sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS (E DO ANO)


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi de 1675...

         'Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra'.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

NO LIMIAR DO SOBRENATURAL (VIII)

O cardeal József Mindszenty com os seus libertadores em Budapeste, em 31 de outubro de 1956

O Cardeal József Mindszenty e Primaz da Hungria foi um grande herói da resistência católica contra o regime comunista.  Nasceu na então Hungria-Áustria em 29 de março de 1892. Foi ordenado padre em 12 de junho de 1915 e nomeado cardeal em 18 de fevereiro de 1946 pelo Santo Padre Papa Pio XII. O Cardeal Mindszenty foi preso pelas autoridades comunistas em dezembro de 1948 e condenado à prisão perpétua na Hungria no ano seguinte. 

Sob pressões, torturas e restrições extremas, o cardeal sofria particularmente pela proibição de celebrar a Santa Missa. Eis que uma certa manhã, apresentou-se diante dele nada mais nada menos que o Padre Pio de Pietrelcina com todos os dispositivos e acessórios necessários para a celebração do culto. O cardeal pôde então celebrar formalmente a Santa Missa, auxiliado pelo Padre Pio. Terminada a celebração, ambos conversaram em separado por um curto período e o Padre Pio se foi com tudo o que havia levado. Este registro de bilocação, como vários outros, constitui parte das atas do processo de canonização do Padre Pio de Pietrelcina.

Uma das testemunhas do processo foi Angelo Battisti, funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, que relatou que, em uma noite de março em 1965, perguntou ao frade estigmatizado: 'Padre, o Cardeal Mindszenty o reconheceu?' Depois de uma primeira reação de irritação, o santo de Gargano respondeu: 'Que diabos, nós nos encontramos e conversamos, e você acha que ele não teria me reconhecido?'  Ao final, o padre concluiu: 'Lembre-se de orar por esse grande confessor da fé, que tanto sofreu pela Igreja'.

Com a revolta popular em 1956, o cardeal foi libertado da prisão. Poucos dias depois, a revolta foi esmagada pelo regime comunista, obrigando o cardeal a refugiar-se na Embaixada dos EUA em Budapeste, onde permaneceu até 1973 quando, por determinação expressa do Papa Paulo VI, teve que abandonar a Hungria, fixando-se na Áustria, país vizinho. O Cardeal József Mindszenty faleceu em seu exílio em Viena em 6 de maio de 1975, aos 83 anos de idade. Em 1991, o seu corpo foi exumado e encontrado incorrupto, mesmo após 16 anos de sua morte.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

DO LIVRO DAS CINTILAÇÕES (III)

Do Livro das Cintilações*- III

XI - O afastamento do mundo

60. Disse o Senhor no Evangelho: Quem quer que, por amor a Meu nome, deixe casas, irmãos ou irmãs, ou pai, ou mulher, ou filhos, ou campos, receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna (Mt 19,29).

61. Disse Gregório: Difícil não é entregar seus bens; difícil é entregar-se a si mesmo. É mais fácil renunciar ao que se tem do que ao que se é (Hom. Ev., 5, 2; PL 76, 1233).

XII - O temor

62. Disse o Senhor no Evangelho: Não temais aqueles que matam o corpo mas não podem matar a alma; temei, antes, Aquele que pode lançar alma e corpo na geena (Mt 10,28).

63. Disse Gregório: Temer a Deus é não omitir nada do que devemos fazer (Mor. I, 3, 3).

XIII - A virgindade

64. Disse Jerônimo: O número cem, o primeiro mencionado, corresponde à coroa das virgens, pela virgindade. O número sessenta é o das viúvas, pelo peso da continência. O número trinta, em terceiro lugar, atesta os laços do casamento por consentimento verbal e recíproco (Ep. 123,8).

