quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O CAMINHO DA PERFEIÇÃO

Ó Redentor meu! O meu coração não pode chegar aqui sem se afligir muito! Que é isto agora nos cristãos? Hão-de ser sempre os que mais Vos devem os que Vos aflijam? Aqueles a quem melhores obras fazeis, aos que escolheis para Vossos amigos, entre quem andais e Vos comunicais pelos Sacramentos? Não estão ainda fartos dos tormentos que por eles passastes?

Ó Pai Eterno! Olhai que não são para esquecer tantos açoites e injúrias e tão gravíssimos tormentos. Como, pois, Criador meu, podem sofrer umas entranhas tão amorosas como as Vossas, que aquilo que fez vosso Filho com tão ardente amor e para mais Vos contentar (pois Lhe mandaste que nos amasse), seja tido em tão pouco como hoje em dia têm esses hereges o Santíssimo Sacramento, que Lhe tiram as Suas moradas, destruindo as Igrejas? Se alguma coisa Lhe ficasse por fazer para Vos contentar! Mas tudo fez com perfeição. Não bastava, Pai Eterno, que não tivesse onde reclinar a cabeça enquanto viveu e sempre em tantos trabalhos, senão que agora, essas moradas que tem para convidar Seus amigos (por nos ver fracos e saber que é preciso que os que hão-de trabalhar se sustentem com tal manjar) lhas tirem? Não tinha Ele já pago suficientemente pelo pecado de Adão? Sempre que tornamos a pecar, há-de pagá-lo este amantíssimo Cordeiro? Não o permitais, Imperador meu. Aplaque-se já Vossa Majestade. Não olheis aos nossos pecados, mas sim a que nos redimiu o Vosso Sacratíssimo Filho, e aos Seus merecimentos e aos da Sua gloriosa Mãe e de tantos santos e mártires que morreram por Vós!

Pensais, irmãs, que é pequeno bem procurar este bem de nos darmos todas ao Todo sem fazermos partilhas? E, pois que n'Ele estão todos os bens, como digo, louvemo-lO muito, irmãs, por nos ter reunido aqui onde não se trata de outra coisa senão disto. E assim, não sei porque o digo, pois todas as que aqui estais me podeis ensinar a mim. Confesso não ter neste caso tão elevada a perfeição como eu a desejo e entendo que convém, tal como em todas as virtudes, pois é mais fácil escrever do que cumprir; e ainda nisto não atinara, porque, algumas vezes, sabê-lo dizer consiste na experiência, e se eu atinar é por ter feito o contrário a estas virtudes.

Parece coisa imperfeita, minhas irmãs, este queixarmo-nos sempre de males leves; se podeis sofrê-lo, não o façais. Quando é grave o mal, ele por si mesmo se queixa; é outro queixume e logo se dá a conhecer. Olhai que sois poucas e, se uma tem este costume, é bastante para cansar a todas, se vos amais e há caridade; se não, a que tiver um mal verdadeiro, diga-o e tome o necessário; que, se perdeis o amor próprio, sentireis tanto qualquer alívio, que não tenhais medo o tomeis sem necessidade, nem vos queixeis sem causa. Quando o há, seria muito pior não o dizer, que tomá-lo sem ela, e muito mal se não se apiedassem de vós.

Muitas vezes vo-lo digo, irmãs, e agora quero-o deixar aqui escrito, para que não vos esqueçais de que, nesta casa, e até mesmo toda a pessoa que quiser ser perfeita, fuja a mil léguas de: 'tive razão', 'fizeram-mo sem razão', 'não teve razão quem isto fez comigo'... De más razões livre-nos Deus. Parece que haveria razão para que o nosso bom Jesus sofresse tantas injúrias e Lhas fizessem, e tantas injustiças? A que não quiser carregar a cruz, senão a que lhe derem muito assente em razão, não sei para que está no convento; volte para o mundo, e ainda aí lhe não guardarão essas razões. Porventura podeis sofrer tanto, que não fiqueis a dever nada? Que razão é esta? Por certo, eu não a entendo.

