quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O DOGMA DO PURGATÓRIO (XXXIX)

 

Capítulo XXXIX

Razões da Expiação no Purgatório - Pecados Contra a Caridade - Santa Margarida Maria e as Duas Pessoas Nobres no Purgatório - Visão de Almas de Religiosas no Purgatório

Já dissemos que a Justiça Divina é extremamente severa em relação aos pecados contra a caridade. A caridade é, de fato, a virtude mais cara ao Coração de nosso Divino Mestre, a qual recomenda aos seus discípulos como aquela que deve distingui-los aos olhos dos homens. Por isso, Ele diz que 'todos os homens saberão que vocês são meus discípulos, se vocês amarem uns aos outros' (Jo 13,35). Não é, pois, surpreendente que a aspereza para com o próximo, e todas as outras faltas contra a caridade sejam punidas severamente na outra vida.

Disso temos várias provas, tiradas da Vida da Beata Margarida Maria. 'Soube pela irmã Margarida' - diz Madre Greffier em suas Memórias - 'que ela um dia ela rezou em intenção de duas pessoas de alta posição no mundo que haviam acabado de falecer. Ela viu ambos no Purgatório. A primeira foi condenada por vários anos aos sofrimentos, apesar do grande número de missas que foram celebradas por ela. Todas essas orações e sufrágios foram aplicados pela Justiça Divina às almas pertencentes a algumas das famílias dos seus súditos, que foram prejudicadas por causa de suas injustiças e falta de caridade. Como nada foi deixado para aqueles pobres, que lhes permitissem fazer orações por eles após a sua morte, Deus os compensou da maneira que relatamos. A outra ficou no Purgatório por tantos dias quantos anos viveu nesta terra. Nosso Senhor deu a conhecer à Irmã Margarida que, entre as boas obras que esta pessoa tinha feito, especial consideração havia sido dada à caridade com que tinha suportado as faltas do próximo, bem como os esforços que tinha feito para superar os desgostos que isso lhe causara. 

Em outra ocasião, Nosso Senhor mostrou à Beata Margarida um grande número de almas de religiosas no Purgatório que, por não terem servido com zelo às suas superioras durante a vida ou porque tiveram algum desentendimento com elas, foram severamente punidas e privadas, após a morte, do auxílio da Santíssima Virgem e dos santos, e também das visitas dos seus anjos da guarda. Várias dessas almas estavam destinadas a permanecer por muito tempo sob chamas terríveis. Algumas delas não tinham nenhum outro sinal de sua predestinação além de não odiarem a Deus. Outras, que viveram sua vida religiosa, mas que durante a vida mostraram pouca caridade para com as suas irmãs, foram privadas dos sufrágios oferecidos em sua intenção e não receberam assistência alguma.

Acrescentemos ainda mais um extrato das Memórias da Madre Greffier: 'Enquanto Irmã Margarida estava orando por duas religiosas falecidas, suas almas lhe foram mostradas nas prisões da Justiça Divina, onde uma sofria incomparavelmente mais do que o outra. A primeira lamentava muito que, por suas faltas contra a caridade mútua e a santa amizade que deveria permanecer nas comunidades religiosas, ela havia sido privada, entre outras punições, dos sufrágios que lhe eram oferecidos pela comunidade. Ela recebeu alívio apenas pelas orações de três ou quatro pessoas da mesma comunidade, por quem teve menos afeição e inclinação durante a sua vida. Essa alma sofredora também se recriminava pela excessiva facilidade com que havia recebido dispensas das regras e dos exercícios da comunidade. Finalmente, ela deplorava o cuidado que havia devotado na terra para obter para seu corpo tantos confortos e comodidades. Depois deu ainda a conhecer à nossa querida Irmã que, como castigo por três faltas, ficou à mercê de três ataques violentos do demônio durante a sua última agonia, o que quase a fez acreditar-se perdida e a ponto de cair em desespero mas que, pela intercessão da Santíssima Virgem, a quem sempre tivera grande devoção durante a sua vida, ela tinha sido arrebatada por três vezes das garras do inimigo'.

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog)

BREVIÁRIO DIGITAL - LADAINHA DE NOSSA SENHORA (XLV)

AUXÍLIO DOS CRISTÃOS, rogai por nós.

(Ilustração da obra 'Litanies de la Très-Sainte Vierge', por M. L'Abbé Édouard Barthe, Paris, 1801)

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

'PADRE, AGORA ACREDITO!'


