quarta-feira, 4 de setembro de 2024

A BÍBLIA EXPLICADA (XXV) - A CRIAÇÃO


Existem duas narrativas distintas sobre a criação: a primeira, de forma mais estilística, detalhada a seguir, e a segunda, mais formal e didática, na qual a abordagem é exposta sob o ponto de vista humano, visando apresentar, pela própria sucessão dos acontecimentos, a relação que as criaturas, como dons de Deus, têm para com o homem. 

Na primeira narrativa da criação é de evidência imediata a forma estilística particular, cuja lei suprema, no antigo Oriente, era a simetria. Esta simetria, além de utilizar da repetição de fórmulas semelhantes, exigia que se desdobrasse um pensamento ou acontecimento em duas partes que, embora não fossem absolutamente idênticas, esteticamente ficassem em confronto. Uma vez que uma coisa só não pode ser simétrica, sendo duas pelo menos exigidas para isso; se a coisa a ser expressa fosse uma só, era necessário subdividi-la, considerando-a sob dois aspectos diferentes. Por exemplo:

'Não é o discípulo maior que o seu mestre nem o servo maior que o seu patrão; basta ao discípulo tornar-se como o seu mestre e ao servo, como o seu patrão' (Mt 10, 24).

Nesta narrativa artística, o protagonismo da criação é expresso sob a forma de oito quadras sucessivas, repetindo oito vezes os mesmos sete tipos de fórmulas: 1. introdução; 2. mandado; 3. execução; 4. descrição; 5. denominação ou bênção; 6. louvor e 7. conclusão:

1. E disse Deus:
2. faça-se a luz;
3. e a luz foi feita.
4. e separou Deus a lua das trevas.
5. e chamou Deus à luz dia e às trevas chamou noite
6. e viu Deus que a luz era boa
7. e foi tarde e foi manhã, um dia

Estas fórmulas não se repetem uniformemente, mas são quebradas em partes menores (6 ou 5), para se estabelecer um padrão clássico de simetria entre as oito quadras:


Neste contexto de simetria regular, a Bíblia apresenta de forma artística a narrativa da Criação da seguinte forma geral (em 8 quadras):




(Excertos adaptados da obra 'Páginas Difíceis da Bíblia - Antigo Testamento', de E. Galbiati e A. Piazza)

terça-feira, 3 de setembro de 2024

3 DE SETEMBRO - SÃO GREGÓRIO MAGNO

 

Gregório (540 - 604), monge beneditino e doutor da Igreja, foi papa entre 3 de Setembro de 590 e 12 de março de 604. De família nobre romana, assumiu inicialmente carreira política (foi pretor de Roma). Mais tarde, ao conhecer os escritos de São Bento, abandonou tudo, doando os seus bens aos pobres e, ingressando na vida monacal, fundou vários mosteiros regulados pelas regras de São Bento

Eleito papa em 590 como Gregório I, defendeu a supremacia do papado e trabalhou arduamente pela reforma do clero e da vida monástica. Publicou a chamada 'Regra Pastoral', um verdadeiro manual de santidade para os servos de Deus.  Promoveu o fervor missionário e um amplo e completo trabalho de reorganização da estrutura administrativa e litúrgica da Igreja, consolidando preceitos litúrgicos, sistematizando procedimentos da vida religiosa, padronizando as funções e os rituais católicos, promovendo a unificação territorial da Igreja, fomentando a música religiosa (chamada hoje de 'canto gregoriano'), instituindo o rito latino da Santa Missa e a proposição de dogmas (a existência do Purgatório) e redefinindo historicamente o papel e a dimensão social e espiritual da Santa Igreja de Cristo. 

Esta extraordinária conjunção de realizações valeu-lhe o aporte do adjetivo 'magno', honra devida a apenas um outro papa além dele - São Leão Magno. É o quarto e último dos originais Doutores da Igreja latina. Mas este papa personalíssimo, marco fundamental da História da Igreja e do primado da civilização cristã se autodefinia apenas como servus servorum Dei - servo dos servos de Deus.


Dos Escritos de São Gregório Magno (sobre a existência do Purgatório)

'Tal como alguém sai deste mundo, assim se apresenta no Juízo. Porém, deve-se crer que exista um fogo purificador para expiar as culpas leves antes do Juízo. A razão para isso é que a Verdade afirma que se alguém disser uma blasfêmia contra o Espírito Santo, isto não lhe será perdoado nem neste século nem no vindouro. Com esta sentença se dá a entender que algumas culpas podem ser perdoadas neste mundo e algumas no outro, pois o que se nega em relação a alguns deve-se compreender que se afirma em relação a outros (...) No entanto, tal como já disse, deve-se crer que isto se refere a pecados leves e de menor importância' (Diálogos 4,39: PL 77, 396).

