quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

IMAGEM DA SEMANA

(Catedral de São Paulo / Londres durante bombardeio aéreo alemão em 29/12/1940)

(Catedral preservada entre as ruínas e os destroços dos edifícios adjacentes)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA (XX)


TALMUDE

É o nome dado aos comentários do Antigo Testamento, que desenvolvem e completam os mais antigos comentários feitos pelos rabinos e que são fundamentados pelas tradições orais. Há o Talmude de Jerusalém (3.° e 4.° séculos) e o de Babilônia (5.° e 6.° séculos). É a base da teologia judaica atual e contém odiosas calúnias contra Jesus Cristo e sua Mãe e contra os cristãos em geral. É o grande livro dos judeus, contém todas as suas tradições, é o seu compêndio de teologia moral. Dois grandes centros da influência judaica — Jerusalém e Babilônia — deram origem a duas redações diferentes do Talmude. Nos séculos III e IV os doutores judeus da Palestina, de um modo particular os de Tiberíades, acrescentaram novos comentários jurídicos e casuísticos aos mais antigos comentários da Lei, formando assim o chamado Talmude de Jerusalém, que está redigido em arameu, mas, no entanto, as citações dos doutores mais antigos estão em hebreu. Outra redação do Talmude é a escrita em Babilônia, no século V e VI, em arameu babilônico, conservando também em hebreu as citações dos antigos doutores. 

TEMOR DE DEUS

Princípio que não nos leva a fugir de Deus mas a fugir de tudo o que lhe pode ser desagradável. Deus quer que o temamos, pois disse-nos: 'Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes ao que pode lançar no inferno tanto a alma como o corpo' (Mt 10, 28). Já antes de Jesus Cristo, havia dito: 'Temei a Deus e observai os seus mandamentos' (Ecl 12, 13). E o Apóstolo São Paulo escreveu: 'Obrai a vossa salvação com receio e temor' (Fp 2, 12). Por isso, se estamos na graça de Deus, devemos fugir da ocasião do pecado, com medo de pecar; se caímos em pecado, devemos logo pedir sinceramente perdão a Deus, com medo da justiça divina ofendida. Em muitas circunstâncias da nossa vida, em muitas tentações que nos assaltam, só o temor de ofender a Deus pode impedir a nossa queda, o nosso pecado e a nossa desonra. Por isso o Apóstolo São Paulo nos manda estar firmes na fé e conservarmo-nos no temor (Rm 11, 20).

TEMPERANÇA

É uma das quatro virtudes cardeais, a qual nos dispõe a usar com moderação das coisas necessárias para a vida — comer, beber e uso do Matrimônio — unicamente para satisfazer à nossa conservação e para utilidade do próximo. Os prazeres sensíveis não são um mal; podem, todavia, arrastar à desordem dos sentidos. É a virtude da temperança que os modera, impedindo qualquer excesso. A temperança na comida chama-se abstinência; na bebida chama-se sobriedade; nos prazeres sensuais ou venéreos chama-se castidade.

TEOLOGIA

Etimologicamente, teologia deriva de duas palavras gregas: teos + logos, que significam 'palavra de Deus'. Teologia é a ciência que trata de Deus. A Teologia pode ser natural (Teodicéia), se procede de princípios naturais; sobrenatural se procede de princípios revelados e tira conclusões a respeito de Deus e das coisas divinas. Neste último sentido, a Teologia pode definir-se como sendo a 'ciência que dos princípios da fé, mediante raciocínio reto, tira conclusões acerca de Deus e das coisas que, de qualquer modo que seja, se relacionam com Ele'. Sendo a Teologia uma ciência, é costume dividi-la em: (i) Dogmática, que é o conjunto das verdades reveladas, que todo o cristão deve crer; (ii) Moral, que é o conjunto dos deveres que o cristão tem de cumprir para conseguir a vida eterna; (iii) Ascética e Mística, que trata dos conselhos dados por Deus, para que o cristão chegue a atingir a perfeição da vida cristã e expõe os caminhos por onde Deus conduz as almas à mais elevada santidade.

TEOSOFISMO

Heresia que ressuscita erros grosseiros, tais como o panteísmo, a emanação dos seres da substância divina e a transmigração das almas, através dos corpos, mesmo dos animais, em expiação das culpas de uma vida anterior. A Igreja proíbe fazer parte das sociedades teosóficas, assistir às suas reuniões, ou ler os livros, periódicos e quaisquer outras de suas publicações.