O que se vê aqui além de uma simples fotografia? Um registro momentâneo de um sacerdote ministrando a sagrada comunhão a um homem já de idade avançada? Sim, certamente é isso. Mas o que sabemos realmente sobre o que pode significar uma simples fotografia, irrelevante para quase todos e um verdadeiro tesouro para poucos? Essa fotografia é um exemplo disso. O nome do senhor de idade recebendo a sagrada comunhão é Frederico Abresch e a sua presença nessa fotografia é um reflexo de sua conversão e completa mudança de vida, traduzida no seu extraordinário relato abaixo.

'Quando, em novembro de 1928, fui procurar pela primeira vez o Padre Pio, eu não tinha fé alguma. Como descendente de uma família protestante, de formação completamente anticatólica, fiz-me católico por razões de conveniência. As verdades da fé cristã me deixavam indiferente; me interessavam mesmo eram as ciências ocultas. Iniciei-me no espiritismo, mas me pareceram pouco sólidas as mensagens do além. Busquei então conhecer as artes místicas da magia e da teosofia com afinco e dedicação. Mas, para agradar à minha esposa, aproximava-me dos sacramentos de vez em quando, sem qualquer convicção.

Lembro-me de ter ouvido falar do Padre Pio, um frade capuchinho, estigmatizado, que, segundo me contaram, realizava milagres. Movido pela curiosidade, pensando também na minha esposa, à época gravemente doente e às vésperas de fazer uma operação que a privaria para sempre do seu enorme desejo de ser mãe, decidi tentar a sorte. Dirigi-me a San Giovanni Rotondo e aqui nem vale a pena revelar a minha desconfiança, tratando-se de fatos relativos à Igreja Católica que, segundo a minha opinião, não passavam de um amontoado de superstições.

Como foi frio o meu o primeiro contato com o Padre Pio! Dirigiu-me algumas poucas palavras, que me pareceram muito secas e de quem esperava um acolhimento muito mais afetuoso, depois de tão longa viagem. No entanto, uma vez ali, decidi confessar-me. Mal me ajoelhei, o Padre me alertou que nas minhas confissões precedentes eu tinha ocultado pecados graves. Perguntou-me se eu ali estava de boa fé. Respondi dizendo considerar que a confissão era apenas uma boa instituição social, mas não acreditava no caráter sobrenatural do sacramento. Contudo, alguma coisa me levou a acrescentar em seguida: 'Padre, agora acredito!'

O Padre Pio ficou calado por uns momentos e, depois, com uma expressão de dor indizível, exclamou: 'Isso é heresia. Todas as suas confissões têm sido sacrílegas. É necessário fazer uma confissão geral. Faça um bom exame de consciência, lembrando-se de quando se confessou bem pela última vez. Jesus tem sido mais misericordioso consigo do que foi com Judas'. Olhou-me com ar sereno e disse-me em voz alta: 'Sejam louvados Jesus e Maria!' E dirigiu-se à igreja para confessar as mulheres.

Fiquei sozinho na sacristia, profundamente impressionado. Não me saíam dos ouvidos as palavras do Padre: 'Lembre-se de quando se confessou bem pela última vez...' É certo que, ao fazer-me católico, fui batizado 'sob condição' e o batismo efetivamente tinha apagado todos os pecados da minha vida passada. Por ocasião do meu casamento, também fizera uma boa confissão. Mas, agora, para minha maior tranquilidade, decidi que iria declarar todos os meus pecados lembrados, desde a minha infância. Tinha a cabeça fervendo destas ideias, quando o Padre Pio reentrou na sacristia e disse de imediato: 'Vamos lá. Quando é que você se confessou bem pela última vez?'

Comecei a balbuciar algumas palavras, mas ele me interrompeu prontamente: 'Você se confessou bem no regresso da sua viagem de lua-de-mel. Deixemos o resto e comecemos a partir desse momento'. Eu estava pasmado. Mas o Padre Pio não me deixou tempo para refletir. Em voz alta, sob a forma de perguntas precisas, começou a enumerar todos os meus pecados acumulados há tantos anos. Chegou a dizer-me o número exato das missas a que eu tinha faltado.

Depois de me recordar todos os meus pecados mortais, fez-me ver a gravidade dessas faltas e disse com um tom inesquecível: 'Você cantava louvores a satanás, enquanto Jesus, no seu amor infinitamente carinhoso, se esforçava por salvá-lo'. Depois de ter recebido a absolvição, senti-me tão feliz e tão leve que até parecia ter asas. Ao voltar à povoação, com os outros peregrinos, comportei-me como uma criança doida de alegria. Humanamente falando, não há explicação para o que me aconteceu. O Padre Pio me via pela primeira vez. Durante a confissão, lembrou-me certos fatos por mim totalmente esquecidos. Conhecia deles os mínimos pormenores e destacou-os um a um para mim'.