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

TESOURO DE EXEMPLOS (366/370)

 

366. O MELHOR CARNAVAL

Um oficial espanhol viu um dia São Pedro Claver com um grande saco às costas.
➖ Padre, aonde vai com esse saco?
➖ Vou fazer carnaval; pois não é tempo de festança?
O oficial quis ver isso de perto e o acompanhou.
O santo entrou em um hospital. Os doentes alvoroçaram-se e lhe fizeram festa; muitos o rodearam, porque o santo, passando com eles uma hora alegre, repartiu presentes e regalos até que se esvaziasse completamente o saco.
➖ E agora? - perguntou o oficial.
➖ Agora venha comigo e vamos à igreja rezar por esses infelizes que, lá fora, julgam que têm o direito de ofender a Deus livremente por ser tempo de carnaval.

367. PROFANAÇÃO DAS FESTAS RELIGIOSAS

Diz uma lenda que certo dia os demônios se reuniram em congresso para estudar o melhor meio de cancelar do calendário os dias festivos. 'Os dias santos' - diziam eles - 'são um desastre para nós: nesses dias honra-se a Deus, celebra-se a missa pela remissão dos pecados e muitos dos que conquistamos durante a semana escapam de nossas mãos! E' preciso acabar com as festas religiosas!'

Mas, hoje em dia, creio que, se Deus mesmo quisesse abolir as festas, os demônios se reuniriam num segundo congresso para protestar contra essa medida e diriam: 'Não, não; deixai como está; os dias festivos são para nós os de maior negócio; preferimos que multipliqueis os dias festivos, porque assim lucraremos muito mais!'

Acautela-te, meu irmão; não entres na fila desses profanadores dos domingos e dias santos, que nada mais são do que sequazes do demônio!

368. EIS O LIVRO

São Boaventura recebeu um dia a visita de São Tomás de Aquino, o qual lhe manifestou o desejo de conhecer a biblioteca onde adquirira tantos e tão sublimes conhecimentos. São Boaventura, em lugar da biblioteca, mostrou-lhe o seu Crucifixo, gasto pelos ósculos e lágrimas com que o inundava. Aquele era o seu livro de meditações; dele haurira a ciência que possuía.

369. VAI E ENTERRA-O!

Dois mendigos, que com falsos remendos fingiam necessidade, sabendo que por ali ia passar o bispo São Epifânio, para conseguir dele uma gorda esmola, usaram do seguinte ardil. Um se fingiu de morto e o outro começou a lamentar-se pedindo dinheiro ao santo para a mortalha e o enterro. 

O santo parou, fez  uma oração e, tendo-lhe dado o que pedia, prosseguiu o seu caminho. 'Pregamos-lhe uma boa peça! Levanta-te'. Mas, que levantar que nada! O homem morrera deveras. Aflito, correu o outro atrás do santo e confessou-lhe o seu pecado, pedindo misericórdia. Mas o santo bispo, muito sério e grave, disse-lhe: 'Com Deus não se brinca. Essa é a recompensa dos mentirosos. Agora vai e enterra-o!'.

370. AONDE VAIS?

O venerável Padre José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo e grande missionário, viu um dia um homem, que saía precipitadamente para ir matar um inimigo seu.
➖ Aonde vais? - perguntou-lhe o servo de Deus.
➖ Vou dar um passeio, padre.
➖ Não, meu amigo; vais lançar-te no inferno, como bem o prova o punhal que levas aí escondido.
Vendo-se descoberto, o homem se arrependeu e desistiu imediatamente do seu mau intento.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

domingo, 1 de setembro de 2024

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'Senhor, quem morará em vossa casa e no vosso monte santo, habitará?' (Sl 14)

Primeira Leitura (Dt 4,1-2.6-8) - Segunda Leitura (Tg 1,17-18.21b-22.27) -  Evangelho (Mc 7,1-8.14-15.21-23)

  01/09/2024 - VIGÉSIMO SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM

40. PUROS DE CORAÇÃO


Jesus veio ao mundo para trazer a Boa Nova do Evangelho, para nos despir do homem velho e nos revestir do homem novo, partícipes da Santidade de Deus que é a Verdade Absoluta e para nos libertar de toda sombra do pecado, de toda malícia humana, de todo o obscurantismo de uma fé moldada pelas aparências e pela exterioridade supérflua de práticas inócuas e vazias... No Evangelho deste domingo, nos deparamos, mais uma vez, como esta passagem do velho homem para o novo homem é um primado de rejeição para os que se aferram sem tréguas aos valores humanos.