Que Deus não nos deixe querer isto, mas, aquela a quem lhe parecer que entre todas é tida em menos, considere-se a mais feliz; e assim é, se o souber levar como deve, que não lhe faltará honra nesta vida nem na outra. Acreditai-me nisto. Mas que disparate eu dizer que creiam em mim, dizendo-o a verdadeira Sabedoria! Pareçamo-nos, filhas minhas, nalguma coisa com a grande humildade da Virgem Sacratíssima, cujo hábito trazemos, pois é confusão chamarmo-nos freiras suas; que, por muito que nos pareça que nos humilhamos, ficamos bem longe de ser filhas de tal Mãe e esposas de tal Esposo.

Oh! como deveria ser outra esta vida para não se desejar a morte! Como a nossa vontade se inclina diversamente daquilo que é vontade de Deus! Ele quer que queiramos a verdade, nós queremos a mentira; quer que queiramos o eterno, nós inclinamo-nos ao que acaba; quer que queiramos coisas grandes e subidas, queremo-las baixas e da terra; queria quiséssemos só o certo, amamos o duvidoso. Até parece uma farsa, filhas minhas! E assim, suplicai a Deus que nos livre para sempre destes perigos e nos liberte já de todo o mal. E ainda que o nosso desejo não seja com perfeição, esforcemo-nos a fazer esta petição. Que nos custa pedir muito, se pedimos a Quem é poderoso? Mas, para melhor acertarmos, deixemos que dê conforme a Sua vontade, pois já Lhe demos a nossa. E seja para sempre santificado o Seu nome, nos céus e na terra, e em mim seja sempre feita a Sua vontade. Amém.

(Excertos da Obra 'Caminhos da Perfeição', de Santa Teresa de Ávila)


terça-feira, 15 de outubro de 2013

15 DE OUTUBRO - SANTA TERESA DE ÁVILA


Terceira dos nove filhos do segundo casamento de Alonso Sanchez Cepeda e Beatriz D'Ávila y Ahumada, Teresa nasceu em 28 de março de 1515 na cidade medieval de Ávila, na região de Castela (Espanha). Inteligente e extremamente afável, desenvolveu desde muito cedo um espírito de intensa oração e vida interior que a levaria, antes dos 20 anos, a ingressar no Convento da Encarnação das Carmelitas onde vivenciou fenômenos místicos extraordinários, como a transverberação de seu coração por um Serafim e o 'desposório místico' com Cristo.

Superando doenças e provações diversas, transformou-se, então, na grande reformadora da Ordem dos Carmelitas, a partir de 1562, quando passou a aplicar à mesma as regras formais dos antigos conventos, impondo o rigor das orações, do silêncio completo e de meditações contínuas. Neste modelo, fundou vários outros conventos e, junto com São João da Cruz, o ramo masculino dos Descalços. Seus escritos e obras expressam a singular inspiração mística de sua vida interior e a poesia de sua intimidade espiritual com Cristo.  

Em 1582, durante uma viagem a Alba de Tormes, seu estado de saúde piorou rapidamente e a santa teve a certeza que era chegada a hora de sua morte. Ao receber os últimos sacramentos do Pe. Antônio de Heredia, ergueu-se de repente do leito exclamando: 'Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!' e, em seguida, pronunciou sua última frase: 'Morro como filha da Igreja'. Eram 9 horas da noite do dia 4 de outubro de 1582. Uma vez que, exatamente no dia seguinte efetuou-se a mudança para o calendário gregoriano com a supressão de dez dias do mesmo, a data de sua celebração é comemorada no dia 15 de outubro.

Suas relíquias repousam ainda em Alba de Tormes. Teresa foi beatificada pelo Papa Paulo V em 1614 e canonizada por Gregório XV em 1622. O Papa Paulo VI, em 27 de setembro de 1970, proclamou Santa Teresa de Ávila como Doutora da Igreja.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

DA VIDA ESPIRITUAL (60)




Calastes diante da voz insensata que feriu tuas crenças cristãs e agora lamentas a tua covardia? Filho! Aprendas definitivamente a tua condição de obra do Pai: se a tua boca calar diante dos homens, tua consciência vai ouvir Deus gritar do fundo de tua alma!

