OS MANUSCRITOS QUE O INFERNO NÃO QUEIMOU
quarta-feira, 13 de abril de 2016
NO LIMIAR DO SOBRENATURAL (III)
terça-feira, 12 de abril de 2016
FOTO DA SEMANA
Por cima de sua cabeça penduraram um escrito trazendo o motivo de sua crucificação: 'Este é Jesus, o rei dos judeus' (Mt 27, 37)
(Cristo na Cruz, de Diego Velázquez, 1632, Museu do Prado/Madrid)
segunda-feira, 11 de abril de 2016
11 DE ABRIL - SANTA GEMMA GALGANI
Mística, contemplativa, estigmatizada, Santa Gemma Galgani foi contemplada por Deus com um enorme acervo de privilégios, graças e carismas, como os estigmas da Paixão, a coroa de espinhos, a flagelação e o suor de sangue, êxtases frequentes, espírito de profecia, discernimento dos espíritos e visões de Nosso Senhor, de sua Mãe Santíssima, de São Gabriel e uma incrível familiaridade com o seu Anjo da Guarda. Nasceu em 12 de março de 1878 em Camigliano, um vilarejo situado perto de Lucca, na Itália, de família católica tradicional e faleceu, com apenas 25 anos, no Sábado Santo de 11 de Abril de 1903. Foi canonizada a 2 de março de 1940, apenas trinta e sete anos depois da sua morte.
Palavras do Anjo da Guarda à Santa Gemma:
'Lembra, filha, que aquele que ama verdadeiramente Jesus fala pouco e suporta muito. Eu te ordeno, em nome de Jesus, de nunca dar a tua opinião a menos que ela seja pedida; de nunca insistir na tua opinião, mas a ficar em silêncio imediatamente. Quando tiveres cometido qualquer erro, acusa-te a ti mesma dele imediatamente sem esperar que os outros o façam... Lembra-te de guardar os teus olhos e considera que os olhos mortificados possuirão as belezas do Céu.'
Santa Gemma Galgani, rogai por nós!
domingo, 10 de abril de 2016
TESTEMUNHAS DO AMOR
Páginas do Evangelho - Terceiro Domingo da Páscoa
Às margens do mar de Tiberíades, Jesus Ressuscitado aparece pela terceira vez a seus discípulos. E lhes aparece após uma longa noite de aparentes fracassos porque eles não haviam conseguido pescar peixe algum. Aqueles homens, pescadores exímios, bem o tentaram; sabedores dos humores e segredos do mar, bem o tentaram; sabedores das nuances dos ventos e das propícias condições noturnas, bem o tentaram. E tentaram em vão, porque são vãos todos os esforços quando não compartilhados pela graça de Deus.
Ao amanhecer, resignados e confusos, aqueles pescadores obedecem a recomendação de Jesus, embora não O tivessem ainda em plenitude, pois 'os discípulos não sabiam que era Jesus' (Jo 21,4). Mas, ainda assim, lançam as redes à direita da barca, pois aqueles que estiverem à direita de Cristo não serão confundidos e verão as maravilhas de Deus (Mt 25, 33-34). E agora, não lhes é vã a tentativa; a rede se enche de 153 grandes peixes, símbolo de uma pesca extremada, milagrosa porque eivada da graça manifesta de Deus aos homens.
E, tomado de assombro, o discípulo a quem Jesus amava faz um imediato testemunho de amor: 'É o Senhor!' (Jo 21,4). É um testemunho de fé no Filho do Homem, testemunho de esperança, testemunho em Jesus Ressuscitado, condutor verdadeiro dessa barca, que representa a Santa Igreja, testemunho que perpassa os tempos e as gerações humanas dos bem-aventurados que haverão de crer como João. Sim, é o Senhor! O cordeiro imolado para a redenção do mundo, o Salvador, o Ungido do Pai.
Mas é Pedro quem se arroja nas águas frias do mar naquele amanhecer de novos tempos ao encontro do Jesus amado e retorna, na mesma toada, para arrastar a rede cheia de grandes peixes até a margem. Mais uma vez, Jesus prepara-lhes o alimento e distribui o pão e os peixes entre eles. E é a Pedro quem Jesus pergunta por três vezes: 'Simão, filho de João, tu me amas?' (Jo 21, 15-17). E o sim de Pedro, por três vezes, é a prova manifesta universalmente do amor verdadeiro do homem em resposta ao infinito amor de Deus: 'Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo.' (Jo 21, 17). E ante a resposta firme e decidida de Pedro, Jesus o tornará o pastor de suas ovelhas e a pedra da Igreja: 'Segue-me' (Jo 21, 19).
sábado, 9 de abril de 2016
SOBRE A ORAÇÃO - 30 DITOS ESPIRITUAIS DOS PAIS DO DESERTO
1. Moisés, quando quis aproximar-se da sarça ardente, foi impedido de fazê-lo, até que tirasse os sapatos. E tu, que pretendes ver Aquele que ultrapassa todo pensamento e todo sentimento, como não te libertas de todo pensamento apaixonado?
