segunda-feira, 13 de março de 2017

LADAINHA DA QUARESMA

Oração devocional, de uso restrito para meditação particular, para ser rezada durante a Quaresma, contendo uma série de invocações relacionadas a passagens bíblicas penitenciais do Antigo e do Novo Testamento, particularmente aquelas que fazem referência a súplicas, a obras de mortificação e ao jejum. A postagem inclui a oração em latim e a sua tradução para o português.


Ladainha da Quaresma

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Pai Santo, ouvi-nos.
Pai de Justiça, atendei-nos.
Deus Pai do céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Deus (antes de cada invocação):
que não quereis a morte do pecador, mas que se converta e viva, tende piedade de nós.
Que destes a Moisés, depois dele ter jejuado por quarenta dias, as tábuas da Lei no Monte Sinai, tende piedade de nós.
Que, pelo jejum e orações de Moisés, perdoastes os pecados do seu povo, tende piedade de nós.
Que, pelo jejum de Daniel, o preservastes incólume na cova dos leões, tende piedade de nós.
Que poupastes os ninivitas quando jejuaram e clamaram por Vós, tende piedade de nós.
Que livrastes os ninivitas da destruição da sua cidade, quando se arrependeram e fizeram penitência vestidos de saco, cilício e cinza, tende piedade de nós.
Que perdoastes o pecado do rei Davi, quando este confessou o seu pecado e se cingiu com o cilício e se arrependeu, tende piedade de nós.
Que ouvistes e consolastes Judite, quando ela se prostrou diante de Vós, vestindo o cilício e cobrindo a cabeça com cinzas, tende piedade de nós.
Que salvastes a Jonas quando clamou por Vós no ventre da baleia, tende piedade de nós.
Que libertastes Ezequiel do exército dos assírios, quando ele e seu povo jejuaram e se vestiram de sacos e cinzas, tende piedade de nós.
Que concedestes a Ester, enquanto jejuava, que achasse graça aos olhos do rei, tende piedade de nós.
Que libertastes Mardoqueu da forca, quando este clamou pelo Vosso auxílio, vestido de saco e cinza, tende piedade de nós. 
Que intercedestes pelos macabeus enquanto jejuavam, vestidos de saco e cinza, e clamaram por Vós, tende piedade de nós.
Que manifestastes a Ana no templo enquanto jejuava e orava constantemente a Vós, tende piedade de nós. 
Que revelastes muitos mistérios aos Profetas enquanto jejuavam e se afligiam com muitas penitências, tende piedade de nós.
Que ouvistes as preces dos sacerdotes de Israel enquanto se penitenciavam com cilício e oravam e ofereciam sacrifícios pelo seu povo, tende piedade de nós.
Que jejuastes durante quarenta dias e quarenta noites no deserto, tende piedade de nós.
Que instituístes o tempo quaresmal por meio dos Vossos apóstolos, tende piedade de nós.
Que iluminastes Paulo enquanto orava e jejuava por três dias, tende piedade de nós.
Que perdoais os pecados dos homens por causa do seu arrependimento, tende piedade de nós.
Que nos escolhestes e nos temperastes na fornalha da humildade, tende piedade de nós.
Que julgais os Vossos escolhidos como ouro no cadinho, tende piedade de nós.
Que concedeis um tempo e um lugar para o arrependimento dos pecadores, tende piedade de nós.
Que castigais a todo filho de Vossa predileção, tende piedade de nós.
Que desejais que ninguém se perca, mas que volvam a Vós arrependidos, tende piedade de nós.
Que por Vossa graça chamastes Mateus, sentado no posto de coleta de impostos, tende piedade de nós.
Que justificastes o publicano que golpeava o peito em arrependimento, tende piedade de nós.
Que recebestes de forma paternal o filho pródigo que voltou a Vós, tende piedade de nós.
Que fizestes brotar a fonte da água viva para a mulher samaritana, tende piedade de nós.
Que recebia coletores de impostos e pecadores e comia com eles, tende piedade de nós.
Que amastes muito Maria Madalena e a perdoastes de muitos pecados, tende piedade de nós.
Que olhastes com ternura para Pedro, que três vezes Vos negastes, tende piedade de nós.
Que prometestes o Paraíso ao ladrão penitente, tende piedade de nós.
Que nos livrais de nossas iniquidades e pecados, tende piedade de nós.
Que nos clamais por penitência, pela imposição do cilício e pela cabeça coberta com cinzas, para não nos alcançar a Vossa ira santa, tende piedade de nós.
Que tendes misericórdia de todos os que se voltam para Vós em jejum, dor e arrependimento, tende piedade de nós.
Que esqueceis por completo todos os nossos pecados depois que nos arrependemos, tende piedade de nós.

Deus misericordioso e pronto a nos perdoar, tende piedade de nós.
Sede propício, perdoai-nos Senhor.
Sede propício, atendei-nos Senhor.

De todo mal, livrai-nos, Senhor.
De todo pecado, livrai-nos, Senhor.
De todo perigo do corpo e da mente, livrai-nos, Senhor.
De toda malícia e ira, livrai-nos, Senhor.
Dos pecados da carne e dos vícios, livrai-nos, Senhor.
De toda impureza e luxúria, livrai-nos, Senhor.
De todas as disputas e contendas, livrai-nos, Senhor.
De toda negligência e preguiça, livrai-nos, Senhor.
Da impenitência e dureza de coração, livrai-nos, Senhor.
De uma morte súbita e inesperada, livrai-nos, Senhor.
Da condenação eterna, livrai-nos, Senhor.

Pelo Vosso batismo e jejum, livrai-nos, Senhor.
Pelas Vossas três tentações no deserto, livrai-nos, Senhor.
Pela Vossa sede e fome, livrai-nos, Senhor.
Pelos Vossos trabalhos e Vossas dores, livrai-nos, Senhor.
Pela Vossa sentença de morte, livrai-nos, Senhor.
Pelo Vosso sacrifício cruento na Cruz, livrai-nos, Senhor.
No dia do Juízo, livrai-nos, Senhor.

Pecadores que somos, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que sejais misericordioso conosco, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos digneis a buscar o verdadeiro arrependimento, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que possamos obter frutos dignos de arrependimento, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos digneis lamentar os nossos pecados e buscar a Vossa graça, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos digneis pelo jejum purificar a Vossa Igreja e libertá-la de toda iniquidade, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que possamos nos apresentar sempre como um sacrifício vivo, santo e agradável a Vós, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que possamos obter o perdão e a remissão de todos os nossos pecados, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que, por meio das tribulações desta vida, sejamos dignos de alcançar a glória futura, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que Vos digneis acolher as nossas súplicas, Vos rogamos, ouvi-nos.
Filho de Deus, Vos rogamos, ouvi-nos.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, atendei-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.


Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Pai Nosso...
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.


V. Entre o pórtico e o altar, os sacerdotes, os servos do Senhor, hão de lamentar:
R. Tende piedade de vosso povo, Senhor.
V. Não nos trateis segundo os nossos pecados, 
R. Nem nos castigueis em proporção às nossas faltas.
V. Não leveis em consideração as nossas iniquidades passadas,
R. Nem tomeis tento de nossos pecados.
V. Ajudai-nos, ó Deus nosso Salvador,
R. E livrai-nos em nome da glória do Vosso nome, Senhor.
V. Sede misericordioso diante os nossos pecados, ó Senhor,
R. Em favor do vosso Santo Nome.
V. Ó Senhor, ouvi a minha oração,
R. E chegue a Vós o meu clamor.

Oremos

Ó Deus onipotente e eterno, tende piedade dos que se arrependem sinceramente e Vos imploram o perdão dos seus pecados e que, invocando humildemente o Vosso Santo Nome, prestam penitência das suas faltas; concedei-lhes, nesta Quaresma, as graças necessárias para o perdão dos pecados e a saúde do corpo e da alma e, assim, em nome da recompensa que prometestes, possam ser contados entre Vossos Filhos e alcançarem um dia as eternas bem aventuranças.

Ó Deus, que por Graça suprema criastes o homem e por Graça ainda maior o redimistes, concedei-nos, nós Vos suplicamos, novas graças de mente e coração para resistir às tentações do pecado e Vos servir fielmente. Ouvi com clemência as nossas orações, nós Vos suplicamos, para que sejamos libertados dos pecados que nos afligem, pela glória e misericórdia do Vosso Santo Nome. Como Vossos filhos, nós Vos suplicamos, guardai-nos de todo mal e protegei-nos nas adversidades e dai-nos a graça de Vos servir sempre com zelo e devoção.


Ó Deus, que não desejais a morte, mas o arrependimento dos pecadores, olhai com clemência para a fragilidade da nossa natureza humana e auxiliai, com a Vossa benevolência, os nossos esforços de arrependimento e penitência para alcançarmos, pela Vossa misericórdia, o perdão dos nossos pecados, a perseverança nas nossas ações e o prêmio da felicidade eterna. Amém.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que vive e reina Convosco na unidade do Espírito Santo, como um só Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.

V. Ó Senhor, ouvi a minha oração,
R. E chegue a Vós o meu clamor.
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.
V. Que as almas dos fiéis defuntos, por meio da misericórdia de Deus, descansem em paz.
R. Amém.

(tradução do autor do blog)

Litaniae in Quadragesima

Kyrie eleison.
Christe eleison.
Kyrie eleison.
Pater sancte, audi nos.
Pater iuste, exaudi nos.
Pater de caelis Deus, miserere nobis.
Fili, Redemptor mundi Deus, miserere nobis.
Spiritus Sancte Deus, miserere nobis.
Sancta Trinitas, unus Deus, miserere nobis.

Deus, qui non vis mortem peccatoris, sed ut magis convertatur et vivat, miserere nobis.
Qui Moysi quadraginta diebus ieiunanti, legem in monte dedisti, miserere nobis.
Qui precibus Moysis ieiunantis, populi peccata dimisisti, miserere nobis.
Qui Danielem ieiunantem in lacu leonum custodisti, miserere nobis.
Qui Ninivitis ieiunantibus et ad te clamantibus pepercisti, miserere nobis.
Qui Ninivitas in sacco, cinere, et cilicio paenitentes, a subversione urbis liberasti, miserere nobis.
Qui Davidis confitentis, et in cilicio paenitentis peccatum transtulisti, miserere nobis.
Qui Iudith in cilicio, et cinere coram te prostratam exaudisti et confortasti, miserere nobis.
Qui Ionam ex ventre cetis ad te clamantem salvasti, miserere nobis.
Qui Ezechiam cum populo in sacci, cinere, et ieiunio invocantem, ab exercitu Assyriorum liberasti, miserere nobis.
Qui Esther ieiunantem in oculis Regis gratiam invenire fecisti, miserere nobis.
Qui Mardochaeum, in sacco et cinere, te invocantem, a patibulo liberasti, miserere nobis.
Qui Machabaeis ieiunantibus in sacco et cinere ad te clamantibus auxilio fuisti, miserere nobis.
Qui Annae in ieiuniis et obsecrationibus perseveranti, teipsum in templo manifestasti, miserere nobis.
Qui Prophetis ieiunantibus et se affligentibus mysteria multa patefecisti, miserere nobis.
Qui Sacerdotes in ciliciis pro populo deprecantes et sacrificia offerentes exaudisti, miserere nobis.
Qui quadraginta diebus et quadraginta noctibus in deserto ieiunasti, miserere nobis.
Qui per Apostolos tuos quadragesimale ieiunium instituisti, miserere nobis.
Qui Paulum triduo ieiunantem et orantem illuminasti, miserere nobis.
Qui dissimulas peccata hominum propter paenitentiam, miserere nobis.
Qui elegisti nos et excoxisti in camino humiliationis, miserere nobis.
Qui quasi aurum in fornace probas electos tuos, miserere nobis.
Qui das locum et tempus paenitentiae in peccatis, miserere nobis.
Qui flagellas omnem filium, quem recipis et diligis, miserere nobis.
Qui non vis aliquos perire, sed omnes ad paenitentiam reverti, miserere nobis.
Qui Matthaeum in telonio sedentem, tua gratia praevenisti, miserere nobis.
Qui publicanum pectus percutientem, iustificatum abire fecisti, miserere nobis.
Qui filium prodigum ad te revertentem paterne suscepisti, miserere nobis.
Qui mulieri Samaritanae fontem aquae vivae manare fecisti, miserere nobis.
Qui publicanos et peccatores recepisti et cum eis manducasti, miserere nobis.
Qui Mariae Magdalenae multum diligenti, peccata multa dimisisti, miserere nobis.
Qui Petrum ter te negantem, benigne respexisti, miserere nobis.
Qui latronem paenitentem in paradisum suscepisti, miserere nobis.
Qui aufers iniquitatem et scelera atque peccata nostra, miserere nobis.
Qui pro aversione furoris tui nos plangere, ciliciis accingere et cinere conspergere iussisti, miserere nobis.
Qui omnium in ieiunio, fletu, et planctu se ad te convertentium misereris, miserere nobis.
Qui post paenitentiam omnium peccatorum nostrorum non recordaris amplius, miserere nobis.

Deus misericors et praestabilis super malitia, miserere nobis.
Propitius esto, parce nobis, Domine.
Propitius esto, exaudi nos, Domine.

