'Por isso, se tua mão ou teu pé te fazem cair em pecado, corta-os e lança-os longe de ti: é melhor para ti entrares na vida coxo ou manco que, tendo dois pés e duas mãos, seres lançado no fogo eterno' (Mt 18, 8)
segunda-feira, 30 de maio de 2016
domingo, 29 de maio de 2016
'EU NÃO SOU DIGNO QUE ENTRES EM MINHA CASA'
Páginas do Evangelho - Nono Domingo do Tempo Comum
Neste domingo, a liturgia da Igreja nos faz retomar a caminhada do Tempo Comum, na revelação diária dos tempos de salvação pelas promessas de Cristo e na vivência cotidiana dos mistérios do Senhor (encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão). As palavras e os ensinamentos de Jesus, sempre tomados à luz dos Evangelhos, são proclamados a cada domingo e reverberam por toda a nossa vida como caminho seguro e pleno de nossa santificação.
Naquele dia, quando 'entrou em Cafarnaum' (Lc, 7,1), logo após ter proclamado o sermão das bem-aventuranças, Jesus vai defrontar-se com uma profunda e sincera manifestação de fé de um oficial romano, o que lhe vai causar admiração. Sim, admiração do próprio Filho de Deus; não pela fé do homem em si, posto que esta é virtude inata ao próprio Deus, mas pela infusão pura e espontânea de tão elevada graça na alma de um gentio (pagão). Tal confissão admirável de fé propiciou o próprio testemunho público do Senhor: 'Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé' (Lc, 7,9) que, imortalizada pelo Evangelho, foi inserida como manifestação corrente na Santa Liturgia da missa como modelo de súplica ao Senhor em face da nossa indignidade humana diante os sagrados mistérios da comunhão eucarística: 'Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo'.
Aquele homem vai ser o primeiro testemunho de que a salvação e o reino de Deus se abre à humanidade inteira, aos judeus e aos gentios, a todos os homens que professem como Única Verdade o Evangelho de Cristo, fora do qual não existe salvação: 'Se alguém vos pregar um evangelho diferente daquele que recebestes (de Jesus), seja excomungado' (Gl 1, 9). Aquele centurião, homem de posses (pois podia até mesmo construir e doar uma sinagoga pra os judeus) e de grande autoridade (pois tinha muitos soldados e empregados sob suas ordens imediatas), não tem um nome, mas a glória do anonimato se revela nas suas atitudes extremadas de fé, humildade e confiança diante do Senhor.
E Jesus concede o milagre da cura ao empregado, sem ter entrado na casa do centurião, solícito às súplicas do homem que O encontrara antes pela fé. A mesma fé que nos invoca o Senhor: 'Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o recebereis' (Mt 21, 22) e que reverbera pelo Tempo Comum, como instrumento definitivo da graça divina para a nossa plena conversão e santificação como filhos de Deus.
MAIO COM MARIA: ORAÇÃO À NOSSA SENHORA
Falai, ó minha Senhora – dir-vos-ei com São Bernardo, falais, porque vosso divino Filho vos escuta, e tudo o que lhe pedirdes vo-lo concederá. Ó Maria, advogada nossa, falai então em favor dos miseráveis pecadores. Lembrai-vos de que é para nossa felicidade também que recebestes de Deus tão grande poder e dignidade. Se um Deus se dignou fazer-se vosso devedor pela natureza humana que de vós assumiu, é para que possais ao vosso agrado dispensar aos miseráveis os tesouros da divina misericórdia. Vossos servos somos, dedicados de modo especial ao vosso serviço, e nos gloriamos de viver sob vossa proteção. Se fazeis bem a todos os homens, ainda aos que não vos conhecem ou honram, e atém aos que vos ultrajam e blasfemam, que não devemos esperar de vossa benignidade que busca os miseráveis para os socorrer, nós que vos honramos, amamos e confiamos em vós?