XIV - A justiça

65. Disse o Senhor no Evangelho: Buscai primeiro o reino de Deus e todo o resto vos será dado por acréscimo (Mt 6,33).

66. Disse o Senhor no Evangelho: Não os sãos, mas os doentes é que têm necessidade de médico. Eu não vim chamar os justos mas os pecadores (Lc 5,31-32).

67. Disse Gregório: A justiça, se não tem flexibilidade, perverte-se em crueldade (Hom. Ez., I, 3, 8; PL 76, 809).

XV - A inveja

68. Disse o Senhor no Evangelho: Não julgueis uns aos outros (Mt 7,1).

69. Disse o Senhor no Evangelho: Guardai-vos do fermento dos fariseus (Mt 16,6).

70. Disse Pedro Apóstolo: Deixai toda a maldade, todo o dolo e fingimento, as maledicências e as invejas (I Pe 2,1).

71. Disse Paulo Apóstolo: A caridade não é invejosa (I Cor 13,4).

72. Disse Paulo Apóstolo: Há os que pregam a Cristo por inveja e há os que O pregam de boa vontade (Fil 1,15).

73. Disse Salomão: A vida do corpo é um coração sadio; a podridão dos ossos é a inveja (Prov 14,30).

74. Disse Salomão: Não comas com o invejoso, não desejes seus manjares, pois, tal como o adivinho, ele julga sobre o que ignora. "Come e bebe", ele te diz, mas seu coração não está contigo (Prov 23,6-7).

75. Disse Agostinho: A inveja consome toda a virtude (Serm. ad fratres in eremo 18; PL 40, 1264).

76. Disse Agostinho: Mais do que qualquer outra coisa, são a inveja e o ciúme que deixam a alma bêbada.

77. Disse Agostinho: Onde há inveja não pode haver amor fraterno (In Ep. Ioh. V, 8; PL 35, 2016).

78. Disse Agostinho: Quem inveja, não ama; o pecado do diabo está nele, pois o diabo caiu por inveja (In Ep. Ioh. V, 8; PL 35, 2016-2017).

79. Disse Agostinho: Foi por inveja que crucificaram a Cristo. E assim, quem inveja seu irmão, crucifica a Cristo.

80. Disse Jerônimo: A inveja sempre persegue as virtudes (Ep. 108, 18, 1).

81. Disse Jerônimo: Grande é a virtude daquele que, pela humildade, supera a inveja (Ep. 60, 10, 5; PL 22, 595).

82. Disse Ambrósio: O invejoso faz do bem alheio seu próprio suplício.

83. Disse Isidoro: O que para o homem bom é de proveito, é precisamente o mesmo que faz o invejoso definhar (Sent., III, 25, 1; PL 83, 700).

84. Disse Isidoro: O invejoso é um membro do diabo: pela inveja dele, entrou a morte no mundo (Sent., III, 25, 3; PL 83, 700).

85. Disse Isidoro: A inveja morde a inteligência, queima o peito, ataca o espírito. A inveja, como uma peste, devasta o coração do homem. O amor impede que nasça a inveja. (Syn., II, 37; PL 83, 854).

XVI - O silêncio

86. Disse o Senhor no Evangelho: O homem bom, do bom tesouro de seu coração, tira o que é bom; o homem mau, o que é mau (Mt 12, 35).

XVII - A soberba

87. Disse o Senhor no Evangelho: Todo aquele que se exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado (Lc 14,11).

88. Disse Agostinho: Devemos evitar a soberba. Se ela soube enganar até os anjos, tanto mais pode ela destruir os homens.

89. Disse Jerônimo: A culpa é grave quando à inexperiência e à negligência ajunta-se a soberba (In Mt. 25, 24; PL 26, 187).

90. Disse Jerônimo: Não há nada que o cristão deva mais evitar do que o aspecto arrogante, que atrai contra si o ódio de Deus (Ep. 76, 1, 1).

