terça-feira, 6 de outubro de 2015

15 MÁXIMAS DE SANTO AFONSO DE LIGÓRIO


1. Antes perder tudo que perder a Deus.
2. Cada momento vale um tesouro para a eternidade.
3. Vivei como se no mundo só houvesse Deus e vós.
4. A dor, a pobreza e a humilhação foram as companheiras de Jesus Cristo; que sejam também as nossas.
5. Que os santos cuidem de ser ser santos, e não de o apenas parecerem.
6. Quem não amar muito a oração, jamais chegará a um alto grau de perfeição.
7. Todo o apego impede de se ser inteiramente de Deus.
8. Fazei sempre o que gostaríeis de fazer à hora da morte.
9. Nenhum bem de verdade há senão Deus; nenhum mal de verdade senão o pecado.
10. Quem quer o que Deus quer tem tudo o quanto precisa.
11. Perturbar-se com as faltas cometidas não é humildade, mas orgulho.
12. Quem ama a Deus, mais deseja amar do que saber.
13. Quando se pensa no inferno que se mereceu, sofrem-se com resignação todas as penas.
14. Esquecei-vos de vós mesmos, e Deus pensará em vós.
15. Quem busca ser muito estimado, tem pouca estima de Deus.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

DA VIDA ESPIRITUAL (85)

(diante do filho brincando no tapete da sala)

Pai, eu Vos louvo por fazer de mim instrumento vivo do vosso Infinito Amor. Por mim, criaste um novo homem e, através da minha família, semeaste a vinha... Que o meu filho aprenda a contemplar a vossa glória e a viver a vossa santa vontade. Que ele obtenha de Vós a graça de ser semente fecunda, rebento de oliveira e árvore de abundantes frutos. E que um dia, diante de Vós, ele possa ser testemunha de que andei pelos vossos caminhos e que combati o bom combate!

domingo, 4 de outubro de 2015

'O QUE DEUS UNIU...'

Páginas do Evangelho - Vigésimo Sétimo Domingo do Tempo Comum


No Livro do Gênesis, Deus nos revelou a verdadeira dimensão do matrimônio, a criação do elo único e indissolúvel entre um homem e uma mulher: 'Depois, da costela tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão. E Adão exclamou: “Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ porque foi tirada do homem”. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne' (Gn 2, 22- 24). 

Esta dimensão original havia se perdido no labirinto das paixões humanas. A criatura, recorrente na sua ânsia de saciar seus interesses e paixões mais comezinhas, tomara para si atributos de posse e domínio nas relações humanas, deturpando o caráter sagrado e de profunda harmonia e completude que deveriam existir entre um homem e uma mulher quando 'se tornam uma só carne'. E a carta de divórcio prescrita por Moisés era o prêmio à dissolução dos costumes e ao repúdio à Lei de Deus, para satisfazer os interesses puramente mundanos dos 'duros de coração'. 

Jesus, então, ante a malícia dos fariseus, outros tantos 'duros de coração', vai ratificar a concepção original da sacralidade do sacramento do matrimônio: 'No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe!' (Mc 10, 6 - 9). O que Deus uniu, o homem não separe! Eivada em graça pelo sacramento, o matrimônio instaura uma união santa, definitiva, monogâmica, indissolúvel. A decisão de compartilhar a santidade a dois não admite ressalvas: 'Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido e se casar com outro, cometerá adultério' (Mc 10, 11 - 12).

O matrimônio cristão pressupõe uma família cristã; os pais sendo 'uma só carne' geram os filhos para compartilharem com eles a mesma graça santificante, que se distribui entre todos igualmente no seio de uma família de Deus. Porque, mais do que pais e filhos, somos irmãos em Cristo e, no abandono completo tal como crianças inocentes que se entregam à Santa Vontade de Deus, tornamo-nos merecedores das heranças eternas: 'Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele' (Mc 10, 15).

sábado, 3 de outubro de 2015

PRIMEIRO SÁBADO DE OUTUBRO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

HOMILIAS DE SANTO HILÁRIO DE POITIERS

'Não compreendeis ainda? Tendes os vossos corações cegos?'

