'Não temas a sentença da morte; lembra-te dos que te precederam, e de todos os que virão depois de ti: é a sentença pronunciada pelo Senhor sobre todo ser vivo' (Eclo 41,5)
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
ATO DE OFERECIMENTO E ACEITAÇÃO PELA MINHA MORTE
'Jesus, Senhor Deus de bondade e Pai de misericórdia, eu me apresento diante de Vós com o coração humilhado, contrito e confuso; imploro a vossa misericórdia para a minha última hora e para o que depois dela me espera.
Quando meus pés imóveis me advertirem que a minha carreira neste mundo está próxima de terminar: ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando minhas mãos, trêmulas e entorpecidas, não puderem sustentar mais a vossa imagem crucificada e, a meu pesar, a deixar cair sobre o leito de minhas dores: ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando meus olhos, já vidrados e ofuscados pelo horror da morte eminente, se fixarem em Vós, com um olhar lânguido e moribundo: ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando meus lábios, frios e trêmulos, pronunciarem pela última vez vosso adorável Nome e o de vossa Mãe Santíssima: ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando meu débil coração, oprimido pelas dores da enfermidade, exausto de forças pelos esforços que tiver feito contra os inimigos de minha salvação, estiver tomado dos horrores da morte: ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando a alma, saindo, abandonar meu corpo e o deixar pálido, frio, sem movimento e sem vida aceitai, Senhor, a destruição de meu ser, como homenagem que presto a vossa divina Majestade, e naquela hora: ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando, finalmente, minha alma comparecer em vossa divina presença, e ver, pela primeira vez, o esplendor de vossa glória, não a expulseis de vossa presença, mas dignai-Vos recebê-la benignamente, no seio de vossa misericórdia, para que cante eternamente vossas misericórdias; e então, agora e sempre, ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Pelos merecimentos e intercessão de Maria Santíssima, Mãe e Advogada dos pecadores, que espero rogará por mim na hora de minha morte; ó misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Jesus, Maria e José, eu vos dou meu coração e a minha alma. Jesus, Maria e José, assisti-me em minha última agonia. Jesus, Maria e José, fazei que descanse em paz a minha alma'.
(Santo Antonio Maria Claret)
terça-feira, 17 de setembro de 2019
BREVIÁRIO DIGITAL - ILUSTRAÇÕES DE DORÉ (I)
Gustave Doré (1832 - 1883) foi um artista francês especializado em ilustrações de livros de diferentes gêneros literários, caracterizadas por esboços tanto singulares como inconfundíveis. Sua fama é maior, entretanto, devido particularmente às suas representações de inúmeras cenas da Bíblia (tanto do Antigo como do Novo Testamento). Estas ilustrações foram publicadas pela primeira vez em 1865 na França e reimpressas em diversas outras edições e línguas desde então. A sequência deste Breviário Digital reproduz as ilustrações de Doré relativas ao Antigo Testamento e ao Novo Testamento (especialmente os Evangelhos).
PARTE I (Gn 1 - 11)
[A Criação da Luz (Gn 1)]
[A Criação de Eva (Gn 2)]
[Adão e Eva são expulsos do Paraíso (Gn 3)]
[A oferta dos sacrifícios por Caim e Abel (Gn 4A)]
[A morte de Abel (Gn 4B)]
[O Dilúvio - I (Gn 6)]
[O Dilúvio - II (Gn 7)]
[Uma pomba é enviada à Arca (Gn 8)]
[A maldição de Noé sobre Canaã (Gn 9)]
[A Torre de Babel (Gn 11)]
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
DA PRÁTICA DA PACIÊNCIA COMO SACRIFÍCIO PERFEITO
1. A obra da paciência é uma obra perfeita. Pela paciência, oferecemos a Deus um sacrifício perfeito; porque sofrendo as tribulações e contrariedades, nada fazemos de nosso, senão aceitar de suas mãos as cruzes que o Senhor nos envia. Donde diz o Sábio: 'Quem padece com paciência, é melhor do que o varão forte' (Pv 16, 32). Um será forte em promover e sustentar alguma obra pia, mas depois não terá paciência de sofrer as adversidades; melhor seria para ele, se fosse mais valoroso em sofrer tudo com paciência, do que em empreender grandes obras.
Estamos neste mundo para adquirir merecimentos e, por isso, esta terra não é lugar de repouso, mas de fadigas e de padecimentos, porque os merecimentos não se ganham com descanso, mas com trabalhos; e todo aquele que aqui vive, seja justo, seja pecador, há de sofrer alguma pena. A este falta uma coisa, àquele falta outra; um será nobre mas baldo dos bens da fortuna; outro será rico e nobre, mas lhe faltará a saúde. Em suma, todos, ainda os soberanos tem que sofrer; e até para estes, porque são os maiores desta terra, maiores também são os seus trabalhos. Todo o nosso bem consiste pois em sofrer com paciência as nossas cruzes.
