sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

Assustadoras são as estatísticas dos últimos decênios sobre o matrimônio. Quantos entrelaçam as mãos sem a bênção da Igreja! Como é grande e aterrador o número de divórcios! Quem pode medir a multidão das uniões infelizes e pecaminosas! O matrimônio é a raiz do gênero humano, do Estado e da Igreja. Não admira, pois, que o espírito maligno principie a sua obra de aniquilação exatamente pela raiz. Assim a humanidade ficará abalada, Estado e Igreja haverão de arcar com os vestígios dessa obra de aniquilação. Muitos casamentos são infelizes porque são contratados e feitos sem a assistência do divino Espírito Santo.

Mas o que tem o Espírito Santo a ver com o matrimônio? Antes de tudo, é o Matrimônio um dos sete sacramentos, um canal de graças, e o Espírito Santo é o dispensador das graças merecidas por Cristo. Quando os noivos estão diante do altar, não se encontram somente no círculo de Jesus Sacramentado, mas também sob os raios da graça do divino Espírito Santo que pelo sacramento do Matrimônio, dá um brilho ainda maior às graças recebidas nos sacramentos da Penitência e da Eucaristia. É Ele quem lhes comunica as graças sacramentais próprias, em virtude das quais podem os esposos cumprir os deveres espinhosos do estado conjugal.

Não quer isto dizer que o Espírito Santo deva derramar a abundância das suas graças sobre todos os que se encaminham para o altar das núpcias. Não! Ele deve ser convidado, deve-se invocar instantemente a sua assistência. Sim, já deve ser invocado na escolha dos nubentes. Como pode o Espírito Santo descer com as suas graças repentinamente sobre duas pessoas que o espírito maligno ajuntou, e que foram vinculadas unicamente pela sensualidade? Não é de admirar que esse vínculo se parta em breve.

O Espírito Santo é o Espírito do Conselho e do Entendimento, que aclara a inteligência dos jovens obscurecida pela sensualidade. Como Espírito do Conselho, pode mostrar-lhes se a união deles vem de Deus ou do demônio. E se for consultado seriamente como Espírito da Fortaleza, dispensará também força para se refrear a indomabilidade da carne e impedir uma união baseada unicamente sobre ela. Se o divino Espírito Santo for invocado fervorosamente pelos noivos, convencê-los-á de que o conhecimento da doutrina de Deus e de seus Mandamentos constitui a maior sabedoria. O Espírito da Piedade deve ainda compenetrar as duas pessoas da mesma fé, em que se fundem para a finalidade comum da virtude. Só assim seguirão seu rumo final e eterno.

Se todos os homens devem ser devotos do divino Espírito Santo, com muito mais razão aqueles que querem contrair união matrimonial. O homem pode confiar pouco sobre o seu simples juízo natural, pois o laço matrimonial deve durar e perpetuar-se até a morte, conforme a vontade de Deus, mas nenhum vínculo meramente natural prende os corações por tanto tempo. Então a força e a graça do divino Espírito Santo devem corroborar o laço matrimonial.

Qual é o nome desse laço? Um nome curto e aparentemente simples, entretanto tão significativo como o próprio Deus: amor. É a palavra com que o Apóstolo denominou a essência de Deus: 'Deus é amor'. Para os teólogos, é quase impossível dizer o que Deus é. Mas a palavra que mais se aproxima da natureza de Deus é a palavra amor. E esta palavra, que nos dá melhor o conhecimento de Deus, é o nome para o vínculo que no matrimônio funde dois corações em um só.

No entanto, é justamente na união matrimonial que essa palavra é muitas vezes desvirtuada, despojada de seu conteúdo de ouro. O amor que une os dois cônjuges pode ser tríplice: sensual, natural e sobrenatural.Também o amor sensual é incutido por Deus e o Espírito Santo nos homens, com a constituição das qualidades físicas e naturais, a fim de conduzi-los ao matrimônio. Sem esse amor sensual, os homens todos já teriam desaparecido da face da Terra, por motivos de comodidade.

O Criador pôs nos homens o instinto sexual, que podemos chamar amor sensual. Mas este só merece o título de amor se for dirigido, como o amor de Deus, para a doação da vida a serviço do Criador. Por meio desse instinto o homem tornar-se-á um instrumento do 'Espírito Criador', do qual vem toda a vida. Então os cônjuges, por esse amor, entrarão em íntima relação com o divino Espírito Santo. Entretanto, se tal amor sensual não cooperar na obra criadora do Espírito Santo, se o homem tão somente desejar gozar os prazeres sensuais, não merece ele o nome de amor: é egoísmo sensual, que contradiz diretamente a essência do divino Espírito Santo. 

