(foto do pôr do sol, em Yaxcabá / México)
segunda-feira, 20 de setembro de 2021
domingo, 19 de setembro de 2021
EVANGELHO DO DOMINGO
'É o Senhor quem sustenta minha vida!' (Sl 53)
19/09/2021 - Vigésimo Quinto Domingo do Tempo Comum
43. O MAIOR DE TODOS É O QUE SERVE A TODOS
'Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más' (Tg 3, 16). Com efeito, toda sorte de males advém da inveja e das paixões desregradas do homem, que se pauta em ter cada vez mais e invejar no outro tudo aquilo que ainda não se tem. Não é esse o caminho da graça, nem a via da santidade. Jesus, no evangelho deste domingo, vai mostrar aos seus discípulos que a primazia da alma é forjada no cadinho da humildade.
Após a extraordinária experiência no Monte Tabor, Jesus seguia agora, rodeado apenas pelos seus discípulos e, mais uma vez, lhes anunciara o mistério de sua Paixão e Ressurreição: 'O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará' (Mc 9, 31). Mas os apóstolos ainda estavam demasiado presos à ideia de um reino terreno, pautado por poderes mundanos. E era a ambição de um poder maior em relação aos demais o que minava os sentimentos daqueles homens nos caminhos da Galileia.
Jesus vai interpelá-los sobre as murmurações de uns e outros pelo caminho; e o silêncio da resposta é o testemunho de que haviam estado até então submissos aos grilhões da inveja e das rivalidades. Estremecidos os corações diante da Verdade, são todos acolhidos na misericórdia do Bom Pastor que lhes revela: 'Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!' (Mc 9, 35). A primazia da graça é o serviço do bem desprovido de honras e vaidades humanas: o maior de todos é o que serve a todos; a humildade é a virtude que eleva o homem às vias mais plenas da santidade!
E, para ilustrar a dimensão da verdadeira humildade, Jesus a insere no contexto sublime da inocência pura de uma criança: 'Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou' (Mc 9, 37). Possuir uma inocência infantil é possuir a própria sabedoria de Deus, pois nela não prospera as ambições, nem a inveja, nem as rivalidades, nem as desordens ou qualquer espécie de obras más e porque 'a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento' (Tg 3, 17).
sábado, 18 de setembro de 2021
TESOURO DE EXEMPLOS (97/100)
97. HISTÓRIA DE SANTA CECÍLIA
Roma, a capital do famoso Império Romano, foi o berço de Santa Cecília, nascida em meados do século segundo da nobilíssima família dos 'Cecílios'. Educada desde a infância na fé cristã, de tal modo amava a Jesus Cristo que lhe consagrou todo o coração, fazendo voto de virgindade. Muito contra a sua vontade, foi dada por seus pais em casamento a Valeriano, jovem de raras qualidades, mas pagão.
Na mesma noite do casamento, Cecília disse a Valeriano:
➖ Eu sou cristã, como tu bem sabes; estou sob a custódia de um anjo que guarda a minha virgindade. Tem-no presente para que Deus não se ire contra ti.
Valeriano, comovido por essas palavras, não só a respeitou, mas acrescentou:
➖ Se esse anjo se me deixar ver, acreditarei em Jesus Cristo.
➖ Para isso - disse Cecília - é indispensável que te instruas nas verdades da fé e recebas o batismo.
Naquela mesma noite, Valeriano procurou o papa São Urbano, que morava nas catacumbas. O Pontífice instruiu-o nos principais mistérios e batizou-o. Ao regressar para junto de Cecília, encontrou-a orando, e viu ao lado dela o anjo que brilhava com uma claridade celestial. Maravilhado, chamou seu irmão Tibúrcio e contou-lhe todo o ocorrido. Este, seguindo os mesmos passos de seu irmão, foi batizado pelo papa e, depois, viu também o anjo de Cecília.
Os dois neo-convertidos foram denunciados, como cristãos, ao governador Almaquio, que os condenou à morte, decretando que seriam decapitados e que, em seguida, seriam confiscados todos os bens que possuíam. Cumprida a primeira parte da sentença, mandou chamar Cecília e disse-lhe:
➖ Sabe que tens de entregar-me todas as riquezas de Valeriano e de Tibúrcio.
➖ Almaquio, como cristã que sou, já depositei essas riquezas no tesouro comum de Jesus Cristo.
➖ E onde está esse tesouro?
➖ Esse tesouro são os pobres, entre os quais distribuí todos os bens.