91. Disse Ambrósio: A soberba fez dos anjos, demônios; a humildade torna os homens semelhantes aos santos. A vontade soberba leva a desprezar os preceitos de Deus; a humilde, a guardá-los. Os soberbos procuram que se proclame o que nem sequer fizeram; os humildes procuram não dar a conhecer o bem que realmente praticaram (Iulian. Pomer. De vita contemplativa III, 3, 1; PL 59, 478).

92. Disse Isidoro: A rainha e mãe dos vícios capitais é a soberba; sempre que se peca, há soberba (Sent., III, 37, 8; PL 83, 639).

XVIII - A sabedoria

93. Disse o Senhor no Evangelho: Sede prudentes como serpentes e simples como pombas (Mt 10,16).

94. Disse Paulo Apóstolo: A sabedoria deste mundo é tolice perante Deus (I Cor 3,19).

95. Disse Jerônimo: É muito melhor o falar não erudito do que a mentira em eloquente discurso (Ep. 18 A, 4, 2; PL 22, 363).

96. Disse Isidoro: Conhecemos retamente a Deus quando renunciamos a conhecê-lO perfeitamente (Sent., I, 5; PL 83, 599).

97. Disse Isidoro: Ninguém é mais culpável do que aquele que ignora Deus (Sent., I, 6; PL 83, 600).

98. Disse Isidoro: Simplicidade com ignorância chama-se tolice; simplicidade com prudência, sabedoria (Sent., I, 10; PL 83, 600).

99. Disse Isidoro: Há muitos que conhecem a Deus pelos estudos, mas não O veneram pelas ações (Syn., 2, 65; PL 83, 860).

XIX - A ira

100. Disse Salomão: A resposta doce quebra a ira; uma palavra dura excita o furor (Prov 15,1).

101. Disse Jesus, filho de Sirach: Evita rixas com o iracundo (Eclo 8,19).

102. Disse Jesus, filho de Sirach: Não há cabeça pior do que a cabeça de uma cobra; não há ira pior do que a ira do inimigo (Eclo 25,22-23).

103. Disse Jesus, filho de Sirach: Lembra-te de temer a Deus e não te enfurecerás contra teu próximo (Eclo 28, 8).

XX - A vanglória

104. Disse o Senhor no Evangelho: Não busqueis fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; senão, não recebereis a recompensa de vosso Pai (Mt 6,1).

105. Disse Jerônimo: Quem não procura a glória não deve se ressentir da falta de glória (In Mt. 5, 12; PL 26, 35).

106. Disse Gregório: Os santos não só não desejam uma glória que não lhes compete, mas recusam até mesmo a que sabem possuir (Moral. 18, 8, 13; PL 76, 44).

* (Liber Scintillarum, escrito por volta do ano 700, constitui uma coletânea de máximas e sentenças compiladas das Sagradas Escrituras ou proclamadas pelos Pais da Igreja, organizadas por um monge - que se autodenomina 'Defensor' - do Mosteiro de São Martinho de Ligugé; tradução de Jean Lauand)

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

DEVOÇÃO DOS CINCOS PRIMEIROS SÁBADOS DE 2017

A ORIGEM DA DEVOÇÃO

Na terceira aparição, em Fátima, em 13/7/1917, a Santíssima Virgem anunciou às crianças das aparições que viria pedir a comunhão reparadora nos primeiros sábados.

O ANÚNCIO DA DEVOÇÃO

Na noite de quinta-feira, 10 de dezembro de 1925, a Irmã Lúcia dos Santos, então postulante na casa doroteana em Pontevedra / Espanha, encontrava-se sozinha na sua cela, após o jantar, quando recebeu a visita da Mãe de Deus, tendo ao seu lado o Menino Jesus, em cima de uma nuvem luminosa, que lhe deu a seguinte mensagem: 


‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação destas almas'.
SOBRE A CONFISSÃO