TÉRCIA

É uma das Horas Canônicas do Ofício Divino, que se segue à Hora de Prima e que corresponde às 9 horas da manhã; era a terceira hora do dia, segundo o modo de contar dos antigos.

TESTEMUNHAIS

São documentos comprovativos, para um aspirante ao estado eclesiástico ou religioso, de ter recebido o Batismo e a Confirmação. Também se dá aquele nome às informações do bispo da diocese de origem e às de outros em cujas dioceses tivesse habitado durante um ano, depois dos 14 anos, assim como às dos superiores de colégio ou noviciado, em que tenha vivido. Tais informações são secretas e conservam se na posse de quem as recebem.

TIBIEZA

Uma alma tíbia é a que cai com facilidade em pecado venial por não lhe dar importância; é a que reconhece ter hábitos viciosos e não se esforça por se corrigir; é a que, praticando a piedade, despreza os meios de progredir; é a que afrouxa no serviço de Deus, quando não sente consolação espiritual. São causas da tibieza: a facilidade em omitir os exercícios ordinários de piedade, o desprezo das pequenas faltas, a ausência aos atos do culto social, o gosto pelas reuniões mundanas e pelas leituras frívolas. Uma pessoa tíbia pratica muitos atos bons, mais por amor de si do que por amor de Deus; daí resulta a perda de méritos sobrenaturais e de graças correspondentes.

TONSURA

É uma cerimônia estabelecida pela Igreja, pela qual o homem batizado e confirmado fica pertencendo ao estado eclesiástico, para que se disponha a receber o Sacramento da Ordem. Chama-se Tonsura, porque a cerimônia consiste no corte de uma parte do cabelo, acompanhado de uma oração recitada pelo bispo que faz a tonsura. A Igreja não dá nenhum poder espiritual ao tonsurado; somente o introduz na classe daqueles que são destinados ao serviço de Deus, no Estado Clerical.

TRANSUBSTANCIAÇÃO

É a conversão de toda a substância do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo, permanecendo somente as espécies do pão e do vinho. A Transubstanciação opera-se no Sacrifício da Missa, no momento em que o sacerdote, representando Jesus Cristo, investido do poder divino recebido no Sacramento da Ordem, pronuncia as palavras da consagração, sobre o pão e sobre o vinho: 'ISTO É O MEU CORPO' ; 'ESTE É O MEU SANGUE'. São as mesmas palavras que Jesus pronunciou e mandou pronunciar; é o mesmo poder, embora comunicado; são os mesmos os efeitos. Em consequência da Transubstanciação, fica na hóstia consagrada o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, sob as mesmas espécies que continham o Pão; o Sangue, o Corpo, Alma e Divindade de Jesus Cristo, sob as espécies do vinho, não ficando nada da substância do pão e do vinho, como exprimem as palavras da consagração. A Transubstanciação é um mistério profundíssimo, mas diz São Gregório de Nissa: 'Quando Jesus vivia na Palestina, o pão e o vinho eram o seu alimento; transformavam-se na sua Carne e no seu Sangue, pela ação e pelo poder dos sucos do estômago, exatamente como acontece com os alimentos que nós comemos. Não tenho pois nenhuma repugnância em admitir que o pão se mude hoje no Corpo de Jesus Cristo, em um ato instantâneo, como efeito da sua vontade'.

TRÍDUO

É uma pregação solene, durante três dias, com o fim de instruir sobre determinado assunto religioso e de afervorar os fiéis em alguma devoção particular.

TRINDADE DIVINA

É o mistério da Santíssima Trindade: três Pessoas em um Deus. Isto quer dizer que há só uma natureza divina e que nessa única natureza há três Pessoas, de sorte que a unidade de natureza não impede a pluralidade de Pessoas. A primeira Pessoa chama-se Pai, a segunda chama-se Filho, a terceira chama-se Espírito Santo. A mesma natureza divina no Pai e no Filho e no Espírito Santo; três pessoas divinas distintas, não à maneira das pessoas humanas que são distintas porque separadas, mas distintas enquanto às relações próprias de cada uma a respeito das outras. Assim o Pai gera o Filho, como semelhantemente a nossa alma gera o pensamento; o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, como semelhantemente da nossa alma e do nosso pensamento procede o amor com que amamos a nossa alma e o nosso pensamento. A alma, o pensamento e o amor são coisas distintas, têm a mesma natureza espiritual e são inseparáveis. A nossa fé na Trindade divina é fundada na Sagrada Escritura. Jesus Cristo mandou batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Em nome de um Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, três Pessoas divinas (Mt 28, 19). São João escreve: 'rês são os que dão testemunho no céu: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e estes três são uma só coisa' (I Jo 5, 7).

