quarta-feira, 6 de março de 2013

TUAS PALAVRAS...

Quantas palavras nasceram hoje do teu juízo? Sim, elas nasceram, como filhas sibilantes, como medida das tuas ideias, como frutos dos teus pensamentos e vontades. Elas foram empurradas em meio a golfadas de ar, ressoaram pelas tuas cordas vocais em frêmitos e resmungos, ecoaram pelo palato e pela tua boca aberta e cavernosa, assumiram som e voz, ficaram livres, e forjaram nos soluços de tua fala os ecos estentóricos de uma memória eterna. Tuas palavras...

Tuas palavras... uma vez ditas, benditas ou malditas para sempre. Marcadas a ferro e fogo na tua alma generosa ou temerária. Transparentes como a mais preciosa gema ou pesadas como chumbo, jubilosas por uma santa alegria ou revestidas da mais negra das mortalhas, suaves como uma brisa vespertina ou brutais como um incêndio descontrolado, frágeis como o sopro dos sussurros ou violentas como os turbilhões dos desgraçados. Tuas palavras...

Tuas palavras... depositadas no recôndito dos corações ou lançadas sem valor aos ventos. Sementes de candura e mansidão ou joio de penúria e desespero. Brotadas no silêncio e na quietude do conselho e da gratidão ou forjadas pelos impropérios e pela maldição.Tangidas pelo amor inquebrantável da verdade ou vergadas pelo ódio intumescido do rancor. Palavras livres dos sonhos, dos encontros e despedidas, de conforto e solidariedade ou palavras libertinas dos instintos, da maldade e mesquinhez humana, de desdém ou de revolta. Nascidas para a oração. Desfalecidas para a dor. Tuas palavras...

Tuas palavras... nascidas de tantas formas e condições, serão os últimos vestígios de tua vida humana,  impregnadas como fogo em tua alma agora nua e solitária. E elas serão a voz de tua justificação ou de tua condenação. Neste dia, do teu juízo particular, tuas palavras, que não serão mais tuas, é que falarão por ti, em todos os tons, com todas as nuances, em todas as línguas. Elas serão como um hino de glória a Deus ao sustentarem a tua alma generosa; elas serão como um grito de maldição eterna ao sufocarem de pavor a tua alma ensandecida. Porque 'no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido' (Mt, 12, 36). Que palavras foram as tuas palavras hoje?

AS SETE TRISTEZAS E ALEGRIAS DE SÃO JOSÉ

1) Ó Esposo puríssimo de Maria Santíssima, glorioso São José, assim, como foi grande a amargura de vosso coração na perplexidade de abandonardes a vossa castíssima Esposa, assim foi indizível a vossa alegria quando pelo Anjo vos foi revelado o soberano mistério da Encarnação. Por esta tristeza e por esta alegria, vos pedimos a graça de consolardes agora e nas extremas dores, a nossa alma, com a alegria de uma vida justa e de uma santa morte, semelhante à vossa, assistidos por Jesus e por Maria.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

2) Ó felicíssimo Patriarca, glorioso São José, que fostes escolhido para ser o Pai adotivo do Verbo emanado, a tristeza que sentistes ao ver nascer em tanta pobreza o Deus menino, se vos mudou em júbilo celeste ao ouvirdes a Angélica harmonia e ao contemplardes a glória daquela brilhantíssima noite. Por esta tristeza e por esta alegria, vos suplicamos a graça de nos alcançardes que, depois da jornada desta vida, passemos a ouvir os angélicos louvores e a gozar os resplendores de glória celeste.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

3) Ó obedientíssimo executor das divinas Leis, glorioso São José, o sangue preciosíssimo que na Circuncisão derramou o Redentor-Menino vos transpassou o coração, mas o nome de Jesus vo-lo reanimou, enchendo-o de contentamento. Por esta tristeza e por esta alegria, alcançai-nos viver sem pecado, a fim de expirar cheios de júbilo com o nome de Jesus no coração e na boca.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

4) Ó fidelíssimo Santo, que tivestes parte nos mistérios de nossa Redenção, glorioso São José, se a profecia de Simeão a respeito do que Jesus e Maria teriam de padecer, vos causou mortal angústia, também vos encheu de suma alegria pela salvação e gloriosa ressurreição que, igualmente, predisse teria de resultar para inumeráveis almas. Por esta tristeza e por esta alegria, obtende-nos que sejamos do número daqueles que, pelos méritos de Jesus e pela intercessão da SS. Virgem, sua Mãe, têm de ressuscitar gloriosamente.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória.