No dia 15 de fevereiro de 1926, ocorreu uma nova aparição do Menino Jesus. Ele perguntou então à Lúcia se ela já tinha difundido a devoção à sua Santíssima Mãe. A Irmã Lúcia apresentou a dificuldade que algumas almas tinham de se confessar ao sábado, e pediu para ser válida a confissão de oito dias. Eis a resposta de Jesus:

'Sim, pode ser de muitas [maneiras] mais ainda, contanto que, quando Me receberem, estejam em graça, e que tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria'

A RAZÃO DOS CINCO PRIMEIROS SÁBADOS

Quando a Irmã Lúcia perguntou mais tarde a Nosso Senhor a razão da devoção abranger Cinco Primeiros Sábados, Ele respondeu:

'Minha filha, o motivo é simples: são cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria:
  • contra a Imaculada Conceição;
  • contra a Sua Virgindade;
  • Contra a Maternidade Divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-La como Mãe dos homens;
  • os que procuram publicamente infundir, nos corações das crianças, a indiferença, o desprezo, e até o ódio para com esta Imaculada Mãe;
  • os que A ultrajam diretamente nas Suas sagradas imagens.
Eis, Minha filha, o motivo pelo qual o Imaculado Coração de Maria Me levou a pedir esta pequena reparação; e em atenção a ela, mover a Minha misericórdia ao perdão ...'

(Memórias e Cartas da Irmã Lúcia, Porto, 1973)

SOBRE A PRÁTICA DA DEVOÇÃO

'Não sei se já conhece a devoção reparatória dos Cinco Primeiros Sábados ao Coração Imaculado de Maria. Como ainda é recente, gostaria de a inspirar a que a praticasse, porque está pedida pela nossa querida Mãe do Céu e Jesus manifestou o desejo de que fosse praticada. Também, acho que seria afortunada, querida madrinha, não só de a saber e de dar a Jesus o consolo de a praticar, mas também de a tornar conhecida e seguida por muitos outros.

Consiste nisso: durante cinco meses, no primeiro sábado, receber a Jesus em Comunhão, recitar um Rosário, fazer companhia a Nossa Senhora durante quinze minutos meditando nos mistérios do Rosário, e fazer uma confissão. Esta confissão pode ser feita com uns dias de antecedência e, se nesta confissão prévia, for esquecida a intenção (requerida), esta pode ser oferecida na confissão seguinte, desde que, no primeiro sábado, recebam a Santa Comunhão em estado de graça, com a intenção de reparação pelas ofensas contra a Santíssima Virgem e que afligem o Seu Coração Imaculado.

Querida madrinha, acho que somos afortunadas de poder dar a Nossa Querida Mãe do Céu esta prova de amor, pois sabemos que Ela deseja que lhe seja oferecida. Por mim, confesso que nunca estou tão contente como quando chega o primeiro sábado. Não é verdade que a nossa maior felicidade é pertencer completamente a Jesus e a Maria e amá-los a Eles e a Eles só, sem reserva? Vemos isto tão evidentemente nas vidas dos santos… eles foram felizes porque amavam, e nós, querida madrinha, devemos procurar amar como eles, não só para desfrutar de Jesus, que é de menos importância - porque se não desfrutamos de Ele cá em baixo, desfrutaremos de Ele lá em cima - mas para dar a Jesus e a Maria o consolo de ser amados... e que em troca desse amor eles possam salvar muitas almas'.