A segunda espécie de amor é o amor natural, que faz com que os cônjuges se comprazam mutuamente em virtude de seus dotes naturais. Assim, por exemplo, o marido ama a esposa por causa de sua graça, mansidão, modéstia, espírito ativo e econômico e outras virtudes naturais. Todos estes predicados bons são também dádivas do divino Espírito Santo, com as quais condecorou o homem, estimulou e fortaleceu a sua vontade, para aperfeiçoá-las. Entretanto, o amor próprio desempenha um papel muito grande. Um cônjuge ama o outro, digamos, por causa de seus bons predicados, porque deles tira grandes vantagens para si mesmo.

Portanto a dádiva preciosíssima e por excelência do Espírito Santo é o amor sobrenatural. Ele existe quando os esposos se amam reciprocamente como criaturas de Deus, como portadores de uma alma imortal, como templos vivos do divino Espírito Santo, para cujo adorno se esforçam mutuamente. Este amor é de igual modo amor de sacrifício, que sempre quer beneficiar o outro, sempre cultivá-lo, mesmo com prejuízo dos próprios interesses.

Se uma moça dá sua mão a um rapaz só para tirar daí bom proveito, o que os une é o amor próprio, o egoísmo, e portanto é lançado desde já o germe de um casamento infeliz, privado de todo amor sobrenatural. E quando um rapaz contrai núpcias só para tornar mais fácil e agradável a existência terrena, esse motivo para o casamento não pode proceder do Espírito Santo.

O amor sobrenatural não indaga 'o que tenho eu a receber da outra parte?'; mas sim 'o que sou eu para a outra parte?'. Não procura o que é seu. Seu fito é fazer felizes os outros, e não tornar-se feliz à custa dos outros. Esse amor desinteressado, abnegado, que só por último pensa em si, é que vem do Espírito Santo, cuja natureza toda é comunicação, doação, bênção e enriquecimento. O amor sobrenatural é, outrossim, o regulador do amor sensual, que facilmente ultrapassa os limites postos por Deus. O amor sensual será dominado, refreado, contribuindo assim para o amor à virtude.

Embora o amor sensual entre os cônjuges seja consentido por Deus, embora o amor natural possa ser bom, são entretanto ambos inconstantes e sujeitos à languidez, e por isso não podem formar o vínculo seguro e indestrutível que prende dois corações até a morte. Além disso, ambas as espécies de amor extinguem-se, seja pelo desaparecimento da mocidade ou por uma enfermidade grande. Também as boas qualidades naturais são obscurecidas pelos defeitos que cada homem possui. Portanto, é mal colocado um casamento que se baseia unicamente sobre estas espécies de amor. Inquebrantável é tão somente o vínculo do amor sobrenatural, que procede do coração do divino Espírito Santo. Por meio dele os dois cônjuges tornam-se não somente 'uma só carne', mas 'um só coração e uma só alma'.

(Excertos da obra 'Ao Deus Desconhecido', do Pe. Agostinho Kinscher, 1943)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

COMO REZAR

1. Os preceitos evangélicos não são outra coisa, irmãos caríssimos, senão os ensinamentos divinos, fundamentos para edificar a esperança, provações para robustecer a fé, alimento para nutrir a alma, leme para dirigir a navegação, presídio para a salvação. Ao mesmo tempo que iluminam os crentes dóceis sobre a terra, guiam-nos até aos reinos celestes. 

Deus quis que muitos ensinamentos nos fossem dados por meio dos profetas, seus servos. Mas quão superiores são as palavras do seu Filho, aquelas palavras que o Verbo de Deus, já ressonante nos profetas, atesta com a sua viva voz. Já não é alguém que vem aplanar os caminhos d'Aquele que há de vir, mas Aquele que veio e nos abre e mostra o caminho. Deste modo os que, antes, incautos e cegos cambaleavam nas trevas da morte, iluminados agora pela luz da graça, podem seguir na vida sob a guia e o governo de Cristo. 

2. Entre outros conselhos salutares e ensinamentos divinos com os quais provê à salvação do seu povo, Cristo deu-nos também a norma da oração, e Ele mesmo nos mostrou e ensinou como devemos rezar. Aquele que nos deu a vida, ensinou-nos a pedir, com a mesma benevolência com que se dignou dar-nos os outros bens. Assim rezando ao Pai com a oração do Filho, somos mais facilmente ouvidos. 

