quarta-feira, 23 de março de 2022

IMAGEM DA SEMANA

'Estreita é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram' (Mt 7,14)

terça-feira, 22 de março de 2022

O DOGMA DO PURGATÓRIO (XXVIII)

Capítulo XXVIII

As Longas Penas de Expiação no Purgatório - Lord Stourton - Santa Lidwina e a Alma Tomada pelos Pecados da Luxúria

Dissemos que o valor total da dívida dos sofrimentos do Purgatório provém de todas as faltas não expiadas na terra, mas principalmente dos pecados mortais não remidos à sua culpa. Assim, aqueles homens que passam a vida inteira em estado habitual de pecado mortal e que atrasam a sua conversão até quase à morte, supondo que Deus lhes conceda essa graça excepcional, terão que sofrer os mais terríveis castigos. 

O exemplo de Lord Stourton dá-nos bons motivos para reflexão. Lord Stourton, um nobre inglês, era católico de coração mas, para manter a sua posição na corte, frequentava regularmente os ritos protestantes. Ele até acolheu um sacerdote católico em sua própria casa, ao preço dos maiores perigos, com o propósito de fazer uso do seu ministério para se reconciliar com Deus na hora de sua morte. Entretanto, ele sofreu um acidente repentino e, como muitas vezes acontece em tais casos, por um justo decreto de Deus, não teve tempo de realizar o seu desejo de conversão tardia. No entanto, a Divina Misericórdia, levando em consideração o que ele havia feito em favor da Igreja Católica tão perseguida na Inglaterra, concedeu-lhe a graça da contrição perfeita e, consequentemente, garantiu a sua salvação. Mas teve que pagar muito caro por sua negligência culposa. Anos se passaram. Sua viúva casou novamente e teve filhos. E é uma de suas filhas, Lady Arundel, que relata este fato como testemunha ocular:

'Um dia minha mãe pediu a F. Cornelius, um jesuíta de grande prestígio e que mais tarde morreu mártir (foi traído por um servo da família Arundel e executado em Dorchester em 1594), que rezasse uma missa em intenção da alma de Lord Stourton, seu primeiro marido. Ele assim o fez e, enquanto estava no altar, entre a Consagração e a Memento pelos mortos, parou por um longo tempo como se estivesse absorto em oração. Depois da missa, numa exortação que dirigiu aos presentes, contou-lhes uma visão que acabara de ter durante o Santo Sacrifício. Ele tinha visto uma imensa floresta que se estendia à sua frente, mas inteiramente em chamas, formando uma fornalha imensa. No meio dela, estava o nobre falecido, soltando gritos terríveis, lamentando a vida culpada que levara no mundo e na corte. Após ter feito uma confissão completa de suas faltas, o infeliz a terminou com estas palavras, que a Sagrada Escritura coloca na boca de Jó: 'Tem piedade de mim! Tenham piedade de mim, pelo menos vocês meus amigos, pois a mão do Senhor me tocou'. E então desapareceu. Enquanto relatava isso, F. Cornelius derramou muitas lágrimas, e todos nós, membros da família, ao número de vinte e quatro pessoas, choramos também. De repente, enquanto o padre ainda falava, percebemos na parede contra a qual o altar estava o que parecia ser o reflexo de brasas acesas'. Tal é o relato de Dorothy, Lady Arundel, como pode ser lido na 'História da Inglaterra', por Daniel.

Santa Lidwina também viu no Purgatório uma alma que sofreu longas penas por pecados mortais não suficientemente expiados na terra. O incidente é assim relatado na vida da santa. Um homem que, por muito tempo foi escravo do demônio da impureza, finalmente teve a felicidade de se converter. Confessou os seus pecados com grande contrição, mas, impedido pela morte, não teve tempo de expiar com justa penitência seus numerosos pecados. Lidwina, que o conhecia bem, rezou muito pela sua alma. Doze anos depois de sua morte ela ainda continuava a rezar na sua intenção, quando, em um de seus êxtases, foi levada ao Purgatório por seu anjo guardião e então ouviu uma voz triste saindo de um poço profundo. 'É a alma daquele homem' - disse o anjo - 'por quem você tem rezado com tanto fervor e constância'. 