2. Primeiramente, ora para obter o dom das lágrimas; assim, poderás suavizar, pela compunção, a dureza inerente à tua alma e, confessando tua iniquidade ao Senhor, obter dele o perdão.
3. Esforça-te por manter teu intelecto surdo e mudo durante a oração: assim poderás orar.
4. A oração é produto da doçura e da ausência de ira.
5. A oração é fruto da alegria e do reconhecimento.
6. A oração é exclusão da tristeza e do desalento.
7. Se queres orar dignamente, renuncia-te a todo instante; se suportas toda sorte de provações, resigna-te sabiamente por amor da oração.
8. Na hora de orar, encontrarás o fruto de todo sofrimento aceito com sabedoria.
9. O rancor cega a faculdade mestra de quem ora e derrama-lhe trevas sobre as orações.
10. Armado contra a ira, não admitirás jamais a cobiça, pois é a cobiça que alimenta a ira; esta por sua vez, turva os olhos da inteligência e destrói, assim, o estado de oração.
11. Não ores para que tuas vontades se cumpram: elas não concordam necessariamente com a vontade de Deus. Ora, sim, segundo o ensinamento recebido, dizendo: 'que vossa vontade se cumpra em mim'. Em tudo, pede-lhe que se faça a sua vontade, pois ele quer o bem e o benefício para tua alma; tu, porém, não é isso necessariamente que procuras.
12. Não te aflijas quando não receberes imediatamente, de Deus, o objeto de teu pedido: é que ele quer fazer-te ainda maior bem, por tua perseverança em permanecer com ele na oração. O que há de mais sublime, de fato, do que conversar com Deus e abstrair-se numa íntima comunicação com ele?
13. A oração sem distração é a intelecção mais alta da inteligência.
14. A oração é uma ascensão da inteligência para Deus.
15. Ora, em primeiro lugar, para te purificares das paixões; em segundo lugar, para te libertares da ignorância; em terceiro lugar, para te libertares de toda tentação e abandono.
16. Orando com teus irmãos ou orando só, esforça-te por orar, não por hábito, mas com sentimento.
17. Enquanto oras, vigia intensamente a tua memória, para que, ao invés de sugerir-te as suas lembranças, ela te leve à consciência da tua prática; pois, a inteligência tem uma perigosa tendência: deixar-se pilhar pela memória, no momento da criação.
18. Qual o objetivo dos demônios, quando excitam em nós a gula, a impudicícia, a cobiça, a ira, o rancor e as outras paixões? Querem que a nossa inteligência, estupidificada por elas, não possa orar convenientemente; pois, as paixões da parte irracional, vencedoras, impedem-na de mover-se de acordo com a razão (de acordo com as razões dos seres como objeto de contemplação) para procurar atingir a Razão (o Logos: o Verbo) de Deus.
19. O estado de oração é um 'hábito' impassível que, por um amor supremo, arrebata aos cimos intelectuais a inteligência possuída pela sabedoria.
20. Quem ama a Deus conversa incessantemente com ele, como com um Pai, despojando-se de todo pensamento apaixonado.
21. Quem ora em espírito e em verdade, não tira mais das criaturas os louvores que dá ao Criador: é do próprio Deus que ele louva Deus.
22. Sê prudente, protegendo tua inteligência de todo conceito, na hora da oração, para que ela seja firme na sua tranquilidade própria (de sua natureza original). Então, Aquele que tem piedade dos ignorantes virá também sobre ti e receberás um dom de oração muito glorioso.
23. Não poderias possuir a oração pura, estando perturbado com coisas materiais e agitado por inquietações contínuas, pois a oração é o abandono dos pensamentos.