O CÉU É AQUI...

domingo, 13 de outubro de 2013

OS DEZ LEPROSOS

Páginas do Evangelho - Vigésimo Oitavo Domingo do Tempo Comum 


Num dado lugar, entre a Samaria e a Galileia, dez leprosos vieram ao encontro de Jesus e, seguindo as normas de conduta daqueles tempos, depararam-se a uma distância segura e gritaram: 'Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!' (Lc 17, 11). Os leprosos eram tomados como homens ímpios e imundos; a terrível doença era a simples manifestação externa de pecados gravíssimos ocultos. A exclusão social os exilava em grupos fora das cidades; o temor e o desprezo dos homens acompanhavam as suas chagas visíveis e outras muito piores que não se revelavam fisicamente. As vestes imundas tentavam esconder a lepra do corpo, mas atestavam de forma cristalina a impureza da alma.

Dez leprosos. Dez homens excluídos e miseravelmente condenados pelos próprios homens aproximaram-se de Jesus para implorar compaixão. Confiança e resignação no mesmo propósito; demonstração de fé e de retidão no gesto de todos de se aproximar do Mestre e, ao mesmo tempo, dEle ficar afastado de segura distância, em estrita observância aos preceitos da lei. Não eram homens comuns e não se portavam como homens comuns, mas os alimentava em comum a crença na autoridade e na misericórdia de Jesus.

Jesus, movido de compaixão, determinou-lhes: 'Ide apresentar-vos aos sacerdotes' (Lc 17, 14), impondo-lhes também o que era prescrito pela lei para que se comprovasse formalmente a condição de um homem suspeito ser leproso ou não. E os dez cumpriram fielmente as palavras do Mestre. E os dez foram curados pela mesma fé e a mesma confiança na misericórdia de Deus.

Dez homens foram movidos pela mesmo fervor na súplica pela cura da doença maligna. Livres do mal, certamente ansiaram por buscar os sacerdotes para receberem a confirmação oficial de suas restituições ao meio social, ao mundo dos homens a que estavam tão brutalmente excluídos. Mas um deles, um samaritano, afastou-se da direção do mundo que o receberia de volta e caminhou ao encontro de Cristo, assim que se viu curado, atirando-se aos pés de Jesus e glorificando a Deus em alta voz.

E, mais que os outros nove, será o personagem do portentoso milagre do perdão dos seus pecados e da salvação de sua alma: 'Levanta-te e vai! Tua fé te salvou' (Lc 13, 19). O mal físico que devora o corpo pode ser mortalmente perigoso. Mas é o pecado que inocula uma lepra na alma que nos priva da graça santificante, das virtudes e bens espirituais, que nos exclui não por um tempo da sociedade dos homens, mas que pode nos exilar eternamente das bem aventuranças da vida em Deus. Na súplica diária para não nos afligir a doença do pecado, esforcemos por nos colocar sempre, como o leproso samaritano, na santa presença de Deus com a eterna gratidão dos que estão curados e santificados pela infinita misericórdia do Pai.

sábado, 12 de outubro de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: NOSSA SENHORA APARECIDA, PADROEIRA DO BRASIL

A história é bem conhecida: em 1717, Dom Pedro de Almeida Portugal e Vasconcelos (Conde de Assumar), efetivado como governador das Capitanias de São Paulo e Minas Gerais, viajou de navio de Portugal a Santos, com grande comitiva. Tomando posse do governo em São Paulo, seguiu rumo às minas de ouro em Minas Gerais, fazendo uma longa parada em Guaratinguetá, no período de 17 a 30 de outubro. Para a recepção do ilustre viajante, foram-lhe servidos os melhores pratos da culinária local, incluindo os saborosos pescados do Rio Paraíba do Sul.

Para a nobre tarefa de pescar uma grande quantidade de peixes, foram convocados os pescadores Domingos Alves Garcia, seu filho João Alves e Felipe Pedroso, cunhado de Domingos, entre outros. Entretanto, mesmo com o conhecimento enorme que tinham dos melhores pontos de pesca, não conseguiam nada. Mas algo extraordinário estava para ocorrer. Na rede lançada, surgiu primeiro uma pequena imagem em terracota de Nossa Senhora da Conceição, sem a cabeça, que foi recolhida e guardada com zelo pelos pescadores no fundo do barco. E eis que, numa nova investida, mais abaixo no rio, sem nada de peixe, veio a cabeça da imagem. Um objeto de dimensões tão reduzidas coletado do leito largo e vigoroso do Paraíba do Sul! E, surpresa ainda maior, novas investidas da rede trouxeram agora cardumes de peixes, em tão grande quantidade, repetindo-se, no largo do Porto de Itaguaçu, o milagre de Cristo no Mar da Galileia.


