sexta-feira, 19 de outubro de 2012

POEMAS PARA REZAR (V)


EUCARISTIA
                                                                                            (Arcos de Pilares)


 Ao se partir o pão,
Nada é dividido:
Multiplica-se Deus
No pão partido.

Corpo, sangue, alma e divindade,
Tudo Deus presente:
o infinito mora
numa semente.

Que coisa linda
as divinas talhas:
Deus em migalhas
é Deus ainda.

O DIA EM QUE O SOL TREMEU...

No dia 13 de outubro de 1917, após rezarem o terço, estando presentes no local das aparições cerca de setenta mil pessoas, Lúcia gritou ao povo, após a despedida de Nossa Senhora: “Olhem para o sol.”

"O sol brilhava no zênite como se fosse um imenso disco de prata. Brilhava com a intensidade normal, e no entanto podia ser fitado sem que ofuscasse. Isso durou apenas um instante. Enquanto todos olhavam assombrados, a imensa bola começou a ’dançar’; esta foi a palavra com que todos os observadores a descreveram. Primeiro, viram-na girar rapidamente, como uma gigantesca roda de fogo. Depois de um certo tempo, parou. A seguir, voltou a girar sobre si mesma, vertiginosamente, numa velocidade incrível. Finalmente, os bordos tornaram-se escarlates e espalharam-se pelo firmamento espargindo chamas vermelhas de fogo, como um redemoinho infernal.

Essa luz foi-se refletindo na terra, nas árvores, nos arbustos, nas próprias faces voltadas para cima e nas vestes, tomando tonalidades brilhantes e cores diferentes: verde, vermelho, laranja, azul, violeta, as cores todas do espectro solar. Girando loucamente sob essa aparência, por três vezes, o globo de fogo pareceu agitar-se, estremecer, e depois precipitar-se em ziguezague sobre a multidão. (…) Isso durou talvez uns dez minutos. Logo depois, viram todos o sol começar a elevar-se da mesma maneira, em ziguezague, até o ponto onde havia aparecido antes. Ficou então tranqüilo e brilhante. Ninguém mais pôde lhe suportar o fulgor. Era novamente o sol de todos os dias." 

( W. Thomas Walsh, Nossa Senhora de Fátima, Quadrante, São Paulo, 1996, p. 165-166).








16 DE OUTUBRO - SANTA MARGARIDA ALACOQUE


A esta humilde religiosa da Visitação, Jesus Cristo delegou a missão de difundir ao mundo a Devoção ao seu Amantíssimo Coração (1675). Quantas dores e sacrifícios heroicos não custaram a essa pequena serva para cumprir à risca tão profundos desígnios divinos.  No último retiro antes de sua morte, eis as palavras da santa do Coração de Jesus que expressam a beleza singular de sua alma:

'No primeiro dia do retiro, a minha ocupação consistia em pensar donde provinha o meu grande desejo de morrer, pois não é próprio de uma pecadora como eu o desejar comparecer perante o seu Juiz cuja santidade penetra até aos nossos mais íntimos recessos. Como podes, pois, ó minha alma sentir tamanha alegria ao aproximar-se a morte? Tu só pensas em pôr termo ao teu desterro e exultas de gozo ao pensar que em breve sairás da tua prisão. Toma cuidado, porém, para que de uma alegria temporal, filha talvez da ignorância, e da cegueira, não precipites na tristeza eterna e desta prisão mortal e passageira não caias naquele cárcere eterno, onde se extingue a esperança. Deixemos, pois, ó minha alma, esta alegria e este desejo de morrer às almas santas e fervorosas, para as quais estão reservadas as grandes recompensas. Pensemos qual não seria a nossa sorte, se não fora a bondade de Deus para conosco ainda maior que a sua justiça. As nossas obras nenhuma outra coisa nos deixam esperar senão castigos. Poderás tu, ó minha alma, suportar eternamente a ausência d'Aquele cuja presença te causa tantas consolações e cuja privação te faz sentir tão cruéis tormentos? Meu Deus, como são difíceis essas contas! Na impossibilidade de as fazer eu mesma, volto-me para Vós que sois o meu adorável Mestre. Confio-Lhe todos os pontos sobre que devo ser julgada: as nossas regras, as nossas constituições, a nossa direção'.

'Depois de Lhe haver confiado todos os meus interesses, experimentei uma paz admirável. Jesus conservou-me muito tempo aos seus pés, como que abismada na minha nulidade, à espera da sentença que pronunciará sobre esta sua miserável criatura.'