Ela ficou surpresa ao encontrá-lo nas profundezas do Purgatório doze anos após a sua morte. O anjo, vendo-a tão afetada, perguntou se ela estava disposta a sofrer algo em favor de sua libertação. 'De todo o meu coração' - respondeu a donzela caridosa. A partir desse momento, passou a sofrer novas dores e tormentos assustadores, que pareciam superar a força da resistência humana. No entanto, ela os suportou com tanta coragem, sustentada por uma caridade mais forte que a morte, que agradou a Deus enviar-lhe finalmente alívio. Ela então respirou como quem tivesse sido trazida novamente à vida e, ao mesmo tempo, viu aquela alma, pela qual tanto sofrera, sair do abismo, branca como a neve, e voar para o Céu. 

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog)

segunda-feira, 21 de março de 2022

SOBRE O CONHECIMENTO DE DEUS

A visão imediata de Deus ultrapassa as forças naturais de toda e qualquer inteligência criada, angélica ou humana. Uma inteligência criada pode, em sua atividade natural, conhecer a Deus pelo reflexo de suas perfeições na ordem criada, mas não pode vê-lo diretamente em si mesmo como Ele se vê.

O anjo e a alma humana só se tornam capazes de um conhecimento sobrenatural de Deus e de um amor sobrenatural por Ele se tiverem recebido este enxerto divino que é a graça habitual ou santificante, participação da natureza divina ou da vida íntima de Deus. Só essa graça, recebida na essência de nossa alma como um dom gratuito, pode torná-la radicalmente capaz de operações propriamente divinas, isto é, de ver a Deus diretamente como Ele se vê e de o amar como Ele se ama.

Em outros termos, a deificação da inteligência, e a da vontade, supõe uma deificação da própria alma (em sua essência), donde derivam essas faculdades. Essa graça, quando está consumada e inamissível, se chama a glória, e dela procedem, na inteligência dos bem-aventurados do céu, a luz sobrenatural que lhes dá a força de ver a Deus, e, na vontade, a caridade infusa que lhes fez amá-lo, sem que possam daí em diante desviar-se dEle.

Em muitas ocasiões, já o notamos, Jesus repete: 'Aquele que crê em mim tem a vida eterna'. Não somente ele vai tê-la mais tarde mas, num certo sentido, já a tem, porque a vida da graça é a vida eterna começada. É, com efeito, a mesma vida em seu fundo, como o germe que está num fruto de carvalho tem a mesma vida que o carvalho desenvolvido; como a alma espiritual da criança pequena é a mesma que, um dia, desabrochará no homem feito.

No fundo, é a mesma vida divina, que está em germe no cristão aqui em baixo, e que está plenamente desabrochada nos santos do céu, que são verdadeiros viventes da vida da eternidade. É a mesma vida sobrenatural, a mesma graça santificante, que está no justo aqui em baixo e nos santos do céu; é também a mesma caridade infusa, com duas diferenças: aqui em baixo nós conhecemos a Deus não na claridade da visão, mas na obscuridade da fé infusa e, além disso, ainda que esperemos possuí-lo de modo inamissível, aqui embaixo podemos perdê-lo por nossa própria culpa. Mas, apesar dessas duas diferenças, relativas à fé e à esperança, é a mesma vida, porque é a mesma graça santificante e a mesma caridade; as quais devem durar eternamente.

(Excertos da obra 'As Três Idades da Vida Interior', de R. Garrigou-Lagrange)

domingo, 20 de março de 2022

EVANGELHO DO DOMINGO

'O Senhor é bondoso e compassivo' (Sl 102)

 20/03/2022 - Terceiro Domingo da Quaresma 

17. A FIGUEIRA ESTÉRIL 


Neste Terceiro Domingo da Quaresma, o Evangelho nos exorta a viver contínua e decididamente o caminho da plena conversão. E a busca da conversão exige de nós o afastamento incondicional do pecado e a via da santificação plena, como receptáculos abertos a toda a graça de Deus. Entre a retidão de nossos propósitos e a misericórdia do Pai, encontra-se o nosso lugar no portal da eternidade.

