terça-feira, 13 de junho de 2017

FÁTIMA EM FATOS E FOTOS (VI)

26. Como se deu a segunda aparição de Nossa Senhora?

No dia 13 de junho de 1917, Festa de Santo Antônio, pouco antes do meio-dia, as três crianças já estavam de prontidão na Cova da Iria, diante da pequena azinheira da primeira aparição. Cerca de 50 pessoas acompanhavam as crianças neste dia, espalhadas no entorno delas, após terem feito pequenas refeições; muitas delas tinham acompanhado as crianças desde Aljustrel. As crianças mantinham os olhos fixos na direção do nascente, enquanto se rezava o terço.

De repente, Lúcia levantou-se de prumo ao perceber o mesmo lampejo de relâmpago da aparição anterior e as três crianças correram imediatamente para junto da azinheira. As pessoas presentes se ajoelharam em torno delas, formando um círculo compacto. Neste momento, as crianças de Fátima viram Nossa Senhora suspensa sobre a copa da pequena azinheira, tal como ocorrera na primeira aparição.


27. Como foi o diálogo de Lúcia com Nossa Senhora nesta segunda aparição?

Assim que viu Nossa Senhora, Lúcia deu início ao diálogo:

– Vossemecê que me quer? 
– Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero.

Lúcia pediu então pela cura de um doente.*
– Se se converter, curar-se-á durante o ano.

– Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu.
– Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração.
– Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.
– Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.

Lúcia narra então o que aconteceu a seguir:

'Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco parecia estarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação' [Lúcia dos Santos, Quarta Memória].

Elevando-se então nos ares, a aparição, envolta na luz que irradiava, deslocou-se suavemente para o leste, até desaparecer por completo no horizonte.

* Cinco anos mais tarde, a 5 de janeiro de 1922, no Asilo de Vilar, Porto, Lúcia detalhou mais, ao seu confessor, esta passagem: 'Pedi-lhe para curar um coxo e algumas pessoas que me tinham pedido, umas por doentes, outras pela conversão de alguns pecadores. Recebi como resposta que em um ano, elas estariam curadas'.

28. Qual é o 'segredo' contido nesta segunda aparição de Nossa Senhora?

Na segunda aparição, as crianças experimentaram outra vez a intimidade com Deus nos reflexos da luz irradiante da Virgem e na visão do Imaculado Coração de Maria, cravejado de espinhos, símbolos dos ultrajes cometidos pelos pecados do homem e que demandavam reparação. A rigor, Nossa Senhora não estabeleceu formalmente que tal visão e percepção do divino deveria ser mantida em segredo, mas as próprias crianças pressentiram que isto não devia ser revelado naquele momento [Lúcia dos Santos, Quarta Memória].


29. Quais foram as impressões das crianças diante o 'segredo' da segunda aparição de Nossa Senhora?

Por não ouvir as palavras de Nossa Senhora, Francisco questionou Lúcia mais tarde:

– Por que estava Nossa Senhora com um coração na mão, espalhando pelo mundo essa luz tão grande que é Deus? Tu estavas com Nossa Senhora na luz que descia para a terra, e a Jacinta, comigo, na que subia para o Céu. 
– É que tu, com a Jacinta, vais breve para o Céu e eu fico com o Coração Imaculado de Maria mais algum tempo na terra. 
– Quantos anos cá ficas? 
– Não sei; bastantes. 
– Foi Nossa Senhora que o disse? 
– Foi. E eu vi isso nessa luz que ela nos meteu ao peito. 

E a Jacinta confirmava isto mesmo, dizendo: 
– É assim, é! Eu também assim o vi! 

Em outras ocasiões, dizia:
– Esta gente fica tão contente só por a gente dizer que Nossa Senhora mandou rezar o terço e que aprendêssemos a ler! O que seria, se soubessem o que ela nos mostrou em Deus, no Seu Imaculado Coração, nessa luz tão grande! Mas isso é segredo, não se lhes diz. É melhor que ninguém o saiba.