Cientes dos fatos extraordinários ocorridos, os pescadores locais recuperaram a imagem e passaram a venerá-la em suas casas, como imagem peregrina, até que a mesma foi colocada em pequeno oratório na casa de Atanásio Pedroso, filho de Felipe, e depois, com o culto já generalizado na ‘Nossa Senhora Aparecida’, erigiu-se uma pequena capela de sua devoção em Itaguaçu, com o apoio do Padre José Alves Vilela, pároco da Igreja de Santo Antônio de Guaratinguetá. Sob a sua coordenação, a devoção recebeu a aprovação episcopal e foi construída, então, a Igreja de Nossa Senhora Aparecida, no chamado Morro dos Coqueiros, inaugurada em 1745, apenas 28 anos após o achado da imagem. Em torno da igreja, implantou-se rapidamente uma comunidade que constitui hoje a cidade de Aparecida. A igreja tornou-se de imediato centro de romarias e de devoções marianas de toda a natureza.


Com a intensa participação popular e, pela ausência de sacerdotes no Brasil, optou-se pela solicitação de auxílio junto a comunidades religiosas europeias. Em 1894, com a chegada dos padres redendoristas alemães, as atividades religiosas, os cultos e as romarias tornaram-se muito mais organizados, favorecendo muito a rápida difusão da evangelização e a consolidação da igreja como santuário de frequente peregrinação. Tais eventos culminaram com a solene coroação da imagem de Nossa Senhora Aparecida em 8 de setembro de 1904 (com manto azul e coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, ofertados pela Princesa Isabel em visita ao santuário em 6 de novembro de 1888) e com a elevação do santuário à condição de Basílica Menor em 29 de abril de 1908. Em 16 de julho de 1930, o Papa Pio XI outorgou o título de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do BrasilEm 1967, ano da comemoração do jubileu dos 250 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o Papa Paulo VI ofertou ao Santuário Nacional da Padroeira do Brasil uma Rosa de Ouro, ato repetido pelo Papa Bento XVI em 2007. O dia da Padroeira do Brasil é celebrado em 12 de outubro, feriado nacional. 

As enormes e crescentes manifestações populares exigiram a construção de uma nova basílica, com dimensões e infraestrutura compatíveis com o maior centro de peregrinação espiritual do Brasil que se tornou Aparecida. Desta forma, entre 1955 e 1980, foi construída a atual Basílica, inaugurada a 04 de julho de 1980 pelo Papa João Paulo II e elevada a Santuário Nacional em 1984. Que continua a receber milhares de peregrinos, infindáveis romarias, em agradecimento, louvor e veneração à Virgem Padroeira do Brasil. Na Sala das Promessas, em meio a milhares de ex-votos, tem-se uma ideia da admirável senda de prodígios e milagres alcançados por tantos romeiros e fieis, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida.


Em Aparecida, ao contrário de tantos outros centros de peregrinação mariana, a Virgem fez-se aparecer apenas sob a forma de uma pobre e pequena imagem de terracota de 38cm de altura, sem quaisquer visões, mensagens ou prodígios sobrenaturais, para falar aos simples, aos humildes, aos fracos, aos desvalidos, que as almas simples, despojadas de valores intrinsecamente humanos e entregues somente à confiança e à misericórdia de Deus por Maria, são as glórias dos Céus.


