Aquele sacerdote nos lembrou, mais uma vez, a corrente de graças que flui das indulgências da Igreja, pelos méritos infinitos da Redenção de Cristo. Bebei dessa fonte inesgotável e tereis as chaves do céu pela remissão de toda a pena temporal devida aos pecados cometidos e cuja culpa já foi perdoada, no sacramento da Confissão ou, em casos menos graves, por um ato de contrição perfeita.
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À MARIA SANTÍSSIMA
Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo, cujo conhecimento2 e domínio ele reservou para si. Maria é a Mãe admirável do Filho, a quem aprouve humilhá-la e ocultá-la durante a vida para lhe favorecer a humildade, tratando-a de mulher – mulier (Jo 2, 4; 19, 26), como a uma estrangeira, conquanto em seu Coração a estimasse e amasse mais que todos os anjos e homens. Maria é a fonte selada (Ct 4, 12) e a esposa fiel do Espírito Santo, onde só ele pode penetrar. Maria é o santuário, o repouso da Santíssima Trindade, em que Deus está mais magnífica e divinamente que em qualquer outro lugar do universo, sem excetuar seu trono sobre os querubins e serafins; e criatura alguma, pura que seja, pode aí penetrar sem um grande privilégio.
2 ...ut soli Deo cognoscenda reservatur (São Bernardino de Sena, Sermão 51, art. 1, cap. 1).
Digo com os santos: Maria Santíssima é o paraíso terrestre3 do novo Adão, no qual este se encarnou por obra do Espírito Santo, para aí operar maravilhas incompreensíveis. É o grande, o divino mundo de Deus4, onde há belezas e tesouros inefáveis. É a magnificência de Deus5, em que ele escondeu, como em seu seio, seu Filho único, e nele tudo que há de mais excelente e mais precioso. Oh! que grandes coisas e escondidas Deus todo-poderoso realizou nesta criatura admirável, di-lo ela mesma, como obrigada, apesar de sua humildade profunda: Fecit mihi magna qui potens est (Lc 1, 49). O mundo desconhece essas coisas porque é inapto e indigno.
3 Racionalis secundi Adam paradisus. São Leão Grande (Sermo de Annunctiatione).
4 Mundus specialissimus altissimi Dei. (São Bernardo).
5 Magnificentia Dei. Ricardo de São Lourenço (De laud. Virg., lib. IV).
Devemos, portanto, exclamar com o apóstolo: Nec oculus vidit, nec auris audivit, nec in cor hominis ascendit (1Cor 2, 9) – os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Maria, o milagre dos milagres da graça6, da natureza e da glória. Se quiserdes compreender a Mãe – diz um santo – compreendei o Filho. Ela é uma digna Mãe de Deus: Hic taceat omnis lingua – Toda língua aqui emudeça.
Devemos, portanto, exclamar com o apóstolo: Nec oculus vidit, nec auris audivit, nec in cor hominis ascendit (1Cor 2, 9) – os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Maria, o milagre dos milagres da graça6, da natureza e da glória. Se quiserdes compreender a Mãe – diz um santo – compreendei o Filho. Ela é uma digna Mãe de Deus: Hic taceat omnis lingua – Toda língua aqui emudeça.
6Miraculum miraculorum (São João Damasceno, Oratio I de Nativitate B.V.)
(Excertos da obra 'Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Santíssima', de São Luis de Montfort)
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
OS MAIS BELOS LIVROS CATÓLICOS DE TODOS OS TEMPOS (3)
5. SANTO TOMÁS DE AQUINO SUMA TEOLÓGICA
A Suma Teológica (Summa Theologica ou simplesmente Summa) é a obra mais conhecida de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) e constitui uma das obras clássicas da história da filosofia e de toda a literatura ocidental. Obra monumental, por conter milhares de páginas e enquadrar vários volumes, foi escrita em latim entre 1265 e 1274 (interrompida, então, com a morte do autor) e constitui um compêndio geral que aborda todas as questões e os principais ensinamentos teológicos da Igreja Católica, tais como a existência de Deus, a criação, o homem, a finalidade do homem, Cristo, os sacramentos e o fim do mundo.
Tomás de Aquino foi um professor e, assim, escreveu a Summa particularmente para os seus alunos, jovens e principiantes, como um guia de instrução filosófica. Mas a Summa está longe de ser apenas um compêndio filosófico, como tem sido objeto de referência frequente em muitos centros de estudos laicos. Tomás de Aquino foi, antes de tudo, um homem de Deus e escreveu a sua obra máxima sob a súplica da proteção divina como o próprio autor assim o revela no prólogo da obra, ao citar nominalmente que o texto foi escrito 'cum confidentia divina auxilli'. Embora com raízes e referências diversas, a Suma Teológica é, desta forma e essencialmente, uma síntese das mais elevadas inspirações da mística e da ascética católica.