30. Neste contexto, qual foi a missão específica destinada à Lúcia?

Diante o pedido de Lúcia que as levassem para o Céu, Nossa Senhora assim se expressou: 'Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração'. A missão dada à Lúcia é cristalina: divulgar a devoção especial à Mãe de Deus e particularmente a consagração ao seu Imaculado Coração. Através de Lúcia, esta devoção deveria assumir amplitude mundial e ser instrumento privilegiado de conversão e salvação de muitas almas. Tal propósito é ratificado plenamente quando, mais tarde, depois de uma visão em Pontevedra, Espanha, em 17 de dezembro de 1927, a Irmã Lúcia revelou palavras complementares de Nossa Senhora expressas nesta segunda aparição depois da frase 'Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração': 'A quem a abraçar, prometo a salvação, e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu trono'. 

segunda-feira, 12 de junho de 2017

DA VIDA ESPIRITUAL (94)

Deus criou o céu e a terra, os oceanos e os ares, a imensidão das florestas e as mais imponentes montanhas. Criou toda sorte de animais sobre a terra, sob as águas, nos ares e nas regiões polares. Deus criou os dias e as noites, as estações, as plantas e as flores, o calor e o frio, a luz e a escuridão. Deus criou o sol e a lua, os planetas, as nebulosas, o quase infinito de Si mesmo, o Universo. Deus criou os anjos e todas as suas potestades. Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, Deus criou o primeiro Adão e a primeira Eva e os fez senhores de todas as suas criações sobre a terra. Mas Deus precisava ainda fazer a obra prima da Sua criação. E Deus criou Nossa Senhora!

domingo, 11 de junho de 2017

GLÓRIA AO PAI, AO FILHO E AO ESPÍRITO SANTO

Páginas do Evangelho - Festa Litúrgica da Santíssima Trindade


O mistério da Santíssima Trindade é um mistério de conhecimento e de amor. Pois, desde toda a eternidade, o Pai, conhecendo-se a Si mesmo com conhecimento infinito de sua essência divina, por amor gera o Filho, Segunda Pessoa da Trindade Santa. E esse elo de amor infinito que une Pai e Filho num mistério insondável à natureza humana se manifesta pela ação do Espírito Santo, que é o amor de Deus por si mesmo. Trindade Una, Três Pessoas em um só Deus.

Mistério dado ao homem pelas revelações do próprio Jesus, posto que não seria capaz de percepção e compreensão apenas pela razão natural, uma vez inacessível à inteligência humana:  'Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele (o Espírito Santo) receberá e vos anunciará, é meu' (Jo 16, 15). Mistério revelado em sua extraordinária natureza em outras palavras de Cristo nos Evangelhos: 'Em verdade, em verdade vos digo: O Filho não pode de si mesmo fazer coisa alguma, mas somente o que vir fazer o Pai; porque tudo o que fizer o Pai, o faz igualmente o Filho. Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo o que ele faz (Jo 5, 19-20) ou ainda 'Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; nem alguém conhece o Pai senão o Filho (Mt 11, 27). 

Nosso Senhor Jesus Cristo é o Verbo de Deus feito homem, sob duas naturezas: a natureza divina e a natureza humana: 'Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele' (Jo 3, 16 - 17). Enquanto homem, Jesus teve as três potências da alma humana: inteligência, vontade e sensibilidade; enquanto Deus, Jesus foi consubstancial ao Pai, possuindo inteligência e vontade divinas.

'Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo'. Glórias sejam dadas à Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Neste domingo da Santíssima Trindade, a Igreja exalta e ratifica aos cristãos o  maior dos mistérios de Deus, proclamado e revelado aos homens: O Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho (Conselho de Florença, 1442).

A LINHA SACRA DE SÃO MIGUEL ARCANJO

Uma linha reta une de forma impressionante a localização de sete mosteiros e santuários dedicados ao Arcanjo São Miguel, estendendo-se da Irlanda até Israel. A chamada 'Linha Sacra de São Miguel Arcanjo' fica perfeitamente alinhada com o poente no dia do solstício de verão no hemisfério Norte e simboliza, de acordo com a tradição, o golpe definitivo da espada que o Arcanjo infligiu aos anjos rebeldes e liderados por Lúcifer, que foram então precipitados no inferno.


(clique sobre a imagem para vê-la aumentada)

1. Mosteiro de Skellig Michael ou Sceilig Mhichíl ['Rocha de Miguel' em idioma gaélico]: localizado numa ilha deserta da Irlanda, onde o Arcanjo Miguel teria aparecido para São Patrício a fim de ajudá-lo a libertar o país da ação do demônio. 

2. St. Michael’s Mount: [Monte de São Miguel]: situado numa pequena ilha da Cornuália  na Inglaterra; neste local, São Miguel teria falado com um grupo de pescadores.