O governador, enfurecido, mandou decapitá-la. Por três vezes o algoz desfechou-lhe o golpe sem conseguir cortar-lhe a cabeça. Viveu ainda três dias, ao cabo dos quais recebeu no céu a dupla coroa da virgindade e do martírio. Imitemos Santa Cecília na devoção ao anjo da guarda. Festa litúrgica em 22 de novembro.
98. UM PAI BÁRBARO E UMA FILHA SANTA
Em meados do século III, nasceu em Nicomedia a futura Santa Bárbara. Seu pai era o senador Dióscoro, homem rico, soberbo e fanático adorador dos falsos deuses. Na escola teve a jovem Bárbara um mestre cristão que a instruiu nas verdades da fé. Quando o pai soube disso ficou furioso. Encerrou-a numa torre e ameaçou levá-la aos tribunais se, ao regressar de uma viagem que ia empreender, ela persistisse em aborrecer o paganismo.
Na parte baixa da torre, Dióscoro mandara preparar um quarto de banho, adornado com estátuas de ídolos, que recebia luz por duas janelas. Santa Bárbara, na ausência do pai, fez abrir uma terceira janela, para recordar o mistério da Santíssima Trindade. 'Assim como uma mesma luz' - dizia ela - 'entra por três janelas diversas, assim também em um só Deus há três Pessoas distintas'. Outras vezes punha-se a contemplar a piscina e exclamava: 'Água que brilhas ao resplendor da luz das três janelas, tu me fazes pensar no batismo, cuja água, vivificada pela Santíssima Trindade, apaga da alma o pecado original'.
Logo que regressou da viagem, perguntou Dióscoro à filha porque mandara abrir outra janela. A Santa aproveitou a ocasião para falar-lhe dos principais mistérios da fé e exortou-o a converter-se ao cristianismo O pai, enfurecido, entregou-a ao pretor Marciano, que a submeteu a cruéis suplícios. Suportou-os ela com tal resignação e coragem que despertou a compaixão do povo. Uma mulher, chamada Juliana, que acorrera por curiosidade, ao vê-la e ouvi-la, sentiu-se transformada por Deus e exclamou: 'Eu também quero adorar a Jesus Cristo'.
O juiz Marciano ordenou que Bárbara e Juliana fossem, imediatamente, decapitadas. Dióscoro, o pai desumano, quis executar pessoalmente a sentença. Quando regressava de cortar a cabeça de sua própria filha, estalou uma furiosa tormenta e um raio feriu-o de morte. Quase ao mesmo tempo outro raio matava o juiz Marciano. Estes castigos divinos puseram termo, em Nicomedia, à perseguição contra os cristãos. Santa Bárbara é padroeira da artilharia, porque os artilheiros têm por armas 'o trovão e o raio', isto é, a explosão e a granada. Festa litúrgica em 4 de dezembro.
99. DEMÔNIOS, ANJOS E UMA SANTA
Neste mundo constantemente inclinado à corrupção e ao abandono de Deus, cuida a Providência que haja sempre pessoas de vida celestial que, com suas virtudes e milagres, dão testemunho de Cristo e condenam a maldade. Santa Francisca Romana, nascida em Roma em 1384 foi, desde pequenina, de uma pureza instintiva e delicada que não suportava carícias nem do próprio pai. Aos doze anos de idade foi por seu pai dada em casamento a um nobilíssimo e piedoso cavalheiro, do qual teve três filhos: João Batista que chegou a boa idade, Evangelista que faleceu aos nove anos e que logo veio buscar sua irmãzinha Inês de cinco.
Desde que se casou, Francisca foi levada à mais alta contemplação e por isso perseguida pelo demônio. Para mais a purificar e a estimular permitiu Deus que o inimigo a atormentasse de mil modos: levantava-a pelos cabelos, batia-a contra a parede e prostrava-a de pancadas. Causou-lhe inúmeros outros sofrimentos, durando essa guerra toda a sua vida, até à última enfermidade. Mas Deus nunca a deixava só: os anjos continuamente a acompanhavam e a defendiam.
Seu filho Evangelista, um verdadeiro anjo, foi-lhe arrebatado aos nove anos. Uma vizinha enferma viu-o subir ao céu entre anjos. No ano seguinte, apareceu à mãe sob uma luz radiante e acompanhado de um anjo ainda mais formoso do que ele.
➖ Mãe - ele lhe disse - estou no segundo coro da primeira hierarquia; meu companheiro, que agora vês, está ainda mais elevado. Deus o enviou para te guardar, acompanhar, consolar e guiar sempre. Agora venho buscar a minha irmãzinha para gozar comigo da incomparável felicidade do paraíso. Com efeito, pouco depois faleceu a pequena aos cinco anos de idade.