5) Ó vigilantíssimo custódio, íntimo familiar do Filho de Deus encarnado, glorioso São José, quanto sofrestes para alimentar e servir o Filho do Altíssimo, particularmente na fuga com Ele para o Egito. Mas, qual não foi também vossa alegria o por terdes sempre convosco o mesmo Deus e por verdes cair por terra os ídolos egípcios. Por esta tristeza e por esta alegria, alcançai-nos que, afastando para longe de nós o infernal tirano, especialmente, com a fuga das ocasiões perigosas, sejam extirpados do nosso coração todos os idílios de afetos terrenos e que, inteiramente dedicados ao serviço de Jesus e de Maria, para eles somente vivamos e, na alegria do seu amor, expiremos.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

6) Ó anjo da terra, glorioso São José, que cheio de pasmo vistes o Rei do Céu submisso a vossos mandados, se a vossa consolação, ao reconduzi-lo do Egito, foi turbada pelo temor de Arquelau, contudo, sossegado pelo Anjo, permanecestesalegre em Nazaré com Jesus e Maria. Por esta tristeza e por esta alegria, alcançai-nos a graça de desterrar do nosso coração todo temor nocivo, de gozar a paz da consciência, de viver seguros com Jesus e Maria e também de morrer assistidos por eles.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória.

7) Ó exemplar de toda santidade, glorioso São José, que perdeste, sem culpa vossa, o Menino Jesus, e com grande angústia houvestes de procurá-lo por três dias até que, com sumo júbilo, gozastes do que era vossa vida, achando-o no Templo entre os doutores. Por esta tristeza e por esta alegria, vos suplicamos, com o coração nos lábios, que interponhais o vosso valimento para que nunca se suceda perder a Jesus por culpa grave; mas, se por desgraça o perdermos, com tão grande dor o procuremos que o achemos favorável, especialmente em nossa morte, para passarmos a gozá-la no céu e lá cantarmos convosco suas divinas misericórdias.Pai Nosso, Ave Maria e Glória.Rogai por nós, Santíssimo José. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Oremos: Ó Deus, que por Vossa inefável Providência Vos dignastes escolher o bem-aventurado São José para Esposo de Nossa Mãe Santíssima, concedei-nos que aquele mesmo que na terra veneramos como protetor, mereçamos tê-lo no céu por nosso intercessor. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Assim seja.

ORAÇÃO A SÃO JOSÉ PELA FAMÍLIA - Grande Santo, a quem Deus confiou o cuidado da mais santa família que jamais houve, sede vós, vo-lo pedimos, o pai e protetor da nossa, e impetrai-nos a graça de vivermos e morremos no amor de Jesus, de Maria e do Vosso. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém. 
Pai Nosso e Ave Maria.

ORAÇÃO PELOS AGONIZANTES – São José, Pai adotivo de Jesus Cristo e verdadeiro esposo da Virgem Maria, rogai por nós e pelos agonizantes deste dia (ou desta noite). V: São José, padroeiro dos agonizantes.R: Rogai por nós.

LEMBRAI-VOS, ó puríssimo Esposo de Maria Virgem, ó meu doce protetor, São José, que jamais se ouviu dizer que alguém tivesse invocado a vossa proteção, implorado vosso socorro e não fosse por vós consolado e atendido. Com esta confiança venho à vossa presença e a vós fervorosamente me recomendo. Não desprezeis a minha súplica ó Pai adotivo do Redentor, mas dignai-vos acolhê-la piedosamente. Assim seja.

terça-feira, 5 de março de 2013

21 PASSOS DA CONFISSÃO

1. A confissão é um sacramento de misericórdia; devemos por isso aproximar-nos dela com uma piedosa alegria e inteira confiança. São Francisco de Sales ensina-nos que para os que se confessam (periodicamente), basta um quarto de hora de exame de consciência, e pede menos para o ato de contrição. Muito menos tempo ainda basta aos que se confessam mais a miúdo.