'Sinto-me incapaz de solver as minhas dívidas; bem o vedes Vós, ó meu Divino Mestre. Ponde-me na prisão; aí ficarei contente, contanto que seja no vosso Divino Coração; e quando nEle me tiverdes encerrado, apertai-me bem com as correntes do vosso amor e conservai-me assim enquanto eu não vos pagar tudo o que vos devo; e como nunca o poderei fazer, não me solteis jamais'.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

ORAÇÃO PARA ANTES DO ESTUDO (SÃO TOMÁS DE AQUINO)



CREATOR ineffabilis, qui de thesauris sapientiae tuae tres Angelorum hierarchias designasti et eas super caelum empyreum miro ordine collocasti atque universi partes elegantissime distribuisti: Tu, inquam, qui verus fons luminis et sapientiae diceris ac supereminens principium, infundere digneris super intellectus mei tenebras tuae radium claritatis, duplices, in quibus natus sum, a me removens tenebras, peccatum scilicet et ignorantiam. Tu, qui linguas infantium facis disertas, linguam meam erudias atque in labiis meis gratiam tuae benedictionis infundas. Da mihi intelligendi acumen, retinendi capacitatem, addiscendi modum et facilitatem, interpretandi subtilitatem, loquendi gratiam copiosam. Ingressum instruas, progressum dirigas, egressum compleas. Tu, qui es verus Deus et homo, qui vivis et regnas in saecula saeculorum. Amen.

CRIADOR inefável, que, em meio aos tesouros de vossa Sabedoria, elegestes três hierarquias de anjos e as dispusestes em uma ordem admirá­vel acima dos Céus, que dispusestes com tanta beleza as partes do Universo; Vós, a quem chamamos a verdadeira Fonte de Luz e de Sabedoria, e o Princípio supereminente, dignai-Vos derramar sobre as trevas de minha inteligência um raio de vossa clareza. Afastai para longe de mim a dupla obscuridade na qual nasci: o pecado e a ignorância. Vós, que tornais eloquente a língua das criancinhas, modelai minha palavra e derramai nos meus lábios a graça de vossa bênção. Dai-me a penetração da inteligência, a faculdade de lembrar-me, o método e a facilidade do estudo, a profundidade na interpretação e uma graça abundante de expressão. Fortificai meu estudo, dirigi-o seu curso, aperfeiçoai o seu fim, Vós que sois verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e que viveis nos séculos dos séculos. Amém.

POR QUE NOSSA SENHORA CHORA...

(palhaços em cena?)

(consagração com coelhinho da Páscoa?)

(biscoitos como hóstias; mesa de cozinha como altar?)

(consagração com 'doritos'?)

(uma religião de palhaços?)

(ginástica da alma?)

(Jesus Cristo está aí?)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

LIVRO DOS SALMOS (PARTE I)


CARTA SOBRE A INTERPRETAÇÃO DOS SALMOS DE SANTO ATANÁSIO

(CAPÍTULOS IV - X)

Na forma de narração, temos os seguintes salmos: 18; 43; 48; 49; 72; 76; 88; 89; 106; 113; 126; e 136.
Em forma de oração, temos os salmos: 16; 67; 89; 101; 131; e 141.
Os proferidos como súplica, petição instante, são os salmos: 5; 6; 7; 11; 12; 15; 24; 27; 30; 34; 37; 42; 53; 54; 55; 56; 58; 59; 60; 63; 82; 85; 87; 137; 139; e 142.
Em forma de súplica junto com ação de graças, temos o salmo 138.
Entre os que só suplicam, temos os salmos: 3; 25; 68; 69; 70; 73; 78; 79; 108; 122; 129; e 130.
Em forma de confissão, temos os salmos: 9; 74; 91; 104; 105; 106; 107; 110; 117; 135; e 137.
Aqueles que entrelaçam narração com confissão, são os salmos: 9; 74; 105; 106; 117; 135; e 137.
Um salmo que combina confissão com narração e ação de graças é o 110.
Tem forma de admoestação o salmo 36.
Os salmos que contém profecia são: 20; 21; 44; 46; e 75.
No 109 temos anunciação junto com profecia.
Os salmos que exortam e prescrevem, e como que ordenam, são: 28; 32; 80; 94; 95; 96; 97; 102; 103; e 113.
O salmo 149 combina exortação com louvor.
Descrevem a vida ornada pela virtude os salmos: 104; 111; 118; 124; e 132.
Aqueles que expressam louvor são: 90; 112; 116; 134; 144; 145; 146; 148; e 150.
São salmos de ação de graças: 8; 9; 17; 33; 45; 62; 76; 84; 114; 115; 120; 121; 123; 125; 128; e 143.
Aqueles que anunciam uma promessa de bem-aventurança são: 1; 31; 40; 118; e 127.
Demonstrativo de alegre prontidão com (acréscimo) de cântico: o 107.
Outro há que exorta à fortaleza: o 80.
Temos os que reprovam aos ímpios e iníquos, como os: 12; 13; 35; 51; e 52.
O salmo 4 é uma invocação.
Aqueles salmos que falam [do cumprimento] de votos, são: o 19 e o 63.
Tem palavras de glorificação ao Senhor: 22; 26; 38; 39; 41; 61; 75; 83; 96; 98 e 151.
Acusações escritas para provocar vergonha são: o 57 e o 81.
Encontram-se acentos hímnicos nos: 47 e 64.
O salmo 65 é um canto de júbilo e se refere à ressurreição.
Outro, o 99, é unicamente canto de júbilo.