A Suma Teológica é subdividida em três partes: a primeira parte (Prima Pars) trata da existência e natureza de Deus, a criação do mundo, os anjos e a natureza do homem; a segunda parte é subdivididida em outras duas, chamadas Prima Secundae ou Parte I-II, que aborda os princípios gerais da moral, incluindo a teoria do direito e Secunda Secundae ou Parte II-II, que trata da moralidade em particular, incluindo as virtudes e os vícios individuais; a terceira Parte (Tertia Pars) trata da natureza e da obra de Cristo, de alguns dos sacramentos e do fim do mundo e ficou inacabada (uma quarta parte ou Tertiae Supplementum, escrita pelos alunos do Aquinate, complementam a parte inacabada da obra, incluindo os demais sacramentos e as coisas relativas aos novíssimos do homem - morte, juízo, céu e inferno).
Todas as partes seguem um padrão específico, em que são propostas diferentes questões*, que são sempre subdivididas em diferentes artigos e analisadas sob diferentes contextos em termos de respostas, argumentações e objeções. Assim, por exemplo, São Tomás trata do problema da existência de Deus na segunda Questão da Primeira Parte da Summa, dedicando a essa questão não mais do que quatro páginas e três artigos, sendo que tal extrema concisão se explica porque, para os seus contemporâneos, a existência de Deus era algo óbvio que não precisava de demonstração. Estas páginas, entretanto, pela sua notável abordagem teológica, constituem provavelmente e, de longe, as mais lidas e discutidas da obra ao longo da história.
* (a parte I contempla 119 questões; a parte I - II tem 114 questões; a Parte II - II tem 189 questões e a parte III compreende 99 questões).
6. SÃO LUÍS DE MONTFORT TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À VIRGEM SANTÍSSIMA

Esta proposição teológica do livro - de que o reino de Cristo deverá ser precedido pelo reino de Maria - é aposta no primeiro tópico da obra: 'Foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo e é também por meio d'Ela que Ele deve reinar no mundo'. Entretanto, São Luís de Montfort vai além neste propósito, ao enunciar este princípio não apenas como proposição, mas como uma realização futura definitiva, incorporando, assim, uma dimensão profética extraordinária à sua obra.
O texto apresenta sistematicamente os princípios gerais da devoção mariana pelo método montforiano: a necessidade de Nossa Senhora como medianeira do único Mediador Jesus Cristo, a necessidade de devoção à Virgem porque Deus quis servir-se de Maria na Encarnação e quer servir-se de Maria na santificação das almas; Maria como Rainha do corações e que Jesus Cristo é o fim último da devoção à Santíssima Virgem; os procedimentos para a escolha da verdadeira devoção à Santíssima Virgem: as devoções falsas e as características da verdadeira devoção; a natureza da 'escravidão por amor' ou 'sagrada escravidão'; vantagens dessa devoção para a vida espiritual; efeitos e práticas exteriores e interiores desta devoção, orações e fórmulas de consagração no contexto da verdadeira devoção à Virgem Santíssima. As versões atuais da obra modificam ligeiramente os manuscritos, apresentando o texto na forma de tópicos numerados (uma estruturação comumente adotada consiste em subdividir o texto em introdução, oito capítulos e suplementos) no sentido de se obter uma melhor abordagem geral dos assuntos e visando melhorar a sequência e a fluência do texto, quase sempre com uma redução exponencial das citações latinas originais.
* disponível na Biblioteca Digital desse site.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
O PENSAMENTO VIVO DE CHESTERTON (II)
'A revolução é, em grande parte, um sistema; a liberdade é, em grande parte, uma limitação. Não teremos generalizações... Tendemos cada vez mais a discutir detalhes em arte, política e literatura. A opinião de um homem sobre os bondes tem importância; sua opinião sobre Botticelli tem importância; sua opinião sobre todas as coisas não tem importância. Pode se mudar de opinião e explorar milhões de objetos, mas não se deve encontrar aquele objeto estranho, o universo, pois se assim o fizer, terá uma religião, e então estará perdido. Tudo tem importância, exceto tudo'.