2. Se vos acontece esquecerdes algumas faltas leves, nem por isso deixam de ser perdoadas. Reparai numa judiciosa observação de nosso santo: 'Não devemos inquietar-nos quando nós não lembramos as faltas, para as confessarmos; porque não é crível que uma alma que faz muitas vezes o exame da sua consciência, o não faça de modo que se lembre das suas faltas graves. Não devemos ser tão delicados que queiramos confessar tantas imperfeições pequenas, tantas faltas leves: um ato de humildade interior, um suspiro basta para apagar'. Não digais que tendes pecados ocultos que não confessais. Isso é um artifício do demônio para vos inquietar. Recordai-vos ainda de que a relação minuciosa das vossas faltas não é o que as perdoa, assim como uma enumeração exata das dívidas não apaga nada ao credor.

3. Tende a certeza que quanto mais examinardes, menos encontrareis. Além disso, um exame prolongado fatiga o espírito e entorpece o coração.

4. A instrução seguinte de São Francisco de Sales será, pois de uma grande importância prática: 
'Quando não virdes claramente que destes alguma espécie de consentimento aos acessos da cólera ou de qualquer outra tentação, deveis dizê-lo ao vosso diretor espiritual, a fim de serdes instruídos como haveis de proceder; mas não o deveis dizer: acuso-me de ter tido durante dois dias grandes movimentos de cólera, mas não consenti neles, dizeis virtudes em vez de dizerdes defeitos. Estando em dúvida se cometestes alguma falta, deveis examinar seriamente se essa dúvida tem fundamento, e depois falar dela com simplicidade. No caso contrário deveis calar-vos, ainda que sintais por isso um pesar'.

5. Também o santo não quer que façamos certas acusações gerais, que muitas pessoas fazem por costume, e a que ele chama supérfluas. Por exemplo: de não ter amado a Deus e ao próximo quanto era do nosso dever; de não ter rezado as orações ou de não ter recebido os sacramentos com o respeito conveniente e coisas semelhantes; porque, acrescenta ele, todos os santos do paraíso e todos os homens do mundo podiam dizer o mesmo, se se confessassem.

6. Tende sempre presente ao espírito este aviso tão útil de São Francisco de Sales: 'Não somos obrigados a confessar os pecados veniais: mas quando os confessamos, devemos ter a resolução de emendar-nos deles: aliás, seria um abuso dá-los por matéria da confissão sacramental'.

7. Depois da confissão fica tranqüilo. É absolutamente proibido deixar-vos vencer de temores a respeito do exame de consciência, da contrição ou de qualquer outra coisa que seja. Estes temores são artifícios do vosso inimigo, que deseja tornar-vos amargo um sacramento de consolação e de amor.

8. Devemos arrepender-nos dos nossos pecados, mas não perturbar-nos por causa deles; o arrependimento é feito por amor de Deus; a perturbação, do amor próprio. No mesmo ato de sincero arrependimento devemos dar graças a Deus de que, pela Sua misericórdia, não procedemos pior. Prometei-Lhe depois sincera emenda, não confiando senão na Sua bondade. Ainda que caísses cem vezes por dia, deveis sempre esperar e prometer séria emenda. Num instante Deus pode transformar as pedras em verdadeiros filhos de Abraão, isto é, em grandes santos. Assim o fará se constantemente confiardes n'Ele.

9. A dor dos pecados consiste numa determinação da vontade que detesta as faltas passadas e não quer cometê-las para o futuro. Para a verdadeira contrição não são precisas lágrimas, nem suspiros, nem emoções sensíveis: podemos até ter nosso coração contrito santo e justificante no meio da maior aridez, que nos parecerá ser insensibilidade. Não vos deixeis vencer por nenhum temor a este respeito.