É por isso que o Espírito Santo nos adverte que não imitemos os brutos, que se iram quando não podem conseguir satisfazer os próprios apetites . Não façais como o cavalo e o mulo destituídos de razão. E para que serve nos inquietarmos nas contrariedades, senão para aumentar os nossos males? O bom e o mau ladrão morreram ambos crucificados com as mesmas penas; mas porque aquele abraçou os sofrimentos com paciência, se salvou; e este porque os padeceu com impaciência e desespero, se condenou. Lá disse Santo Agostinho: 'o mesmo trabalho manda os bons para a glória, porque o aceitam com resignação, e os maus para o inferno, porque o sofrem com impaciência'.
2. Muitas vezes acontece que aquele que foge da cruz que Deus lhe envia, encontra outra muito maior. Sucede-lhe o que dizia o santo Jó: 'Os que temem a neblina, ficam acabrunhados pela neve (Jó 6,16). Diz aquela religiosa: 'Tirai-me deste emprego e dai-me outro' [o texto foi dirigido originalmente à orientação espiritual de religiosas]. Não se lembra a mísera que vai sofrer muito mais no tal ofício do que no primeiro e com pouco ou nenhum merecimento. Não façais assim. Abraçai o trabalho e a tribulação que Deus vos impõe porque assim alcançareis mais merecimentos e sofrereis menos; ou ao menos sofrereis em paz, sabendo que fazeis a vontade de Deus e não a vossa.
Fiquemos persuadidos do que diz Santo Agostinho: 'toda a vida do cristão há de ser uma contínua cruz'. Tal deve ser sobretudo a vida das religiosas que querem santificar-se. São Gregório Nazianzeno diz que as almas nobres põem sua riqueza em serem pobres, sua glória em serem desprezadas e seu prazer em se privarem dos prazeres terrenos. Por isso pergunta São João Clímaco: 'Qual é a verdadeira religiosa?' e responde que 'é aquela que se faz uma violência perpétua'. E quando terminará esta violência? Quando terminar a vida. Assim responde São Próspero nestes termos: 'o combate cessa quando está segura a vitória, pela entrada no reino eterno'.
Além disso, se vos lembrais de ter ofendido a Deus no passado e desejais vos salvar, deveis regozijar-vos de ver que Deus vos faz sofrer nesta terra, segundo o pensamento de São João Crisóstomo: 'o pecado é um abcesso na alma; se o ferro da tribulação não vier tirar o humor corrompido, a alma está perdida. Ai daquele, que depois de ter pecado, não é punido nesta vida'.
3. Compreendei bem, diz Santo Agostinho que, quando o Senhor vos envia padecimentos nesta vida, procede como o médico: a tribulação que vos manda, não é castigo resultante da vossa condenação, mas remédio para a vossa salvação . Pelo que deveis agradecer a Deus, quando vos castiga, porque é sinal que vos ama e recebe por filha. Deus castiga aqueles que ama, diz São Paulo, fere com a vara a todos os que põe no número de seus filhos. Dai esta advertência de Santo Agostinho: 'estais atribulados? Reconhecei o pai que vos corrige'.
'Ao contrário', diz o mesmo santo doutor, 'ai de vós, se depois de terdes pecado, Deus vos isenta dos castigos nesta vida! É sinal que vos exclui do número de seus filhos'. Não continueis pois a dizer, quando vos virdes atribuladas, que Deus se esqueceu de vós: dizei antes que esquecestes dos vossos pecados. Todo aquele que ofendeu a Deus, deve fazer-lhe esta oração de São Boaventura: 'correi, Senhor, e feri os vossos servos com as feridas de amor e de salvação, para que não tenhamos de receber os golpes da vossa cólera e da morte eterna'.
Estejamos bem convencidos, Deus não nos envia as tribulações e as cruzes para nos perder, mas para nos salvar; se nós não nos aproveitamos delas, a culpa é toda nossa. O Senhor disse pelo profeta Ezequiel que os israelitas se tornaram como ferro e chumbo no meio da fornalha. Eis como São Gregório explica estas palavras: 'Eu procurei purificá-los para os converter em ouro pelo fogo da tribulação, mas eles se tornaram de chumbo'.
Tais são os pecadores que, depois de ter merecido muitas vezes o inferno, se impacientam por se verem flagelados, e se irritam e ousam até pretender acusar a Deus de injustiça e tirania. Destes há alguns que chegam a dizer: 'Senhor, eu não sou o único que vos ofendi, e parece que só de mim vos vingais: sou fraco e não tenho forças para suportar tamanha cruz!' Desgraçado, que quer dizer isto? Afirmais que não fostes o único que ofendeu a Deus? Se outros também o ofenderam, e Deus quer usar de misericórdia com eles, também os punirá nesta vida. Não sabeis que o maior castigo de Deus para o pecador, é não puni-lo nesta terra?
Considerai as palavras que disse pelo profeta Ezequiel: 'Eu não tenho mais zelo pela tua alma, e por isso descansarei e não me verás irado contra ti, enquanto viveres' (Ez 16,42). Mas diz São Bernardo: 'Deus nunca está tão irado como quando não se irrita contra o pecador e não o castiga'. Daí o santo assim orava: 'Senhor, eu desejo que me trateis como Pai de misericórdia, e por isso vos rogo que me castigueis pelos meus pecados nesta terra e me preserveis das penas eternas'. Vós dizeis: Não tenho forças para suportar tamanha cruz? Mas, se vos faltam as forças, porque não as pedis a Deus? Ele prometeu dar auxílio a todos que o rogarem (Mt 7,7).