O anjo permaneceu ao lado de Francisca, sempre visível: parecia um menino de nove anos (como seu filho), cabelos louros e anelados caindo sobre os ombros, os braços e sobre o peito, uma túnica branca e uma pequena dalmática, às vezes branca e outras vezes vermelha ou azul. Despedia tanta luz que a santa podia com ela ler o Ofício.
Instruía-a, avisava-a e consolava-a; mas era também um anjo que a corrigia. Um dia deu-lhe uma bofetada ouvida pelos presentes, porque, em uma reunião, não cortara uma conversa vã e inconveniente. Pouco antes de sua morte, perguntou-lhe seu confessor que orações estava a murmurar : 'Acabo de rezar as Vésperas de Nossa Senhora'. E, em seguida, expirou, tendo 55 anos de idade.
100. UM SALTO MARAVILHOSO
Em 1856, às altas horas da noite, irrompeu um enorme incêndio em um dos maiores edifícios da cidade de Zams, na região do Tirol (Áustria). Com grande dificuldade, conseguiram os inquilinos escapar pelas escadas; mas ficaram desgraçadamente esquecidas, num dos andares mais altos, duas meninas, uma de oito e outra de doze anos.
Despertou-as o ruído das vigas de seu aposento ao quebrarem-se pelo fogo do andar inferior. Saltando imediatamente da cama, correram à porta para fugir pela escada, mas as chamas e o fumo que viram eram tão grandes, que mal puderam fechar de novo a porta. Quase desesperadas gemiam: 'Seremos queimadas vivas...'
Mas a maior teve uma ideia. Abriria a janela e saltaria para fora, tentando salvar a vida à custa de alguma fratura.
➖ Eu saltarei primeiro - disse à irmãzinha - e, se não me acontecer nada, saltarás também.
'Meu Santo Anjo da Guarda, amparai-me!' - disse - e... saltou!
Chegada ao solo, antes mesmo de levantar-se, gritou:
➖ Joaninha, não me aconteceu nada, salta!...
'Santo Anjo' - repetiu Joaninha - e saltou sem ter sofrido o menor dano.
Os pais das meninas reconheceram neste fato uma proteção visível dos Santos Anjos e deram graças a Deus por um benefício tão insigne.
(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)
ver PÁGINA: TESOURO DE EXEMPLOS
sexta-feira, 17 de setembro de 2021
quinta-feira, 16 de setembro de 2021
O MILAGRE EUCARÍSTICO DE SIENA
Nas vésperas da festa da Assunção de Nossa Senhora, os sacerdotes de Siena estavam reunidos em vigília na catedral da cidade, na noite de 14 de agosto de 1730. Muitas hóstias haviam sido consagradas naqueles dias e estavam guardadas nas igrejas para o atendimento do grande número previsto de comunhões. E esse contexto serviu de oportunidade para alguns ladrões invadirem a basílica de São Francisco e roubarem uma âmbula de ouro contendo centenas de hóstias consagradas.
(Basílica de São Francisco - Siena / Itália)
Constatado o sacrilégio na manhã seguinte, o roubo foi confirmado pelo achado da parte superior da âmbula perdida na rua, sem quaisquer resquícios da âmbula e das hóstias consagradas. Tristeza, e muitas orações de desagravo e na intenção da recuperação do tesouro eucarístico roubado. E eis que, três dias depois, uma pessoa notou alguma coisa branca destacando-se numa caixa de coleta numa igreja próxima à basílica de São Francisco e - surpresa! - ali se encontravam exatamente e na sua totalidade as 351 hóstias que haviam sido roubadas!
Embora sujas e envoltas por teias de aranha, as 351 hóstias foram resgatadas uma a uma, recolocadas em outra âmbula e reconduzidas à basílica de São Francisco, onde foram objeto de maciças orações de desagravo e adoração, até que se deteriorassem por inteiro. Mas isto nunca aconteceu. As hóstias permaneceram e permanecem intactas até hoje, com o mesma aparência e frescor de hóstias recém-preparadas, como examinadas com todo o rigor em diversas ocasiões depois destes fatos. Embora muitas delas tenham sido consumidas ao longo do tempo, conservam-se atualmente na basílica de São Francisco em Siena 223 hóstias frescas que foram elaboradas e consagradas há quase 300 anos!