10. Não façais nunca esforço algum para excitardes em vós a contrição; este esforço perturba e fatiga a alma sem lhe dar o que procura. Pelo contrário, estabelecei no vosso coração uma profunda paz, e dizei amorosamente ao vosso Deus que desejareis não O ter ofendido, e que com o Seu auxílio não quereis ofendê-lO mais para o futuro: eis a contrição. Ela é um efeito do amor, e o amor procede sempre com tranquilidade.

11. São Francisco de Sales diz que o ato de contrição se faz em um instante com dois rápidos olhares. Um sobre nós com o detestar do pecado, outro sobre Deus com a promessa de nos emendarmos na esperança do Seu socorro. Um dos penitentes mais contritos foi David: e a sua contrição encerrou-se nesta palavra: Pequei, pecavi; e com esta só palavra se justificou.

12. Dizeis que quereis ter a contrição; mas que não podeis tê-la. São Francisco de Sales responde-vos: 'É poder muito, muito poder querer. O desejo da contrição prova que há contrição. O fogo que está debaixo da cinza não se sente não se vê, e, contudo existe'. O desejo de sentir a contrição nasce muitas vezes de uma complacência interesseira da nossa parte, que não satisfeita de contentar a Deus, queria também contentar-se a si; e na sua sensibilidade pessoal ter a certeza do seu estado de graça e da sua virtude.

13. Deus não vos faz conhecer a vossa contrição para vos alcançar o mérito da obediência, a qual vos impõe o dever de ficardes em paz. Acredite, pois, humildemente, obedecei desafogadamente, e obtereis uma dupla coroa. Muitas vezes os santos mais elevados julgavam não ter contrição nem amor, mas no meio das suas trevas seguiram a luz da obediência com uma heroica submissão.

14. Não julgueis que não tendes contrição ou que vos confessais mal, porque tornais a cair em faltas. É preciso fazer distinção entre as faltas: devemos corrigir-nos com vigor das que nascem de uma vontade depravada que ama o pecador, quer o pecado e deseja perseverar no pecado; mas as faltas que nascem da surpresa, da fraqueza, da fragilidade, nos acompanharão em parte até a morte. 'Será muito, diz o nosso santo, poderemos nos curar de certos defeitos um quarto de hora antes de morrermos'. E em outra parte: 'Devemos suportar não só as fraquezas do próximo, mas também as nossas, e ter paciência à vista das nossas imperfeições'. Procuramos emendar-nos com paz e sem ansiedade, porque não podemos ser anjos antes do tempo.

15. Nas vossas confissões acrescentai em geral alguma falta da vossa vida passada, de que experimentais uma dor particular. Dizei por exemplo: confesso-me dos pecados de impureza, de ódio ou de vingança da vida passada. Deste modo a matéria necessária para o sacramento será muito mais certa.

16. Repeli os temores de terdes omitido pecados nas vossas confissões gerais ou particulares, ou de não os terdes declarado como deveis: 'A Igreja, que é o intérprete da vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo, pede a integridade sacramental e não a integridade material. A primeira consiste na confissão dos pecados lembrados depois de um exame razoável, e proporcionado ao estado atual da nossa alma. A integridade material consiste na declaração material de todos os pecados que cometemos, do seu número, das suas circunstâncias sem omitir nenhuma. A Igreja pede a primeira integridade, porque não exige a segunda, sabendo muito bem que no nosso exame nos poderá escapar alguma coisa ou sobre o número ou sobre as circunstâncias. Em suma: ela não pede aos fiéis senão uma confissão humilde e sincera de tudo o que lhes vem à lembrança depois de um exame conveniente, persuadida de que a boa vontade dos penitentes supre então a falta involuntária da sua memória' É o pensamento do teólogo Jamin.

17. Tendes satisfeito abundantemente à integridade sacramental; repeli, pois todas as apreensões e dúvidas como verdadeiras tentações.