24. A oração é atividade que mais convém à dignidade da inteligência.
25. O corpo tem o pão por alimento; a alma, a virtude; a inteligência, a oração espiritual.
26. Não eleves os olhos enquanto oras; renuncia à carne e à alma e vive segundo a inteligência.
27. Um santo, cheio do amor de Deus e de zelo na oração, encontrou, quando andava pelo deserto, dois anjos que se puseram, um à sua direita, outro à sua esquerda, e caminharam juntos. Mas ele não lhes deu a mínima atenção, para não perder o melhor. Pois, lembrava-se da palavra do Apóstolo: 'Nem os anjos, nem os principados, nem os poderes, poderão separar-nos da caridade de Cristo' (Rm 8,38).
28. Bem-aventurada a inteligência que, no momento da oração, torna-se imaterial e despojada de tudo.
29. A visão é o melhor de todos os sentidos; a oração é a mais divina de todas as virtudes.
30. Quando, em tua oração, tiveres conseguido ultrapassar qualquer outra alegria, é que finalmente, em toda verdade, terás encontrado a oração.
(Ditos Espirituais dos Pais do Deserto, de Evágrio Pôntico - séc. IV)
sexta-feira, 8 de abril de 2016
GALERIA DE ARTE SACRA (XXI)
AS COROAS DA VIRGEM MARIA
Deus pôs sobre a Cabeça de Maria uma coroa de preço infinito, ou melhor, pôs um privilégio que lhe e próprio: Maria tem direito a todas as coroas.
A coroa do mérito e da virtude, laurea virtutis, porque é a única criatura humana que nunca contraiu e nem cometeu pecado, ultrapassando em santidade aos anjos e serafins.
A coroa da ciência e da doutrina, laurea doctoralis, porque Ela conheceu todos os segredos do verbo e o livro da vida lhe foi revelado.
A coroa do combate e da vitória, corona triunphalis, porque conquistou as legiões do inferno e exterminou todas as heresias.
A coroa do mérito e da coragem, corona muralis, porque defendeu os muros da cidade santa contra o furor dos salteadores, preservando da ruína os assediados e por Ela conquistamos o direito de cidadãos do Céu.
A coroa de núpcias e de esposa, corona nuptialis, porque, sem perder o seu diadema de Virgem, ela foi associada por um matrimônio inefável à fecundidade da divina natureza.
A coroa real e sacerdotal, corona regni, infuia sacerdotii, porque, tendo dado à vida a quem é Rei e Sacerdote por excelência, participou e participará eternamente da autoridade do seu Reinado, mérito da sua imolação.
Mas... que profundezas nos metemos a sondar, ó filhos meus? Se em nós refulgem raios, em Maria descansa o sol. Se para uns correm as águas das fontes, em Maria se despeja o mar. Se alguns tem a participação medida, Maria tem a soberania absoluta, de tal modo que as coroas de graças que cingem a sua fronte correspondem à esplêndida manifestação da coroa de glória que a esperou no Céu.
(São Pio X)
quinta-feira, 7 de abril de 2016
DO FALAR CONTIDO
Ouvi, filhos, o conhecimento que eu vos dou: aquele que o guardar não perecerá pelos lábios, nem cairá em ações criminosas.
O pecador é apanhado pela sua leviandade; o orgulhoso e o maledicente nela encontrarão motivos de queda.
Que tua boca não se acostume ao juramento, porque isso leva a muitos pecados.
Que o nome de Deus não esteja sempre na tua boca, e que não mistures nas tuas conversas o nome dos santos, porque nisso não estarias isento de culpa.
Pois, assim como um escravo submetido continuamente à tortura, dela trará as cicatrizes, assim, todo homem que jura pelo nome de Deus, não poderá totalmente escapar ao pecado.
O homem que jura com frequência será cheio de iniquidade, e o flagelo não deixará a sua casa; se não cumprir o juramento, sua culpa recairá sobre ele; e, se o dissimular, pecará duplamente.
Se jurar em vão, isso não o justificará: sua casa será cheia de castigos.
Há uma outra palavra que merece a morte, e não deve ser encontrada na herança de Jacó!
Tudo isto está longe dos homens piedosos, que não se comprazem em tais crimes.
Não acostumes tua boca a uma linguagem grosseira, pois aí sempre haverá pecado.
Lembra-te de teu pai e de tua mãe, quando te achares no meio dos poderosos, para não acontecer que Deus se esqueça de ti na presença deles, e que, tornando-te insensato pela tua excessiva familiaridade, tenhas de suportar um insulto, e desejes não ter nascido, e amaldiçoes o dia do teu nascimento.
O homem acostumado a dizer palavras injuriosas jamais se corrigirá disso.
(Eclesiástico 23, 7 - 20)
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