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
O DOGMA DO PURGATÓRIO (XV)
Capítulo XV
Dores do Purgatório - O Irmão de Santa Madalena de Pazzi - Stanislaus Chocosca - Beata Catarina de Racconigi
Santa Madalena de Pazzi, na sua célebre visão em que lhe foram mostradas as diferentes prisões do Purgatório, viu a alma do seu irmão, que morrera depois de ter levado uma vida cristã fervorosa. No entanto, esta alma foi detida em sofrimento por certas faltas, que não haviam sido suficientemente expiadas na terra. Esses - diz a santa - são os sofrimentos mais intoleráveis e, no entanto, os que são suportados com mais alegria. Ah! Por que isso não é compreendido por aqueles que não têm coragem de carregar a sua cruz aqui embaixo?
Afligida pelo espetáculo terrível que acabara de contemplar, a santa correu para junto da sua priora e, jogando-se de joelhos, gritou: 'Ó minha querida mãe, quão terríveis são as dores do purgatório! Eu nunca poderia ter acreditado nisso, se Deus não tivesse manifestado isso para mim. E, no entanto, não posso chamá-los de cruéis; em vez disso, são frutuosos pois que conduzem à felicidade inefável do Paraíso'.
Para imprimir isso cada vez mais em nossas mentes, aprouve a Deus dar a certas pessoas santas uma pequena parte das dores da expiação, como que uma gota do cálice amargo que as pobres almas devem beber, uma centelha do fogo que as consomem. O historiador Bzovius, em sua História da Polônia, datada de 1598, relata um acontecimento milagroso ocorrido ao Venerável Estanislau Chocosca, um dos luminares da Ordem de São Domingos na Polônia (Rossign., Merv., 67).
Um dia, enquanto este religioso, tomado de caridade para com os defuntos, recitava o Rosário, viu surgir diante dele uma alma toda envolta em chamas. Ao pedir-lhe que tivesse piedade dela e aliviasse os sofrimentos intoleráveis que o fogo da Justiça Divina a fazia suportar, o santo homem perguntou-lhe se este fogo era mais doloroso do que o da terra. 'Ah!" - ela gritou - 'todos os fogos da terra comparados com o do Purgatório são como uma brisa refrescante' (Ignes alii levis aurce locum tenent si cum ardore meo comparentur).
Stanislaus mal podia acreditar. 'Eu gostaria de ter uma prova' - disse então - 'Se Deus permitir, para o seu alívio e para o bem da minha alma, eu consinto em sofrer parte de suas dores'. 'Ai de mim! Você não poderia fazer isso. Saiba que nenhum ser humano poderia suportar tanto tormento e ainda viver. No entanto, Deus permitirá que você o possa sentir em um grau muito atenuado. Estenda sua mão'. Chocosca estendeu a mão e o falecido deixou cair sobre ela uma gota de suor, ou pelo menos de um líquido semelhante a isso. No mesmo instante, o religioso soltou um grito espantoso e caiu desmaiado no chão, tão intensa foi a sua dor. Seus irmãos acorreram em sua direção e apressaram-se em dar-lhe a assistência que a sua condição exigia.
Quando restaurado à consciência, ele relatou o terrível acontecimento e do qual eles tinham uma prova visível. 'Ah! meus queridos padres' - disse ele - 'se soubéssemos a severidade dos castigos divinos, nunca haveríamos de cometer pecado, nem deixaríamos de fazer penitências nesta vida, de modo a evitar a expiação na outra vida'. Stanislaus ficou confinado ao seu leito a partir daquele momento. Ele viveu mais um ano no mais cruel sofrimento causado por aquela terrível ferida; e então, pela última vez exortando os seus irmãos a se lembrarem dos rigores da Justiça Divina, ele dormiu pacificamente no Senhor. O historiador acrescenta que esse acontecimento reanimou o fervor em todos os mosteiros daquela província.
Lemos um fato semelhante na vida da bem-aventurada Catarina de Racconigi (Diario Dominicano, 4 de setembro; cf. Rossig., Merv., 63). Um dia, sofrendo tanto a ponto de precisar da ajuda de suas irmãs de religião, pensou nas almas do Purgatório e, para amenizar o calor de suas chamas, ofereceu a Deus o calor ardente de sua febre. Naquele momento, entrando em êxtase, foi conduzida em espírito ao lugar de expiação, onde viu as chamas e os braseiros nos quais as almas são purificadas sob grande tortura.