TURÍBULO

É um objeto de metal com correntes que serve para fazer as incensações nos atos litúrgicos.

(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

A VIDA OCULTA EM DEUS: É DEUS QUEM ESCOLHE E ATRAI A ALMA


Sois Vós, ó Deus, que escolheis livremente as almas em quem quereis fazer morada permanente, que quereis separar de tudo; purificar, enriquecer, elevar-se, receber-Vos e viver em Vós, para que Vos contemplem de certo modo como Vós mesmos vos contemplais, para que Vos amem como Vós vos amais, para que vivam - sem desconfiança, mas realmente - a Vossa Trindade Santa: 'Não me escolhestes, mas eu vos escolhi ...'.

Sim, só Vós, ó meu Deus, sois quem começa, realiza e termina esta bela obra. É certo que Vós pedis o consentimento e a colaboração da alma para isso acontecer. Mas sois Vós quem mostrais primeiro à alma possuir no fundo de si mesma aquela pérola preciosa, aquele tesouro escondido do Evangelho, ainda desconhecido por ela da sua verdadeira riqueza.

Ela não buscava a verdadeira bem-aventurança onde realmente estava, pois vivia principalmente pelo exterior e no exterior. Não vivia pelo interior e no interior porque não sabia. 'Se conhecesses o dom de Deus!..' Mas, aos poucos, instruístes e a iluminastes para alcançar o entendimento pleno. Seus olhos, atordoados e extasiados, se abrem. Horizontes infinitos e totalmente novos passam a ser refletidos sob uma luz doce e agradável. 

E embora essa mesma luz, na maioria das vezes, não seja projetada em outras realidades distintas da fé, capta melhor essas realidades para serem vistas e vividas. Vós, ó meu Deus, já não sois para a alma um ser distante, vislumbrado confusamente e pensado abstratamente, mas o Deus vivo e presente, a Verdade, a Beleza, a Bondade perfeita e concreta, a Realidade plena. A alma então entende, de uma maneira sensível, que Vós sois tudo e que não há nada para ela fora de Vós e a única e verdadeira riqueza é Vos possuir por completo. Então passa a Vos desejar com fervor ardente e irresistível que, ao mesmo tempo, a assombra e a enleva.

(Excertos da obra 'A Vida Oculta em Deus', de Robert de Langeac; Parte II -  A Ação de Deus; tradução do autor do blog)

domingo, 7 de fevereiro de 2021

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'Louvai a Deus, porque ele é bom e conforta os corações (Sl 146)

 07/02/2021 - Quinto Domingo do Tempo Comum

11. SOFRIMENTO, APOSTOLADO E ORAÇÃO


No Evangelho deste Quinto Domingo do Tempo Comum, Jesus manifesta aos homens três grandes pilares da fé cristã: o sofrimento, o apostolado e a oração. Todos eles estão intrinsecamente associados, todos eles são essenciais no plano salvífico do Pai: a saúde do corpo e da alma (cura) implica o apostolado (a necessidade de servir ao outro) e a força de ambos emana e se alimenta da oração, fruto da intimidade do homem com si mesmo e diante de Deus.

Jesus, assim que chegou à casa de André e Simão, sanou de imediato a febre alta que prostrava na cama a sogra de Pedro. Na febre desta mulher, estão expostos todos os males físicos e espirituais da humanidade, que constituem os sofrimentos e as tentações inevitáveis à condição humana e que somente podem ser curados em nome do Senhor. Naquele dia exaustivo, 'Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios' (Mc 1, 34).

'Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los' (Mc 1, 31). A alma, consolada em Deus sente, então, o impulso imperativo de praticar o bem, de acolher e de servir. O homem incensado por Deus tem alma de apóstolo e sua ação se transforma em missão: levar o Evangelho aos que o cercam e levar a todos ao Senhor da Vida. Jesus demonstra isso, ainda no início de sua pregação pública, indo a todos os lugares e andando por toda a Galileia, para proclamar a Boa Nova: 'Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim' (Mc 1, 38). A semente deve ser lançada pela terra inteira, e dará fruto ou não, se for ou não for aceita, se for ou não acolhida.

A saúde do corpo e da alma e a vocação para o apostolado emanam da oração nascida da sincera entrega do homem diante de sua consciência, na intimidade com Deus. Os Evangelhos descrevem muitas situações em que Jesus está em oração em um lugar retirado, como esta de hoje: 'De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto' (Mc 1, 35). Nestes momentos de profunda meditação, Jesus vai buscar consolo e alento no diálogo amoroso com o Pai e nos revela, com soberana clareza, que a superação de todos os nossos sofrimentos e mazelas, de corpo e de alma, tem como única fonte e remédio a oração profunda com Deus nos mistérios da graça. 

sábado, 6 de fevereiro de 2021

ONDE ESTÃO OS CATÓLICOS?

'quem guardar os preceitos da Lei, mas faltar em um só ponto, se tornará culpado de toda ela' (Tg 2,10)


Onde estão os católicos? Escondidos em cavernas nas montanhas? Protegidos por couraças no fundo dos mares? Fazendo retiros espirituais em mosteiros e lugares ermos e pouco acessíveis? Ou estão instalados em casamatas à prova de fogo e tempestades? 

Onde estão os católicos? Por que não se ouvem mais as suas vozes, por que não se veem mais as suas obras? Estarão todos investidos de anonimato, incensados de penumbras, reféns de isolamentos? Por que não gritam mais pelas ruas e praças das cidades, por que não incendeiam de fé e caridade legiões de homens, por que se esquivam entre esquinas e passagens como sombras fugidias?

Onde estão os católicos? Para erguer em passeatas o estandarte de Cristo, para defender e lutar pela Igreja de Cristo, para expor e impor à humanidade a verdade e a doutrina de Cristo? Poderiam estar nos desertos, quem sabe nas catacumbas de agora ou exilados em florestas e pântanos? Presos talvez? Escravizados por hordas de bárbaros invencíveis? Flagelados em alguma ilha remota e desconhecida? Martirizados em campos de concentração? 

Onde estão os católicos? Por que não são vistos nas ruas, nas praças, nos livros, nas artes, na ciência, em procissões e nem nos templos fechados? O que aconteceu aos homens de fé cristã, eivados de sacramentos, impulsionados pela caridade e o amor ao próximo, alimentados pela sagrada eucaristia, detentores do culto e glória a Deus no Santo Sacrifício da missa, fortalecidos pela oração constante e herdeiros das moradas eternas? 

Onde estão os católicos? Sacerdotes, religiosos e leigos que professam um só batismo e uma só religião, uma Igreja una, santa, católica e apostólica regida pelo primado de Pedro, uma doutrina que tem por estandarte a Cruz de Cristo, tangida pelos mistérios da encarnação do Filho do Homem e pelas torrentes de graças emanadas à humanidade de todos os tempos, no curto espaço de tempo entre uma Sexta Feira de Provação e um Domingo de Ressurreição? 

Eles estão nas ruas e praças? Seriam por acaso estes tontos que se envaidecem de andar sem rumo, ensandecidos de tibieza e envilecidos pela indiferença? Não, definitivamente não. Eles estão em cavernas? Mas as cavernas estão vazias porque hoje lobos e ovelhas se comprazem juntos em apriscos ao ar livre, locupletados de ecumenismo. Nos desertos deste mundo então? Os desertos são apenas desertos, porque os que buscavam Deus no silêncio agora querem viver longe de Deus em meio ao vozerio dos homens. As prisões já não os molestam, o martírio é uma ficção religiosa distante e impensável; é o pecado que mora ao lado mas, de tal forma deixou de ser percebido, que é sumamente admitido apenas como uma concepção obsoleta e insossa.

Tudo e a única coisa que um católico deveria ter medo imponderável é justamente o pecado. Que faz perder a alma e a vida eterna. Que torna inútil ao homem a redenção de Cristo. Que transforma em fuligem todas as conquistas e obras humanas. Que transforma em farinha de vermes o culto ao corpo, à beleza e ao prazer dos sentidos. Que nos leva de herdeiros das moradas eternas ao destino do inferno.  