3. Mont Saint-Michel [Monte de São Miguel]: santuário dedicado ao Arcanjo São Miguel na França, situado na divisa entre as regiões francesas da Normandia e da Bretanha e cuja imagem é símbolo desse blog;

4. Santuario di San Michele [Santuário de São Miguel]: localizado no vale piemontês de Susa, na Itália, cerca de 1000 km de distância em linha reta do anterior;

5. Santuario di San Michele Arcangelo di Monte Sant'Angelo [Santuário de São Miguel Arcanjo]: o único dos sete lugares que não constitui um mosteiro está localizado na região italiana da Apúlia, mais precisamente ao Monte Gargano, cerca também de 1000 km em linha reta do anterior;

6. O Πανορμίτης [Mosteiro de São Miguel de Panormitis]: situado na ilha grega de Symi do arquipélago do Dodecaneso, e que abriga uma estátua do Arcanjo com 3,0 m de altura;

7. Har HaKarmel [Mosteiro do Monte Carmelo]: situado em Haifa, Israel, tem vista privilegiada para o Monte Meggido (Armagedon), o símbolo da derrota final das forças do mal [Apocalipse 16:16]. Aqui uma possibilidade alternativa é que a linha inclua na verdade toda a região da Cesareia em Israel (cerca de 20 km ao sul de Haifa). E foi na 'Cesareia de Felipe', que Jesus disse a Pedro: 'Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16, 18).

(adaptação pelo blog de matéria originalmente postada em https://aleteia.org)

sábado, 10 de junho de 2017

DO COMBATE ESPIRITUAL

É São Paulo quem o diz, sob a inspiração do Espírito Santo. No começo, a alma naturalmente boa acha que na vida tudo lhe sorri. Entrega-se descuidada ao que lhe agrada e atrai. Julga que todos os homens são retos e simples como ela. Esta ilusão dura pouco. Em breve constata que o amor que lhe manifestam, a bondade com que a tratam não andam sem mistura e muitas vezes não passam de um verniz, de uma aparência, digamos de um véu, sob o qual se esconde muitas vezes o egoísmo.

Quanto mais lida com os homens, mais descobre em muito deles a frieza de coração, a pequenez de sentimentos, e estreiteza de vistas. Esses defeitos, pode encontrá-los mesmo naqueles que lhe parecem virtuosos e instruídos. E a verdade é que, por uma série de experiências pessoais, acaba por constatá-los em si própria. E não se engana. Todo homem é por natureza limitado em todos os sentidos: em inteligência, prudência, reflexão e conselho.

O amor-próprio egoísta amesquinha extraordinariamente o coração humano; e o mesmo faz a ambição com o espírito. A mesquinhez e estreiteza de vistas, a obstinação nas próprias opiniões desfiguram as melhores almas. Muitas vezes, sem dúvida, estes defeitos não são culpáveis, mas são reais e com frequência tornam difícil o convívio prolongado, mesmo entre pessoas que têm o mesmo nível espiritual ou no seio da família.

Sabe-se muito bem que, de parte em parte, as intenções são excelentes, mas os pontos de vista e os temperamentos diferem. De parte a parte, a vontade é boa, mas o modo de ver as coisas é diverso e, muitas vezes, contraditório. Se a dificuldade se limitasse a esses atritos e incompatibilidades de gênio e opinião, seria suportável; bastaria uma virtude comum para vencê-la. Mas acontece que essa surda divergência se sentimentos e pontos de vista rompe em oposição confessada, em alerta desaprovação.

A alma bem-intencionada sente-se rodeada de suspeitas, contrariada, tolhida nos seus melhores propósitos. Julgando chegar a Deus por um simples movimento do coração, vê-se objeto de desconfianças, censuras. Esses amigos, colegas ou familiares não toleram que ela se comporte de modo diferente dos outros, que se dedique à oração e a outras práticas espirituais, que se prive de certos divertimentos ou corte algumas relações que eles julgam necessárias.

E não se limitam a julgar e comentar. Se a alma persiste na sua linha de conduta, começa a perseguição, ora velada, ora às claras. Movem todos os recursos para demovê-la e paralisá-la: a zombaria, os comentários desfavoráveis e até, por vezes, a calúnia. A perseguição nem sempre tem este caráter agudo; permanece muitas vezes latente e surda. Há mesmo almas que não chegam a ser atingidas, seja porque a sua situação, o comportamento inatacável e o ascendente das suas virtudes desarmam ou paralisam o inimigo, seja porque a sua vida sem alardes as subtrai a essas investidas. É fora de dúvida, porém, que em geral as almas interiores devem contar, mais cedo ou mais tarde, com a prova da oposição sob esta ou aquela forma, e estar preparadas para enfrentá-la com proveito.