Grandes pecadores nós somos, porém Deus vos deu misericórdia e poder que ultrapassam nossas iniquidades. Quereis e podeis salvar-nos; e nós tanto mais queremos esperar nossa salvação, quanto mais indignos dela somos, para mais vos glorificar no céu, quando lá entrarmos por vossa intercessão. Ó Mãe de Misericórdia, nós vos apresentamos nossas almas, outrora tão belas e lavadas pelo Sangue de Jesus Cristo, mas depois enegrecidas pelo pecado. Nós vo-las oferecemos; purificai-as. Alcançai-nos uma sincera conversão, o amor de Deus, a perseverança, o paraíso. Grandes favores vos pedimos; mas não podeis obter tudo? Seria muito para o amor que Deus vos tem? Bastante vos é abrir a boca e implorar vosso Filho: ele nada vos recusa. Rogai, pois, ó Maria, rogai por nós; intercedei por nós e sereis atendida e nós seremos salvos com certeza.
Santíssima Mãe de Deus e Mãe da misericórdia, eis-me aqui na Vossa presença e na de Vosso divino Filho, para Vos tributar as minhas homenagens, Vos louvar com a minha língua e Vos venerar com o meu coração. Iluminai Senhora, o meu espírito, inflamai a minha vontade, afim de que Vos possa oferecer dignamente o tributo da minha servidão, para maior glória de Deus, para honra Vossa e proveito da minha alma.
('Glórias de Maria', de Santo Afonso Maria de Ligório)
sábado, 28 de maio de 2016
VISÕES DE SANTA FAUSTINA KOWASLKA
'Um dia eu vi duas estradas: uma estrada larga, coberta de areia e flores, cheia de alegria, música e vários passatempos. As pessoas andavam por essa estrada dançando e se divertindo. E assim chegam até o fim sem perceberem que acabou. No final dessa estrada havia um espantoso precipício, isto é, o abismo do inferno. As almas caíam cegamente naquela voragem, assim que iam chegando e se precipitavam dentro. E era um número tão grande, era impossível contá-las.
E eu vi uma outra estrada, ou melhor, uma senda, porque era estreita e cheia de espinhos e pedras, e as pessoas que caminhavam por ela tinham lágrimas em seus olhos e estavam cheias de dores. Algumas caíam sobre as pedras, mas se levantavam imediatamente e prosseguiam. E no final da estrada havia um estupendo jardim cheio de toda forma de felicidade e todas essas almas entravam nele. Imediatamente, desde o primeiro instante, esqueciam as suas dores' (p. 82-83).
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'Pela noite, enquanto estava na minha cela, vi um Anjo que era o executor da cólera de Deus. Tinha uma veste luminosa e seu rosto resplandecia; uma nuvem sob os pés, da qual saíam raios e relâmpagos que iam até suas mãos e de suas mãos saíam e feriam a terra. Quando vi aquele sinal da cólera de Deus, que devia ferir especialmente certo local que por justos motivos não posso mencionar, comecei a rezar ao Anjo, para pedir a ele se deter um momento, porque o mundo teria feito penitência.
Meu apelo não obteve resultado algum devido à ira de Deus. Naquele momento vi a Santíssima Trindade. A grandeza de Sua Majestade penetrou até o mais profundo de mim e não ousei repetir meu pedido. Naquele mesmo instante percebi que a força da graça de Jesus estava em minha alma. Quando tive consciência dessa graça, no mesmo momento fui raptada até diante o Trono de Deus. Oh! Como é grande o Senhor e Deus nosso e como é incompreensível a Sua santidade. Não procurarei nem sequer descrever essa grandeza, porque dentro de não muito [tempo] O veremos tal qual Ele é.
Comecei a implorar a Deus pelo mundo com palavras que ecoavam interiormente. Enquanto assim rezava, vi a impotência do Anjo, que não podia aplacar o justo castigo, equitativamente merecido pelos pecados. Jamais rezei com um tal poder interior como então. As palavras com as quais supliquei a Deus são as seguintes: 'Eterno Padre, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Teu diletíssimo Filho e Senhor Nosso Jesus Cristo, por nossos pecados e do mundo inteiro. Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós’.
... Eu vi Jesus pregado na cruz. Depois de Jesus ter sido encravado por um momento, eu vi toda uma série de almas crucificadas como Jesus. E vi um terceiro grupo de almas e um segundo grupo de almas. A segunda linha não estava pregada na cruz, mas aquelas almas seguravam firmemente a cruz nas mãos. Porém, a terceira linha de almas não estava crucificada nem segurava a cruz nas mãos, mas aquelas almas arrastavam a cruz detrás de si e se mostravam insatisfeitas. Então Jesus disse-me:
'Vês aquelas almas, que são semelhantes a Mim no sofrimento e no desprezo: elas serão semelhantes a Mim também na glória. E aquelas que se assemelham menos a Mim no sofrimento e no desprezo, elas se assemelharão menos a Mim também na glória'.