ORAÇÃO A NOSSA SENHORA APARECIDA

Ó Senhora da Conceição Aparecida, que fizestes tantos milagres que comprovam vossa poderosa intercessão junto ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, obtende para nossas famílias as graças de que tanto necessitam. Defendei-nos da violência, das doenças, do desemprego e, sobretudo, do pecado, que nos afasta de Vós. Protegei nossos filhos de tantos fatores de deformação da juventude. E concedei a todos os membros de nossas famílias a graça de poderem trilhar o caminho de perfeição e de paz ensinado por Vosso Divino Filho, que afirmou: "Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em Mim. Haveis de ter aflições no mundo; mas tende confiança, Eu venci o mundo!" Amém.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A DEVOÇÃO DAS TRÊS 'AVE MARIAS'


Um dos meios de salvação mais eficaz e um dos sinais mais seguros de predestinação é, indubitavelmente, a devoção à Santíssima Virgem. Todos os Santos Doutores da Igreja são unânimes em dizer com Santo Afonso Maria de Ligório: 'Um servo devoto de Maria nunca perecerá'. O mais importante é perseverar fielmente nesta devoção até a morte. Haverá prática mais fácil ou mais adaptável a todos que a recitação diária das três Ave-Marias, em honra dos privilégios outorgados à Santíssima Virgem pela Trindade Adorável?

Um dos primeiros a rezar as três Ave-Marias e a recomendá-las aos outros foi o ilustre Santo António de Lisboa. O seu objetivo especial nesta prática foi honrar a Virgindade sem mácula de Maria e guardar uma pureza perfeita da mente, do coração e do corpo no meio dos perigos do mundo. Muitos, como ele, têm sentido os seus efeitos salutares. Mais tarde, o célebre missionário São Leonardo de Porto Maurício rezava as três Ave-Marias, de manhã e à noite, em honra de Maria Imaculada, para obter a graça de evitar todos os pecados mortais durante o dia, ou durante a noite. Além disso, prometeu de um modo especial a salvação eterna a todos aqueles que permanecessem fiéis a esta prática.

Depois do exemplo daqueles dois grandes Santos Franciscanos, Santo Afonso Maria de Ligório adotou esta prática piedosa e deu-lhe o seu apoio entusiástico e poderoso. Não só a aconselhava, como a impunha em penitência àqueles que não tivessem adotado este bom costume. O Santo Doutor exorta, em particular, os padres e confessores a velarem cuidadosamente para que as crianças sejam fiéis em rezar diariamente as suas três Ave-Marias, de manhã e à noite. E, melhor ainda, São Leonardo de Porto Maurício recomendava a todos esta santa prática: 'aos piedosos e aos pecadores, aos jovens e aos velhos'.

Até as pessoas consagradas a Deus obterão desta prática muitos frutos preciosos e salutares. Exemplos numerosos demonstram que agradáveis são à Mãe de Deus as três Ave-Marias e que graças especiais obtêm, durante a vida e à hora da morte, para aqueles que nunca as omitem todos os dias, sem exceção. Esta prática foi revelada a Santa Mechtilde (Século XIII) com a promessa de uma boa morte se fosse fiel a ela todos os dias.

Está escrito também nas revelações de Santa Gertrudes: 'Enquanto esta Santa cantava a Ave-Maria nos cantos matinais da Anunciação, viu subitamente três chamas brilhantes brotar do Coração do Pai, do Filho e do Espírito Santo, as quais penetraram o Coração da Santíssima Virgem'. E logo escutou as seguintes palavras: 'Depois do Poder do Pai, da Sabedoria do Filho e da Ternura misericordiosa do Espírito Santo, nada se aproxima do Poder, da Sabedoria e da Ternura misericordiosa de Maria'. O papa Bento XV elevou a Confraria das Três Ave-Marias a uma Arquiconfraria, outorgando-lhe indulgências preciosas com o poder de unir, assim, todas as Confrarias do mesmo tipo, e comunicar-lhes as suas próprias indulgências.

Reze, de manhã e à noite, três Ave-Marias em honra dos três grandes privilégios de Nossa Senhora, seguidas desta invocação: de manhã - 'Ó minha Mãe, livrai-me do pecado mortal durante este dia' e à noite - 'Ó minha Mãe, livrai-me do pecado mortal durante esta noite'.

(Indulgências de 200 dias outorgadas por Leão XIII; 300 dias para os membros da Arquiconfraria das Três Ave-Marias, por Bento XV; Bênção Apostólica por São Pio X)

(publicação original do blog 'Christi Fidei')