Onde estão os católicos? Eles estão no mundo, nas ruas e praças, no vozerio dos homens, no cotidiano do viver por viver, vestidos de galas e risos, covardes ou tíbios, insensatos ou sonolentos, vendidos ou sendo comprados a prestações, quase todos submergidos, emaranhados e escondidos pelas densas trevas do pecado que não mais julgam existir. Por isso não são mais vistos, porque já não são mais católicos, mas apenas crentes de suas próprias convicções e atributos humanos, cada vez mais tolerantes com o mal e com o avanço da iniquidade, reféns da apostasia e traidores contumazes da sã doutrina da Igreja e de Cristo (e bastaria um til fora da Verdade que é o Cristo para a perdição de todos eles!).  

Onde estão os católicos? Se calarem todos, as pedras falarão. Se perderem todos, os santos e os mártires ressuscitarão. Se o mundo inteiro submergir no pecado, a Santa Igreja faz morada entre as nuvens do céu. Ainda que tudo possa parecer que é tudo, haverá um pequeno resto para testemunhar o triunfo final da Igreja de Cristo sobre os portais do inferno. Sejamos as pedras, sejamos os santos e os mártires, sejamos as nuvens do céu: os católicos de hoje e de sempre, incensados de fé e perseverantes na graça. Ainda que sejamos os últimos ou ainda que sejamos poucos, sejamos aqueles que responderão ao Senhor da Vinha quando este voltar a esta terra em busca do tesouro da fé autêntica dos verdadeiros Filhos de Deus: 'Onde estão os católicos?' E ainda que sejamos muitos de muitos poucos - ainda que sejamos o pequeno resto, que seja uma só a nossa fé e a nossa voz na resposta de todos: 'Aqui!'

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

05 DE FEVEREIRO - SANTA ÁGUEDA

 


Santa Águeda (ou Ágata), uma das mais conhecidas mártires dos primeiros séculos do Cristianismo, nasceu durante a primeira parte do século terceiro (provavelmente entre os anos 230 e 235) de uma família rica e nobre de Catânia, então uma das cidades mais prósperas da Sicília. Dotada de beleza singular, já aos 15 anos, expressou seu desejo de tornar-se uma virgem consagrada a Deus. Durante as perseguições cristãs sob o imperador Decio Trajanus (250 - 253), o prefeito romano de Catânia, um homem chamado Quintianus, foi tomado de uma obsessão diabólica de possui-la. Rejeitado em todas as suas empreitadas, o desejo transformou-se em ódio demente, o que o levou a cometer todo tipo de insanidades contra a jovem, submetendo-a a torturas inimagináveis.


Fiel à sua consagração a Cristo, a jovem resistiu a todos os tormentos, induzindo, cada vez mais, a fúria obsessiva do prefeito romano. Assim, foi induzida à prostituição sagrada como sacerdotisa, pressões psicológicas, interrogatórios exaustivos, torturas variadas, até a mutilação de um dos seus seios. Este grave ferimento teria sido milagrosamente curado por São Pedro. Ao ser indagada sobre a espantosa cura, respondeu que tinha sido curada por Jesus. Transtornado de ódio, o seu carrasco a condenou à morte deitada sobre um braseiro, depois de fazê-la passar sobre cacos de vidro. Neste momento, um grande terremoto abalou a cidade e a população associou o fato às torturas impostas à jovem que foi, então, gravemente queimada, retirada das brasas e lançada na prisão, onde morreu, poucas horas depois, em 5 de fevereiro do ano de 251. 

As suas relíquias são mantidas em uma urna na Catedral de Catânia, como também em igrejas de Palermo. É venerada como santa protetora contra doenças dos seios e contra catástrofes (uma erupção do vulcão Etna, cerca de um ano após a sua morte, foi interrompida pouco antes de atingir a cidade de Catânia, devido à intercessão do povo em favor da jovem mártir). Na iconografia cristã, é representada pela palma (símbolo do martírio), por um gesto de rejeição contra a violação de sua pureza (ou segurando a cruz) ou ainda por alguma referência a um dos inúmeros martírios que sofreu.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

PALAVRAS ETERNAS (X)

'Ó que coisa grandiosa é não ser nada e esperar tudo de Deus!'

(Santa Mectilde de Bar)