Pai, Deus todo-poderoso, é a ti que devo consagrar a principal ocupação da minha vida. Que todas as minhas palavras e pensamentos se ocupem de ti. Porque somos pobres, pedimos aquilo que nos falta; faremos um esforço desmedido para entender as palavras dos teus profetas e dos teus apóstolos, bateremos a todas as portas que nos deem acesso a uma compreensão que nos está vedada. Mas é a ti que cabe atender o nosso pedido, conceder o que procuramos, abrir a porta fechada. Na verdade, vivemos numa espécie de torpor por causa do nosso adormecimento natural; estamos impedidos de compreender os teus mistérios por uma ignorância invencível devida à fraqueza do nosso espírito.

Mas o zelo pelos teus ensinamentos fortalece a nossa percepção da ciência divina e a obediência da fé nos ergue acima da nossa capacidade natural para conhecer. Esperamos, assim, que tu estimules os começos desta difícil empresa, que a fortaleças com um sucesso crescente, que a chames a partilhar o espírito dos profetas e dos apóstolos. Quereríamos compreender as suas palavras no sentido com que eles as pronunciaram e empregar os termos exatos para transmitir fielmente as realidades que eles exprimiram. Concede-nos o sentido exato das palavras, a luz da inteligência, a elevação da linguagem, a ortodoxia da fé; aquilo em que acreditamos, concede-nos que também o afirmemos.

'Tu és... o Filho do Deus vivo'

O Senhor tinha perguntado: 'Quem dizem os homens que é o Filho do homem'? Naturalmente que o aspecto do seu corpo manifestava o Filho do homem mas, ao fazer esta pergunta, ele dava a entender que, para além do que se pudesse ver nele, havia outra coisa a discernir... O objeto da pergunta era um mistério para o qual se devia orientar a fé dos crentes.

A confissão de Pedro obteve plenamente a recompensa que merecia por ter visto naquele homem o Filho de Deus. 'Feliz' é ele, louvado por ter alongado a sua vista para além dos olhos humanos, não olhando para o que vinha da carne e do sangue mas contemplando o Filho de Deus revelado pelo Pai dos céus. Foi considerado digno de ser o primeiro a reconhecer que Cristo era Deus. Que belo alicerce pôde ele dar à Igreja, confirmado pelo seu novo nome! Ele se torna a pedra digna de edificar a Igreja de forma a que ela rompa as leis do inferno e todas as cadeias da morte. Feliz porteiro do céu a quem são confiadas as chaves do acesso à eternidade; a sua sentença na terra antecipa a autoridade do céu, de tal forma que o que tiver ligado ou desligado na terra sê-lo-á também no céu.

Jesus ordena ainda aos discípulos que não digam a ninguém que ele é o Cristo porque vai ser preciso que outros, quer dizer, a Lei e os profetas, sejam testemunhas do seu Espírito, uma vez que o testemunho da ressurreição caberá aos apóstolos. E, assim, como foi manifestada a felicidade daqueles que conhecem Cristo no Espírito, foi igualmente manifestado o perigo de se desconhecer a sua humildade e a sua Paixão.

'Não sabes de onde ele vem nem para onde vai'

Deus todo poderoso, o apóstolo Paulo diz que o teu Espírito Santo 'perscruta e conhece as profundezas do teu ser' (1Cor 2, 10-11), e que intercede por mim, fala-te por mim através de 'gemidos inefáveis' (Rom 8, 26)... Nada exterior a ti sonda o teu mistério, nada estranho a ti é tão poderoso para medir a profundidade da tua majestade infinita. Tudo o que penetra em ti provém de ti; nada do que é exterior a ti tem o poder de te sondar...

Creio firmemente que o teu Espírito Santo vem de ti pelo teu Filho único; ainda que não compreenda este mistério, tenho dele uma profunda convicção. É que, nas realidades espirituais que são o teu domínio, o meu espírito é limitado, tal como assegura o teu Filho único: 'Não te admires se te disse: 'Deves nascer do alto, pois o Espírito Santo sopra onde quer; ouves a sua voz, mas não sabes nem de onde vem nem para onde vai'. Assim acontece a quem quer que nasça da água e do Espírito'.