Ab omni malo, libera nos, Domine.
Ab omni peccato, libera nos, Domine.
Ab omni periculo mentis et corporis, libera nos, Domine.
Ab omni malitia et indignatione, libera nos, Domine.
Ab omni crapula et comissatione, libera nos, Domine.
Ab omni impudicitia et turpitudine, libera nos, Domine.
Ab ira, rixa, et omni contentione, libera nos, Domine.
Ab omni negligentia et socordia, libera nos, Domine.
Ab omni impaenitentia et duritia cordis, libera nos, Domine.
A subitanea et improvisa mala morte, libera nos, Domine.
A damnatione perpetua, libera nos, Domine.

Per baptismum et sanctum ieiunium tuum, libera nos, Domine.
Per trinam tentationem tuam, libera nos, Domine.
Per sitim et esuriem tuam, libera nos, Domine.
Per labores et dolores tuos, libera nos, Domine.
Per trinam contra te prolatam mortis sententiam, libera nos, Domine.
Per tremendum et cruentum in cruce sacrificium tuum, libera nos, Domine.
In die irae calamitatis, libera nos, Domine.

Peccatores, te rogamus audi nos.
Ut nobis indulgeas, te rogamus audi nos.
Ut ad veram paenitentiam nos perducere digneris, te rogamus audi nos.
Ut dignos paenitentiae fructus facere possimus, te rogamus audi nos.
Ut peccata nostra digne flere et gratiam tuam consequi mereamur, te rogamus audi nos.
Ut Ecclesiam tuam hoc sacro ieiunio purificare et ab omni nequitia liberare digneris, te rogamus audi nos.
Ut corpora nostra hostiam viventem sanctam tibique placentem semper exhibeamus, te rogamus audi nos.
Ut indulgentiam et remissionem omnium peccatorum nostrorum nobis tribuere digneris, te rogamus audi nos.
Ut per tribulationes huius temporis ad futuram gloriam nos introire concedas, te rogamus audi nos.
Ut nos exaudire digneris, te rogamus audi nos.
Fili Dei, te rogamus audi nos.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, parce nobis, Domine.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, exaudi nos, Domine.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, miserere nobis.

Christe, audi nos.
Christe, exaudi nos.
Kyrie eleison.
Christe eleison.
Kyrie eleison.
Pater noster ...
Et ne nos inducas in tentationem. Sed libera nos a malo.

V. Inter vestibulum et altare plorabunt Sacerdotes ministri Domini.
R. Parce Domine, parce populo tuo.
V. Domine non secundum peccata nostra facias nobis,
R. Neque secundum iniquitates nostras retribuas nobis.
V. Domine, ne memineris iniquitatum nostrarum antiquarum,
R. Neque vindictam sumas de peccatis nostris.
V. Adiuva nos, Deus salutaris noster,
R. Et propter gloriam nominis tui, Domine, libera nos.
V. Propitius esto Domine peccatis nostris,
R. Propter nomen sanctum tuum.
V. Domine, exaudi orationem meam,
R. Et clamor meus ad te veniat.

Oremus

Omnipotens sempiterne Deus, parce paenitentibus, propitiare supplicantibus, et largire nobis beneficia misericordiae tuae, ut haec ieiunia sint omnibus nomen tuum invocantibus, et ante conspectum clementiae tuae facinora sua deplorantibus, remedium mentis et corporis, ut quicumque te pro remissione peccatorum suorum invocaverint, corporis et animae sanitatem percipiant, et praemia tibi fideliter servientibus promissa, in aeterna beatitudine consequantur.

Deus, qui hominem mirabiliter creasti, et mirabilius redemisti, da nobis contra oblectamenta peccati, mentis ratione persistere, et maiestati tuae sincero corde servire. Preces populi tui, quaesumus Domine, clementer exaudi, ut qui iuste pro peccatis nostris affligimur, pro tui nominis gloria misericorditer liberemur. Familiam tuam quaesumus, Domine, continua pietate custodi, ut a cunctis adversitatibus te protegente sit libera et in bonis actibus tuo nomini sit devota.

Deus qui non mortem, sed paenitentiam desideras peccatorum, fragilitatem conditionis humanae benignissime respice et conatus nostros benigna pietate prosequere, ut per magnam misericordiam tuam peccatorum nostrorum veniam; in tuo servitio constantiam; et tandem praemia perseverantibus promissa, feliciter consequamur. 

Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum, qui tecum vivit et regnat, in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. R. Amen.

V. Domine, exaudi orationem meam,
R. Et clamor meus ad te veniat.
V. Benedicamus Domino.
R. Deo gratias.
V. Et fidelium animae per misericordiam Dei requiescant in pace.
R. Amen.

domingo, 12 de março de 2017

A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

Páginas do Evangelho - Segundo Domingo da Quaresma


'Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha' (Mt 17,1). Uma alta montanha, o Monte Tabor. Como testemunhas da extraordinária manifestação da glória celeste e da vida eterna em Deus, Jesus conduz os três apóstolos escolhidos para o alto, numa clara assertiva de que é por meio da profundo recolhimento interior e da elevação da alma muito acima das coisas do mundo é que podemos viver efetivamente a experiência plena da contemplação de Deus.

'E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz' (Mt 17,2). No mistério da transfiguração do Senhor, os apóstolos testemunharam antecipadamente alguma coisa dos mistérios de Deus. Algo profundamente diverso da natureza humana, pois nascido direto da glória de Deus. Algo muito limitado da Visão Beatífica, posto que deveria atender sentidos humanos: 'nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam' (1 Cor 2, 9). Ainda assim, algo tão extraordinário e consolador, que perturbou completamente aqueles homens e, ao mesmo tempo, os moldou definitivamente na certeza da vitória e da ressurreição de Cristo.

'Nisto apareceram-lhe Moisés e Elias, conversando com Jesus' (Mt 17, 3). A revelação da glória de Deus é atestada pela Lei e pelos Profetas, pelo Senhor da vida e da morte, pelos textos das Sagradas Escrituras. Naquele momento, se fecha a Lei e a morte (com Moisés) e se cumprem todas as profecias e se impõe a vida eterna em Deus (com Elias, que ainda vive). E, para não se ter dúvida alguma, Deus se pronuncia no Alto do Tabor em favor do Filho: 'Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!' (Mt 17, 5).