Essa é a história de conversão do Sr. Frederico Abresch. A sua esposa curou-se da doença e não precisou mais ser operada.  E o casal pôde ter depois o tão desejado filho que viria, anos mais tarde, tornar-se um sacerdote.  Este mesmo que, na fotografia acima, oferece a Sagrada Comunhão ao seu pai. Qual o valor que pode ter nesta vida uma simples fotografia?

BREVIÁRIO DIGITAL - LADAINHA DE NOSSA SENHORA (XLIV)

CONSOLADORA DOS AFLITOS, rogai por nós.

(Ilustração da obra 'Litanies de la Très-Sainte Vierge', por M. L'Abbé Édouard Barthe, Paris, 1801)

domingo, 4 de setembro de 2022

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós' (Sl 89)
  
 04/09/2022 - Vigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum 

41. 'QUEM NÃO CARREGA SUA CRUZ...' 


Na essência do amor a Deus vivido em plenitude, está o abandono aos valores do mundo e às glórias humanas. No desapego aos valores materiais, no desprendimento aos moldes terrenos de vidas tangidas meramente pelas relações humanas, ainda que louváveis e boas em si, a alma se liberta do lastro e das amarras das felicidades transitórias dessa vida para a impulsão definitiva para a felicidade eterna do Céu.

As palavras de Jesus no Evangelho de hoje são duras: 'Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo' (Lc 14, 26). Pois é preciso servir primeiro a Deus e depois aos homens; e porque é preciso estar sem lastros humanos para servir a Deus sobre todas as coisas, é preciso superar relações humanas ainda que fraternas; porque sendo o amor divino o itinerário da eternidade, é preciso vivê-lo em patamares além das dimensões seguras e sensíveis dos amores humanos mais belos, que ligam pai e filho, mãe e filha, irmãos e irmãs, pais e esposos. Eis a essência desse amor sem medidas: por tudo de lado, até a própria vida, para seguir Jesus Cristo e o Evangelho.

Esta dimensão de renúncia e despojamento completo não é fácil, não é simples, não é desprovida de sacrifício: 'Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo' (Lc 14, 27). Sim, é preciso carregar a cruz: cruz que se torna pesada quando tolhida à terra pelos afazeres e lastros dos apegos humanos; cruz que se torna um jugo suave quando levada pela alma do discípulo incensado do mais puro amor de Deus. Per crucem ad lucem: é pela cruz que se chega à luz.

Jesus vai revelar em seguida, por meio de duas curtas parábolas, que, uma vez conhecidas as dificuldades de superação dos nossos apegos aos valores humanos, o propósito de renúncia ao mundo exige planejamento, prudência e perseverança: 'Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar?' (Lc 14, 28). 'Ou ainda: qual o rei que ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil?' (Lc 14, 31). Não se constrói uma torre ou se participa de uma guerra, sem armas, ferramentas ou projetos solidamente firmados. O que dizer, portanto, em relação à nossa caminhada de vida interior e espiritual que tem como medida a própria eternidade?

sábado, 3 de setembro de 2022

AS DUAS MURALHAS QUE DETÊM O ANTICRISTO

'... primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniquidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no Templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus... Agora, sabeis perfeitamente que algo o detém, de modo que ele só se manifestará a seu tempo. Porque o mistério da iniquidade já está em ação, apenas esperando o desaparecimento daquele que o detém. Então, o tal ímpio se manifestará. (2 Ts 2, 3-8)

São Paulo, em sua carta aos Tessalonicenses, nos fala sobre o fim dos tempos e sobre o aparecimento do anticristo, o ímpio dos ímpios, que ousará se colocar no trono de Deus, fingindo ser Deus. E que estes tempos terríveis para a Igreja e a civilização cristã no mundo será precedida por uma grande, uma monumental apostasia, o que significa que uma grande parte da humanidade será sustentada por homens sem fé e sem Deus.

Mas São Paulo deixa muito claro que alguém ou alguma coisa tende a impedir (ou postergar) o pleno surgimento do anticristo. Primeiro, ele cita 'algo' e depois menciona explicitamente que o impedimento do mistério da iniquidade envolve o 'desaparecimento de alguém'. São Paulo está falando, portanto, de duas barreiras distintas e complementares: de alguma coisa e de um homem em particular. Parece bastante óbvio entender que já estamos vivendo esses tempos tremendos: a apostasia é universal e a humanidade como um todo cultua o homem como deus de si mesmo. Neste contexto de agora, quais poderiam ser essas duas referências singulares dos tempos finais?