(G. K. Chesterton, Hereges)
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
AS PROFECIAS DO PE. HOLZHAUSER SOBRE O APOCALIPSE
Bartholomäus (Bartolomeu) Holzhauser (1613-1658) nasceu na pequena aldeia de Laugna, no sul da Alemanha e, desde muito cedo, foi contemplado por dons proféticos, sendo especialmente célebre a sua interpretação do Apocalipse, feita não como fruto de visões ou revelações particulares, mas por meio de uma leitura inspirada do livro de São João. Como sacerdote, atuou no vale do Tirol, na diocese de Mainz e como cura em Bingen, no Reno, permanecendo aí até a sua morte, ocorrida em 20 de Maio de 1658, antes de completar 45 anos. O padre Holzhauser escreveu sua interpretação do Apocalipse quando se encontrava no Tirol, em meio a grandes provações, sob jejum e em oração por dias inteiros; de acordo com as suas conclusões, as sete igrejas do Apocalipse caracterizariam sete idades ou eras históricas que compõem a história da Igreja até o Fim o Mundo. A idade atual até os dias do Juízo Final compreenderia, então, o período da manifestação da quinta, sexta e sétima igrejas do Apocalipse.
A QUINTA IGREJA - SARDES
É a figura da idade atual estendendo-se desde o advento do protestantismo até a futura derrota do império do mal. É uma época de calamidades, tanto no campo espiritual como no temporal. A Europa é devastada por sangrentas guerras de religião, os católicos são oprimidos por hereges e maus cristãos. Porém a heresia é combatida em discussões, escritos e pela força das armas. E Deus manifesta de modo admirável sua assistência especial à Igreja nessa época de provações:
1) Opondo a Lutero e à sua funesta heresia Santo Inácio de Loiola e a Companhia de Jesus.
2) Convocando, por inspiração do Espírito Santo, o Concílio de Trento, para esclarecer os dogmas da Fé e restabelecer a disciplina eclesiástica, sobretudo o celibato.
3) Concedendo à Igreja, em outras partes do mundo, tantos fiéis quanto os que ela perdia na Europa, por meio da evangelização dos povos da América, Ásia, Índia, China e Japão.
4) Suscitando soberanos zelosos, entre os quais o mais notável foi o Imperador Fernando II [Nota: imperador do Sacro Imperador Romano-Germânico de 1619 a 1637, a totalidade do seu reinado desenrolou-se durante a guerra dos Trinta Anos que opôs católicos e protestantes].
Porém isso não será suficiente para por fim, ou mesmo para impedir o progresso do mal nessa idade. Ao final da mesma o demônio gozará de uma liberdade quase absoluta e universal, e uma grande tribulação devastará a terra. Os poucos servidores fiéis, unidos entre si pelos mais fortes laços, se conservarão puros no meio do mundo. Passarão por vís aos olhos deste, serão desprezados e repelidos... Só uma transformação assustadora e inimaginável, feita pela mão de Deus, poderá por fim a essa época de tribulações.
A SEXTA IGREJA - FILADÉLFIA
Também chamada de época de 'consolação' da Igreja, ela se estenderá desde o advento do Grande Monarca e do Pontífice Santo, até a tomada do poder pelo Anticristo. Corresponde à igreja de Filadélfia. Quando maior for a pressão exercida pelos infiéis contra os cristãos, ao final da quinta idade, Deus suscitará um Grande Monarca que, pelas suas virtudes, pela força das armas e pelo apoio que receberá de Deus, derrotará o império do mal e extirpará as heresias.
O Grande Monarca será grande por suas vitórias e solidamente estabelecido no trono de seu império. Reinará por muitos anos, humilhará os hereges e as repúblicas. Nascerá no seio da Igreja Católica e será especialmente enviado por Deus, segundo os decretos da Providência Divina, que o terá escolhido para a consolação e exaltação da Igreja latina em meio à aflição e à humilhação.
Seu reinado se constituirá no mais sólido apoio à Igreja Católica e continuará a sê-lo em sua posteridade, até o aparecimento da apostasia e do Anticristo. Também será suscitado um Santo Pontífice, que vai estimular, incentivar e auxiliar o Grande Monarca na luta para exterminar o império do mal. Este Pontífice formará um grande exército com os Estados da Igreja e seus aliados, para o qual nomeará um grande general que irá com suas tropas em auxílio do Grande Monarca... Juntamente com os infiéis serão exterminados também os hereges, e a todos o Grande Monarca precipitará no inferno, pelo poder que Deus lhe concedeu.
... Pelo poder do Grande Monarca e pela autoridade do Santo Pontífice será então convocado um concílio geral, que será o maior e o mais célebre de todos... A Igreja deverá sofrer amarguras, tribulações e dificuldades para a execução desse concílio. Porém os maus não prevalecerão e ela pregará a Fé católica a todas as nações, mesmo às pagãs e àquelas que dela se haviam separado pelo cisma ou pela heresia...O espírito de sabedora reinará nas ciências – sacras e profanas – e na interpretação das Escrituras. O ateísmo, as heresias e as falsas doutrinas serão banidos.