(Carta de Lúcia a sua madrinha, Dona Maria de Miranda, de 01 de novembro de 1927, dando-lhe ciência e a incentivando a praticar a devoção dos Cinco Primeiros Sábados ao Coração Imaculado de Maria)

SOBRE A DEVOÇÃO NO INÍCIO DE 2017

Em 13 de maio de 2017, completa-se um século da primeira aparição de Fátima. De hoje até esta data de relevância singular da cristandade, temos 5 Primeiros Sábados: 07 de janeiro, 04 de fevereiro, 04 de março, 01 de abril e 06 de maio. Será uma oportunidade extraordinária de atender os pedidos dos Imaculados Corações de Jesus e Maria e de fazer a Devoção dos 5 Primeiros Sábados (ver as orações correspondentes na Biblioteca Digital deste blog). As orações podem ser feitas de uma única vez ou parcialmente e em separado ao longo do dia.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

TEXTOS ESSENCIAIS SOBRE FÁTIMA (I)

É uma fonte de admiração para alguns que a Virgem Maria tenha aparecido em um lugar remoto como Fátima, Portugal e tenha dedicado a sua atenção a três desconhecidas e analfabetas crianças camponesas portuguesas...

O Céu não raciocina como os homens. A Palestina era também uma remota e ampla parte desconhecida do mundo, mas o Filho de Deus quis nascer, sofrer uma morte terrível e ascender à glória lá. Na verdade, Palestina e Portugal são semelhantes em forma e tamanho. A parte de Portugal que Nossa Senhora agraciou também é semelhante à Palestina: árida, rochosa, difícil de cultivar, povoada por oliveiras e figueiras e com uma abundância de uvas.

A pequena cidade de Fátima diz-se que foi nomeada com o nome de uma princesa moura que foi capturada por soldados portugueses durante a Reconquista. Seu captor, Gonçalo Hermingues, trouxe Fátima ao rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, e pediu a sua mão em casamento. Rei Alfonso concedeu o seu pedido com a condição de que Fátima se convertesse ao Cristianismo. Fátima consentiu o casamento, converteu-se ao Cristianismo e foi batizada com o nome de Oureana. Alfonso deu ao casal um feliz e generoso presente de casamento: a cidade de Abdegas, que foi renomeada como Oureana em honra da noiva.

Não foi um casamento longo, pois Fátima morreu em idade jovem e Gonçalo, com o coração partido, juntou-se a uma abadia cisterciense nas proximidades e tornou-se monge. Anos mais tarde, Padre Gonçalo foi nomeado Superior de um mosteiro vizinho. A capela foi construída lá e foi onde Gonçalo enterrou os restos mortais de Oureana. Ele chamou o lugar de Fátima, e a capela, ao longo dos séculos, tornou-se a igreja paroquial de Fátima, onde Lúcia dos Santos e os seus primos Francisco e Jacinta Marto faziam sua adoração quando crianças.

Enquanto isso, o rei Alfonso foi reconquistando Portugal para o Cristianismo. Depois de muitos anos e reversões de sucessos, Alfonso expulsou os mouros de Portugal. Sua próxima batalha era conseguir independência política da Espanha, pois Afonso de Castela reivindicou Portugal como território espanhol. Alfonso de Portugal astutamente ofereceu seu reino à Igreja, declarou-se vassalo do Papa, e prometeu um tributo anual a Roma. O Papa Lúcio II aceitou a oferta de Alfonso, tendo Portugal sob sua proteção e reconhecendo-o como um país independente da Espanha. Uma sucessão de papas confirmaram o reinado de Alfonso. 

O primeiro rei de Portugal era um guerreiro e um político conhecido por sua vida solta. No entanto, Alfonso era um homem de fé, e um amigo de São Bernardo de Claraval, a quem Portugal pagava um tributo anual. Alfonso construiu o mais famoso mosteiro em Portugal em Alcobaça, e dedicou-o à Santíssima Virgem. Ele estabeleceu o mosteiro agostiniano de Santa Cruz de Coimbra, onde Santo Antônio de Lisboa (e Pádua) estudou antes de se tornar um franciscano. Igualmente importante, Alfonso colocou o país sob a proteção da Virgem Maria. Existe uma lenda em que durante muito tempo os reis de Portugal não usavam coroa, adiando suas realezas terrenas para a celestial Realeza de Maria.