E Jesus nos fala primeiro que a grande tragédia humana é o pecado: 'Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa?' (Lc 13,2). Jesus falava dos galileus que tinham sido assassinados no templo por ocasião da Páscoa, a mando de Pilatos. Ele mesmo responderia que não, da mesma forma que não eram mais pecadores as 18 pobres vítimas da queda da torre de Siloé. A justiça divina não é amalgamada pelo castigo em si, mas pela resistência persistente e obstinada aos tesouros da graça. Não são desgraçados os que morrem em tragédias humanas, são miseráveis os que perdem a alma e a vida eterna consumidos na tragédia pessoal de apenas querer ganhar o mundo. 'Se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo' (Lc 13, 5).

Jesus ratifica estes ensinamentos com a parábola da figueira estéril, que não produz bons frutos, ano após ano, símbolo da alma fechada a todas as graças recebidas. Mas o Senhor busca incessantemente a volta da ovelha desgarrada e a espera e a consome de favores e bênçãos, porque o 'Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo' (Sl 102). É como o vinhateiro que nunca descuida da planta bruta, cultiva o solo, dispõe o adubo, rega a terra, acompanha ciosa e pacientemente os seus primeiros frutos. No nosso caminho de vida espiritual, o vinhateiro é o próprio Cristo, é Nossa Senhora, é a Santa Igreja, são os santos intercessores, é o nosso próprio Anjo da Guarda. Um derramamento abundante de graças à espera de nosso arrependimento sincero, de nossa dor ao pecado, de nossa conversão definitiva.

Mas o Evangelho termina também com uma determinação explícita: 'Se (a figueira) não der (fruto), então tu a cortarás’ (Lc 13,9). Assim, uma vez desprezados todos os limites da graça e tornados vãos todos os esforços do vinhateiro, a figueira torna-se inútil e a tragédia humana se consome na perda eterna das almas criadas para a glória de Deus.

sábado, 19 de março de 2022

19 DE MARÇO - SÃO JOSÉ

  

São José, esposo puríssimo de Maria Santíssima e pai adotivo de Jesus Cristo, era de origem nobre e sua genealogia remonta a Davi e de Davi aos Patriarcas do Antigo Testa­mento. Pouquíssimo sabemos da vida de José, além de suas atividades de carpinteiro em Nazaré. Mesmo o seu local de nascimento é ignorado: poderia ser Nazaré ou mesmo Belém, por ter sido a cidade de Davi. Ignora-se igualmente a data e as condições da morte de São José, mas existem fortes razões para afirmar que isso deve ter ocorrido an­tes da vida pública de Jesus. Com certeza, José já teria falecido quando da morte de Jesus, uma vez que não se explicaria, então, a recomendação feita aos cuidados mútuos à mãe e ao filho, dados, da cruz, por Jesus a Maria e a São João Evangelista.

Não existem quaisquer relíquias de São José e se desconhece o local do seu sepultamento. Muitos pais da Igreja defendiam que, devido à sua missão e santidade, São José, a exemplo de São João Batista, teria sido consagrado antes do nasci­mento e já gozava de corpo e alma da glória de Deus no céu, em companhia de Jesus e sua santíssima Esposa. As virtudes e as graças concedidas a São José foram extraordinárias, pela enorme missão a ele confiada pelo Altíssimo. A dig­nidade, humildade, modéstia e pobreza, a amizade íntima com Je­sus e Maria e o papel proeminente no plano da Redenção, são atributos e méritos extraordinários que lhe garantem a influência e o poder junto ao tro­no de Deus. Pedir, portanto, a intercessão de São José, é garantia de ser ouvido no mais alto dos céus. Santa Tereza, ardorosa devota de São José, dizia: 'Não me lembro de ter-me dirigido a São José sem que tivesse obtido tudo que pedira'.

