sábado, 4 de janeiro de 2020

QUAL SERÁ A SUA FOTOGRAFIA DE VIDA ETERNA?


Quantas fotografias cabem em uma vida? Gravadas em câmeras especiais ou selfies de celulares, guardam recordações que passam como um sopro de vento... quantas imagens de risos, poses ou momices de dados momentos, revelações etéreas daquilo que somos ou do que já fomos um dia... registradas e imobilizadas de repente nos desvãos do nosso tempo e de nossas vidas. Fotografias são os cinzéis que moldam o perpassar contínuo dos anos sobre a dinâmica viva da nossa argila humana. 

Deus também guarda, com muito mais cuidado e com perfeição infinita, as fotografias da nossa alma ao longo de nossas vidas. Ele criou estas almas com perfeição infinita, como obras primas nascidas de uma escolha personalíssima do Pai. E, no momento primevo da nossa criação, dotou-nos de corpo e alma fundidos numa escultura única de beleza imponderável. E nos colocou nas mãos os cinzéis do livre arbítrio e a liberdade de filhos para remoldar livremente a obra prima divina. 

Num certo e definitivo dia, vamos prestar contas a Deus não dos nossos dias, mas do que fizemos a cada dia com os cinzéis dos tempos. E, no Juízo, o Pai Eterno vai nos mostrar a fotografia da nossa alma no momento da criação e como esta fotografia foi mudando ao longo do tempo de nossa vida, pelo trabalho incansável do livre arbítrio em reconformar a obra prima do Pai. Deus vai nos mostrar então, lado a lado, a fotografia da sua criação e a fotografia recriada por nós ao longo de uma vida e que será a nossa fotografia de vida eterna.

E, nós mesmos, seremos os julgadores do nosso destino eterno, na medida em que formos capazes ou não de nos reconhecermos nas duas fotografias. Teremos os traços, o contorno, a beleza, a pureza e a semelhança com o modelo original, criado pela Santa Vontade do Pai? Ou seremos apenas o molde oco, vazio e irreconhecível do que foi um dia a nossa alma de eternidade? Qual será a fotografia de nossa alma no dia do Juízo?

PRIMEIRO SÁBADO DO MÊS E DO ANO


quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

THESAURUM IN CAELO!


Si vis perfectus esse... et habebis thesaurum in caelo! (Mt 19,21)

Deum glorificare; 
Jesum imitari; 
Beatissimam Virginem et Sanctos venerari; 
Angelos invocare; 
Animam salvare; 
Corpus mortificare; 
Virtutes a Deo exorare; 
Peccata expiare; 
Paradisum comparare; 
Infernum evitare; 
Aeternitatem considerare; 
Tempus bene applicare; 
Proximum ædificare; 
Mundum formidare; 
Dæmones impugnare; 
Passiones frenare; 
Mortem semper exspectare; 
Ad iudicium te præparare.

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Se queres ser perfeito... e terás um tesouro no Céu! (Mt 19, 21)

Deus para glorificar; 
Jesus para imitar; 
A bem aventurada Virgem e os santos para venerar; 
Os anjos para invocar; 
A alma para salvar; 
O corpo para mortificar; 
Virtudes para conquistar; 
Pecados para expiar; 
O paraíso para ganhar; 
O inferno para evitar; 
Eternidade para preparar; 
Tempo para bem aproveitar; 
O próximo para edificar; 
O mundo para desprezar; 
Demônios para combater; 
Paixões para refrear; 
A morte sempre esperar; 
E para o Juízo se preparar.

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

ORAÇÃO PARA O ÚLTIMO DIA DO ANO

Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina,
porque estou aqui, junto Convosco e com minha família (com meus amigos),
vivendo a alegria de ter vivido um ano mais
em Vossa Santa Presença.

Obrigado, Senhor,
por mais um ano de vida,
por ter tido ainda este tempo para viver 
as santas alegrias do Natal e deste Ano Novo.
Por estar com pessoas que amo
e que compartilham comigo
a mesma fé e o sincero propósito
de viver o Evangelho a cada dia.