Livre agora dos mouros e da Espanha, os sucessores de Alfonso, ocasionalmente procuraram a independência de Roma. Após algumas batalhas tempestuosas, Portugal permaneceu sob obediência ao Papa. Pode ter sido um alívio para todos quando os portugueses voltaram suas energias em direção ao mar e começaram o enérgico trabalho missionário ao redor do mundo. Apesar das dores do crescimento de uma nação jovem e violenta, as crianças portuguesas aprendiam em uma idade precoce a rezar suas contas (como as do Rosário).

Eles cresceram para serem líderes, como o Rei João que lutou contra os espanhóis em Aljubarrota na vigília da Assunção (ambos os exércitos entraram na batalha em jejum). Muitos afirmaram ter visto Nossa Senhora durante a batalha, que foi vencida pelos portugueses, mesmo eles estando em grande desvantagem numérica. Depois o Rei João ergueu no local da batalha a ‘Abadia da Batalha’ em honra a Nossa Senhora da Vitória. A pedido de João, o Papa Bonifácio IX declarou que todas as catedrais de Portugal fossem dedicadas em honra de Nossa Senhora. Este decreto foi lido em Lisboa, em 13 de maio, data da primeira aparição de Fátima. 

(Excertos da obra 'Irmã Lúcia: Apóstola do Imaculado Coração de Maria', de Mark Fellows, artigo traduzido e publicado originalmente pelo blog traditio catholicae)


VIRGO FATIMAE, ORA PRO NOBIS!

domingo, 1 de janeiro de 2017

MARIA - A MÃE DE DEUS!

Páginas do Evangelho - Solenidade da Santa Mãe de Deus


Sendo este domingo o primeiro dia do Ano Novo, é o domingo da solenidade de Maria como Mãe de Deus; o calendário dos santos é aberto com a solenidade da maternidade daquela que Deus escolheu para mãe do Verbo Encarnado: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre' (Lc 1,42). Todos os títulos e todas as grandezas de Maria dependem do dogma essencial de sua maternidade divina. Porque ainda neste dia, através da maternidade de Maria, nós bendizemos e cantamos os doces mistérios do Natal.

Aqui estamos diante a grandeza de Maria, a escolha humana mais bela de Deus! Nossa Senhora uniu em si toda a plenitude das virtudes humanas, em grau muito superior aos dos grandes Padres da Igreja. E, entre estes dons, incluíam-se a ciência e a sabedoria. Assim, além de possuir em altíssimo nível o domínio e o entendimento dos evangelhos e das profecias bíblicas, ela sabia, com sabedoria profunda, que todos os eventos que a cercavam eram a ratificação daquelas profecias e revelavam os mistérios insondáveis do Pai - desde a mensagem de São Gabriel até o nascimento do Salvador numa pobre gruta de Belém - e 'guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração' (Lc 2, 19).

Sim, Maria tem privilégios extraordinários e incontáveis títulos da mais alta devoção mas, diante dos mistérios da sua maternidade divina, todos eles se tornam quase irrelevantes. Eis aqui um portento das graças e dos supremos desígnios de Deus: associado irrevogavelmente ao plano da Encarnação do Verbo, está, como um amálgama precioso, o singularíssimo privilégio da maternidade divina de Nossa Senhora. E ambos, Mãe e Filho são, por expressa vontade do Pai, estão estreitamente unidos na obra da salvação 'a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva' (Gl 4, 5).

Os pastores foram as primeiras testemunhas destes mistérios que outorgaram a todos nós esta filiação divina, tornando-os os portadores pioneiros da Boa Nova: a chegada do Menino Deus entre os homens! Embebidos pela graça, iniciaram um apostolado de herdeiros da graça pois 'todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam' (Lc 2, 18). Pela obediência aos desígnios divinos, Maria possibilitou a Encarnação do Verbo. Diante o Menino-Deus, prostremo-nos então e O glorifiquemos, implorando que a plenitude das graças do Natal possa produzir em nós abundantes frutos de conversão e de apostolado.  