18. Lembrai-vos ainda de que se vos parecer que não tendes tido com o vosso exame o cuidado conveniente, o confessor prudente supre esta falta pelas suas interrogações; e se ele não faz nenhuma é porque tem o conhecimento necessário da qualidade dos vossos pecados e do estado da vossa alma, que é o fim, da acusação sacramental.

19. Daí vem o erro dos que querem repetir as suas confissões gerais com o medo de não terem tido as disposições suficientes no seu exame ou na sua contrição; daí a censurável facilidade dos confessores que se prestam a isso. Se devêssemos dar ouvidos a semelhantes apreensões, seria preciso passar a vida inteira a renovar as confissões gerais, porque os mesmos receios se podem apresentar sempre, ainda nos maiores santos; e assim a confissão se transformará em verdadeiro cavalete, em tortura da alma; ora, isto é uma proposição herética, fulminada pelo Concilio de Trento.

20. A doutrina de todos os santos e de todos os teólogos esclarecidos é que, depois de ter feito a vossa confissão geral com sinceridade de coração e desejo de vos emendardes, deveis ficar tranqüilo e não repetir de modo algum. Aquele que obra de outra sorte traz a memória o que devia esquecer e perturba o espírito em vez de sossegá-lo. Tanto mais que como diz São Filipe Nery: 'Quanto mais se varre, mais pó se levanta'.

21. Para chegardes a tranquilizar a vossa alma, achareis um poderoso socorro neste sentimento universal dos santos, de que o temor do pecado deixa de ser salutar quando é excessivo.

(Excertos da Obra 'Maria falando ao Coração das Donzelas', do Abade A. Bayle)

domingo, 3 de março de 2013

A FIGUEIRA ESTÉRIL

Neste Terceiro Domingo da Quaresma, o Evangelho nos exorta a viver contínua e decididamente o caminho da plena conversão. E a busca da conversão exige de nós o afastamento incondicional do pecado e a via da santificação plena, como receptáculos abertos a toda a graça de Deus. Entre a retidão de nossos propósitos e a misericórdia do Pai, encontra-se o nosso lugar no portal da eternidade.


E Jesus nos fala primeiro que a grande tragédia humana é o pecado: 'Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa?' (Lc 13,2). Jesus falava dos galileus que tinham sido assassinados no templo por ocasião da Páscoa, a mando de Pilatos. Ele mesmo responderia que não, da mesma forma que não eram mais pecadores as 18 pobres vítimas da queda da torre de Siloé. A justiça divina não é amalgamada pelo castigo em si, mas pela resistência persistente e obstinada aos tesouros da graça. Não são desgraçados os que morrem em tragédias humanas, são miseráveis os que perdem a alma e a vida eterna consumidos na tragédia pessoal de apenas querer ganhar o mundo. 'Se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo' (Lc 13, 5).

Jesus ratifica estes ensinamentos com a parábola da figueira estéril, que não produz bons frutos, ano após ano, símbolo da alma fechada a todas as graças recebidas. Mas o Senhor busca incessantemente a volta da ovelha desgarrada e a espera e a consome de favores e bênçãos, porque o 'Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo' (Sl 102). É como o vinhateiro que nunca descuida da planta bruta, cultiva o solo, dispõe o adubo, rega a terra, acompanha ciosa e pacientemente os seus primeiros frutos. No nosso caminho de vida espiritual, o vinhateiro é o próprio Cristo, é Nossa Senhora, é a Santa Igreja, são os santos intercessores, é o nosso próprio Anjo da Guarda. Um derramamento abundante de graças à espera de nosso arrependimento sincero, de nossa dor ao pecado, de nossa conversão definitiva.

Mas o Evangelho termina também com uma determinação explícita: 'Se (a figueira) não der (fruto), então tu a cortarás’ (Lc 13,9). Assim, uma vez desprezados todos os limites da graça e tornados vãos todos os esforços do vinhateiro, a figueira torna-se inútil e a tragédia humana se consome na perda eterna das almas criadas para a glória de Deus.

