quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

LADAINHA A NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO

 

Diante das injustiças, Nossa Senhora da Consolação, rogai por nós!
Diante das perseguições...
Diante da violência do mundo...
Diante das injúrias e difamações...
Diante o desespero e a depressão...

Nos tempos de solidão e abandono, socorrei-nos, ó Nossa Senhora da Consolação!
Nas doenças do corpo e da alma...
Em meio às tribulações...
Em todos os dias de nossas vidas...
No momento da nossa morte...

Quando perdermos a lucidez, Nossa Senhora da Consolação, intercedei por nós!
Quando nos afastarmos de Deus...
Quando cairmos em pecado mortal...
No Juízo Particular...
Em nosso desterro no Purgatório...

Contra o flagelo dos instintos, curai-nos, ó Nossa Senhora da Consolação!
Contra nossa tibieza e pequenez...
Contra as doenças do corpo e da alma...
Contra o nosso apego aos bens materiais...
Contra a nossa falta de caridade...

Para viver a fé católica e apostólica, Nossa Senhora da Consolação, velai por nós!
Para não cair em tentação...
Para amar Jesus de todo o coração...
Para ser vosso filho eternamente...
Para alcançar a salvação eterna...

De toda tibieza e indiferença, livrai-nos, ó Nossa Senhora da Consolação!
De toda miséria de corpo e de alma...
De toda blasfêmia e heresia...
De todo e qualquer pecado... 
De todo o mal e apego ao mundo...

Pelo amor a Deus sobre todas as coisas, Nossa Senhora da Consolação, rogai por nós!
Pela Paixão e Morte do vosso Filho Jesus...
Pela oração do Santo Rosário...
Pela devoção dos Primeiros Sábados...
Pelo triunfo do vosso Imaculado Coração...

(Arcos de Pilares)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

ORAÇÃO: 25 DE JANEIRO DA DIVINA INFÂNCIA

  

A JESUS, OBJETO DE NOSSA FÉ

O' santa fé, dizei-nos: quem é Jesus Cristo? Que homem é este que nasce miserável como todos os outros? São João testifica que é o Verbo eterno, o Filho único de Deus, revestido da nossa carne: 'O Verbo se fez carne'. Doce e amável Menino, ainda que vos veja tão pobre nesta palha, vos reconheço e adoro como o meu Senhor e Criador. 

Compreendo o que vos reduziu a tão miserável estado: é o vosso amor para comigo. E depois, ó meu Jesus, quando penso na maneira com que vos hei tratado e nas injúrias com que vos fartei, espanto-me de que me tenhais podido suportar. Ah! malditos pecadores, que fizestes? Enchestes de amargura o coração de um tão bom senhor! Por piedade, meu terno Salvador, pelos sofrimentos que padecestes e lágrimas que derramastes no estábulo de Belém, dai-me lágrimas para chorar toda a minha vida os desgostos que vos hei causado. 

Dai-me amor a vós, mas amor tão ardente que compense todos os males que vos fiz. Amo-vos, ó meu terno Salvador; amo-vos, Deus feito menino para mim; amo-vos, meu amor, minha vida, meu tudo; prometo-vos não amar de agora em diante senão a vós. Ajudai-me com a vossa graça, sem a qual nada posso. O' Maria, minha esperança, tudo quanto quereis do vosso divino Filho alcançais; pedi-lhe que me conceda o vosso santo amor. 


(A Divina Infância de Jesus, celebrada a cada dia 25 do mês, por Santo Afonso Maria de Ligório)

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

A VIDA OCULTA EM DEUS: O AMOR DIVINO IGNORA O CIÚME


A alma interior não intenta guardar para si mesma essa felicidade e anseia por compartilhá-la com os outros. Parece que assim saberia amar ainda mais o seu Deus, o seu 'amigo', se o amasse em união com as outras almas a quem pudesse ter comunicado algumas centelhas do fogo que a consome. O Amor Divino ignora o ciúme humano. Quando é dado, não se apaga, mas se incendeia. É fato que a alma interior não deseja que ninguém no mundo possa amar a Deus mais do que ela; mas se tal acontecer, ela ficará feliz por isso. Quanto mais amado for Deus, mais feliz ela será. A perspectiva de almas mais avançadas do que ela na intimidade divina não faz senão a estimular a um ardor maior. Ela deseja e ora que essas almas amem ainda mais e comunga humildemente desse amor. A sua alegria é oferecer ao 'Amado' o afeto destas almas privilegiadas e ela o ama de todo o coração. 

***********

'Ficai comigo, Jesus, não me abandoneis; ficai sempre, sempre comigo. Que eu vos possa ter no mais íntimo do meu coração, presente e escondido ao mesmo tempo. Fazei da minha alma um lugar para vosso deleite e vosso repouso, e que eu não vos possa perturbar em nada'. 