Se queres bendizer a alguém, aprendes como fazê-lo e em nome de quem, nos salmos 1; 31; 40; 11; 118 e 127.
Se desejas censurar as conjurações dos judeus contra o Salvador, aí tens o segundo (salmo 2) de nossos poemas.
Se os teus te perseguem e muitos se levantam contra ti, recita o terceiro (salmo 3).
Se estando aflito, invocaste ao Senhor e porque te escutou queres dar-lhe graças, entoa o 4, ou o 74, ou o 114.
Se a ti basta que os malfeitores te preparam armadilhas e queres que bem de manhã tua oração chegue a seus ouvidos, recita o 5.
Se a ameaça de castigo do Senhor te intranquiliza, podes recitar o 6 ou o 37.
Se alguns se reúnem para tramar algo contra ti, e chega a teus ouvidos, canta o salmo 7 e confia no Senhor em te defender.

Se, observando a extensão universal da graça do Salvador e a salvação do gênero humano, queres conversar com Deus, canta o salmo 8.
Queres entoar o cântico da vindima, para dar graças ao Senhor? Tens novamente a tua disposição o 8 e também o 83.
Em honra à vitoria sobre os inimigos e a liberação da criatura, sem vangloriar-se, e sim reconhecendo que estes feitos magníficos são obra do Filho de Deus, recita o já mencionado salmo 9.
Se alguém quer confundir-te ou assustar-te, tem confiança no Senhor e repete o salmo 10.
Ao observar a soberba de tantos e como o mal cresce, ao ponto que já não há ações santas entre os homens, busca refúgio no Senhor e diga o salmo 11.
Prolongam os inimigos seus ataques? Não desesperes como se Deus te esquecera, e sim invoca-o cantando o salmo 12.
Não te associes de modo algum com os que blasfemam impiamente contra a Providência, mas bem suplica ao Senhor recitando os salmos 13 e 52.
Aquele que queira aprender quem é o cidadão do reino dos céus deve dizer o salmo 14.

Necessitas orar porque teus adversários assediam tua alma? Canta os salmos 16; 85; 87 e 140.
Se quiseres saber como rezava Moisés, aí tens o salmo 89.
Foste libertado de teus inimigos e perseguidores? Canta o salmo 17.
Te maravilham a ordem da criação e a providente graça que nela resplandece, como também os preceitos santos da Lei? Canta então o 18 e o 23.
Vendo sofrer os atribulados, consola-os orando e recitando-lhes as palavras do salmo 19.
Vês que o Senhor te conduz e pastoreia, guiando-te pelo caminho reto, alegra-te dele e salmodia o 22!
Te submergem os inimigos? Eleva tua alma até Deus salmodiando o 24 e vejas que os iníquos caem malogrados.
Te cercam os inimigos, tendo suas mãos totalmente manchadas de sangue, e não buscam mais que perder-te e confundir-te? Então, não confies tua justiça a um homem - toda justiça humana é suspeita! - mas peça ao Senhor que te faça justiça, já que ele é o único Juiz, recitando o 25; 34 ou 42.
Quando te assaltam violentamente os inimigos e se congregam como um exército e te depreciam como se ainda não estivesses ungido, e por isso te façam a guerra, não temas, canta muito o salmo 26.
A natureza humana é débil, e se [apesar dela] os perseguidores se fazem tão desavergonhados e insistem, não lhes faças caso, suplica em troca ao Senhor com o salmo 27.
Se queres aprender como oferecer sacrifícios ao Senhor com ação de graças, recita então com inteligência espiritual o salmo 28.
Se dedicas e consagras tua casa, isto é, tua alma que hospeda ao Senhor, como também a casa corpórea na que moras fisicamente, recita com ação de graças o 29 e, entre os salmos graduais, o 126.

