segunda-feira, 17 de junho de 2024

A BELEZA SALVARÁ O MUNDO

(imagem gerada por IA, original de ChurchPop)

De toda a criação, Maria é a obra prima de Deus

domingo, 16 de junho de 2024

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'Como é bom agradecermos ao Senhor' (Sl 91)

Primeira Leitura (Ez 17,22-24) - Segunda Leitura (2Cor 5,6-10) -  Evangelho (Mc 4,26-34)

  16/06/2024 - DÉCIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM

29. O REINO DE DEUS 


No Evangelho deste Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum, Jesus utiliza-se de duas parábolas para explicitar às multidões o sentido maior do Reino de Deus no mundo, consubstanciadas na mesma ideia central do trabalho fecundo e silencioso das boas sementes lançadas em terra fértil que se desenvolvem para produzir muitos frutos. A semente do Evangelho deve ser convertida em apostolado e no reino militante da Santa Igreja Católica pelos caminhos do mundo.

A primeira parábola compara o Reino dos Céus à boa semente lançada em terra fértil: 'O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra' (Mc 4, 26). Na terra que é o campo do Senhor, ou seja, o mundo, Deus planta sempre a boa semente, plena de fertilidade e capaz de produzir muitos frutos. E, enquanto todos dormem e se entregam aos seus afazeres cotidianos, a boa semente 'vai germinando e crescendo', produzindo folhas e grãos, e frutos que amadurecem e que geram outras muitas sementes. E eis que a terra boa de plantar torna-se então farta na colheita: pelas mãos dos homens e pela graça divina escondida no ventre da terra.

A segunda parábola compara o Reino dos Céus a uma minúscula semente de mostarda: 'O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra' (Mc 4, 31). De fertilidade ímpar, a pequena semente produz um vigoroso arbusto, tão alto que as aves podem fazer ninhos em seus ramos: 'Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra' (Mc 4, 32). O Reino de Deus se desenvolve tal como a pequena semente: no escondimento, quase imperceptível na sua evolução, mas vigoroso e extraordinário na grandeza e dimensão dos seus frutos! O caminho da santificação é essencialmente simples e tranquilo, mas sempre impelido por uma torrente de bênçãos e graças.

O Reino de Deus é obra única e exclusiva do Pai. Nos mistérios insondáveis dos seus divinos desígnios, Deus arma a teia da vida e da propagação da civilização cristã através de um mundo conturbado que parece, por muitas vezes, querer abortar a semente lançada e conspurcar os seus frutos. Mas Deus utiliza de suas graças abundantes para fazer jorrar a água viva do Evangelho do chão rude e pedregoso talhado por uma humanidade pecadora e licenciosa das verdades eternas. Que o nosso propósito seja o de mostrar-nos ao Pai, não escondidos atrás das muralhas do nosso orgulho e das nossas vaidades, mas como frágeis vasos de argila, expostos como instrumentos dóceis à ação da graça divina para praticarmos sempre o bem, de forma generosa e perseverante. Supliquemos a Deus a graça de sermos fecundos nesta semeadura, deixando a Ele, e somente a Ele, a tarefa de colher os frutos dos nossos pequenos trabalhos e obras, de acordo com a sua Santa Vontade.

sábado, 15 de junho de 2024

O DOGMA DO PURGATÓRIO (LXXXIII)

Capítulo LXXXIII

Razões de Justiça - As Lágrimas Infrutíferas para as Almas do Purgatório - O Exemplo de Santa Margarida de Cortona

Acabamos de falar da obrigação de justiça que incumbe aos herdeiros a execução de legados piedosos. Há um outro dever de estrita justiça que diz respeito aos filhos: estes são obrigados a rezar pelos pais falecidos. Reciprocamente, os pais são obrigados, por direito natural, a não esquecer perante Deus os seus filhos que os precederam na eternidade. Infelizmente, há pais que permanecem inconsoláveis pela perda de um filho ou de uma filha querida e que, em vez de rezarem por eles, não lhes dedicam senão lágrimas infrutíferas. Ouçamos o que diz Tomé de Cantimpre sobre este assunto; o fato ocorreu na sua própria família.