'Estarei aos vossos pés, contemplando-vos e amando-vos no silêncio e vos oferecendo todo o pouco que tenho. Reinareis inteiramente sobre mim num reinado que perdura para sempre. Obrigado, meu Deus, por tanta bondade. Não tenho nada a dizer, só quero vos amar; sim, eu vos amo. Sim, gostaria de repetir dia e noite esta frase como sendo a única capaz de vos agradar e ser digna de vós: Eu sou vosso, ó meu Jesus e meu Deus; eu sou inteiramente vosso, ó meu Salvador. Quero tudo o que quiserdes; quero que permaneceis em mim e sejais todo meu, como sendo tudo para mim, cada vez mais para mim e para sempre. Ficai comigo, ó meu Jesus! Uni-me a Vós e em vós me consumais! Divinizai-me!'  

(Excertos e postagem final da obra 'A Vida Oculta em Deus', de Robert de Langeac; Parte IV - Fecundidade Apostólica; tradução do autor do blog)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

IMAGEM DA SEMANA

'Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida' (Jo 8,12)

domingo, 22 de janeiro de 2023

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'O Senhor é minha luz e salvação. O Senhor é a proteção da minha vida(Sl 26)

Primeira Leitura (Is 8,23b-9,3) - Segunda Leitura (1 Cor 1, 10-13.17)  -  Evangelho (Mt 4, 12-23)

 22/01/2023 - Terceiro Domingo do Tempo Comum

09. PESCADORES DE HOMENS


Com a prisão e morte de João Batista, tem fim a Era dos Profetas e começa a pregação pública de Jesus sobre o Reino de Deus: 'Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo' (Mt 4, 17). O reino de Deus é o reino dos Céus, e não um império firmado sobre as coisas deste mundo. Cristo, rei do universo, começa a sua grande jornada pelos reinos do mundo para ensinar que a pátria definitiva do homem é um reino espiritual, que se projeta para a eternidade a partir do coração humano.

E esta proclamação vai começar por Cafarnaum e nos territórios de Zabulon e Neftali, localizada na zona limítrofe da Síria e da Fenícia, e povoada, em sua larga maioria, por povos pagãos. Em face disso, esta região era a chamada 'Galileia dos Gentios', e seus habitantes, de diferentes raças e credos, eram, então, objeto de desprezo por parte dos judeus da Judeia. E é ali, exatamente entre os pagãos e os desprezados, que o Senhor vai proclamar publicamente a Boa Nova do Evangelho do Reino de Deus: 'O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz' (Mt 4, 16).

Nas margens do Mar da Galileia, Jesus vai escolher os seus primeiros discípulos num chamamento imperativo e glorioso: 'Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens' (Mt 4,19). Aqueles pescadores, acostumados à vida dura de lançar redes ao mar para buscar o seu sustento, seriam agora os primeiros a entrarem na barca da Santa Igreja de Cristo para se tornarem pescadores de homens, na gloriosa tarefa de conduzir as almas ao Reino dos Céus.

Eis a resposta pronta e definitiva dos primeiros apóstolos ao chamado de Jesus: 'Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram' (Mt 4, 20) e 'Eles imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram' (Mt 4,22). Seguir a Jesus implica a conversão, pressupõe o afastamento do mundo, pois Jesus nos fala do Reino dos Céus. No 'sim' ao chamado de Jesus, nós passamos a ser testemunhas e herdeiros deste reino 'que não é desse mundo', e nos abandonamos por completo na renúncia a tudo que é humano para amar, servir e viver, prontamente, cotidianamente, o Evangelho de Cristo.

sábado, 21 de janeiro de 2023

TESOURO DE EXEMPLOS (198/200)


198. PROFANAÇÃO DAS FESTAS

O famoso Antíoco, querendo destruir Jerusalém, enviou o odioso capitão Apolônio com um exército de vinte e dois mil homens, com ordem de matar os homens e vender as mulheres e os adolescentes. Apolônio entrou na cidade, e simulando paz, permaneceu tranquilo por algum tempo, esperando o dia de festa em que todo o povo com as mulheres e crianças sairiam alegremente às praças e ruas a fim de gozar do espetáculo dos seus soldados. Na hora em que a multidão era mais densa, a um sinal do capitão, todos os soldados se lançaram sobre aquele povo e, percorrendo a cidade, encheram as ruas de mortos e de sangue. 

Essa matança de corpos é figura de outra mais horrível, a das almas, que o demônio mata nas festas realizadas nas vilas e cidades. Vede como a juventude (e os outros também) espera o domingo, o dia santo (mesmo os maiores) para correr aos campos de jogos e desportos. A religião não proíbe os divertimentos honestos, desde que não se omitam os deveres religiosos. Quais são, porém, os dias em que mais se peca e ofende a Deus?