O 'algo' ou 'alguma coisa' é o fundamento da nossa fé cristã - a Sagrada Eucaristia, o mistério da graça divina pela  transubstanciação do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo; a presença real e viva de Jesus Cristo no Santo Sacrifício. Recebemos o Cristo - Corpo, Sangue, Alma e Divindade -  em nossa alma, a cada comunhão. Recebemos o Rei do Universo em nossos corações. Recebemos Deus, descido dos Céus ao encontro do homem do pecado.

E o que temos feito da Sagrada Eucaristia, bispos, padres e leigos? Pouco caso, indiferentismo, violações, aberrações litúrgicas, profanações... Quantos católicos creem firmemente nos mistérios da transubstanciação? Quantos padres? Quantos bispos? Quantos não participam da ceia eucarística como se ela fosse apenas o simbolismo de uma mera refeição? Recebendo uma hóstia de pão e não o Pão Vivo dos Céus? Percorrendo a procissão eucarística como andarilhos na igreja, recebendo Jesus como um objeto nas mãos, voltando aos bancos como cumprindo uma parte do ritual litúrgico, sem ação de graças, sem agradecimentos e sem orações (se isso fosse permitido pela cantoria sem fim).

O que aconteceu na pandemia? Fecharam-se as igrejas, a Igreja aceitou passivamente não mais oferecer o Santo Sacrifício (os fieis ficaram forçados a fazer a comunhão espiritual em missas online). Qual vai ser o peso desse pecado para a Igreja? O que acontece agora, na pós-pandemia? A mesma subserviência mundana, submergida pelos cuidados da saúde física dos fieis, sem quaisquer ponderações em favor da primazia da salvação das almas. A comunhão nas mãos, o self-service eucarístico, com enorme risco de perdas das espécies eucarísticas e de profanações. É assim, indiferente e morno, que uma grande maioria de católicos dos dias atuais se comporta diante de Deus.

A Santa Eucaristia é a barreira institucional contra a manifestação do anticristo; nela estão encerrados os contrafortes contra essa rebentação, a contenção contra este flagelo de iniquidades. Mas até quando? Uma vez distorcida, comprometida, adulterada e vilipendiada, esta muralha, que deveria ser intransponível, tende a perder a resistência, a estabilidade e a segurança contra a ruína total. E este processo parece não ter fim, e só aumenta em amplitude e deterioração. Perdida a barreira da Santa Eucaristia, estaremos todos perdidos.

Mas São Paulo menciona também uma figura humana, associada à instituição do sacramento divino. Todo esse caudal de iniquidades ainda se mantém confinado também pela ação de um homem: 'daquele que o detém'. Há um elemento chave para se entender a natureza deste personagem: a manifestação do anticristo provém das entranhas da própria Igreja porque ousará tomar para si o próprio Templo de Deus, fazendo-se deus, ou seja, tomando e conspurcando a Igreja de Cristo pelo seu poder mais elevado nessa terra. Portanto, aquele que o detém só pode ser alguém com papel relevante e decisivo nos próprios destinos da Igreja Militante. Quem poderia ser essa pessoa a não ser um papa?

Seria essa pessoa o Papa Bento XVI? Um homem já tão idoso, frágil e doente, vivendo em completo recolhimento e afastado do poder temporal da Igreja? Ou deveríamos ver nele um teólogo brilhante, uma sede da sabedoria da graça, um eremita cumprindo a Santa Vontade de Deus? O que sabemos realmente de tudo que aconteceu na Igreja nestes últimos tempos, desde a sua espantosa abdicação? Qual é o verdadeiro papel que o atual Bispo Emérito da Cidade de Roma desempenhou (ou ainda vai desempenhar) na crise atual da Igreja de Cristo? Não sabemos, mas o fato concreto é que o Papa Bento XVI ainda vive, idoso, frágil e doente, conforme a vontade e os desígnios da Providência Divina. Ele ainda não desapareceu, como ainda não desapareceu a Sagrada Eucaristia, como ainda não se instaurou a abominação da desolação na Santa Igreja (cf Livro de Daniel). Ainda. Tudo tem a sua razão nos planos da Providência, porque nada acontece por acaso, nada é apenas nada onde Deus vive e reina pelos  séculos dos séculos.