Com efeito, os escribas e os fariseus, presenças constantes no Templo e submissos ao extremo das más interpretações da lei mosaica, ficaram petrificados pelo zelo dos costumes antigos, arraigados a práticas absurdas e a minúcias ridículas que transformavam as atividades cotidianas mais simples em complexos rituais de purificação: 'os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre' (Mc 7,3-4). Divinizaram os preceitos humanos, impuseram como dogmas hábitos comezinhos, exteriorizaram ao extremo as abluções e os banhos para se resgatarem, da impureza das mãos ou do corpo, como homens livres do pecado...

Estes homens velhos, empedernidos e envilecidos por normas decrépitas e insanas, ansiosos por denunciar o Mestre, questionam Jesus: 'Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?' (Mc 7,5). Estes hipócritas, que postulavam princípios externos cheios de melindres que não suportam o menor testemunho interior de fidelidade à graça, vão receber de Jesus as palavras de recriminação do profeta Isaías: 'Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’ (Mc 7,6-7). E adiante, pela definitiva reprovação: 'Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens' (Mc 7,8).

Jesus chama para si a multidão e decreta aos homens de boa fé que a fonte de todas as impurezas é o coração humano, entregue a toda sorte de males, quando órfão da graça: 'Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem' (Mc 7,21-23). Domar o coração e manter a serenidade da alma sob o domínio da graça, eis aí a fonte da água viva que faz nascer, no interior do homem, as sementeiras da vida eterna.

sábado, 31 de agosto de 2024

DECÁLOGO SOBRE A CONSOLAÇÃO

1. Bem-aventurados os que cho­ram, porque serão consolados! (Mt 5,4)

2. Vinde a mim todos os que vos achais em sofrimentos e sobrecarregados; e eu vos aliviarei (Mt 11,28)

3. Quando Deus te der alguma consolação espiritual, receba-a agradecido, reconhecendo que é dom de Deus e não merecimento teu. Com ela não te desvaneças nem te alegres em excesso, nem presumas vãmente de ti, mas humilha-te pelo dom recebido e sê mais acautelado e timorato em todas as tuas obras, porque passará aquela hora de alegria e virá a tentação. Quando te for tirada a consolação, não desesperes logo, mas espera com humildade e paciência que volte esta alegria celeste, porque todo poderoso é Deus para dá-la de novo e ainda maior que a precedente (Excertos da obra 'Breviário da Confiança', do Pe. Ascânio Brandão)

4. Portanto, considera, ó minha alma, que não poderás achar consolo pleno e alegria perfeita senão em Deus, que consola os pobres e agasalha os humildes (Da Imitação de Cristo).

5. Nos períodos de solidão, eu às vezes me sentia triste, e costumava me consolar repetindo este verso de um belo poema que papai me ensinara: 'A vida é teu navio, não é a tua morada' (Santa Teresa do Menino Jesus)

6. Na meditação da Paixão de Cristo está toda a escola das virtudes, o alento nos trabalhos, a consolação nas aflições, o incentivo ao heroísmo, o bálsamo nos sofrimentos, o alimento da devoção pura, a fornalha do divino amor' (São Paulo da Cruz)

7. Se, pois, somos atribulados, é para vossa consolação e salvação. Se somos consolados, é para vossa consolação, a qual se efetua em vós pela paciência em tole­rar os sofrimentos que nós mesmos suportamos (IICor 1,6).

8. Nem sempre temos de tragar água amarga; durante toda a eternidade beberemos as cristalinas águas da vida. Das águas amargas caem somente gota após gota sobre nós; ao passo que beberemos, um dia, no rio, no oceano da vida, por todos os séculos dos séculos (São Bernardo).

9. Toda a verdadeira consolação que podemos desejar, todas as graças que Deus nos concede, todas as luzes, inspirações, santos desejos, bons afetos, dor dos pecados, bons propósitos, amor de Deus, esperança do céu: todos estes bens são frutos e dons que nos veem da Paixão de Jesus Cristo (Santo Afonso Maria de Ligório).

10. Sois a consolação do mundo, o resgate do cativo, a saúde do enfermo, a alegria do aflito, o refúgio e a salvação do gênero humano (Oração de Santo Efrém a Nossa Senhora).