A avó de Tomé tinha perdido um filho em quem depositava as suas maiores esperanças. Dia e noite chorava por ele e recusava toda a consolação. No excesso de sua dor, esqueceu-se do grande dever do amor cristão e não pensou em rezar por aquela alma que lhe era tão cara. O infeliz objeto desta estéril ternura definhava entre as chamas do Purgatório, sem receber qualquer alívio nos seus sofrimentos. Finalmente, Deus teve piedade dele. Um dia, quando estava mergulhada nas profundezas da sua dor, esta mulher teve uma visão milagrosa. Viu, numa bela estrada, um cortejo de jovens, belos e radiantes como anjos, que avançavam cheios de alegria para uma cidade magnífica. Compreendeu que eram almas do Purgatório que faziam a sua entrada triunfal no Céu. Olhou para eles, ansiosamente, para ver se, entre as suas fileiras, não encontraria o seu filho. Infelizmente, ele não estava lá. Então, ele apareceu muito atrás dos outros, triste, sofredor e fatigado, com as vestes encharcadas de água. 'Ó meu querido, objeto da minha dor' - disse ela - 'como é possível que fiques atrás dessa procissão radiante? Gostaria de te ver à frente destes teus companheiros'.

'Mãe' - respondeu ele em tom queixoso - 'são essas tuas lágrimas que derramas sobre mim que umedecem e encharcam as minhas vestes e que retardam a minha entrada na glória do Céu. Deixa-te abandonar a uma dor cega e inútil. Abre o teu coração a sentimentos mais cristãos. Se me amas verdadeiramente, alivia-me nos meus sofrimentos; aplica-me algumas indulgências, reza orações, dá esmolas, obtém para mim os frutos do Santo Sacrifício da Missa. É por este meio que provareis o vosso amor, pois assim me livrareis da prisão onde definho e me levareis para a vida eterna, que é muito mais desejável do que a vida terrestre que me destes'. Então, a visão desapareceu e a mãe, assim admoestada e reconduzida aos verdadeiros sentimentos cristãos, em vez de se entregar a uma tristeza desmedida, aplicou-se à prática de toda boa obra que pudesse aliviar e socorrer a alma de seu filho.

A grande causa desse esquecimento, dessa indiferença, dessa negligência culpada e dessa injustiça para com os mortos é a falta de fé. Pois não vemos que os verdadeiros cristãos, aqueles animados por um espírito de fé, fazem os mais nobres sacrifícios em favor de seus amigos que partiram? Descendo em espírito às chamas penais, contemplando ali os rigores da justiça divina, ouvindo a voz dos mortos que imploram a sua compaixão, não pensam senão em aliviar essas pobres almas e consideram como seu dever mais sagrado obter para os seus pais e amigos defuntos todos os sufrágios possíveis, segundo os seus meios e condições. Felizes os cristãos que demonstram a sua fé pelas suas obras e que são misericordiosos pois, por sua vez, obterão misericórdia.

A Beata (Santa) Margarida de Cortona foi inicialmente uma grande pecadora mas, depois de sua conversão, apagou as suas desordens passadas com grandes penitências e obras de misericórdia. A sua caridade para com as pobres almas não tinha limites; sacrificava tudo tempo, repouso e as satisfações, para obter de Deus onipotente a sua libertação. Compreendendo que a devoção para com as almas santas, quando bem orientada, tem como primeiro objetivo os nossos pais, sendo o seu pai e a sua mãe falecidos, nunca deixou de oferecer por eles as suas orações, mortificações, vigílias, sofrimentos, comunhões e as missas a que tinha a felicidade de assistir. Em recompensa da sua piedade filial, Deus revelou-lhe que, com todas as suas orações, havia sido abreviado o longo período de sofrimento que os seus pais teriam de suportar no Purgatório e que, assim, ela havia obtido a libertação antecipada das almas dos seus pais para a glória eterna no Paraíso.