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'Hoje, sob a orientação de um anjo, eu estive nos abismos do inferno. É um lugar de grandes tormentos em toda a sua extensão assustadoramente grande. Estas são as várias penas que eu vi: a primeira pena constitui o inferno e é a perda de Deus; a segunda, os constantes remorsos de consciência; a terceira, a consciência de que esse destino nunca vai mudar; a quarta pena é o fogo que penetra na alma mas não a aniquila; é um terrível castigo: é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus; a quinta pena é a escuridão contínua, um horrível fedor sufocante e, embora seja tudo escuro, os demônios e as almas condenadas se veem entre si e veem todo o mal dos outros e o próprio; a sexta pena é a companhia constante de Satanás; a sétima pena é o tremendo desespero, o ódio a Deus, as pragas, as maldições e as blasfêmias.
Estas são as punições que todos os condenados sofrem juntos, mas este não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para diferentes almas, que são os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada de uma maneira terrível e indescritível por onde pecou. Há cavernas horríveis, voragens de tormentos, onde cada tortura é diferente da outra. Eu teria morrido à vista daquelas horríveis torturas, se não me sustentasse a onipotência de Deus.
Que o pecador saiba que será torturado durante toda a eternidade pelo sentido com o qual peca. Eu escrevo isso por ordem de Deus, de modo que nenhuma alma se justifique dizendo que o inferno não existe, ou que ninguém nunca foi, ou que ninguém sabe como ele é. Eu, Irmã Faustina, por ordem de Deus, estive nas profundezas do inferno, com a finalidade de contar às almas e dar testemunho de que o inferno existe.
Eu não posso falar sobre isso agora. Tenho ordens de Deus para deixá-lo por escrito. Os demônios mostraram um grande ódio contra mim, mas por ordem de Deus tinham que me obedecer. O que eu escrevi é uma pálida sombra das coisas que eu vi. Uma coisa que notei, é que a maioria das almas que estão lá, são almas que não acreditavam que havia um inferno. Quando voltei a mim, não conseguia me recuperar do susto pensando que lá as almas sofrem tão terrivelmente, por isso eu rezo com mais fervor pela conversão dos pecadores, e invoco incessantemente a Misericórdia de Deus para eles. Ó meu Jesus, prefiro agonizar até o fim do mundo nas maiores torturas, do que Vos ofender com o menor dos pecados' (p. 276-277).
sexta-feira, 27 de maio de 2016
DAS ESPÉCIES E DOS OBJETOS DOS ESCRÚPULOS
Podem-se distinguir diversas espécies de escrúpulos: uns em matéria de fato, e outros em matéria de direito. Há escrúpulo em matéria de fato quando, por exemplo, a pessoa receia ter consentido num mau pensamento, não haver confessado bem um pecado, ou ter esquecido alguma circunstância, etc: Há escrúpulo em matéria de direito quando, por exemplo, se acredita que há pecado quando não o há; que uma coisa é proibida, quando não o é; que uma ação é culposa, ainda que não seja.
Há escrúpulos·em matéria grave quando, por exemplo, se receia que uma ação que se fez ou que se deva fazer seja pecado mortal; donde vem que, depois de a haver feito, a pessoa se considera como um inimigo de Deus e como objeto de sua aversão. Há-os em matéria leve quando se receia que uma ação que se fez ou que se quer fazer, mesmo a mais inocente, é desagradável a Deus, e se considera a Deus como um amo severo, sempre irritado e descontente, que só tem para o escrupuloso censuras e ameaças, e que breve deve abandoná-lo para puni-lo das suas infidelidades.
