sexta-feira, 20 de maio de 2016

quinta-feira, 19 de maio de 2016

POEMAS PARA REZAR (XX)


O QUE QUEREIS DE MIM, SENHOR?

(Santa Teresa de Ávila)

Sou Vossa, Senhor, para Vós nasci:
O que quereis de mim?

Ó Majestade soberana,
Sabedoria eterna,
Bondade infinita de minha alma;
Ó Deus Altíssimo, Ser de bondade absoluta,
Tomai para Vós a minha extrema pequenez,
pela qual Vos louvo com todo o meu amor.
O que quereis de mim?

Sou Vossa, pois Vossa é toda a criação,
Sou Vossa, pois me resgatastes,
Sou Vossa, pois me sustentais,
Sou Vossa, pois me chamastes,
Sou Vossa, pois me tendes esperado,
Sou Vossa, pois não me deixastes perder:
O que quereis de mim?

Que quereis, pois, Senhor de Bondade,
Que se faça em mim, tão pobre serva?
Que missão devereis impor, então,
A esta pobre e infeliz pecadora?
Pois eis-me aqui, Senhor de todos as dores,
eis-me aqui, por inteiro, Amor de todos os amores,
O que quereis de mim?

Eis que Vos dou o meu coração,
Tomai-o em Vossas mãos, Senhor, 
e, com ele, o meu corpo, a minha vida, a minha alma,
o mais íntimo do meu ser, o meu inteiro amor.
Tomai-o para Vós, Senhor meu Deus e Redentor,
eu Vos ofereço tudo o que sou:
O que quereis de mim?

Dai-me que seja a morte, ou porventura a vida,
quem sabe a saúde ou talvez doença;
dai-me as honrarias ou as humilhações humanas,
a guerra dos sentidos ou a mais profunda paz;
a debilidade extrema ou a força absoluta;
nada importa, a tudo sabeis que Vos direi 'sim':
O que quereis de mim? [...]

Sou Vossa, Senhor, para Vós nasci:
O que quereis de mim?

terça-feira, 17 de maio de 2016

OS 10 MANDAMENTOS DO CASAL CRISTÃO

1. Amai a Deus sobre todas as coisas. E em segundo lugar, amai o seu cônjuge. Amai-o mais que a vossos filhos. Amai-o até o ponto de dar sua própria vida por ele.

2. Rezem juntos. A prece individual é excelente e imprescindível pra todo cristão. Mas a prece conjunta, com o cônjuge, é excelente e imprescindível para todo casal. É ótimo quando um ouve o que o outro está pedindo e agradecendo a Deus. Assim um conhece os anseios e aspirações do outro no sublime momento da oração, e isso facilita muito a comunhão. Sempre que possível, rezar juntos o Santo Rosário ou o Terço.

3. Seja a Santa Missa a vossa prioridade no domingo, dia do Senhor. Ide primeiro à Santa Missa, depois às outras atividades. Ide à Santa Missa sempre juntos, como convém ao casal católico, e se tiverem filhos, que eles os acompanhem desde tenra idade, e cresçam em um lar onde se aprenda desde cedo a importância da Santa Missa e do dia do Senhor.

4. Não hesitem em exercer a vossa autoridade dentro do vosso lar. Não deixem que entre em vosso lar qualquer coisa que possa comprometer a busca da santidade na vossa família. Assim, vocês serão pais e mães dignos de serem honrados.

5. Não desautorize, nem agrida, nem ofenda o seu cônjuge. Nunca. Muito menos na frente dos filhos.

6. Vivam castamente o vosso casamento. O matrimônio não é, e nem nunca foi, uma 'licença para a luxúria'. Não aceitem rebaixar a vossa união (que é um sacramento) ao patamar das uniões ilícitas. Respeitem o vosso leito como se fosse um altar.

7. Jamais durmam brigados. Se houver algum desentendimento, fiquem acordados até fazerem as pazes, mas jamais durmam brigados, como se isso fosse normal. Dormir separados então, nem pensar. Nada de um dos dois ir dormir na sala.

