares a maneira, nem encontrar-te se não te mostrares. Que eu possa procurar-te desejando-te, e desejar-te ao procurar-te, e encontrar-te amando-te e amar-te ao encontrar-te.
Ó Senhor, reconheço, e rendo-te graças por ter criado em mim esta tua imagem a fim de que, ao recordar-me de ti, eu pense em ti e te ame. Mas, ela está tão apagada em minha mente por causa dos vícios, tão embaciada pela névoa dos pecados, que não consegue alcançar o fim para o qual a fizeste, caso tu não a renoves e a reformes. Não tento, ó Senhor, penetrar a tua profundidade: de maneira alguma a minha inteligência amolda-se a ela, mas desejo, ao menos, compreender a tua verdade, que o meu coração crê e ama. Com efeito, não busco compreender para crer, mas creio para compreender. Efetivamente creio, porque, se não cresse, não conseguiria compreender.
(Excertos da obra 'Proslogio', de Santo Anselmo da Cantuária)
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