GLÓRIAS DE MARIA: MÃE DE DEUS E RAINHA DA PAZ

La Pietà (1498-1499) - Michelangelo Buonarroti

No primeiro dia do Ano Novo, a Igreja exalta Maria como Mãe de Deus; o calendário dos santos é aberto com a solenidade da maternidade daquela que Deus escolheu para mãe do Verbo Encarnado. Trata-se da primeira festa mariana proposta pela Igreja Ocidental, moldada sob as palavras eternas de Isabel: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre' (Lc 1,42). Todos os títulos e todas as grandezas de Maria dependem do dogma essencial de sua maternidade divina. Desde a Antiguidade, Maria é chamada 'Mãe de Deus', do grego 'Theotokos', título ratificado pelo Concílio de Éfeso, de 22 de junho de 431. Em 1968, o Papa Paulo VI dedicou o 1° dia do ano como Dia Mundial da Paz. Assim, Maria é louvada também neste dia como Rainha da Paz. 

São Cirilo de Alexandria (370-442), na homilia pronunciada no Concílio de Éfeso contra Nestório, que negava ser Maria Mãe de Deus:

'Contemplo esta assembléia de homens santos, alegres e exultantes que, convidados pela santa e sempre Virgem Maria e Mãe de Deus, prontamente acorreram para cá. Embora oprimido por uma grande tristeza, a vista dos santos padres aqui reunidos encheu-me de júbilo. Neste momento vão realizar-se entre nós aquelas doces palavras do salmista Davi: ‘Vede como é bom, como é suave os irmãos viverem juntos bem unidos!’ (Sl 132,1). Salve, ó mística e santa Trindade, que nos reunistes a todos nós nesta igreja de Santa Maria Mãe de Deus. Salve, ó Maria, Mãe de Deus, venerável tesouro do mundo inteiro, lâmpada inextinguível, coroa da virgindade, cetro da verdadeira doutrina, templo indestrutível, morada daquele que lugar algum pode conter, virgem e mãe, por meio de quem é proclamado bendito nos santos evangelhos ‘o que vem em nome do Senhor’ (Mt 21,9).

Salve, ó Maria, tu que trouxeste em teu sagrado seio virginal o Imenso e Incompreensível; por ti; é glorificada e adorada a Santíssima Trindade; por ti, se festeja e é adorada no universo a cruz preciosa; por ti, exultam os céus; por ti, se alegram os anjos e os arcanjos; por ti, são postos em fuga os demônios; por ti, cai do céu o diabo tentador; por ti, é elevada ao céu a criatura decaída; por ti, todo o gênero humano, sujeito à insensatez dos ídolos, chega ao conhecimento da verdade; por ti, o santo batismo purifica os que creem; por ti, recebemos o óleo da alegria; por ti, são fundadas igrejas em toda a terra; por ti, as nações são conduzidas à conversão. 

E que mais direi? Por Maria, o Filho Unigênito de Deus veio ‘iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte’ (Lc 1,77); por ela, os profetas anunciaram as coisas futuras; por ela, os apóstolos proclamaram aos povos a salvação; por ela os mortos ressuscitam; por ela, reinam os reis em nome da Santíssima Trindade. Quem dentre os homens é capaz de celebrar dignamente a Maria, merecedora de todo louvor? Ela é mãe e virgem. Que coisa admirável! Este milagre me deixa extasiado. Quem jamais ouviu dizer que o construtor fosse impedido de habitar no templo que ele próprio construiu? Quem se humilhou tanto a ponto de escolher uma escrava para ser a sua própria mãe? Eis que tudo exulta de alegria! Reverenciemos e adoremos a divina Unidade, com santo temor veneremos a indivisível Trindade, ao celebrar com louvores a sempre Virgem Maria! Ela é o templo santo de Deus, que é seu Filho e esposo imaculado. A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.'