Há, finalmente, a tentação do escrúpulo e o consentimento na tentação. A tentação consiste no temor e na angústia que empolgam o coração do escrupuloso e lhe fazem ver pecado onde absolutamente não o há. O consentimento na tentação consiste em que o escrupuloso, em vez de resistir aos seus escrúpulos, a eles se deixa arrastar, escuta-os, examina-os e revira-os cem e cem vezes na mente, embora fique sempre igualmente embaraçado. Finalmente, deixa-se ele persuadir de haver pecado, e não tem repouso enquanto não depositar o seu escrúpulo aos pés de um confessor. Eis agora os principais objetos dos escrúpulos:
1. As orações: Os escrupulosos torturam-se no tocante à maneira como fazem as suas orações: desatenção, distrações, omissões, dissipação, tibieza; racham a cabeça, enleiam-se, acabrunham o espírito com isso; e ·tantos esforços, ao invés de lhes afastar os temores, só são próprios para produzi-los em turba.
2. As confissões: Quantas inquietações não têm os escrupulosos sobre as suas confissões passadas; que desejos de reiterá-las incessantemente e quantos tormentos se são impedidos disso! Confissões gerais, confissões anuais, confissões particulares, confissões sem dor, confissões sem fruto, eis aí outras tantas inquietações que roem os escrúpulos;
3. As correções fraternas: menos hábeis não são eles em forjar mil quimeras no tocante às maledicências ouvidas, às maledicências repetidas, às maledicências não impedidas, do que sobre a curiosidade excessivamente grande para com a conduta do próximo, e sobre o excesso de covardia em repreender os que fazem mal.
4. Os motivos das ações: novo motivo de aflição e de tristeza para o escrupuloso: o motivo das ações, sobretudo nas coisas indiferentes e de conselho. O grande desejo que eles têm, de referir tudo à glória de Deus, leva-os crer que eles nunca têm intenção pura, e que só têm intenções contrárias. Se dão uma esmola, imaginam ser por vaidade; se comem, é por sensualidade, etc, etc.
5. Sobre a predestinação: o quinto objeto dos escrúpulos, pelo qual as almas são trabalhadas, é dos mais desoladores, porque lhes abate o ânimo lançando-lhes trevas no espírito. O escrupuloso não compreende o mistério da predestinação; procura compreendê-lo; acredita-se reprovado, e ei-lo sem coragem, caindo às vezes numa espécie de demência.
6. As perguntas perigosas que ele faz a si mesmo: o escrupuloso lança-se de vez em quando em tentações delicadíssimas, pelas perguntas perigosas que faz a si mesmo: que faria eu se me achasse em tal ou tal caso? Estaria disposto a cumprir o meu dever, a derramar o meu sangue, etc., etc.? E sobre Isto se atormenta, e julga-se culpado daquilo que imagina haver entrevisto nas suas disposições.
7. As tentações: quem não sabe que o escrupuloso teme sempre haver consentido em molestas tentações que o demônio lhe suscite? Ele confunde o sentimento com o consentimento, a tentação com a vontade; daí um motivo inesgotável de perturbações.
(Excertos da obra 'Tratado dos Escrúpulos'. pelo Pe. Grimes, Ed. Vozes, 1952)
quinta-feira, 26 de maio de 2016
CORPUS CHRISTI
Anima Christi
Anima Christi, sanctifica me.
Corpus Christi, salva me.
Sanguis Christi, inebria me.
Aqua lateris Christi, lava me.
Passio Christi, conforta me.
O bone Iesu, exaudi me.
Intra tua vulnera absconde me.
Ne permittas me separari a te.
Ab hoste maligno defende me.
In hora mortis meæ voca me.
Et iube me venire ad te,
ut cum Sanctis tuis laudem te
in sæcula sæculorum.
Amen.
Tantum Ergo
Tantum ergo Sacramentum
Veneremur cernui:
Et antiquum documentum
Novo cedat ritui:
Praestet fides supplementum
Sensuum defectui.
Genitori, Genitoque
Laus et iubilatio,
Salus, honor, virtus quoque
Sit et benedictio:
Procedenti ab utroque
Compar sit laudatio.
Amen.
CORPUS CHRISTI 2016
O pão é pão e o vinho é vinho
como frutos do homem em oração;
é o que trazemos, é tudo o que temos,
como oferendas da nossa devoção.
Não é mais pão, nem é mais vinho
quando espécies na consagração;
alma e divindade que se reconciliam
a cada missa, em cada comunhão.
Aparente pão, aparente vinho,
é mais que vinho, muito mais que pão;
o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo
é o alimento da nossa salvação.
(Arcos de Pilares)
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