sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

RETRATOS DE NOSSA SENHORA (I)


Ecce Mater Tua - Aí tens a tua Mãe


Entremos na casa da Virgem Maria Menina. De seus pais nada nos diz o Evangelho. A tradição conta-nos que se chamavam Joaquim e Ana e que eram já de idade avançada. A Igreja venera-os nos seus altares e a razão nos diz que tiveram de ser muito santos. Aquela Menina era a obra mais preciosa da Santíssima Trindade, e Deus tinha que a pôr em mãos muito seguras...Os pais de Maria tiveram de ser muito santos também.


Maria foi menina... Foi menina e teve em grau muito elevado a virtude característica das crianças, a inocência que se refletiu no seu rosto. Foi menina e crescia como as meninas... crescia e crescia como um sol que sobe até ao zênite sem encontrar nuvens no caminho. Crescia a Virgem menina e crescia ao lado de sua mãe, como devem crescer todas as meninas.


A Santíssima Virgem, como todas as suas companheiras, vivia no templo afastada do mundo, cultivando no retiro a flor delicadíssima da sua pureza. Vivia longe das diversões mundanas, longe do trato com os homens, cultivava também as virtudes que são defesa, floração e complemento da pureza: o pudor e a modéstia.

Quis Deus que presenciasse a morte de seus próprios pais, que estivesse a seu lado naqueles momentos tristes, e sentisse a emoção dos que vão e dos que ficam, porque todos os cristãos lhe haviam de pedir para estar também a seu lado na hora da morte, e com a experiência própria compreenderia melhor a necessidade da sua presença nesses momentos. Maria jovem foi órfã de pai e mãe.


A pincelada mais certa para o retrato de Maria jovem, deu-a o anjo ao sondar Maria: És a cheia de graça. Este é o seu traço característico; o que desenha a sua fisionomia interna e a diferencia de todas as pessoas. Este é o seu nome específico, que só a ela se pode aplicar, nome que é a expressão de uma excelsa realidade: a cheia de graça. Maria jovem tinha a alma cheia de graça, e por isso Deus estava com ela, vivia naquela alma: O Senhor é contigo.

(Textos: excertos da obra 'Retratos de Nossa Senhora, de Juan Rey, 1957, trad. M.V. Figueiredo)