A Igreja Católica será elevada ao apogeu de sua glória temporal e não haverá controvérsias nem discussões para saber qual é a verdadeira Igreja, como existe atualmente na quinta idade. Porém, no fim dessa sexta idade a caridade vai se arrefecer, os pecados se multiplicarão e, pouco a pouco, será formada uma geração perversa e infiel. Os justos, os santos, os bons prelados e pastores serão levados por Deus, em grande número, por morte natural. Em seu lugar virão homens tíbios e carnais, que só cuidarão de si mesmos. Este estado de espírito da população em geral é que marcará a passagem gradual da sexta para a sétima e última idade da Igreja.
A SÉTIMA IGREJA - LAODICÉIA
Ela se estende desde o aparecimento do Anticristo até o fim do mundo e o Juízo Final. Seu tempo de duração será curto em comparação com as outras idades. Corresponde à igreja de Laodicéia. Será uma época de desolação e de defecção total da Fé: abominação da desolação.
No início, enquanto o Anticristo não estiver ainda no poder, será uma continuação do estado de espírito observado no fim da sexta idade: perda do amor de Deus e da Fé, reinos perturbados por agitações e divididos entre si, raça de homens egoístas, indolentes e tíbios... Então Nosso Senhor Jesus Cristo começará a vomitar a Igreja de sua boca e permitirá que Satanás e o Anticristo estendam seu poder a tudo, inclusive dentro da própria Igreja. Será o resultado da tibieza do período de decadência da sexta idade.
Por permissão de Deus, o filho de perdição [Anticristo] terá com o demônio uma completa união de posse desde o momento de sua concepção, ainda no seio de sua mãe. O Anticristo com a ajuda do demônio, vai restaurar o antigo poder e extensão do império do mal, derrotando os cristãos e os submetendo ao seu poder tirânico e despótico...Ele se apresentará como sendo Cristo, o Messias prometido e só então vindo à terra, acusando Nosso Senhor Jesus Cristo de ter sido um impostor.
Seu poder sobre povos e nações será o maior que jamais houve na história, e sua perseguição a mais cruel. Seu reino será o da luxúria, da concupiscência e da crueldade... Na sua tarefa de perseguir os cristãos o Anticristo será auxiliado pelo falso profeta e antipapa, um cristão apóstata que, apoiado pelos judeus, invadirá os Estados da Igreja e matará o Papa legítimo, ficando em seu lugar. Este antipapa vai induzir todos os cristãos a adorar o Anticristo e sua imagem, e também receberá poderes do demônio para fazer coisas prodigiosas, perseguindo cruelmente os que persistirem na verdadeira Fé.
A apostasia será generalizada, à exceção dos poucos eleitos, aos quais nada mais restará que a glória do martírio, pois qualquer luta armada contra as forças do Anticristo será inútil, e mesmo desaconselhada por Nosso Senhor Jesus Cristo... A grande maioria dos mártires dessa época será constituída por eclesiásticos de diversas ordens da hierarquia: bispos, pregadores, pastores, doutores, padres em geral, e também por grande número de leigos.
Nessa época Elias e Enoch serão enviados como testemunhas de Deus contra o Anticristo. Eles pregarão e farão grandes prodígios, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, contra as imposturas e os falsos milagres do Anticristo.. E passada a época de sua pregação o Anticristo os matará. Seus corpos ficarão expostos em praças públicas de Jerusalém, que nessa época será uma cidade grande, rica e poderosa, para onde afluirão homens de todos os povos.
... Junto aos corpos de Elias e Enoch ficarão corpos de muitos outros mártires, especialmente padres e doutores. Haverá grande regozijo dos ímpios durante as três semanas e meia em que os corpos ficarão expostos. Será o tempo de gozo do Anticristo pela sua vitória e ele se fará adorar como deus no alto do Monte das Oliveiras... Decorridos esses dias, Deus ressuscitará Elias e Enoch e os elevará ao céu em corpo e alma à vista de todos. O Anticristo, enraivecido, tentará vingar-se fazendo-se elevar nos ares pelo poder do demônio. Mas será precipitado vivo no inferno, entrando por uma abertura na terra que se formará em conseqüência do grande terremoto que haverá na ocasião.