Enquanto contemplava, cheia de compaixão, este espetáculo comovente, ela ouviu uma voz que lhe disse: 'Catarina, para que possas obter o mais eficazmente a libertação dessas almas, deves participar, de alguma maneira, dos seus tormentos. Naquele instante, uma faísca se desprendeu do fogo e pousou em sua bochecha esquerda. As irmãs presentes viram a faísca nitidamente, e também viram com horror como o rosto da enferma ficou terrivelmente inchado.
Ela passou vários dias neste estado e, como a Beata Catarina disse às suas irmãs, o sofrimento causado por aquela simples centelha superou em muito tudo o que ela havia suportado anteriormente nas doenças mais dolorosas. Até então, Catarina sempre se dedicara com caridade ao alívio das almas do Purgatório mas, a partir de então, redobrou o fervor e as austeridades para apressar a libertação delas, porque conhecia por experiência própria a grande necessidade que as almas padecentes tinham pelo seu auxílio.
Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog)
terça-feira, 14 de setembro de 2021
14 DE SETEMBRO - EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
'Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim' (Jo 12, 32)
A festa da Exaltação da Santa Cruz tem origem na descoberta do Sagrado Lenho por Santa Helena, mãe do imperador Constantino, e na dedicação de duas basílicas construídas por ele, uma no Calvário e outra no Santo Sepulcro, dedicação esta realizada no dia 14 de setembro do ano de 335. No ano de 629, a celebração tomou grande vulto com a restituição da Santa Cruz pelo imperador Heráclio, retomada dos persas que a haviam furtado. Levada às costas pelo próprio imperador, de Tiberíades até Jerusalém, a Santa Cruz foi entregue, então, ao Patriarca Zacarias de Jerusalém.
Conta-se, então, que o imperador Heráclio, coberto de ornamentos de ouro e pedrarias, não conseguia passar com a cruz pela porta que conduzia até o Calvário; quanto mais se esforçava nesse sentido, mais parecia ficar retido no mesmo lugar. Zacarias, diante desse fato, ponderou ao imperador que a sua ornamentação luxuosa não refletia a humildade de Cristo. Despojado, então, da vestimenta, e com pés descalços, o imperador completou sem dificuldades o trajeto final, encimando no lugar próprio a Cruz no Calvário, de onde tinha sido retirada pelos persas.
A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo converteu a Cruz de um objeto de infâmia e repulsa na glória maior da fé cristã. A Festa da Exaltação da Cruz celebra, portanto, o triunfo de Jesus Cristo sobre o mundo e a imprimação do Evangelho no coração de toda a humanidade.
SALVE CRUX SANCTA
Salve, crux sancta, salve mundi gloria,
vera spes nostra, vera ferens gaudia,
signum salutis, salus in periculis,
vitale lignum vitam portans omnium.
Te adorandam, te crucem vivificam,
in te redempti, dulce decus sæculi,
semper laudamus, semper tibi canimus,
per lignum servi, per te, lignum, liberi.
Originale crimen necans in cruce
nos a privatis, Christe, munda maculis,
humanitatem miseratus fragilem
per crucem sanctam lapsis dona veniam.
Protege salva benedic sanctifica
populum cunctum crucis per signaculum,
morbos averte corporis et animae
hoc contra signum nullum stet periculum.
Sit Deo Patri laus in cruce filii
sit coequalis laus sancto spiritui,
civibus summis gaudium et angelis
honor sit mundo crucis exaltatio. Amen.
Salve Santa Cruz, salve ó glória do mundo, nossa verdadeira esperança que traz verdadeira alegria, sinal da salvação, proteção nos perigos, árvore viva que suporta a vida de todos nós.
Nós vos adoramos, em vós nos vivificamos; por vós redimidos, no esplendor perene dos séculos, vos saudamos e louvamos para todo o sempre, escravos pelo lenho e, por vós, ó Lenho, libertados.
Vós que vencestes o pecado original na cruz, livrai-nos, ó Cristo, de nossas próprias culpas, tende piedade da nossa miséria humana e, pela Santa Cruz, perdoai os que caíram.
Protegei, salvai, abençoai e santificai todo o vosso povo pelo Sinal da Cruz, protegei-nos contra todo o mal do corpo e da alma e que perigo algum prevaleça diante este Sinal.
Louvado seja Deus Pai na Cruz do seu Filho! Louvor igual seja dado ao Espírito Santo! Que a Exaltação da Cruz seja a suprema alegria dos eleitos e dos anjos no Céu e um esplendor de glória para o mundo. Amém.
(tradução do autor do blog)
Assinar:
Postagens (Atom)