Do alto do Tabor, a ordem divina ecoa pelos tempos e pelas gerações humanas a todos nós, transfigurados na glória de Deus pelo batismo e herdeiros do Tabor eterno: 'Escutai-o!' Como batizados, somos como os apóstolos descidos do monte e novamente envoltos pelas brumas e incredulidades do mundo. Pela transfiguração, entretanto, somos encorajados a vencer o mundo como Cristo, a superar a fragilidade de nossos sentidos, a elevarmos nosso pensamento às coisas do Alto, a manifestar em nós a glória de Deus como primícias do Céu, sob a divina consolação: 'Levantai-vos e não tenhais medo' (Mt 17, 7).

sábado, 11 de março de 2017

A PROFECIA DE JEREMIAS

'A quem falar? Quem tomar por testemunha para que me escutem? Estão-lhes os ouvidos incircuncidados, e são incapazes de atenção. A palavra do Senhor tornou-se-lhes objeto de tédio, e nela não encontram prazer algum. Estou, porém, possuído do furor do Senhor, cansado de contê-lo. Difunde-o à criança que vagueia pelas ruas e à assembléia dos jovens, porque todos serão presos, o marido e a mulher, o ancião e aquela que é cumulada de dias.

A outros passarão suas moradas, assim como os campos e as mulheres; pois que vou estender a mão sobre os habitantes desta terra - oráculo do Senhor. Na verdade, do maior ao menor, todos se entregam aos ganhos desonestos; desde o profeta ao sacerdote praticam todos a mentira; tratam com negligência as feridas do meu povo, e exclamam: Tudo vai bem! Tudo vai bem!, quando tudo vai mal.

Assim serão confundidos pelo procedimento abominável, mas a vergonha lhes é desconhecida, e já não sabem o que seja enrubescer; cairão, portanto, com os que tombarem, e perecerão no dia em que os castigar - oráculo do Senhor. Assim fala o Senhor: sustai vossos passos e escutai; informai-vos sobre os caminhos de outrora, vede qual a senda da salvação; segui-a, e encontrareis a quietude para vossas almas. Responderam, porém: Não a seguiremos!

Coloquei sentinelas junto de vós, ficai atentos ao som das trombetas. E eles responderam: Não lhes prestaremos ouvidos! Portanto, escutai, ó nações: saiba a assembléia o que lhe vai acontecer. Terra, escuta: vou mandar sobre esse povo uma desgraça, fruto de suas maquinações, já que não ouviu as minhas palavras, e desprezou os meus ensinamentos... Não me agradam vossos holocaustos, nem me comprazem os sacrifícios... vou criar obstáculos a esse povo onde pais e filhos tropeçarão. E vizinho e amigo encontrarão neles a morte.

Assim fala o Senhor: 'Eis que do norte surge um povo, e dos confins do mundo ergue-se uma grande nação. Manejam o arco e o dardo, e são cruéis e sem compaixão. Seus urros assemelham-se ao bramido do mar; e montarão em cavalos, dispostos a combater como um só homem contra ti, filha de Sião'. Ante tal notícia caíram-nos os braços, a angústia apossou-se de nós, como as dores de uma mulher no parto.

Não saiais para o campo, nem andeis pelos caminhos, porquanto o inimigo empunha a espada, e por toda parte reina o pavor. Ó filha de meu povo, veste o saco, revolve-te nas cinzas. Cobre-te de luto como se fora por um filho único, e ecoem teus amargos gemidos, porquanto vai cair de repente sobre nós o devastador. 

Qual experimentador de metais, coloquei-te entre meu povo, para que lhe conheças e examines a conduta. São rebeldes entre rebeldes, caluniadores, depravados e de coração duro como o cobre e o ferro. Queimou-se o fole, o chumbo se esgotou, fundiram em vão o metal e o refundiram; as escórias, porém, não se soltaram. Chamai esse povo de moeda falsa, pois que o Senhor o rejeitou'.

(Jeremias 6, 10 - 30)

sexta-feira, 10 de março de 2017

LUZ NAS TREVAS DA HERESIA PROTESTANTE (IX)

Quinta Objeção* do crente: apresentar um texto das Sagradas Escrituras que prove que São Pedro foi bispo de Roma.

O bom crente pede em 5º lugar um texto que prove que São Pedro foi bispo de Roma. Muito bem! Em troca, eu peço ao crente um texto que prove que São Pedro não foi bispo em Roma (gratis affirmatur; gratis negatur), porque o que afirma sem prova é refutado sem prova. Além disso, peço também um texto que prove que Lutero esteve na Alemanha – que foi padre, apóstata, amasiado e pai dos protestantes. Procure bem este texto, sim?

Responderá talvez o crente que tais fatos provam-se pela história, e não pela Bíblia, e diria bem, apesar de protestante. Sim, as verdades históricas devem ser demonstradas pela história. Se meu crente tivesse refletido um pouco, teria compreendido logo que a presença de uma pessoa num lugar, sua ação, sua influência é, antes de tudo, um fato histórico que se deve provar pelos historiadores e não pela Bíblia.

Eu podia limitar-me a esta prova geral, entretanto quero não somente responder ao seu 'desafio', mas quero ainda mostrar perante todos a ignorância supina, a má fé e a falsidade dos protestantes. Para isso provarei a estadia de São Pedro em Roma, pela história e pela Sagrada Escritura. Peço ao amigo crente depor um instante seus preconceitos e seu ódio sectário, pra seguir a argumentação, e depois criar coragem de reconhecer a verdade que brilhará a seus olhos, qual meio-dia. São Pedro esteve em Roma, foi o primeiro bispo em Roma – e morreu martirizado em Roma. Eis três verdades que vou provar, tanto histórica como biblicamente.

I. Prova histórica

Um fato histórico prova-se pelo testemunho dos historiadores imparciais, e o mais possível próximos dos fatos que narraram. Pois bem: existe uma série ininterrupta de testemunhos do século III até aos apóstolos e isso sem uma voz discordante. Em Cartago e em Corinto, em Alexandria e em Roma, na Gália como na África, no Oriente como no Ocidente, a viagem de São Pedro a Roma é afirmada unanimemente, como fato sobre o qual não pairou nunca a mínima dúvida.

No século III temos, entre outros, São Cipriano (258) que diz: 'Vagando a sede de Fabiano, isto é, 'a sede de Pedro' e da dignidade da cátedra sacerdotal, foi Cornélio criado bispo' (Ep. Ad Antonium). Orígenes (254) diz: 'São Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve fosse crucificado de cabeça para baixo' (Com. in Genes, t. 3). Clemente de Alexandria (215) diz: 'Marcos escreveu o seu Evangelho a pedido dos Romanos que ouviram a pregação de Pedro' (Hist. Ecl. VI, 14). Tertuliano (c. 222), por sua vez, diz: 'Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro, então, segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o suspenderam na cruz' (Scorp. C. 15).

No século II abundam igualmente provas. Santo Irineu (202) escreve na sua grande obra 'contra as heresias': Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja' (L. 3, c. 1, n. 1, v. 4). Dionísio (171) escreve ao papa Sotero: 'São Pedro e São Paulo foram à Itália, onde doutrinaram e sofreram o martírio no mesmo tempo' (Evas. Hist. Eccl. II 25).

