sábado, 11 de novembro de 2017

AS 10 CLASSES DOS SANTOS DA IGREJA

I. Santos do Antigo Testamento: começando pelos primeiros Patriarcas, passando pelos profetas e terminando com o último santo deste período, que foi São João Batista, do qual o Senhor disse: 'entre os nascidos de mulher não há maior do que João. Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele' (Lc 7, 28). 

II. Santos mártires: o primeiro santo e mártir foi Santo Estêvão, o protomártir, que foi apedrejado até a morte na porta de Jerusalém que leva seu nome, embora os muçulmanos a denominem como Porta dos Leões, pois existem dois leões gravados nas paredes de pedra que flanqueiam essa porta. Desde os tempos mais primitivos do cristianismo, a palma do martírio era considerada referência clara de santidade, o que continua sendo verdade até os tempos de hoje. No século XX, temos o exemplo do martírio dos Cristeros no México e as muitas vítimas das perseguições nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e, ainda hoje, são muitos os mártires católicos pelas perseguições nos países comunistas e pelo fanatismo islâmico.

III. Santos confessores e ascetas: santos que não receberam a palma do martírio de modo cruento, mas a obtiveram de modo incruento, que existiram desde sempre e que existem ainda nos tempos atuais. Eles são os cristãos que vivem heroicamente a sua fé, seja através de uma vida de afastamento do mundo, como eremitas ou recolhidos em mosteiros, ou como simples cristãos leigos e anônimos, com os quais, muitas vezes, convivemos cotidianamente em nossas vidas.

IV. Santos fundadores de ordens ou movimentos religiosos: pessoas singulares que foram  chamados pelo Senhor para criar verdadeiros impérios do cristianismo, a partir do nada, mas confiantes absolutos nos desígnios divinos e no cumprimento estrito da Vontade de Deus. São santos como São Francisco de Assis, São Domingos de Gusmão, Santa Teresa de Jesus ou Santo Inácio de Loyola ou, mais recentemente, São Josemaría Escrivá de Balaguer.

V.  Santos místicos:  são aqueles que receberam expressamente a ação direta e imediata de Deus na alma, juntamente com a consciência que a alma tem de tal feito e, por isso, o termo 'místico' designa os estados mais avançados do processo 'contemplativo'. O misticismo é a tomada de posse de nosso ser por Deus, o que traz consigo uma modificação de nossa psicologia, nossa consciência e nosso comportamento, de maneira sensível, embora não possamos conhecê-la ou expressá-la. Para Royo Marín, o misticismo não é um estado extraordinário e anormal reservado para alguns aristocratas do espírito, mas o caminho natural que todas as almas devem percorrer para alcançar a completa expansão e desenvolvimento da graça santificante, recebida na forma de uma semente ou germe no sacramento do batismo. Muitos outros tipos de santos podem ser incluídos também nesta classe, por exemplo, Santa Teresa de Jesus.

VI. Santos doutores da Igreja: são homens e mulheres ilustres que, pela sua santidade, pela ortodoxia de sua fé, e principalmente pelo seu eminente sa­ber teológico, atestado por diferentes obras e escritos, foram honrados com tal título por desígnio da Igreja (num total de 36 santos até hoje). Entre eles, se incluem Santo Ambrósio (o primeiro santo doutor da Igreja), São Tomás de Aquino, São João da Cruz e Santo Afonso Maria de Ligório. Quatro foram as mulheres declaradas doutoras da Igreja: Santa Catarina de Siena, Santa Teresa de Ávila, Santa Teresa de Lisieux e Santa Hildergada de Bingen.

VII. Santos missionários: são aqueles que, impulsionados por um extremado zelo apostólico, buscaram, em vez do isolamento e reclusão, uma vida de intensa e contínua atividade apostólica e missionária no mundo. exemplos destes santos são  os irmãos Cirilo e Metódio que evangelizaram a Europa Oriental, São Bonifácio que deixou a Inglaterra para evangelizar a Alemanha e São Francisco Xavier que converteu milhares de pessoas ao cristianismo na Índia e no Extremo Oriente.

VIII.  Santos humanistas: são homens que levaram a estrita observância aos preceitos da fé cristã em todas as suas variadas e múltiplas atividades humanas. Exemplo típico desta classe de santos foi São Tomas More, que foi advogado, político, homem de negócios, chanceler da Inglaterra, escritor, filósofo e mártir da Igreja.

IX. Santos excêntricos: são aqueles que totalmente imersos na vida em Deus, despojam-se de todo respeito humano e concessões às normas regulares da conduta humana convencional. João Batista morava no deserto e se alimentava de gafanhotos. Outros viveram isolados como nômades em cavernas ou em outros ambientes igualmente ermos e rústicos. Outro exemplo típico desta classe é São Simeão Estilita, um asceta cristão sírio, que viveu no cimo de uma coluna de pedra, amarrado por correntes, durante 37 anos de sua vida.

X. Santos anônimos: são aqueles que alcançaram a santidade no completo anonimato no mundo, vivendo e convivendo com os homens, entre nós. Têm como característica singular, com raras exceções, o convívio formal e o desconhecimento dos próximos. São santos de todos os tempos. Buscam cotidianamente cumprir em suas vidas a Santa Vontade de Deus, em meio às suas atividades humanas específicas e são vistos, portanto, como fulano ou beltrano, e referidos pela sua profissão ou atuação, mas que são santos porque, em sua vida terrestre, já se postulam como cidadãos do Céu.

(Texto do autor deste blog, com base em texto publicado originalmente em espanhol no blog de Juan del Carmelo)