Obrigado, Senhor,
por tantas graças recebidas neste ano que passa;
eu Vos ofereço hoje o meu nada
e, dentro do meu nada, todo o meu amor humano possível,
como herança de Vossa Ressurreição.
No meio das luzes do mundo nesse dia de festa,
eu me recolho à sombra da Vossa Misericórdia;
e Vos honro e Vos dou glória nesse tempo
pelos tempos que estarei Convosco para sempre.

Obrigado, Senhor,
por estar aqui na Vossa Presença,
no tempo que conta mais um ano que se vai,
na gratidão da alma confiante
que aprendeu o caminho do Pai.
Das coisas boas que fiz, dou-Vos tudo,
porque as recebi de Vosso Santo Espírito.
E Vos suplico curar com Vosso Corpo e Sangue
as cicatrizes dos meus pecados.

Obrigado, Senhor,
pela caminhada diária com Maria, 
que nos ensina no cotidiano de nossas vidas
a ir ao Vosso encontro todos os dias.
Pelo meu Santo Anjo da Guarda,
pelos meus santos de devoção, 
pelo papa, e pela Vossa Igreja,
eu Vos agradeço, Senhor, e Vos louvo, 
neste último dia do ano.

Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina.
Que eu não me lembre nesse tempo
das dores e sofrimentos que passei,
das tristezas e angústias que vivi:
que todo mal seja olvidado agora
na alegria de eu estar aqui Convosco,
e pela resignação à Santa Vontade de Deus.

E que nesta última hora do tempo que se vai,
do ano que chega ao fim:
mais uma vez, não seja eu que viva,
mas o Cristo que vive em mim.
Amém.


(Arcos de Pilares)

OREMUS! (365)

A sequência diária e completa (uma postagem para cada dia do ano) destes pensamentos e reflexões está agora disponível na Página OREMUS! na Biblioteca Digital deste blog.

31 DE DEZEMBRO 

Oremus! [Oremos!]

Escreve Santo Afonso no prefácio do seu livrinho sobre a oração: tenho publicado várias obras espirituais. Parece-me, no entanto, que nenhuma escrevi, mais útil que o presente opúsculo, sobre a oração. Se me fosse possível, quisera mandar imprimir tantos exemplares deste livro quantos fiéis há na terra, e distribuí-los a todos, para que não houvesse um só que não se instruísse acerca da necessidade que todos temos de rezar.

Oremus! [Oremos!]... dizendo assim é que subo ao altar, todos os dias. E com que consciência posso eu convidar os fiéis à oração, se eu mesmo não rezo? Ou terei chegado ao ponto de não compreender essa palavra, e de não sentir a sua força? Oremus! [Oremos!]... é o convite que me faz a Igreja, tantas e tantas vezes ao dia. É a insistência de uma mãe que não quer perder os seus filhos. Oremus! [Oremos!]... é o resumo de todos os sermões, conferências e retiros de que eu preciso para melhorar a minha vida.

Oremus! [Oremos!]... é o aviso que Nosso Senhor me deu, tantas e tantas vezes, insistindo comigo neste ponto, mais que em qualquer outro. Oremus! [Oremos!]... seja este o último pensamento deste ano, para que seja a minha preocupação de todos os anos e de todos os dias. Que eu reze! Que eu não abandone a oração, para não chegar ao ponto de abandonar a Deus, e ser por Ele abandonado. Oremus! [Oremos!]... que este desejo de rezar possa agora suprir tudo o que eu não rezei durante a minha vida. Que esta preocupação me persiga sempre. Somente assim terei uma alma nova, para viver um Ano Novo. Sine intermissione orate! [Orai incessantemente! (sem interrupções) (1Ts 5,17)].

(Oremus — Pensamentos para a Meditação de Todos os Dias, do Pe. Isac Lorena, 1963, com complementos de trechos traduzidos do latim pelo autor do blog).