Do século I convém destacar, Santo Inácio (107), Bispo de Antioquia, que conviveu longos anos com os apóstolos. Condenado por Trajano, fez viagem para Roma, onde foi supliciado, tendo escrito antes uma carta aos Romanos onde diz: 'Tudo isso eu não vos ordeno como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, e eu sou um condenado' (Ad Rom, c. IV). Clemente Romano (101), 3º sucessor de São Pedro, conheceu-o pessoalmente em Roma. É, por isso, autoridade de valor excepcional. Eis o que escreve: 'Ponhamos diante dos olhos os bons apóstolos Pedro e Paulo. Pedro que, pelo ódio iníquo, sofreu; e depois do martírio, foi-se para a mansão da glória. A estes santos varões, que ensinavam a santidade, associou-se grande multidão de eleitos, que, supliciados pelo ódio, foram entre nós de ótimo exemplo'.

Eis provas irrefutáveis, historicamente certas, 'da permanência de São Pedro em Roma'. Os historiadores e testemunhas citados: São Cipriano, Orígenes, Clemente, Tertuliano, Santo Irineu, Dionísio, Santo Inácio e Clemente Romano, são reconhecidos, pela crítica moderna, como autoridades dignas de fé. Nenhum protestante imparcial teve a ousadia de contestá-los; só os nossos ignorantes, que entretanto se dizem luminares, tem o topete de impugnar tais testemunhos. Prova de que não conhecem nem história, nem exegese, nem religião.

Citei só testemunhos anteriores a Lutero, para mostrar a imparcialidade dos historiadores, que não tinham de defender a religião contra os protestantes ou outros hereges; mas apenas de expor um fato conhecido e admitido por todos. E notem que Inácio e Clemente Romano nos são testemunhos coevos. É, pois, um fato certo que São Pedro esteve em Roma e foi ali martirizado sob o reinado de Nero. Nenhum historiador, até aos protestantes, isto é, durante 1500 anos, o contesta; ao contrário: para todos eles é um fato notório e público.

Pobre ódio protestante, que cega os seus adeptos e leva-os a todos os absurdos: repetindo velha lenga-lenga, sem fundamento e sem exame. Estuda um pouco, amigo, e havendo mais luz na inteligência, haverá menos fanatismo, menos petulância no procedimento. Com Deus não se brinca! E nem se brinca com a história, desde que é certa e averiguada por testemunho digno de fé.

II. São Pedro, 1º bispo de Roma

Continuemos o mesmo assunto, dando-lhe agora a extensão necessária: 'São Pedro esteve em Roma' é historicamente certo e notório; 'São Pedro foi o primeiro Bispo de Roma: é o que vamos provar agora. O fato da permanência de São Pedro em Roma seria já uma prova suficiente, pois, sendo apóstolo e chefe dos apóstolos, claro é que São Pedro, desde que fundara, com São Paulo, a Igreja de Roma, era o seu primeiro Bispo.

Citemos, entretanto, para satisfazer os mais exigentes, umas provas históricas. Podia citar muitas longas passagens de Santo Irineu, Caio, São Cipriano, São Optato, Santo Agostinho, São Jerônimo, Sulpício Severo, que atestam unânimes o episcopado romano do príncipe dos apóstolos. Limitemo-nos a umas curtas citações: Caio, falando de São Vitor, Papa, diz: 'Desde Pedro, ele foi o décimo terceiro Bispo de Roma' (ad Euseb. 128). São Jerônimo: 'Simão Pedro foi a Roma e aí ocupou a cátedra sacerdotal durante 25 anos' (De viris ill. 1,1). Santo Agostinho: 'São Lino sucedeu a São Pedro (Epist. 53).

Sulpício Severo, falando do tempo de Nero, diz: 'Neste tempo, Pedro exercia em Roma a função de Bispo' (His. Sacr., n. 28). Santo Irineu: 'Os apóstolos Pedro e Paulo fundaram a Igreja, e o primeiro remeteu o episcopado a Lino, a quem sucedeu Anacleto e depois Clemente'. Eusébio, em sua história, diz: Linus primus post Petrum, Lino foi o primeiro após Pedro, que exerceu o episcopado na Igreja Romana (Hist. Eccles. 104). Eis de novo citações positivas, claras, e de autores dos primeiros séculos, que merecem fé.

Convém notar ainda que todos os catálogos de Bispos de Roma, organizados segundo os documentos primitivos, pelos antigos escritores, colocam invariavelmente o nome de Pedro à frente de todos; com ele abrem a lista nunca interrompida de sucessão episcopal de Roma (Ler sobre isso: Pe. Leonel Franca, Igreja, Reforma e Civilização) Eis, pois, outro fato claramente provado: 'São Pedro foi o primeiro Bispo de Roma'. Para rejeitar este fato histórico é preciso rejeitar a autoridade de todos os historiadores dos primeiros séculos e o testemunho de quase todos os santos Padres da Igreja, cujos escritos são admitidos pela mais áspera crítica. Negando este fato, pode-se, com mil vezes mais razão, negar a existência de César, de Napoleão, de Lutero, de Colombo e de tantos outros vultos históricos.

III. Prova bíblica

Passemos agora à prova bíblica da mesma verdade, isto é, ao testemunho do próprio São Pedro. São Pedro remata a sua primeira epístola com estas palavras: 'Saúda-vos a Igreja eleita que está em Babilônia e Marcos, meu filho' (I Pedro 5,13). Os protestantes de má fé, que só procuram na Bíblia o que lhes dá no gosto, nem procuram qual é essa Babilônia de que se trata, e onde está situada uma tal Babilônia. O exegeta consciencioso, ao contrário, examina as palavras, o contexto, para ver em que sentido, ou natural ou metafórico, devem ser tomadas.

Pois bem, caros protestantes, aqui a palavra Babilônia é tomada metaforicamente e significa Roma, como vou prová-lo. São Pedro, como chefe dos cristãos, que o governo perseguia em toda parte, era o objeto de uma vigilância contínua, de modo que era obrigado a esconder-se e a mudar de vez em quando de residência. Escrevendo pois aos cristãos e podendo as cartas cair nas mãos de traidores, não convinha assinalasse o nome da cidade onde residia; por isso adotou o nome de Babilônia, em lembrança da antiga capital dos sírios, e também para exprimir a corrupção da grande metrópole romana. 

Eis a asserção: É preciso agora prová-la: o tal texto exige pois uma dupla prova: (i) que Babilônia significa Roma; (ii) que Marcos acompanhou São Pedro, que estava em Roma. Provadas estas duas asserções, a citação bíblica tem toda a sua força de argumento insofismável. Havia nesse tempo duas Babilônias: a Babilônia do Egito e a Babilônia da Assíria. A primeira só existiu de nome, era um simples presídio militar, e nenhum apóstolo fundou lá uma Igreja. Não pode, pois, tratar-se deste lugar. A segunda não era mais senão uma simples ruína, sem habitantes, como afirmam historiadores pagãos desse tempo, como Estrabão, Plínio e outros – Magnum desertum, diz Estrabão (Geog, s. 18, c. 1).