A devoção a São José na Igreja Ca­tólica é antiquíssima. A Igreja do Oriente celebra esta festa, desde o século nono, no domingo depois do Natal. Foram os carmelitas que in­troduziram esta solenidade na Igreja Ocidental; os franciscanos, já em 1399, festejavam a comemoração do Santo Pa­triarca. Xisto IV inseriu-a no bre­viário e no missal; Gregório XV ge­neralizou-a em toda a Igreja. Cle­mente XI compôs o ofício, com os hinos, para a celebração da Festa de São José em 19 de março e colocou as missões na China sob a proteção do Santo. Pio IX introdu­ziu, em 1847, a festa do Patrocínio de São José e, em 1871, declarou-o Pa­droeiro da Igreja; muitos pontífices promoveram solenemente a devoção a São José, por meio de orações, homilias, encíclicas e devoções diversas.

sexta-feira, 18 de março de 2022

TESOURO DE EXEMPLOS (137/139)


137. DOM BOSCO CONFESSA UM DEFUNTO

Havia um jovem, chamado Carlos, que só pensava em viver e divertir-se. Mas eis que cai doente, tão doente que o médico lhe dá apenas algumas horas de vida. Quis confessar-se a Dom Bosco, que lhe era muito afeiçoado, mas Dom Bosco não pôde ir. Confessou-se com outro sacerdote, mas a confissão não foi sincera, pois ocultou faltas graves.

E o jovem morreu... Comunicaram logo a Dom Bosco que o seu querido Carlito falecera. Nesse momento uma voz misteriosa parecia segredar a Dom Bosco que o infeliz não se confessara bem. Saltou do leito, correu à casa do defunto. Ali estava Carlito imóvel, amarelo, endurecido: ia ser colocado no caixão. Dom Bosco ordenou que todos deixassem o aposento; ali só ficaram o santo e o cadáver.

Dom Bosco, falando ao ouvido do defunto, disse:
➖ Carlito!
O rapaz abriu os olhos e fitou-os em seu santo diretor.
➖ Onde estiveste? - perguntou-lhe o servo de Deus.
➖ Padre, numa região misteriosa e desconhecida. Vi muitos demônios e todos me queriam arrastar ao inferno. Diziam que tinham direito sobre mim.
➖ Filho, é porque não te confessaste bem. Ocultaste um pecado por vergonha, não é verdade?
➖ Sim, padre; mas agora quero declará-lo.

E o rapaz confessou com grande humildade seus pecados e sacrilégios.
➖ Padre, se não fôra esta grande misericórdia de Deus, eu estaria perdido para sempre.
Dom Bosco, erguendo a destra, deu-lhe a absolvição. Recebeu-a o jovem com grande recolhimento e na atitude da mais profunda gratidão. O santo abriu a porta e disse aos que esperavam do lado de fora:
➖ Podem entrar.

Entraram e lançaram um grito de surpresa e de terror. O morto estava sentado na cama. Parentes e amigos caíram de joelhos, mudos de assombro.
Dom Bosco inclinou-se e disse ao ouvido do jovem:
➖ Carlito, agora que estás na graça de Deus, que é que desejas: viver ou morrer?
➖ Padre - respondeu o rapaz - quero morrer.
Enquanto o santo lhe dava a bênção, Carlito deixava cair a cabeça sobre o travesseiro, juntava as mãos sobre o peito, fechava os olhos e... morria.

138. O FILÓSOFO E O BARQUEIRO

Um barqueiro transportava um filósofo em sua barca. Durante a travessia, disse o filósofo ao barqueiro:
➖ Então, meu velho, você sabe alguma coisa?
➖ Eu? Sei remar e nadar.
➖ Não sabe filosofia?
➖ Nunca ouvi falar disso.
➖ Não sabe astronomia?
➖ Não, senhor.
➖ Não conhece a gramática?
➖ Também não, senhor.

E assim foi o filósofo perguntando muitas coisas e o barqueiro respondendo:
➖ Não sei nada disso.
➖ Pois, assim, você perdeu a metade da vida, acrescentou o filósofo.