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

COMO ENCONTRAR A VERDADEIRA PAZ INTERIOR


1. Jesus: Filho, eu disse aos meus discípulos: 'Eu vos deixo a paz; dou-vos a minha paz; não vo-la dou como a dá o mundo' (Jo 14,27). Todos desejam a paz, mas nem todos buscam as coisas que produzem a verdadeira paz. A minha paz está com os humildes e mansos de coração. Na muita paciência encontrarás a tua paz. Se me ouvires e seguires a minha voz, poderás gozar grande paz.

2. A alma: Que hei de fazer, pois, Senhor?

3. Jesus: Em tudo olha bem o que fazes e dizes, e dirige toda a tua intenção só para meu agrado, sem desejar ou buscar coisa alguma fora de mim. Não julgues temerariamente as palavras e obras dos outros, nem te intrometas em coisas que não te dizem respeito; deste modo poderá ser que pouco ou raras vezes te perturbes.

4. Nunca sentir, porém, inquietação, nem sofrer moléstia alguma do corpo ou do espírito, não é próprio da vida presente, senão do estado do eterno descanso. Não julgues, pois, ter achado a verdadeira paz, se não sentires nenhuma aflição; nem que tudo está bem, se não tiveres nenhum adversário, ou tudo perfeito, se tudo correr a teu gosto. Nem penses que és grande coisa ou singularmente amado por Deus, se sentes muita devoção e doçura, porque não são estes os sinais pelos quais se conhece o verdadeiro amante da virtude, nem consiste nisso o aproveitamento e a perfeição do homem.

5. A alma: Em que consiste, pois, Senhor?

6. Jesus: Em te ofereceres de todo o teu coração à divina vontade, sem buscares o teu próprio interesse em coisa alguma, nem eterna; de sorte que com igualdade de ânimo dês graças a Deus na ventura e na desgraça, pesando tudo na mesma balança. Se fores tão forte e constante na esperança que, privado de toda consolação interior, disponhas teu coração para maiores provações, sem te justificares, como se não deveras sofrer tanto, e antes louvares a santidade e a justiça em todas as minhas disposições, então andarás no verdadeiro e reto caminho da paz e poderás ter certíssima esperança de contemplar novamente minha face com júbilo. E, se chegares ao perfeito desprezo de ti mesmo, fica sabendo que então gozarás da abundância da paz, no grau possível nesta peregrinação terrestre.

(Da Imitação de Cristo, de Thomas de Kempis)

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

ORAÇÃO: AURORA LUCIS RUTILAT

Hino de louvor a Jesus Ressuscitado, datado do século IV ou V e comumente atribuído a Santo Ambrósio (340-397), ainda que sem comprovação formal. O hino original era composto de 12 estrofes, com 4 versos cada, que foram posteriormente separadas na forma de 2 ou 3 hinos adicionais. A forma abaixo, contemplando seis estrofes, representa a versão atual mais convencional do hino.

AURORA LUCIS RUTILAT

Aurora lucis rutilat,
caelum resultat laudibus,
mundus exsultans iubilat,
gemens infernus ululat.

Cum rex ille fortissimus,
mortis confractus viribus,
pede conculcans tartara
solvit catena miseros.

Ille, quem clausum lapide
miles custodit acriter,
triumphans pompa nobili
victor surgit de funere.

Inferni iam gemitibus
solutis et doloribus,
quia surrexit Dominus
resplendens clamat angelus.

Esto perenne mentibus
paschale, Iesu, gaudium
et nos renatos gratiae
tuis triumphis aggrega.

Iesu, tibi sit gloria,
qui morte victa praenites,
cum Patre et almo Spiritu,
in sempiterna saecula.


A AURORA DE LUZ BRILHA

A aurora de luz brilha
e o céu ressoa com louvores:
o mundo exulta de alegria
e o inferno ruge e geme.

​Quando o Rei poderosíssimo,
tendo quebrado as forças da morte,
esmagou o Inferno sob seus pés
e libertou os justos da prisão.

Aquele a quem os soldados
guardam vigilantes com pedra selada,
ergue-se hoje glorioso e magnífico,
triunfante sobre o seu túmulo.

Tendo acabado os estertores
e gemidos do inferno,
um anjo resplandecente clamou:
O senhor ressuscitou!

Sede, Jesus, para as nossas almas,
a alegria eterna da Páscoa
e que nós, renascidos para a graça,
sejamos testemunhas de vosso triunfo.

A Vós, Jesus, seja dada toda glória,
 no esplendor de ter vencido a morte
com o Pai e o Espírito Santo
agora e por todos os séculos. Amém.