sábado, 7 de março de 2015

OS MAIS BELOS LIVROS CATÓLICOS DE TODOS OS TEMPOS (4)

7. SÃO FRANCISCO DE SALES FILOTEIA ou INTRODUÇÃO À VIDA DEVOTA

Coletânea de orientações espirituais escritas por São Francisco de Sales (1567 - 1622), dedicadas prioritariamente, como explicitado na própria introdução da obra, 'àquelas pessoas que desejam santificar-se vivendo no mundo'. Uma obra de profunda direção espiritual ditada por um santo doutor da Igreja, para levar uma alma que busca elevar-se a Deus pelos caminhos seguros da oração, da prática das virtudes, da fortaleza diante dos obstáculos e das tentações do mundo e da busca perseverante por um contínuo crescimento espiritual.

Eis a síntese de uma obra completa de direção espiritual, dirigida àquelas que são 'as almas generosas (que) vivem no mundo sem impregnar-se do seu espírito (e que) acham a doce fonte da devoção no meio das águas amargas das corrupções mundanas sem queimar as asas de santos desejos de uma vida virtuosa'. Esta alma, instrumento afeto às imperfeições e tibiezas do mundo, mas que ama profundamente a Deus e a Ele quer se unir em santidade por meio da verdadeira devoção é a quem a obra é destinada e a quem o santo chama e se dirige como Filoteia.

A obra é dividida em cinco partes, ao longo das quais se distribuem uma série de conselhos e orientações espirituais, na forma de avisos e/ou exercícios espirituais. A primeira parte contempla os 'Avisos e exercícios necessários para conduzir a alma que começa a sentir os primeiros desejos da vida devota, até possuir uma vontade resoluta e sincera de abraçá-la', incluindo ensinamentos sobre a devoção e a necessidade da devoção a Deus e proposições de uma vida devota face aos pecados e diante os novíssimos do homem.

A segunda parte contempla os 'Diversos avisos para elevar a alma a Deus por meio da oração e da recepção dos sacramentos', incluindo ensinamentos diversos sobre a preparação face às diferentes naturezas da oração e aos sacramentos da confissão e comunhão. A terceira parte contempla os 'Avisos necessários para a prática das virtudes', incluindo ensinamentos diversos sobre a prática das virtudes e a fuga dos vícios do pecado. As duas partes finais da obra incluem, respectivamente, os 'Avisos necessários contra as tentações mais comuns' e os 'Avisos e exercícios necessários para renovar e conservar a alma na devoção'.

8. SÃO PIO X  CATECISMO MAIOR

O Catecismo de São Pio X, escrito e publicado pelo papa Pio X em 1905, é uma referência na Igreja Católica como compêndio de sistematização e consistência da autêntica doutrina do Catecismo Romano, que é apresentada de forma simples, clara e consistente, na forma de perguntas e respostas, numa abordagem uniforme e sequenciada, em função dos tópicos abordados.

O catecismo é estruturado na forma de uma introdução geral e mais cinco partes, incluindo ainda uma chamada 'Lição Preliminar', que faz uma exposição abrangente da doutrina cristã e de suas partes principais. A Introdução contempla as principais orações, meditações e ritos da doutrina católica; a primeira parte faz referência aos elementos do Credo ou Símbolo dos Apóstolos; a segunda parte apresenta s preceitos doutrinários da oração; a terceira parte expõe os mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, a quarta parte refere-se aos sacramentos e a quinta e última parte cuida dos complementos da autêntica doutrina cristã, como aqueles relativos às virtudes, às obras de misericórdia e aos novíssimos do homem.

É importante ressaltar a existência de um catecismo mais atualizado da Igreja, o chamado Catecismo da Igreja Católica, que complementa, mas não substitui o Catecismo de Pio X, de forma a torná-lo superado. Entre as grandes virtudes e relevâncias do Catecismo Maior, estão a natureza e a grande concisão dos conceitos abordados (os elementos doutrinários são apresentados de forma bastante simples, sem grandes discussões teológicas ou formais); o sistema direto de perguntas e respostas, que favorece o rápido entendimento das questões e dos possíveis desdobramentos dos preceitos apresentados inicialmente e a lógica e consistência das proposições, fundamentadas na mais autêntica tradição da Igreja e formuladas sem ambiguidades, rodeios ou variantes de outras possíveis interpretações genéricas.