Não pode, pois, tratar-se nem de uma nem de outra destas Babilônias em ruínas, onde nunca pisou um apóstolo. Fica, pois, o sentido metafórico da palavra, que significa a metrópole romana, ou a cidade de Roma. Tal é o sentido que de todo tempo os sábios, sejam católicos ou protestantes, tem atribuído a este texto de São Pedro. Vou prová-lo, de novo, para não deixar a menor escapatória à má fé dos biblistas, procurando dar-lhes assim umas noções de exegese que não possuem, e mostrar-lhes que a Bíblia, para ser compreendida, precisa, não de uma simples leitura, mas sim de um estudo sério e paciente. Procurem, pelo menos, aproveitar das investigações e dos estudos dos católicos, como nós aproveitamos dos estudos sérios dos protestantes sinceros.

IV. São Pedro, 1º Papa em Roma

Continuemos a explicação do texto de São Pedro, já citado: 'Saúda-vos a Igreja eleita que está em Babilônia (Roma) e Marcos, meu filho' (I Ped 5,13). Babilônia aqui significa Roma: todos os antigos intérpretes o afirmam unânimes: Pápias, Eusébio, Clemente, São Jerônimo, etc. Não pode ter outra significação, visto não haver cidade com o nome de Babilônia, onde foram os apóstolos, e ainda, como vou mostrá-lo logo, porque Marcos, companheiro de São Pedro, estava em Roma, neste tempo.

Escutemos a esse respeito um sábio protestante, cuja obra acabo de ler (Smith, Dictionnary of the Bible): 'Em apoio de que a Babilônia significa tropicamente Roma' - diz ele - 'cita-se uma tradição narrada por Eusébio, com a autoridade de Pápias e Clemente de Alexandria, para mostrar que a epístola de São Pedro foi escrita em Roma figurada por Babilônia. Ecumênio e São Jerônimo afirmam a mesma coisa'. 'Esta opinião' - continua Smith - 'é hoje geralmente adotada (is the opinion generally adopted now) e é sufragada por Grotius, Lardner, Cave, Hates, etc.' (todos protestantes notáveis).

O próprio Renan, apesar da sua impiedade, é obrigado a adotar esta opinião: 'No fim de desnortear as suspeitas da polícia de Roma', diz ele, 'Pedro, para designar Roma, escolhe o nome da antiga capital da impiedade asiática: Babilônia' (Renan, Anticristo, p. 122). Aliás era costume corrente, entre os judeus, apelidar de Babilônia a cidade dos Césares, e o mesmo costume tinha-se transmitido entre os cristãos. A observação é de um exegeta notável dos costumes hebraicos e da interpretação de Talmud: Judaeis solemne erat Romam Babylonem vocare (Chr. Schoetgen, Hor. Hebr., p. 1050). Este autor cita vários textos dos rabinos em apoio desta asserção. Eis, pois, outro fato fora de dúvida para quem sabe refletir e estudar: São Pedro escreveu a sua epístola de Roma.

Uma outra prova desta asserção clara, positiva, e sem escapatória, é a segunda parte do texto citado: Saúda-vos (junto com a Igreja) Marcos, meu filho (I Ped 5,13). Ora, Marcos nessa época achava-se em Roma, e não em Babilônia, é absolutamente certo, como o diz abertamente São Paulo, em suas epístolas escritas durante o primeiro cativeiro nesta cidade: 'Saúda-vos Aristarco e Marcos, primo de Barnabé I' (Col 4, 10). 'Saúda-te Marcos' (Filip 5,24). Eis o que é claro e positivo, Marcos, estando em Roma, em contato com São Paulo, e saudando os fieis junto com São Pedro: 'Saúda-vos Marcos, meu filho', prova claramente que São Pedro escreveu de Roma, que por tropo ele chama de Babilônia.

V. Prova evangélica

E nem é tudo. O exame interno do nosso segundo Evangelho, em admirável consonância com os mais antigos testemunhos históricos, atesta que Marcos escreveu o seu Evangelho em Roma, sintetizando nele a pregação de São Pedro, príncipe dos apóstolos. Pápias, Justino, Irineu, Orígenes, Clemente, depõe contestes em favor desta verdade. Eis pois a tese claramente provada. São Pedro esteve em Roma, foi o primeiro bispo de Roma e escreveu de Roma a sua primeira epístola às diversas igrejas no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, como o papa dirige hoje ao mundo católico suas encíclicas doutrinais.

E a linguagem de São Pedro é a de um príncipe dos apóstolos, de um chefe de Igreja, em outros termos: do primeiro papa: 'Pedro, apóstolo de Jesus Cristo...graça e paz vos seja multiplicada' (I Pedro 1, 1-2). Terminemos, pois, repetindo bem alto que São Pedro foi o primeiro chefe, o primeiro papa, nomeado pelo próprio Jesus Cristo, residindo em Roma, onde até hoje residem os seus sucessores. É a grande prova da verdade da religião católica. A instrução divina do episcopado é claramente afirmada na Escritura: 'Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho, sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentares a Igreja de Deus a qual santificou pelo seu próprio sangue' (At 20,28). No apocalipse, São João se dirige a sete bispos da Ásia Menor.

'Sem bispos, sem sacerdotes e sem diáconos, não há Igreja', diz muito bem Santo Inácio de Antioquia (Ad Trall. 1,2). O grande Leibniz, pondo a verdade acima dos preconceitos do protestantismo, escreve: 'Não pode haver dúvida que o episcopado e o sacerdócio sejam de instituição divina e fornecem o distintivo da Igreja divina. Combater esta verdade é combater a Igreja e a Escritura' (Syst, theol., p. 302). Bastaria isto para mostrar a um protestante sincero que ele trilha um caminho errado. O protestantismo, sem hierarquia, sem bispos, sem sacerdotes, sem chefe religioso, não pode ser a religião verdadeira, porque está em completa oposição com a organização feita por Jesus Cristo e claramente indicada na Escritura.

Eis pois bem provado – e só um fanatismo cego e ignorante não o compreenderá – que São Pedro esteve em Roma; foi Bispo de Roma, foi o primeiro Papa, nomeado por Cristo. No capítulo seguinte – em resposta à 6ª objeção – provarei que os papas são os legítimos sucessores de São Pedro. Pobre protestante, abra os olhos enquanto é tempo, e deixe de combater uma verdade refulgente como o sol em pleno dia.