... Após a morte do Anticristo poucos dias serão concedidos aos homens para fazer penitência, com os terríveis sinais que precederão a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo e o juízo final. Os judeus se converterão e se unirão aos cristãos para cantar louvores à glória, bondade e misericórdia de Deus Padre e de Seu Filho Jesus Cristo. Então serão melhor conhecidas as vias de Deus para a criação, conservação e governo do gênero humano ao longo dos séculos, conhecimento este que será bem mais completo por ocasião do Juízo Final, o qual ninguém sabe exatamente quando se dará, somente Deus. Tanto o dia do Juízo Final como a questão da predestinação constituem um grande mistério reservado só a Deus. Nessa ocasião todos os segredos serão manifestados. Os homens não crerão nesse dia até que ele venha.
(Excertos da obra 'Interprétation de l'Apocalypse par le Vénerable Serviteur de Dieu Barthélemy Holzhauser traduit du latin par le Chanoine de Wuilleret', Paris, 1856, com excertos traduzidos e publicados originalmente em http://aparicaodelasalette.blogspot.com.br/).
domingo, 16 de novembro de 2014
A PARÁBOLA DOS TALENTOS
Páginas do Evangelho - Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum
Como herdeiros das alegrias eternas, somos administradores e não proprietários dos bens recebidos nesta vida. Tudo vem de Deus e tudo há de voltar para Deus na medida em que cada um de nós deverá prestar as devidas contas da infinitude das graças recebidas por Deus para se cumprir o seu plano de nossa salvação. Como nada nos pertence, nem nosso corpo, nem os nossos pensamentos, viver a santidade consiste em fazer em tudo e por todos a Santa Vontade de Deus, colocando todos os nossos dons e talentos a serviço do Reino.
O 'homem (que) ia viajar para o estrangeiro' (Mt 25, 14) não é outro senão Jesus que subiu ao Céu e que, chamando os seus empregados, 'lhes entregou seus bens' (ainda Mt 25, 14). Bens, portanto, que pertencem a Deus e que são distribuídos aos homens de forma diversa, por meio de um, de dois, de cinco talentos, de acordo com os desígnios da Providência e na medida certa para levar a todos ao cumprimento ideal da sua missão salvífica. Desta forma, a glória de Deus é fruto não da graça de se ter mais ou menos talentos, mas da resposta de cada um de nós, pela própria vocação, de cumprir santamente a Vontade de Deus na administração coerente dos bens recebidos em benefício próprio e dos nossos irmãos.
Mérito que tiveram os empregados que receberam cinco e dois talentos: bens que renderam outros bens, na medida do amor de ambos: 'servo bom e fiel' (Mt 25, 21.23); talentos que se multiplicaram e que se distribuíram fartamente, pela medida expressa por um rendimento em dobro: 'Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco, que lucrei' (Mt 25, 20) e 'Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei' (Mt 25, 22). Quem se mostra fiel na administração dos bens recebidos, será merecedor de bens ainda maiores e herdeiro das alegrias eternas: 'Vem participar da minha alegria!’ (Mt 25, 21.23).
Glória que será tirada dos servos infiéis, dos empregados maus e preguiçosos que, diante os dons e talentos recebidos, os enterram nos buracos de sua insensatez, do egoísmo e da busca desenfreada por posses e bens materiais, aviltando a graça de Deus e se consumindo nos próprios interesses e mesquinhez. Ao prestar contas de sua má administração, o servo infiel busca em vão refúgio na tentativa de culpar o patrão, mediante a concepção desvairada de um Deus injusto e severo, para apenas se condenar pelas próprias palavras e pelos pecados de negligência e omissão. E, condenado, perde até o pouco que porventura tenha feito em favor de outros e ganha a perdição eterna: 'Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes!’ (Mt 25, 29 - 30).
sábado, 15 de novembro de 2014
GALERIA DE ARTE SACRA (XV)
WILLIAM - ADOLPHE BOUGUEREAU
(1825 - 1905, pintor francês)
Expoente francês do período áureo do academicismo, Bouguereau foi professor da prestigiosa Escola de Belas Artes de Paris e dono de uma profícua obra, mesclando técnica apurada e efeitos de grande realismo, que aborda temas históricos, alegóricos e sociais. A galeria abaixo é uma pequena amostra do talento do artista aplicada à concepção de obras associadas a temas religiosos. A pintura final apresentada é um bom exemplo que ilustra o domínio quase à perfeição da habilidade do artista em retratar o corpo e a fisionomia humana.
(A Virgem com os Anjos, 1900)
(A Compaixão, 1897)
(A Flagelação de Cristo, 1880)
(A Virgem e o Menino, 1888)
(Cântico dos Anjos, 1881)
(Dia de Finados, 1859)
(Nossa Senhora das Rosas, 1903)
(Pietá, 1876)
(As Santas Mulheres no Túmulo, 1890)
(Meditação, 1885)
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