(Excertos da obra 'A Verdadeira Esposa de Jesus Cristo', de Santo Afonso Maria de Ligório)
domingo, 15 de setembro de 2019
PÁGINAS COMENTADAS DOS EVANGELHOS DOS DOMINGOS
'Tornarei os vossos descendentes tão numerosos como as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre' (Ex 32 7,13)
sábado, 14 de setembro de 2019
14 DE SETEMBRO - EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
'Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim' (Jo 12, 32)
A festa da Exaltação da Santa Cruz tem origem na descoberta do Sagrado Lenho por Santa Helena, mãe do imperador Constantino, e na dedicação de duas basílicas construídas por ele, uma no Calvário e outra no Santo Sepulcro, dedicação esta realizada no dia 14 de setembro do ano de 335. No ano de 629, a celebração tomou grande vulto com a restituição da Santa Cruz pelo imperador Heráclio, retomada dos persas que a haviam furtado. Levada às costas pelo próprio imperador, de Tiberíades até Jerusalém, a Santa Cruz foi entregue, então, ao Patriarca Zacarias de Jerusalém.
Conta-se, então, que o imperador Heráclio, coberto de ornamentos de ouro e pedrarias, não conseguia passar com a cruz pela porta que conduzia até o Calvário; quanto mais se esforçava nesse sentido, mais parecia ficar retido no mesmo lugar. Zacarias, diante desse fato, ponderou ao imperador que a sua ornamentação luxuosa não refletia a humildade de Cristo. Despojado, então, da vestimenta, e com pés descalços, o imperador completou sem dificuldades o trajeto final, encimando no lugar próprio a Cruz no Calvário, de onde tinha sido retirada pelos persas.
A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo converteu a Cruz de um objeto de infâmia e repulsa na glória maior da fé cristã. A Festa da Exaltação da Cruz celebra, portanto, o triunfo de Jesus Cristo sobre o mundo e a imprimação do Evangelho no coração de toda a humanidade.
SALVE CRUX SANCTA
Salve, crux sancta, salve mundi gloria,
vera spes nostra, vera ferens gaudia,
signum salutis, salus in periculis,
vitale lignum vitam portans omnium.
Te adorandam, te crucem vivificam,
in te redempti, dulce decus sæculi,
semper laudamus, semper tibi canimus,
per lignum servi, per te, lignum, liberi.
Originale crimen necans in cruce
nos a privatis, Christe, munda maculis,
humanitatem miseratus fragilem
per crucem sanctam lapsis dona veniam.
Protege salva benedic sanctifica
populum cunctum crucis per signaculum,
morbos averte corporis et animae
hoc contra signum nullum stet periculum.
Sit Deo Patri laus in cruce filii
sit coequalis laus sancto spiritui,
civibus summis gaudium et angelis
honor sit mundo crucis exaltatio. Amen.
Salve Santa Cruz, salve ó glória do mundo, nossa verdadeira esperança que traz verdadeira alegria, sinal da salvação, proteção nos perigos, árvore viva que suporta a vida de todos nós.
Nós vos adoramos, em vós nos vivificamos; por vós redimidos, no esplendor perene dos séculos, vos saudamos e louvamos para todo o sempre, escravos pelo lenho e, por vós, ó Lenho, libertados.
Vós que vencestes o pecado original na cruz, livrai-nos, ó Cristo, de nossas próprias culpas, tende piedade da nossa miséria humana e, pela Santa Cruz, perdoai os que caíram.
Protegei, salvai, abençoai e santificai todo o vosso povo pelo Sinal da Cruz, protegei-nos contra todo o mal do corpo e da alma e que perigo algum prevaleça diante este Sinal.
Louvado seja Deus Pai na Cruz do seu Filho! Louvor igual seja dado ao Espírito Santo! Que a Exaltação da Cruz seja a suprema alegria dos eleitos e dos anjos no Céu e um esplendor de glória para o mundo. Amém.
(tradução do autor do blog)
sexta-feira, 13 de setembro de 2019
POEMAS PARA REZAR (XXXIII)
Em teu louvor, Senhora, estes meus versos,
E a minha Alma aos teus pés para cantar-te.
E os meus olhos mortais, em dor imersos,
Para seguir-te o vulto em toda a parte.
Tu que habitas os brancos universos,
Envolve-me de luz para adorar-te,
Pois evitando os corações perversos
Todo o meu ser para o teu seio parte.
Que é necessário para que eu resuma
As Sete Dores dos teus olhos calmos?
Fé, Esperança, Caridade, em suma.
Que chegue em breve o passado derradeiro:
Oh! dá-me para o corpo os Sete Palmos,
Para a alma, que não morre, o Céu inteiro!
(Alphonsus de Guimaraens)
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