8. Não minta nem esconda nada de seu cônjuge. Conquiste a sua confiança, e confie também nele. Vocês devem ser sempre um pelo outro acima de tudo. Esteja sempre pronto a se sacrificar pelo teu cônjuge. E aqui, com sacrifício, não falo exatamente de morrer literalmente, mas de morrer simbolicamente, abrindo mão de toda paixão ou vício que possa atrapalhar a vossa união.

9. Estudem juntos a fé católica. É impossível amar aquilo que não se conhece. Por isso, estudem juntos a fé católica, o catecismo, os dez mandamentos, as virtudes cardeais e teologais. E façam juntos obras de caridade e de misericórdia. Aprendam juntos para ensinarem bem aos vossos filhos.

10. Tenha em vossa casa um crucifixo em lugar bem exposto, a fim de que Cristo esteja a todo momento a vos lembrar até que ponto vocês devem se amar. E também para que todos os que entrarem em vossa casa saibam de que tipo de seres humanos é composta a família que estais a construir.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

SENHORA DE FÁTIMA, SENHORA DO ROSÁRIO


Nossa Senhora de Fátima, Senhora mais brilhante que o sol:
Que a vossa luz alumie os meus passos e a minha vida
no caminho do calvário com Jesus!


Ó Senhora do Rosário, glória de Deus entre toda criatura.
que a vossa paz e bênção me conduzam todo dia 
à Santa Eucaristia com Jesus!


Nossa Senhora de Fátima, Mãe de todas as virtudes,
dai-me uma sede ardente, a sede da água viva,
que jorrou do lado de Jesus!


Ó Senhora do Rosário, cheia de graça e bendita entre as mulheres, 
dai-me um coração sincero e puro como uma nova manjedoura
para ser a morada eterna de Jesus!

(Arcos de Pilares)

FÁTIMA E O ROSÁRIO

A 13 de Maio de 1917, um domingo, enquanto levavam o rebanho a pastar na Cova da Iria, os três videntes de Fátima foram surpreendidos pela aparição de 'uma Senhora vestida de branco mais brilhante que o sol'.

A Senhora assim se apresentou: 'Não receeis. Não vos faço mal'. 'De onde é você?', disse Lúcia. 'Sou do céu'. 'E que quer de mim?'. 'Venho pedir-vos para virdes aqui seis meses consecutivos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois dir-vos-ei quem sou e o que quero. Depois, voltarei aqui novamente pela sétima vez'. 'E também eu vou para o Céu?'. 'Sim, irás'. 'E a Jacinta?'. 'Também'. 'E Francisco?'. 'Sim. Mas deve recitar muitos Rosários...'. 'Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele vos quiser mandar, em reparação pelos pecadores que O ofendem, e de súplica pela conversão dos pecadores?'. 'Sim, queremos'. Então, num impulso íntimo que nos foi comunicado, ajoelhamo-nos e repetimos intimamente: 'Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento'. Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou: 'Recitai o Rosário todos os dias para obter a paz para o mundo e o fim da guerra'. Depois começou a elevar-se serenamente, subindo em direção ao oriente...' (Memórias da Irmã Lúcia).

No dia 13 de Junho, fiel ao encontro marcado previamente com as crianças, a 'Senhora vestida de branco mais brilhante que o sol' apresentou-se de novo e lhes disse: 'Quero que venhais aqui no dia 13 do próximo mês, que reciteis o Rosário todos os dias'. Quando Lúcia lhe pediu que os levasse todos para o Céu, a Senhora respondeu: 'Sim; Jacinta e Francisco, levo-os em breve, mas tu permaneces aqui algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para que me dês a conhecer e me faças amar. Quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Coração Imaculado. A quem a aceitar, prometo a salvação; e estas almas serão amadas por Deus como flores destinadas por mim para honrar o seu trono'. 'Vou ficar aqui sozinha?' perguntou entristecida. 'Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te abandonarei. O meu Coração será o teu refúgio e o caminho que te guiará até Deus'. Quando pronunciou estas últimas palavras, abriu as mãos e transmitiu-nos, pela segunda vez, o reflexo daquela luz imensa, na qual nos víamos como que imersos em Deus. Parecia que Francisco e Jacinta estavam naquela parte de luz que se elevava para o Céu, e eu naquela parte que se difundia na terra. Diante da palma da mão direita de Nossa Senhora, havia um coração coroado de espinhos que pareciam cravados. Compreendemos que era o Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que pedia a reparação' (Memórias da Irmã Lúcia).