Se vês que és depreciado e perseguido por amigos e conhecidos à causa da verdade, não perdas o ânimo por isso, nem temas aos que se te opõem, e sim, aparta-te deles e, contemplando o futuro, salmodia o 30.
Se ao ver aos batizados e resgatados de sua vida corruptível, ponderas e admiras a misericórdia de Deus, canta em te favor tuas louvações com o salmo 31.
Se desejas salmodiar em companhia de muitos, reúne os homens justos e probos, e recita o 32.
Se caíste vítima de teus inimigos e sagazmente pudeste evitar seus assédios, reúne os homens mansos e recita em sua presença o salmo 33.
Se vês o céu para cometer o mal que impera entre os transgressores da Lei, não penses que a maldade é algo natural neles, como o afirmam os hereges, e sim recita o 35 e te convenças de que a eles lhes correspondem a responsabilidade pelo pecado.
Se vês os malvados cometerem muitas iniquidades e avalentarem-se contra os humildes, e queres exortar a alguém que nem se junte com os iníquos, nem lhes tenha inveja, pois seu porvir será a queda, então dê para ti mesmo e para os outros o 36.

Se, por outro lado, querendo prestar atenção à tua própria pessoa, e vendo que o inimigo se dispõe a atacar-te - pois lhe agrada provocar a este tipo de pessoas - querendo fortalecer-te contra ele, canta o salmo 38.
Se tendo que suportar ataques dos perseguidores, queres aprender as vantagens da paciência, recita então o 39.
Quando vendo multidão de pobres e mendigos, queres mostrar-te misericordioso com eles, serás capaz de sê-lo graças à recitação do salmo 40, já que com ele elogias aos que já atuaram compassivamente, e exortas aos demais a que ajam de igual maneira.
Se ansiando buscar a Deus, escutas as burlas dos adversários, não te perturbes, mas considerando a recompensa eterna de tal nostalgia, consola tua alma com a esperança em Deus, e, superados os pesares que te afligem nesta vida, entoa o salmo 41.
Se não queres deixar de recordar os inumeráveis benefícios que o Senhor outorgou a teus pais, como o êxodo do Egito e a estadia no deserto, e que bom é Deus e quão ingratos os homens, tens os salmos 43; 77; 88; 104; 105; 106 e 113.
Se havendo-te refugiado em Deus, poderoso defensor no perigo, queres dar-lhe graças e narrar suas misericórdias para contigo, tens o 45.

Pecaste, sentes vergonha, buscas fazer penitência e alcançar misericórdia? Encontrarás palavras de arrependimento e confissão no salmo 50.
Ainda assim deves suportar calúnias por parte de um rei iníquo, e vês como se encoraja o caluniador, alija-te dali e usa as expressões que encontras no 51.
Se te atacam, te acossam e querem trair-te, entregando-te à justiça, como o fizeram zifeos e filisteus com Davi, não perdas o valor: tem ânimo, confia no Senhor e louvai-o com as palavras dos salmos 53 e 55.
A perseguição te sobrevém, cai sobre ti e, sem sabê-lo, penetra inesperadamente na cova que te escondias, nem assim temas, pois ainda nesse aperto encontraras palavras de consolo e de memorial indelével nos salmos 56 e 141.
Se quem te persegue dá a ordem de vigiar tua casa, e tu, apesar de tudo, logras escapar, dá graças a Deus, e inscreve o agradecimento em teu coração, como sobre uma estrela indelével, em memória de que não pereceste e entoa o salmo 58.
Se os inimigos que te afligem proferem insultos, e os que aparentavam ser amigos lançam acusações contra ti, e isto perturba tua oração por um breve tempo, reconforta-te louvando a Deus e recitando as palavras do 54.
Contra os hipócritas e os que se vangloriam descaradamente, recita - para vergonha sua - o salmo 57.
Contra os que arremetem selvagemente contra ti e querem arrebatar-te a alma, contraponha tua confiança e adesão ao Senhor; quanto mais se encorajem eles, tanto mais descansa nele, recitando o 61.
Se perseguido, retira-te para o deserto e nada temas por estar ali só, pois tens a Deus junto de ti, a quem, muito de madrugada, podes cantar-lhe o 62.
Se te aterrorizam os inimigos e não cessam em conjurarem contra ti, buscando-te sem descanso, ainda que sejam muitos, não te aflijas, já que seus ataques serão como feridas causadas por flechas atiradas por crianças; entoa, então (confiante), os salmos 63; 64; 69 e 70.