199. CAÍRAM MORTOS

No século V, dois irmãos gregos, órfãos e donos dos bens paternos, tiveram a crueldade de expulsar de casa e abandonar na rua a sua única irmã chamada Atenais. De nada valeram as lágrimas e súplicas da abandonada, que teve de partir errante pela terra.

Depois de alguns anos os dois desapiedados irmãos foram chamados pelo imperador de Constantinopla. Apresentaram-se e foram conduzidos à sala do trono e ali viram Atenais, a errante, sentada no esplendor de sua beleza e poder que, por uma série de atos providenciais, chegara a se tornar imperatriz e esposa do imperador Teodósio. Ela pôs-se de pé e dirigiu-lhes estas tremendas palavras: 'Vós não me conheceis? Sou a vossa irmã Atenais'. Vendo o que viam, e ouvindo o que ouviram, aqueles desgraçados caíram mortos.

Também nós, com os nossos pecados, não fazemos outra coisa senão expulsar de casa o nosso irmão maior, Jesus Cristo; mas, dentro de poucos anos, quando a morte nos chamar, nós o veremos no seu trono resplandecente e ouviremos a sua voz: 'Não me conheceis? Sou Jesus Cristo, vosso irmão, a quem tanto maltratastes'.

200. O TESOURO DA FÉ

A. Dizem que São Luís, rei de França, todos os anos se dirigia à vila, onde nascera e fôra batizado. Ali passava alguns dias em recolhimento e oração. No último dia, dirigia-se à igreja, ajoelhava-se aos pés da pia batismal e a beijava e a regava com as suas lágrimas, por ter sido ali feito cristão e filho de Deus, que lhe dera o dom da santa fé.

B. O grande Santo Afonso de Ligório, que recebeu de Deus com tanta abundância o dom da santidade e o dom da ciência, todas as noites, antes de recolher-se ao descanso, ajoelhava-se diante do Sacrário e dava graças a Deus pelo tesouro da fé e pelo batismo que o tornara filho do mesmo Deus, irmão de Jesus Cristo e herdeiro do Céu.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

VERSUS: IGREJA CATÓLICA X IGREJA CATÓLICA


Publicado recentemente em italiano (em 12 de janeiro deste ano), a obra Nient'altro che la Veritá - Nada Além da Verdade - constitui um relato pessoal das experiências do arcebispo Georg Gänswein como secretário pessoal de Bento XVI, que se estende até a morte e o funeral do papa emérito. A obra revela um profundo desentendimento entre os dois pontífices em relação à chamada liturgia extraordinária da Santa Missa.

Num contexto de franca exclusão, o papa Bento XVI praticamente libertou as amarras e as restrições à celebração do chamado Rito Tridentino, com a publicação do motu proprio Summorum Pontificum de 2007, permitindo, a partir de então, a livre manifestação litúrgica da missa na 'Forma Extraordinária' (rito antigo) em complemento às celebrações da missa na 'Forma Ordinária' (rito atual, pós 1962). Em 2021, estas proposições foram duramente rescindidas pelo Papa Francisco no motu proprio Traditiones Custodes (restrições que ficaram ainda mais rígidas posteriormente por meio de deliberações específicas da Congregação para o Culto Divino e os Sacramentos do Vaticano).

Na obra citada, o arcebispo Gänswein revelou que o papa Bento XVI ficou profundamente consternado com essa decisão e que a considerava um grande erro do papa Francisco, pelo que compartilhava a dor de milhares de sacerdotes e leigos católicos apegados ao Rito Antigo e que não encontravam justificativas para essa quase total supressão (tal o nível de limitações e exigências formais que envolvem atualmente a celebração desse rito). Trata-se de um posicionamento dúbio e frontalmente antagônico entre dois pontífices da Igreja, o que é particularmente preocupante.


O cardeal australiano George Pell recentemente falecido (10 de janeiro deste ano), arcebispo-emérito de Sydney e prefeito da Secretaria para a Economia do Vaticano entre 2014 e 2019, foi um dos colaboradores mais próximos do papa Francisco. No último artigo que escreveu antes de sua morte - publicado no periódico The Spectator - criticou duramente o atual documento normativo do presente Sínodo proposto pelo Papa Francisco, que tem sessões finais previstas para serem realizadas em Roma em 2023 e 2024. 

O Cardeal Pell designa o documento básico do atual Sínodo Por uma Igreja Sinodal, que congrega e sistematiza as principais proposições coligidas nas etapas preliminares das discussões, como 'um dos documentos mais incoerentes já enviados por Roma', como um manifesto de  'jargão neomarxista' e 'hostil de maneira significativa para a tradição apostólica'. Foi ainda mais longe, ao caracterizar o projeto deste Sínodo com assertivas duríssimas como  'pesadelo tóxico' e 'um derramamento de boa vontade da Nova Era'. Não é também nem de longe uma crítica qualquer ou uma crítica a mais nestes tempos tremendos para a religião católica, para o papado e para a Santa Igreja de Deus.