* Esta 'objeção' foi proposta por 'um crente' como um desafio público ao Pe. Júlio Maria e que foi tornado público durante as festas marianas de 1928 em Manhumirim, o que levou às refutações imediatas do sacerdote, e mais tarde, mediante a inclusão de respostas mais abrangentes e detalhadas, na publicação da obra 'Luz nas Trevas - Respostas Irrefutáveis às Objeções Protestantes', ora republicada em partes neste blog.

(Excertos da obra 'Luz nas Trevas - Respostas Irrefutáveis às Objeções Protestantes', do Pe. Júlio Maria de Lombaerde)

quinta-feira, 9 de março de 2017

CONTRIÇÃO E PENITÊNCIA

... O mais grave é que, encontrando-nos neste estado [de pecado], não pensamos na deformidade da nossa alma nem nos damos conta do seu aspecto horrível. Quando te sentas numa barbearia para cortar o cabelo, imediatamente tomas na mão um espelho e olhas e voltas a olhar como vai ficando o corte e perguntas aos presentes e ao próprio barbeiro se ficou bem o topete da frente. E, mesmo que já sejas um velho, muitas vezes não te envergonhas da mania de imitar a gente jovem. Mas de que a nossa alma esteja deformada, e até de que tenha assumido o aspecto de uma fera [...], nem sequer nos damos conta. 

No entanto, também aqui dispomos de um espelho espiritual, muito melhor e mais proveitoso que o outro material. Este espelho não somente põe diante de nós a nossa deformidade, mas até, se o quisermos, pode transformá-la em beleza incomparável. Este espelho é a memória dos homens santos, as histórias da sua vida bem-aventurada, a lição das Escrituras, as leis que por Deus nos foram dadas. Se alguma vez decidires olhar para as imagens desses santos, não somente verás a deformidade da tua própria alma, mas, assim que a vires, não precisarás de mais nada para libertar-te dessa fealdade. Tão proveitoso é para nós esse espelho e com tal facilidade realiza a transformação. (Homilias sobre São Mateus, 4, 9)

Não são somente as feridas do corpo que produzem a morte, se não forem tratadas, mas as da alma também. No entanto, chegamos a tal ponto de insensatez que cuidamos, sim, com todo o empenho, das feridas do corpo, mas não fazemos o menor caso das da alma. No corpo, é natural que nos sobrevenham muitas doenças incuráveis; no entanto, nem por isso desesperamos e, apesar de os médicos nos dizerem e repetirem que para tal doença não há remédio nem medicamento que a faça desaparecer, insistimos uma e outra vez e lhes pedimos que pelo menos pensem em alguma coisa que a alivie. 

No caso da alma, porém, para a qual não existe doença incurável, pois a alma não está submetida à necessidade ou fatalidade da natureza; no caso da alma, digo, descuidamos as doenças e desesperamos da sua cura, como se se tratasse de achaques alheios. Onde a natureza das doenças poderia levar-nos a desesperar, pomos todo o nosso cuidado, como se tivéssemos mil esperanças de saúde; onde não há motivo para o desalento, desistimos e nos descuidamos, como se estivéssemos desesperados. A tal ponto atribuímos mais importância ao corpo que à alma!

Na verdade, por este caminho, nem o corpo poderemos salvar. Aquele que descuida o principal e põe todo o seu empenho no secundário, destrói e perde um e outro. Aquele que guarda a devida ordem, ao salvar e cuidar do principal, mesmo que descuide o secundário, ao salvar o primeiro salva também o segundo. É o que Cristo nos quis dar a entender quando disse: 'Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode lançar a alma e o corpo no inferno' (Mt 10,28) (Exortação 1 a Teodoro, 15). Mais do que o próprio pecado, o que irrita e ofende a Deus é que os pecadores não sintam dor alguma dos seus pecados (Homilias sobre São Mateus, 14, 4).

Imaginemos alguém repleto de toda a maldade, que tenha cometido todos os crimes que o excluem do reino dos céus. Não o imaginemos entre aqueles que permanecem entre os infiéis a vida inteira, mas entre os fiéis, entre aqueles que primeiro agradaram a Deus, mas que depois se fizeram fornicadores, adúlteros, moles, ladrões, bêbados, invertidos, maldizentes ou blasfemos, ou cometeram outros pecados semelhantes a estes. Pois bem, nem mesmo a um pecador destes consentiria eu que desesperasse, mesmo que tivesse chegado à extrema velhice com toda essa carga de pecados. 

Se a ira de Deus fosse uma paixão, o pecador teria razão para desesperar de poder apagar um incêndio alimentado por ele próprio com pecados tão grandes. Mas não! A divindade é alheia à paixão e, quando castiga e se vinga, não o faz por ira, mas por sua imensa solicitude e amor. Portanto, é preciso ter bom ânimo e confiar no poder da penitência. Não basta retirar a flecha do corpo; também é preciso curar a chaga produzida pela flecha. Coisa semelhante acontece na alma: depois de ter recebido o perdão dos pecados, tem de curar por meio da penitência a chaga que ficou (Homilias sobre São Mateus, 3, 5).

(Da antologia de São João Crisóstomo)

quarta-feira, 8 de março de 2017

CAMPANHAS DA FRATERNIDADE NO BRASIL (I)

A Campanha da Fraternidade é uma iniciativa anual da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desenvolvida durante o período da Quaresma e que teve início em 1964. De uma maneira geral, os objetivos permanentes das campanhas da fraternidade seriam os seguintes, conforme exposto num artigo de Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) em 2015, no site do CNBB (cópia do português fiel ao texto explicativo):

(i) despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em primeiro lugar, os cristãos na busca do bem comum;

(ii) educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor; exigência central do Evangelho;

(iii)  renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.

Em mais de 50 anos da campanha, a abordagem dos temas pode ser dividida genericamente em três fases: a primeira, entre 1964 e 1972, considerando especificamente questões internas da própria Igreja; a segunda fase, entre 1973 e 1984, adotando como temas as grandes questões sociais do Brasil e a última fase, iniciada em 1985 e ainda enfatizada nas campanhas atuais, incorporando temas específicos das grandes questões sociais, ecológicas e ambientais voltadas ao povo brasileiro.

A partir de 2000, foram introduzidas adicionalmente as chamadas 'campanhas da fraternidade ecumênicas', em parceria com as denominações afiliadas ao Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), normalmente a cada cinco anos (foram realizadas 4 campanhas ecumênicas, nos anos de 2000, 2005, 2010 e 2016). Cada campanha é caracterizada por um tema geral (podendo ter outros objetivos específicos), um lema (comumente um versículo das Sagradas Escrituras), um cartaz e um hino. 