(Excertos da obra 'O dom de si, vida de abandono em Deus' do Pe. Joseph Schrijvers)

sexta-feira, 9 de junho de 2017

09 DE JUNHO - SÃO JOSÉ DE ANCHIETA


Mais de 400 anos depois da sua morte, ocorrida em 9 de junho de 1597, na pequena vila de Reritiba, atual cidade de Anchieta, no Espírito Santo, o padre jesuíta José de Anchieta tornou-se o terceiro santo brasileiro da Igreja Católica, após Madre Paulina (nascida na Itália e canonizada em 2002, 60 anos após a sua morte) e Frei Galvão (canonizado em 2007, 185 anos após a sua morte). Desde 1617, quando os jesuítas brasileiros oficializaram junto a Companhia de Jesus, em Roma, o pedido de canonização do padre, o processo teve inúmeras paralisações e recomeços, constituindo-se em um dos mais demorados da história da Igreja. Somente quando, em 1980, o Papa João Paulo II promoveu a beatificação do padre a partir de um decreto que dispensava a comprovação formal de milagres por sua intercessão direta, a causa foi rapidamente reativada, culminando com a canonização de São José de Anchieta em 03 de abril de 2014. 

Nascido em São Cristóvão da Laguna, na ilha de Tenerife, pertencente ao arquipélago das Canárias (Espanha), José de Anchieta educou-se na Universidade de Coimbra em Portugal, ingressando em seguida na Companhia de Jesus. Tornado sacerdote, veio para o Brasil em 1553, chegando à Bahia com outros seis padres jesuítas. No ano seguinte, já na capitania de São Vicente, fundou, no planalto de Piratininga, junto com o padre Manoel da Nóbrega, a cidade de São Paulo. Com a morte do padre Manoel da Nóbrega em 1567, assumiu o o cargo de provincial do Brasil, intensificando ainda mais o extraordinário trabalho missionário junto aos primeiros habitantes da nova terra - os povos indígenas - que lhe valeram o título de 'Apóstolo do Brasil'.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

UMA CARTA DO PADRE PIO

Meu caríssimo Padre,

Na sexta-feira pela manhã, eu ainda estava na cama quando Jesus me apareceu. Estava todo maltratado e desfigurado. Ele me mostrou uma grande multidão de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais vários dignitários eclesiásticos; destes, uns estavam celebrando, outros falando, e outros se despindo das vestes sagradas.

Como a visita de Jesus angustiado causava-me muita dor, eu quis lhe perguntar por que Ele sofria tanto. Não obtive resposta. Contudo, seu olhar recaiu sobre aqueles sacerdotes; mas, pouco depois, quase como se estivesse horrorizado e cansado de ver, Ele retirou o olhar e, quando o pousou sobre mim, com grande horror observei duas lágrimas que lhe sulcavam o rosto. Ele se afastou daquela multidão de sacerdotes com uma grande expressão de desgosto em seu rosto, gritando: 'açougueiros!'

E voltando-se para mim, disse: 'Meu filho, não creia que minha agonia durou apenas três horas; não, Eu estarei, por causa das almas mais beneficiadas por mim, em agonia até o fim do mundo. Durante o tempo de minha agonia, meu filho, não se deve dormir. Minha alma vai à procura de qualquer gota de piedade humana, mas ai daqueles que me deixam sozinho sob o peso da indiferença. A ingratidão e o sono dos meus ministros tornam mais aguda a minha agonia.

Ai daqueles que correspondem mal ao meu amor! E o que mais me aflige e custa é que, à indiferença, eles somam o desprezo, a incredulidade. Quantas vezes estive para fulminá-los, se não fosse impedido pelos anjos e pelas almas que me veneram. Escreva ao seu diretor espiritual e narra-lhe tudo o que viu e ouviu de mim esta manhã. Diga a ele que mostre sua carta ao Padre provincial...'

Jesus ainda continuou, mas o que me disse jamais poderei revelar a nenhuma criatura deste mundo. Esta aparição causou-me tanta dor no corpo, e mais ainda na alma, que durante todo o dia fiquei prostrado e achei que ia morrer, se o dulcíssimo Jesus já não me tivesse revelado. Jesus tem infelizmente razão de lamentar de nossa ingratidão! Quantos de nossos irmãos desgraçados não correspondem ao amor de Jesus lançando-se de braços abertos na infame seita da maçonaria! Oremos para que o Senhor ilumine suas almas e toque seus corações.

(Lettera di Padre Pio al suo padre spirituale P. Agostino' transcrita em 'Padre Pio da Pietrelcina', 2002)