O CÉU É AQUI...



sábado, 2 de março de 2013

NOSSA SENHORA DAS DURAS PALAVRAS

Nossa Senhora é amor, doçura e misericórdia, obra prima da graça do Pai. As suas palavras e suas mensagens são um fluxo contínuo de intercessão pela salvação de todos os seus filhos. Invocar a Mãe de Deus é conciliar ternura e devoção ao infinito. Mas Maria nos tem falado e demonstrado em muitas ocasiões que Deus não se compadece das almas tíbias, dos católicos mornos, da fragilidade da covardia e da omissão, dos que blasfemam e martirizam uma vez mais o Cristo Ressuscitado. E Maria, mãe de ternura, torna-se Nossa Senhora das duras palavras e ações, dirigidas aos homens entorpecidos pelas misérias brutais do pecado.


Nossa Senhora de La Salette:

'Os sacerdotes, ministros de meu Filho, pela sua má vida, sua irreverência e impiedade na celebração dos santos mistérios, pelo amor do dinheiro, das honrarias e dos prazeres, tornaram-se cloacas de impureza. “Sim, os sacerdotes atraem a vingança e a vingança paira sobre suas cabeças. Ai dos sacerdotes e das pessoas consagradas a Deus, que pela sua infidelidade e má vida crucificam de novo meu Filho! Os pecados das pessoas consagradas a Deus bradam ao Céu e clamam por vingança. E eis que a vingança está às suas portas, pois não se encontra mais uma pessoa a implorar misericórdia e perdão para o povo. Já não há almas generosas, já não há ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao Eterno pelo mundo'.

'Deus vai golpear de modo inaudito. Ai dos habitantes da Terra. Deus vai esgotar sua cólera, e ninguém poderá fugir a tantos males acumulados. Os chefes, os condutores do povo de Deus negligenciaram a oração e a penitência. E o demônio obscureceu suas inteligências. Transformaram-se nessas estrelas errantes, que o velho diabo arrastará com sua cauda para fazê-las perecer. Deus permitirá à velha serpente introduzir divisões entre os que reinam, em todas as sociedades e em todas as famílias. Sofrer-se-ão tormentos físicos e morais. “A sociedade está na iminência dos flagelos mais terríveis e dos maiores acontecimentos. Deve-se esperar ser governado por uma chibata de ferro e beber o cálice da cólera de Deus'.

'A Itália será punida, pela ambição de querer sacudir o jugo do Senhor dos Senhores. Será também entregue à guerra, o sangue correrá por todo lado. As igrejas serão fechadas ou profanadas. Os sacerdotes e os religiosos serão expulsos. Serão entregues à morte, e morte cruel. Vários abandonarão a fé, e o número dos sacerdotes e religiosos que se afastarão da verdadeira Religião será grande. Entre essas pessoas encontrar-se-ão até bispos. Que o Papa esteja em alerta contra os fautores de milagres. Pois chegou o tempo em que os prodígios mais inesperados terão lugar sobre a Terra e nos ares. Lúcifer e um grande número de demônios serão soltos do inferno. Eles abolirão a fé pouco a pouco, até nas pessoas consagradas a Deus. Eles as cegarão de tal maneira que, salvo uma graça particular, adquirirão o espírito desses maus anjos. Várias casas religiosas perderão inteiramente a fé e perderão muitas almas.'


Nossa Senhora de Akita:

'Se os homens não se arrependerem e não melhorarem, o Pai infligirá um terrível castigo para a humanidade. Será uma punição maior do que o dilúvio, nunca vista antes. Fogo cairá do céu e destruirá grande parte da humanidade, tanto os bons quanto os maus, não poupando nem sequer aos sacerdotes ou fiéis. Os sobreviventes se acharão de tal maneira desolados que terão inveja dos mortos. 

'As únicas armas que restarão serão o Rosário e o Sinal deixado pelo meu Filho. Todo dia recite as orações do Rosário. Com o Rosário, reze pelo Papa, pelos bispos e padres. A obra do demônio se infiltrará até mesmo dentro da Igreja de tal modo que veremos Cardeais se opondo a Cardeais, bispos contra bispos. Os padres que Me veneram serão escarnecidos, menosprezados e combatidos pelos seus confrades (outros padres).