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

FRASES DE SENDARIUM (XXXI)

 

'É muito fácil se salvar. Basta amar.' 


(Santa Margarida de Cortona)

Lembre-se que as chamas do Amor Infinito que incendeiam a tua alma se alimentam das fagulhas esmaecidas que emanam do teu tão pequeno e limitado amor humano... 

quinta-feira, 13 de junho de 2024

13 DE JUNHO - SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA

 

SÍNTESE BIOGRÁFICA

1195: Nasce em Lisboa, filho de Maria e Martinho de Bulhões. É batizado com o nome de Fernando. Reside na frente da Catedral.

1202: Com sete anos de idade, começa a frequentar a escola, um privilégio raro na época.

1209: Ingressa no Mosteiro de São Vicente, dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, perto de Lisboa. Torna-se agostiniano. 

1211: Transfere-se para Coimbra, importante centro cultural, onde se dedica de corpo e alma ao estudo e à oração, pelo espaço de dez anos.

1219: É ordenado sacerdote. Pouco depois conhece os primeiros franciscanos, vindos de Assis, que ele recebe na portaria do mosteiro. Fica impressionado com o modo simples e alegre de viver daqueles frades.

1220: Chegam a Coimbra os corpos de cinco mártires franciscanos. Fernando decide fazer-se franciscano como eles. É recebido na Ordem com o nome de Frei Antônio, enviado para as missões entre os sarracenos de Marrocos, conforme deseja.

1221: Chegando a Marrocos, adoece gravemente, sendo obrigado a voltar para sua terra natal. Mas uma tempestade desvia a embarcação arrastando-a para o sul da Itália. Desembarca na Sicília. Em maio do mesmo ano participa, em Assis, do capítulo das Esteiras, uma famosa reunião de cinco mil frades. Aí conhece o fundador da Ordem, São Francisco de Assis. Terminado o Capítulo, retira-se para o eremitério de Monte Paolo, junto aos Apeninos, onde passa 15 meses em solidão contemplativa e em trabalho braçal. 

1222: Chamado de improviso a falar numa celebração de ordenação, Frei Antônio revela uma sabedoria e eloquência extraordinárias, que deixam a todos estupefatos. Começa a sua epopeia de pregador itinerante.

1224: Em brevíssima Carta a Frei Antônio, São Francisco o encarrega da formação teológica dos irmãos. Chama-o cortesmente de 'Frei Antônio, meu bispo'.

1225: Depois de percorrer a região norte da Itália, passa a pregar no sul da França, com notáveis frutos. Mas tem duras disputas com os hereges da região.

1226: É eleito custódio na França e, um ano depois, provincial dos frades no norte da Itália.

1228: Participa, em Assis, do Capítulo Geral da Ordem, que o envia a Roma para tratar com o Papa de algumas questões pendentes. Prega diante do Papa e dos Cardeais. Admirado de seu conhecimento das Escrituras, Gregório IX o apelida de 'Arca do Testamento'.

1229: Frei Antônio começa a redigir os 'Sermões', atualmente impressos em dois grandes volumes.

1231: Prega em Pádua a famosa quaresma, considerada como o momento de refundação cristã da cidade. Multidões acorrem de todos os lados. Há conversões e prodígios. Êxito total! Mas Frei Antônio está exausto e sente que seus dias estão no fim. Na tarde de 13 de junho, mês em que os lírios florescem, Frei Antônio de Lisboa morre às portas da cidade de Pádua. Suas últimas palavras são: 'Estou vendo o meu Senhor'. As crianças são as primeiras a saírem pelas ruas anunciando: 'Morreu o Santo'.