Nisso, distraídos pela conversa, deram contra um rochedo, partiu-se a barca e os dois naufragaram. O barqueiro, nadando, alcançou a margem; ao passo que o filósofo se afogava. O barqueiro, malicioso, gritou-lhe:
➖ Senhor filósofo, não sabe nadar?
➖ Não.
➖ Ah! não sabe? Então o senhor é um infeliz; perdeu a vida inteira. Suas astronomias e filosofias não lhe servem para nada.

Isto mesmo se pode dizer dos que sabem tudo deste mundo, menos a doutrina cristã, pois a ciência mais apreciada é que o homem bem acabe: porque, no fim da jornada, aquele que se salva, sabe e o que não se salva, não sabe nada.

139. O SOLDADO E O OVO

A pessoa que sabe sofrer com paciência é semelhante a um anjo. Conta Santiago que, num hospital servido por Irmãs de Caridade, achava-se um soldado em tratamento. Certo dia pediu-lhe trouxessem um ovo cozido. Poucos instantes após uma das Irmãs servia o enfermo o ovo cozido; mas aquele indivíduo, querendo, ao que parece, provar a paciência da religiosa, rejeitou o ovo bruscamente, dizendo:
➖ Está duro demais.

Retirou-se a Irmã em silêncio e, depois de alguns minutos, trouxe outro ovo; mas o doente rejeitou-o de novo, alegando:
➖ Está mole demais.

Sem mostrar o menor indício de impaciência, foi a Irmã, pela terceira vez, à copa e trouxe ao soldado um vaso com água fervente e um ovo fresco e disse-lhe com toda calma:
➖ Aqui tem o senhor tudo que é necessário; prepare o ovo do modo que lhe agradar.

Essa paciência inalterável da boa religiosa causou ao soldado tal impressão, que não pôde deixar de exclamar:
➖ Agora compreendo que há um Deus no céu, uma vez que há tais anjos na terra.
Por aí se vê que, pela paciência, pode-se fazer um grande bem ao próximo.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

quinta-feira, 17 de março de 2022

ORAÇÃO DE VISITA AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

 

Meu Senhor Jesus Cristo, que pelo amor que tendes aos homens, permaneceis noite e dia nesse Sacramento, todo cheio de bondade e de misericórdia, chamando, esperando e acolhendo a todos os que vêm visitar-vos: eu creio que estais realmente presente no Sacramento do Altar; adoro-vos do abismo do meu nada e vos agradeço todas as graças que me tendes dispensado até hoje, especialmente a de vos terdes dado a mim neste Sacramento, de me terdes concedido por advogada vossa Mãe Maria Santíssima e de me haverdes chamado para visitar-vos nesta igreja. 

Adoro e saúdo o vosso Coração amantíssimo e o faço por três fins: primeiro para vos agradecer tão grande dom; segundo, para reparar as injúrias que recebeis de vossos inimigos neste Sacramento de Amor; terceiro, para adorar-vos em todos os lugares da terra, onde permaneceis menos honrado e mais abandonado. Meu Jesus, amo-vos de todo o meu coração. Arrependo-me de ter ofendido tantas vezes a vossa bondade infinita. Proponho, com o auxilio da vossa divina graça, nunca mais vos ofender. 

E agora, miserável como sou, consagro-me inteiramente a Vós e vos ofereço o meu coração, a minha vontade e tudo o que possuo. De agora em diante fazei de mim o que for do vosso agrado. Eu não vos peço e não quero senão o vosso amor, a perseverança final e o cumprimento perfeito da vossa vontade. 

Recomendo-vos as almas do purgatório, particularmente as que foram mais devotas do Santíssimo Sacramento e de Maria Santíssima. Recomendo-vos também todos os pobres pecadores. Finalmente, ó meu amado Salvador, uno todos os meus afetos aos de vosso Coração amantíssimo, e assim, unidos ofereço-os ao vosso Eterno Pai e lhe peço em vosso nome que, por vosso amor, queira aceitá-los e atendê-los. Amém. 

(300 dias de indulgência)