Em 13 de Julho, Nossa Senhora apareceu às crianças, que desta vez não estavam sozinhas, mas rodeadas por 3 ou 4 mil pessoas, que acorreram com a curiosidade de ver o que acontecia. De fato, apesar do compromisso que as crianças tinham assumido entre si para não revelar nada a ninguém, a pequena Jacinta dissera alguma coisa em relação ao próximo encontro com a 'Senhora' e a notícia difundira-se rapidamente nos arredores. Foi durante aquela aparição que Nossa Senhora disse às três crianças: 'Quero que venhais aqui no dia 13 do próximo mês, que continueis a recitar o Rosário todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz no mundo e o fim da guerra, porque só ela os poderá ajudar'."Decidimos então rezar o nosso Rosário".

As três crianças não só aceitaram este pedido de Nossa Senhora, mas compreenderam que era com a oração assídua e com muitos sacrifícios que contribuiriam para a conversão dos pecadores, para a paz no mundo, então atormentado pelos horrores da Primeira Guerra Mundial, e para a mudança do que acontecia na Rússia ateia e comunista. A recitação frequente do Rosário tornou-se para eles uma necessidade interior que os estimulou a fazê-lo com fidelidade precisa, mesmo quando a situação se tornou para eles trágica e até cheia de apreensão e receio. Com efeito, estando naquela época Portugal dominado por governos maçônicos e abertamente anti-religiosos, o Administrador do Município de Vila Nova de Ourém (área na qual viviam as famílias das três crianças), decidiu por fim àquele movimento religioso que se tinha desenvolvido por causa deles. 

Na manhã de 13 de Agosto ele foi a Fátima e levou embora consigo os três pastorinhos para Vila Nova de Ourém. Ali aprisionou-os alternadamente na sua casa, ou na prisão municipal, ameaçando-os seriamente também de os matar tudo isto com a intenção de obter que eles lhe revelassem o segredo que Nossa Senhora lhes confiara. Na prisão, os detidos deram aos Pastorinhos o seguinte conselho: 'Dizei ao Presidente da Câmara esse segredo! Que vos importa se aquela Senhora não quer!' 'Dizê-lo, não!', respondeu Jacinta com vivacidade; 'prefiro morrer!'. 'Decidimos então recitar o nosso Rosário. Jacinta mostra uma medalha, que trazia ao peito, e pede a um preso que a pendure num prego da parede e, de joelhos diante da medalha, começamos a rezar. Os presos rezaram connosco, como sabiam; pelo menos permaneceram ajoelhados. Quando Francisco se apercebeu que um dos presos estava ajoelhado com o boné na cabeça, aproximou-se dele e disse-lhe: 'Você, se quer rezar, deve tirar o boné'. E o pobre homem deu-lho imediatamente e Francisco poisou-o sobre um banco. Merece uma especial atenção o fato de que são precisamente as crianças que guiam a recitação do Rosário. Elas fizeram-no antes de mais ajudando-se mutuamente para cumprir o que Nossa Senhora lhes tinha pedido. Elas cumpriram isso sem respeito humano e sem medo, mesmo quando se encontravam entre os encarcerados, e entre as pessoas de pouca reputação e educação.

... Foi com o convite que nos foi feito por aquelas crianças ...  que no mundo inteiro muitas pessoas, muitas famílias se reúnem para recitar o Rosário, tendo presentes de modo especial as intenções que Nossa Senhora recomendou aos pastorinhos de Fátima... Foi precisamente na escuta do convite que lhes foi feito por Nossa Senhora e do que ela recomendava, que os pastorinhos de Fátima não só recitaram com grande fidelidade o Rosário, mas intensificaram o espírito de sacrifício, oferecendo os seus sacrifícios e os notáveis sofrimentos físicos e morais segundo as intenções que a 'Senhora' lhes tinha recomendado: adorar e amar o Coração de Jesus, presente na Eucaristia e tão ofendido pelos pecados da humanidade e rezar e sacrificar-se pela conversão dos pecadores.