1232: Não tinha bem passado um ano desde sua morte, quando Gregório IX o inscreveu no catálogo dos santos.

1946: Pio XIII declara Santo Antônio Doutor da Igreja, com o título de 'Doutor Evangélico'.

MILAGRE DOS PEIXES


Certa vez, quando o Frei Antônio pregava o Evangelho na cidade de Rímini, Itália, os moradores locais não queria escutá-lo e começaram a ofendê-lo a ponto de ameaçá-lo de agressão física. Santo Antônio saiu da praça e caminhou em direção à praia e, dando as costas aos seus detratores, falou em voz alta. 'Escutai a Palavra de Deus, vós que sois peixes e vives no mar, já que os infiéis não a querem ouvir.' Diversos peixes agruparam-se à beira da praia e, postando suas cabeças para fora d’água, ficaram em posição como de escuta das palavras do santo: 'Bendizei ao Senhor, vós que sois também criaturas de Deus!' E aqueles que presenciaram este milagre espantoso creram e se converteram ao cristianismo!

EXCERTOS DE UM SERMÃO: 'A CEGUEIRA DAS ALMAS '
(SERMÃO DO DOMINGO DA QUINQUAGÉSIMA) 

Um cego estava sentado... etc. Omitidos todos os outros cegos curados, só queremos mencionar três: o primeiro é o cego de nascença do Evangelho, curado com lodo e saliva; o segundo é Tobias que cegou com excremento de andorinhas, e se curou com fel de peixe; o terceiro é o bispo de Laodicéia, ao qual diz o Senhor no Apocalipse: 'Não sabes que és um infeliz e miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que me compres ouro provado no fogo, para te fazeres rico, e te vestires com roupas brancas, e não se descubra a tua nudez, e unge os teus olhos com um colírio, para que vejas'. Vejamos o que significa cada uma destas coisas.

O cego de nascença significa, no sentido alegórico, o gênero humano, tornado cego nos protoparentes. Jesus restituiu-lhe a vista, quando cuspiu em terra e lhe esfregou os olhos com lodo. A saliva, descendo da cabeça, significa a divindade, a terra, a humanidade; a união da saliva e da terra é a união da natureza humana e divina, com que foi curado o gênero humano. E estas duas coisas significam as palavras do cego sentado à borda do caminho e a clamar: 'Tem piedade de mim (o que diz respeito à divindade), Filho de Davi' (o que se refere à humanidade).

No sentido moral, o cego significa o soberbo. A este respeito lemos no profeta Abdias: 'Ainda que te eleves como a águia e ponhas o teu ninho entre os astros, eu te arrancarei de lá, diz o Senhor'. A águia, voando mais alto que todas as aves, significa o soberbo, que deseja a todos parecer mais alto com as duas asas da arrogância e da vanglória. É a ele que se diz: 'Se entre os astros, isto é, entre os santos que, neste lugar tenebroso, brilham como astros no firmamento, puseres o teu ninho, isto é, a tua vida, dali te arrancarei, diz o Senhor'. 

O soberbo, pois, esforça-se por colocar o ninho da sua vida na companhia dos santos. Donde a palavra de Job: 'A pena do avestruz, isto é, do hipócrita, é semelhante às penas da cegonha e do falcão, isto é, do homem justo'. E nota que o ninho em si tem três caracteres: no interior é forrado de matérias brandas; externamente é construído de matérias duras e ásperas; é colocado em lugar incerto, exposto ao vento. Assim a vida do soberbo tem interiormente a brandura do deleite carnal, mas é rodeada no exterior por espinhos e lenhas secas, isto é, por obras mortas; também está colocada em lugar incerto, exposta ao vento da vaidade, porque não sabe se de tarde ou se de manhã desaparecerá. E isto é o que se conclui: 'De lá eu te arrancarei, ou seja, arrancar-te-ei para te lançar no fundo do inferno, diz o Senhor'. Por isso, escreve-se no Apocalipse: 'Quanto ela se glorificou e viveu em delícias, tanto lhe dai de tormentos'.