Creio no meu novo nascimento sem o compreender, e apoio na fé aquilo que me escapa. Sei que tenho o poder de renascer, mas não sei como isso acontece. Nada limita o Espírito. Ele fala quando quer, diz o que quer e onde quer. A razão da sua partida e da sua chegada permanece incógnita para mim, mas tenho a convicção profunda da sua presença.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

ORAÇÃO AO SANTO ANJO DA GUARDA

ARQUIVOS DO SENDARIUM
(publicado originalmente no blog em 05/05/2012)


Angele Dei (Oração ao Santo Anjo da Guarda) é uma das orações mais conhecidas dos católicos e sua autoria foi atribuída originalmente a Santo Anselmo (1033 - 1109). Entretanto, a referência mais antiga desta oração consta da obra Vida de São Malco, de autoria de Reginaldo da Cantuária. São Malco era um eremita famoso e amigo de São Jerônimo (341-420). 02 de outubro é a data dedicada aos Anjos da Guarda, que são mencionados em várias passagens das Escrituras (Dn 10: 13,20-21, Tob 12:12, Mt 18:10, Atos 12:11,15). Esta singela oração incorpora uma indulgência parcial.

ANGELE DEI,
qui custos es mei.
 Me tibi commissum pietate superna;
(Hodie, Hac nocte) ilumina, custodi, rege, et guberna.
Amen.

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a Piedade divina, hoje e sempre, me  rege e guarda, governa e ilumina. Amém.

ORÁCULO DAS ALMAS DO PURGATÓRIO (V)

Lê-se na vida de soror Catarina de Santo Agos­tinho, que havia no lugar em que morava esta serva de Deus uma mulher chamada Maria. A infeliz le­vara urna vida de pecados durante a mocidade. E já envelhecida, de tal forma se obstinara na sua perversidade, que fora expulsa pelos habitantes da cida­de e obrigada a viver numa gruta abandonada. Ai morreu, finalmente, sem os sacramentos e sem a assistência de ninguém. 

Sepultaram-na no campo, como um bruto qualquer. Soror Catarina costumava reco­mendar a Deus com grande devoção as almas de to­dos os falecidos. Mas, ao saber da terrível morte da pobre velha, não cuidou de rezar por ela, pensando, como todos os outros, que já estivesse condenada. Eis que, passados quatro anos, em certo dia se lhe apresentou diante uma alma do purgatório, que lhe dizia: 'Soror Catarina, que triste sorte é a minha! Tu encomendas a Deus as almas de todos os que morrem e só da minha alma não tens tido compaixão'? — 'Mas, quem és tu'? — disse a serva de Deus. — 'Eu sou, respondeu ela, aquela pobre Maria, que morreu na gruta' — 'E como te salvaste'? replicou soror Catarina — 'Eu me salvei por misericórdia da Vir­gem Maria'  'Como'? 

— 'Quando eu me vi próxima à morte, vendo-me juntamente tão cheia de pecados e desamparada de todos, me voltei para a Mãe de Deus e lhe disse: 'Senhora, vós sois o refúgio dos de­samparados. Aqui estou neste estado, abandonada por todos. Vós sois a minha única esperança, só vós me podeis valer; tende piedade de mim'. Então a Santíssima Virgem obteve-me a graça de eu poder fazer um ato de contrição; depois morri e fui salva. Além disso, esta minha Rainha alcançou-me a graça de ser abre­viada minha pena por sofrimentos mais intensos, po­rém menos demorados. Só necessito de algumas Mis­sas para me livrar mais depressa do purgatório. Ro­go-te que as faças celebrar. Em troca, prometo-te pedir sempre a Deus e à Santíssima Virgem por ti'. Soror Catarina logo fez celebrar as missas. De­pois de poucos dias, lhe tornou a aparecer aquela al­ma mais resplandecente do que o sol e lhe disse: 'Ago­ra vou para o paraíso, cantar as misericórdias do Se­nhor e rogar por ti'.

(Excertos da obra 'Tenhamos Compaixão das Pobres Almas!' de Monsenhor Ascânio Brandão, 1948)