(Excertos de reflexão do Cardeal José Saraiva Martins - www.vatican.va)

domingo, 15 de maio de 2016

NA DIVERSIDADE DOS DONS, O MESMO ESPÍRITO

Páginas do Evangelho - Festa de Pentecostes


Emitte Spiritum tuum et creabuntur. Et renovabis faciem terrae

'Enviai, Senhor, o vosso espírito criador e será renovada toda a face da terra'

Originalmente, Pentecostes representava uma das festas judaicas mais tradicionais de 'peregrinação' (nas quais os israelitas deviam peregrinar até Jerusalém para adorar a Deus no Templo), sempre celebrada após 50 dias da Páscoa e na qual eram oferecidas a Deus as primícias das colheitas do campo. No Novo Pentecostes, a efusão do Espírito Santo torna-se agora o coroamento do mistério pascal de Jesus Cristo, na celebração da Nova Aliança entre Deus e a humanidade redimida.

Eis que os apóstolos encontravam-se reunidos, com Maria e em oração constante, quando 'todos ficaram cheios do Espírito Santo' (At 2, 4), manifestado sob a forma de línguas de fogo, vento impetuoso e ruídos estrondosos, sinais exteriores do poder e da grandeza da efusão do Novo Pentecostes. Luz e calor associados ao fogo restaurador da autêntica fé cristã; ventania que evoca o sopro da Verdade de Deus sobre os homens; reverberação que emana a força da missão confiada aos apóstolos reunidos no cenáculo e  proclamada aos apóstolos de todos os tempos.

O Paráclito é derramado numa torrente de graças, distribuindo dons e talentos, porque 'Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos' (1 Cor 12, 4-6). Na simbologia dos vários membros de um mesmo corpo, somos mensageiros e testemunhas de Cristo no meio dos homens, na identidade comum de Filhos de Deus partícipes e continuadores da missão salvífica de Cristo: 'Como o Pai me enviou, também Eu vos envio' (Jo 20, 22).

No Espírito Consolador, não somos mais meros expectadores de uma efusão de graças e dons tão diversos, mas apóstolos e testemunhas, iluminados e portadores da Verdade, pela qual será renovada a face da terra e pelo qual será apagada a mancha do pecado no mundo: 'Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos' (Jo 20, 22-23).

MAIO COM MARIA - HINÁRIO DE MARIA AOS PÉS DA CRUZ


Beijo a tua paixão, 
com a qual fui libertado das minhas más paixões.

Beijo a tua Cruz, 
com a qual condenaste o meu pecado 
e me libertaste da condenação à morte.

Beijo aqueles cravos, 
com que removeste o castigo da maldição.

Beijo as feridas dos teus membros, 
com que foram curadas as feridas da minha rebelião.

Beijo a cana com que assinaste o atestado da minha libertação 
e com que feriste a cabeça arrogante do dragão. 

Beijo a esponja encostada aos teus lábios incontaminados, 
com que a amargura da transgressão 
me foi transformada em doçura.

Tivesse podido eu degustar aquele fel, 
que dulcíssimo alimento não teria sido!

Tivesse podido eu tomar o vinagre, 
que bebida agradável!

Aquela coroa de espinhos 
teria sido para mim um diadema régio.

Aquelas cusparadas 
me teriam ornado como esplêndidas pérolas.

Aquelas zombarias 
me teriam ornado como sinal de profundo obséquio.

Aquelas bofetadas 
me teriam glorificado como o prestígio mais alto.

Eu te beijo, Senhor, 
e a tua paixão é o meu orgulho.

Beijo a lança que dilacerou o documento da minha dívida 
e abriu a fonte da imortalidade.

Beijo o teu lado do qual jorraram os rios da vida 
e brotou para mim o rio perene da imortalidade.

Beijo a tua mortalha com que me adornaste 
tirando-me minhas vestes vergonhosas.

Beijo o preciosíssimo sudário de que te revestiste 
para envolver-me na veste dos teus filhos adotivos.

Beijo o túmulo 
no qual inauguraste o mistério da minha ressurreição 
e me precedeste pela estrada que sai do Hades.

Beijo aquela pedra 
com a qual me tiraste o peso do medo da morte.

(Jorge de Nicomedia, século IX)