'Igrejas e altares serão pilhados. A Igreja estará cheia daqueles que aceitam compromissos e o demônio afligirá muitos padres e almas consagradas a deixarem o serviço do Senhor. O demônio será particularmente implacável contra as almas consagradas a Deus. A ideia da perda de tantas almas é a causa de minha tristeza. Se os pecados aumentarem em número e gravidade, em breve não haverá perdão para eles. Reze muito as orações do Rosário. Só eu poderei salvá-los das calamidades que se aproximam. Aqueles que colocam sua confiança em Mim serão salvos.'


Nossa Senhora a Santa Hildegarda de Bingen:

'No ano de 1170 depois do nascimento de Cristo, estive durante longo tempo doente na cama. Então, física e mentalmente acordada, vi uma mulher de uma beleza tal que a mente humana não é capaz de compreender. A sua figura erguia-se da terra até ao céu. O seu rosto brilhava com um esplendor sublime. O seu olhar estava voltado para o céu. Trajava um vestido luminoso e fulgurante de seda branca e uma manto guarnecido de pedras preciosas. Nos pés, calçava sapatos de ónix. Mas o seu rosto estava salpicado de pó, o seu vestido estava rasgado do lado direito. Também o manto perdera a sua beleza singular e os seus sapatos estavam sujos por cima. Com voz alta e pesarosa, a mulher gritou para o céu: 

‘Escuta, ó céu: o meu rosto está manchado! Aflige-te, ó terra: o meu vestido está rasgado! Treme, ó abismo: os meus sapatos estão sujos! ’Estava escondida no coração do Pai, até que o Filho do Homem, concebido e dado à luz na virgindade, derramou o seu sangue. Com este sangue por seu dote, tomou-me como sua esposa. Os estigmas do meu esposo mantêm-se em chaga fresca e aberta, enquanto se abrirem as feridas dos pecados dos homens. 

'Este fato de permanecerem abertas as feridas de Cristo é precisamente por culpa dos sacerdotes. Estes rasgam o meu vestido, porque são transgressores da Lei, do Evangelho e do seu dever sacerdotal. Tiram o esplendor ao meu manto, porque descuidam totalmente os preceitos que lhes são impostos. Sujam os meus sapatos, porque não caminham por estradas direitas, isto é, pelas estradas duras e severas da justiça, nem dão bom exemplo aos seus súditos. Em alguns deles, porém, encontro o esplendor da verdade'.

'E ouvi uma voz do céu que dizia: 'Esta imagem representa a Igreja. Por isso, ó ser humano que vês tudo isto e ouves as palavras de lamentação, anuncia-o aos sacerdotes que estão destinados à guia e à instrução do povo de Deus, tendo-lhes sido dito, como aos apóstolos: ‘Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura’ (Mc 16, 15)’.

PRIMEIRO SÁBADO DE MARÇO



Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

Em 10 de dezembro de 1925, logo depois do jantar, a jovem postulante Lúcia, então com 18 anos, voltou à sua cela e aí recebeu a visita de Nossa Senhora e do Menino Jesus. A Santíssima Virgem pousou a mão no ombro de Lúcia e mostrou-lhe um Coração cercado de espinhos que tinha na outra mão. Neste momento, assim falou o Menino Jesus:
‘Tem pena do Coração de tua Mãe Santíssima, que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Lhe cravam, sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar’.
Em seguida, a Santíssima Virgem revelou a Lúcia a grande promessa da Devoção dos Cinco Primeiros Sábados:
‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

Cinco Sábados para Reparação Contra:

Primeiro Sábado – as blasfêmias contra a imaculada conceição da Virgem Maria;
Segundo Sábado – as blasfêmias contra sua virgindade;
Terceiro Sábado – as blasfêmias contra sua maternidade divina, recusando ao mesmo tempo reconhecê-la como mãe dos homens;
Quarto Sábado – as blasfêmias daqueles que procuram publicamente por no coração das crianças a indiferença ou o desprezo, ou mesmo o ódio em relação a esta Mãe Imaculada;
Quinto Sábado – as ofensas dos que a ultrajem diretamente nas suas santas imagens.