E nota que este cego soberbo é curado com saliva e lodo. Saliva é o sêmen do pai derramado na lodosa matriz da mãe, onde se gera o homem miserável. A soberba não o cegaria se atendesse ao modo tão triste da sua concepção. Daí a fala de Isaías: 'Considerai a rocha donde fostes tirados. A rocha é o nosso pai carnal; a caverna do lago é a matriz da nossa mãe. Daquele fomos cortados no fétido derrame do sêmen; desta fomos tirados no doloroso parto. Por que te ensoberbeces, portanto, ó mísero homem, gerado de tão vil saliva, criado em tão horrível lago e ali mesmo nutrido durante nove meses pelo sangue menstrual?' Se os cereais forem tocados por esse sangue não germinarão, o vinho novo azedará, as ervas morrerão, as árvores perderão os frutos, a ferrugem corroerá o ferro, enegrecerão os bronzes e se dele comerem os cães, tornar-se-ão raivosos e, com as suas mordeduras, farão enlouquecer as pessoas. 

quarta-feira, 12 de junho de 2024

POEMAS PARA REZAR (LIV)

(John Donne, poeta inglês, 1572 - 1631)

HOLY SONNET (VII)

At the round earth's imagin'd corners, blow
your trumpets, angels, and arise, arise
from death, you numberless infinities
of souls, and to your scatter'd bodies go;
all whom the flood did, and fire shall o'erthrow,
all whom war, dearth, age, agues, tyrannies,
despair, law, chance hath slain, and you whose eyes
shall behold God and never taste death's woe.
But let them sleep, Lord, and me mourn a space,
for if above all these my sins abound,
tis late to ask abundance of thy grace
when we are there; here on this lowly ground
teach me how to repent; for that's as good
as if thou'hadst seal'd my pardon with thy blood.

(John Donne)

SONETO SACRO (VII)

Nos arredores imaginários da terra circular, 
anjos, soprai vossas trombetas, tomai prumo, 
e erguei-vos da morte, ó almas sem lugar
e retornai aos vossos corpos sem rumo.
Vós, mortos no dilúvio, e os mortos teus, 
pelo fogo, pela guerra, pela febre, pela velhice
pela angústia, tiranias ou até pela má sorte 
e mesmo vós que havereis de ver a Deus
sem passar pela provação da morte...
Mas deixai-os dormir, Senhor, que eu faça
meu pranto em tempos mais dilatados
pois, se acima de todos, abundam meus pecados, 
tarde seria implorar depois a vossa graça.
Que eu a tenha agora, neste chão pisado,
ensinai-me então o arrependimento sublimado:
com o vosso Sangue seja meu perdão selado!

(tradução do autor do blog)

terça-feira, 11 de junho de 2024

ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO PELO DOM DA ORAÇÃO MENTAL


Ó Santo e Divino Espírito,
não quero mais viver para mim mesmo;
em Vos amar e agradar
quero empregar tudo o que me resta da vida.
Com este fim, Vos peço
que me concedais o dom da santa oração [mental].

Vinde ao meu coração, ensinai-me vós mesmo
a praticá-la como se deve.
Dai-me a força de não abandoná-la por tédio no tempo da aridez;
dai-me o espírito de oração,
isto é, a graça de sempre orar e de fazer as orações
que sejam as mais agradáveis ao vosso divino Coração.

Por meus pecados me havia perdido;
mas por tantos sinais de vossa ternura,
reconheço que quereis a minha salvação e santificação.
Quero santificar-me para vos agradar
e amar mais a vossa infinita bondade.
Amo-vos, ó meu soberano Bem, meu amor e meu tudo,
e porque vos amo, dou-me inteiro a Vós.

Ó Maria, minha esperança, protegei-me!

(Santo Afonso Maria de Ligório)