segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

29 DE DEZEMBRO - SÃO TOMÁS BECKET


Thomas Becket nasceu em Londres no dia 21 de dezembro de 1117 e, como cortesão da corte, conviveu intimamente com o futuro rei Henrique II que, ao se tornar rei, o nomeou como chanceler. Sob orientação de Teobald, então Arcebispo de Canterbury, foi educado na autêntica fé cristã e enviado para várias missões em Roma. Com a morte do seu preceptor em 1161, tornou-se seu substituto como Arcebispo da Canterbury e Primaz da Inglaterra, por indicação do rei Henrique II. Nesta nova função, a defesa da fé levou a um confronto continuado com o rei e o amigo íntimo dos tempos da adolescência e da juventude, o que culminou com um longo exílio na França. Após seis anos, e mediante a intervenção do papa Alexandre III para uma acordo com o rei, o arcebispo reassumiu o seu cargo, ciente dos riscos que teria de correr, por manter convictos os seus princípios cristãos em detrimento da amizade e lealdade antigas ao rei. E, com efeito, a relação entre os dois tendia a ser, cada vez mais, mais crítica e mais conflituosa.


Na noite de 29 de dezembro de 1170, Thomas (Tomás) Becket dirigiu-se à Catedral de Canterbury, para as cerimônias das Vésperas. De repente, quatro cavaleiros da corte, aparentemente convictos de estarem atendendo a uma vontade expressa do rei, irromperam o recinto sagrado, gritando: 'Onde está o arcebispo? Onde está o traidor?'. Apoiado em um altar lateral, o arcebispo respondeu: 'Aqui me tendes; sou o arcebispo, mas não um traidor'. Diante da ameaça de morte, recusou-se a fugir e enfrentou o covarde ataque. Com vários golpes de espadas, foi ferido mortalmente e, ao morrer, aos 53 anos de idade e nove de episcopado, dos quais dois terços passados em desterro na França, exclamou: 'Morro voluntariamente pelo nome de Jesus e pela defesa de sua Igreja'. 

(altar lateral da Catedral de Canterbury, local do martírio do santo)


Devido às imediatas e intensas manifestações de devoção que se seguiram, na Inglaterra e por toda a Europa, Thomas Becket foi canonizado pouco mais de dois anos após a sua morte, em 21 de fevereiro de de 1173, pelo papa Alexandre III. Em julho de 1174, o rei Henrique II se penitenciou publicamente diante do túmulo do santo, que se tornou local de grande peregrinação religiosa, até ser destruído por ordem do rei Henrique VIII, em setembro de 1538, à época da implantação do Anglicanismo como religião oficial da Inglaterra em rejeição à fé cristã.