PRIMEIRA FASE: 1964 - 1972

A primeira fase da Campanha da Fraternidade pode ser dividida em dois períodos, o primeiro voltado à renovação da Igreja (campanhas de 1964 e 1965) e o segundo destinado à renovação do cristão (campanhas de 1966 a 1972), sempre de acordo com as prescrições firmadas previamente nos chamados Plano de Emergência e Plano da Pastoral de Conjunto, elaborados em 1962 pela CNBB. A CF pioneira foi regida pelos princípios de arrecadação de fundos para as atividades sociais da Igreja, conversão quaresmal e divulgação e aplicação das então recentes deliberações do Concílio Vaticano II, este efetivamente o evento de referência para a implementação das CF no Brasil . 

1. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 1964


Tema: Igreja em Renovação


Lema: Lembre-se: você também é Igreja

Objetivo Geral: Lembrar todos os fiéis que eles são Igreja (fazer entender de modo prático e definitivo o erro de imaginar que a Igreja são só os Bispos e os Padres. Levar os fiéis a serem responsáveis pelas obras de apostolado e pelas obras sociais mantidas pela Igreja).


2. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 1965


Tema: Paróquia em Renovação

Lema: Faça da sua paróquia uma comunidade de fé. Culto e Amor

Objetivo Geral: A Paróquia deve alimentar nossa fé. E, graças a Deus, alimenta: Pelo anúncio da Palavra de Deus (catequese, pregação, conferências). Pelo testemunho (há cristãos que nos fazem bem pelo esforço de caminhada na fé, na esperança e na caridade; pela aceitação da vontade divina, mesmo em horas terríveis da vida; por uma virtude simples, amável e larga).

3. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 1966


Tema: Fraternidade

Lema: Somos responsáveis uns pelos outros.

Objetivo Geral: Reavivar nos fiéis a consciência de que são membros do Povo de Deus, co-responsáveis por toda a comunidade da Igreja local, diocesana, nacional e universal, e chamados a servir todos os homens, especialmente os pobres.


4. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 1967



Tema: Corresponsabilidade

Lema: Somos todos irmãos – somos todos iguais

Objetivo Geral: reavivar nos fieis a consciência de que são membros do Povo de Deus, co-responsáveis por toda a comunidade da Igreja local, diocesana, nacional e universal. Todos são chamados a servir todos os homens, especialmente os pobres.


5. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 1968


Tema: Doação

Lema: Crer com as mãos

Objetivo Geral: Conscientizar o maior número possível de pessoas para os ideais da campanha: o político, que compreenda que política é favorecer o Bem Comum; o sindicato, que assuma a promoção de sua classe; o patrão, que pague com alegria o justo salário; a família: que haja diálogo entre pais e filhos; a dona de casa, que trate a empregada como pessoa humana…

6. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 1969



Tema: Descoberta

Lema: Para o outro o próximo é você!


Objetivo Geral: A promoção humana, a evangelização no sentido de explicitação da salvação em ato, a ação ecumênica, o aprofundamento catequético e teológico, a vivencia litúrgica, a unidade visível do Povo de Deus.

7. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 1970



Tema: Participação


Lema: Ser Cristão é participar

Objetivo Geral: Fazer da CF uma prática extraordinária de pastoral de conjunto nos moldes propostos pelo Plano de Pastoral de Conjunto.




8. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 1971




Tema: Reconciliação

Lema: Reconciliar

Objetivo Geral: Realizar um intenso movimento nacional de promoção humana, visitando a educação de base dos adultos analfabetos, a iniciar pela sua alfabetização.




9. CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 1972




Tema: Serviço e vocação

Lema: Descubra a felicidade de servir

Objetivo Geral: Motivar fortemente o povo a descobrir, na mentalidade de serviço, a mensagem da fraternidade como fonte de felicidade.

terça-feira, 7 de março de 2017

VERSUS: CONVERSÃO X CONVERSÃO

Com o tema 'Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida' e o lema 'Cultivar e guardar a criação' (Gn 2.15), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) proclamou a sua Campanha da Fraternidade para o ano de 2017. A proposta é enfatizar os diferentes biomas brasileiros e estabelecer relações amistosas entre estes espaços e a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Nas palavras do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner: 'ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem sejamos conduzidos à vida nova' e ainda 'tocados pela magnanimidade e bondade dos biomas, seremos conduzidos à conversão, isto é, cultivar e a guardar'.


(CNBB, 2017)

Sinceramente, alguém com um mínimo de percepção intelectual seria contra a manutenção e a preservação dos biomas, em defesa da vida e do bem estar das futuras gerações? Mas alguém, em sã consciência, acha mesmo que, ao defender os biomas, tocados pela sua 'magnanimidade e bondade', 'seremos conduzidos à conversão?' É essa realmente a resposta de conversão que a Igreja nos apresenta, a nós católicos, nestes tristes e dramáticos tempos da história do homem?


'Agora reinam os maus costumes, a política, o respeito humano, a simulação. Há um escândalo geral por toda parte. Este é o maior e mais forte castigo que caiu sobre todo o mundo: a confusão das ideias. Muitas vezes te disse que antes do fim passaríamos pela Torre de Babel'.

(8 de junho de 1829)

A paz esteja convosco, meus filhos, por toda parte deveis dizer que não só não há paz, mas que os diabos dançam dia e noite, e tecem grandes tramas, apanham em suas redes muitos peixes, cordeiros e ovelhas e as levam à perdição em grandes quantidades, eles se abeberaram com o fel e com o sangue humano ... Eu te falei para não seguir os santos modernos, mas aferrar-te aos antigos, porque os santos modernos, sendo todos ou quase todos falsos, te teriam estragado.'

(14 de abril de 1830)

'Não se pode medir quanto tenham avançado as iniquidades, tanto do homem quanto da mulher. Os demônios, soezes, riem e festejam, porque não têm necessidade de tentações... Não, porque de modo suficiente a malícia e a iniquidade, tanto do homem quanto da mulher, superam em muitos graus a do demônio, pelas obscenidades que se cometem, de todos os gêneros, pelos dois sexos'.

(13 de setembro de 1831)

'Assim dirás a teu confidente que diga a esta gente que chove almas no inferno como a neve. E [almas] de quem? De batizados'.

(10 de setembro de 1820)

(Mensagens de Deus à Beata Anna Maria Taigi (1769 - 1837), transcritas pelo Pe. Gabriel Bouffier na obra 'La Vénérable Servante de Dieu Anna-Maria Taigi d'après les documents authentiques du procès de sa béatification', Ambroise Bray, libraire-éditeur, Paris, 1865).

Estas mensagens divinas, tão duras e impositivas, já têm quase 200 anos! Se há 200 anos, choviam almas como a neve no inferno, o que se pode imaginar nestes nossos tempos? Sinceramente, de que conversão realmente precisamos, senão aquela que leva essencialmente à salvação das almas?