Já antes tinha anunciado o dia em que os verdadeiros adoradores aprenderiam a adorar o Pai em espírito e em verdade (Jo 4, 23), mas agora cumpre a promessa e faz de nós, santificados pelo espírito de verdade, verdadeiros e espirituais adoradores, conformes ao seu ensinamento. Que oração haverá mais espiritual do que aquela que nos ensinou Cristo, o qual enviou sobre nós o Espírito de Verdade? Que oração será mais verdadeira do que aquela que saiu dos lábios de quem é a verdade? Portanto, rezar de outra maneira diferente da que Cristo nos ensinou, não só é um ato de ignorância, mas uma culpa, pois Ele mesmo disse: 'Vós rejeitastes o mandamento de Deus para acreditar na vossa doutrina' (Mc 7,8). 

3. Seja a nossa oração aquela que o nosso Mestre nos ensinou. É cara e familiar a Deus a oração composta pelo s próprio Filho. Assim, quando rezamos, o Pai reconhece as palavras do Filho. Aquele que é hóspede do nosso coração esteja também nos nossos lábios. Se Cristo está junto do Pai como advogado para os nossos pecados, nós pecadores devemos rogar o perdão dos pecados com as mesmas palavras do Advogado. De fato, se Ele nos prometeu obter tudo o que pedirmos ao Pai em seu nome (Jo 16, 23), quanto mais eficazmente obteremos o que pedimos em nome de Cristo se o pedimos com a sua mesma oração? 

4. Os que rezam, tenham devoção à doçura das palavras. Pensemos estar na presença de Deus e por isso devemos ser aceites aos seus olhos pela atitude do corpo e pela maneira como rezamos. Como é imprudente quem pede sem piedade, assim a oração convém que seja em tom respeitoso e submisso. O Senhor ensinou-nos a rezar no silêncio e nos lugares escondidos das nossas casas. Esta atitude é mais adequada à nossa fé para que saibamos e jamais olvidemos que Deus está em toda a parte, vê tudo e atende a todos, enche com a plenitude da Sua majestade os lugares mais recônditos. 

Está escrito: 'Não sou Eu o Deus do alto e o Deus que está a teu lado? Se o homem se esconde, deixo acaso de o ver? Não sou Eu que encho o céu e a terra?' (Jr 23, 23-24). 'Em todo o lugar os olhos de Deus observam os bons e os maus' (Prov 15,3). E quando nos juntamos aos outros irmãos para celebrar com o sacerdote o sacrifício divino, devemos recordar-nos de ser devotos e disciplinados na oração e não espalhá-la ao vento numa sequência de palavras, nem dirigi-la a Deus precipitadamente, mas sim com propósitos. Deus não escuta a voz, mas o coração. Deus, que perscruta os pensamentos humanos, não quer ser rogado com gritos. Diz assim o Mestre: 'Que andais vós a ruminar nos vossos corações' (Lc 5, 22) e ainda: 'Todas as igrejas saibam que Eu perscruto os rins e os corações' (Ap 2, 23). 

5. Já nos mostra isto o primeiro Livro dos Reis com o exemplo de Ana, figura da igreja. Ana rezava ao Senhor não com palavras clamorosas mas na humildade e no silêncio com o seu coração. A sua oração era oculta, mas era manifesta a sua fé. Falava com o coração e não com a boca, porque só assim era ouvida por Deus. Por isso obteve o que pediu, porque rezou com fé, como atesta a Sagrada Escritura: 'Falava no seu coração. Os seus lábios moviam-se, mas não se percebia a sua voz. E Deus escutou-a' (1 Re 1, 13). 

O mesmo se lê nos Salmos (5, 5): 'Pensai no silêncio dos vossos quartos'. Jeremias põe na boca de Deus estas palavras: 'Encontrar-Me-eis se Me procurardes com todo o coração' (Jr 24, 13). 6. Quando rezarmos não esqueçamos o publicano no templo, que não ousava levantar os olhos ao céu nem se atrevia a elevar as mãos, mas batia no peito em sinal de detestação dos seus pecados, e assim pedia a ajuda da misericórdia divina. Enquanto o fariseu se comprazia a si mesmo, o publicano, com a sua oração, mereceu ser santificado mais, visto que colocou a esperança da sua salvação não na sua inocência - pois ninguém é inocente - mas na humilde confissão dos seus pecados.

E, Aquele que do Céu perdoa os humildes, ouviu a sua oração, como se lê na parábola evangélica que se segue: 'Dois homens subiram ao templo para rezar; um era fariseu, o outro era publicano. O fariseu, de pé, rezava assim: 'Eu Te dou graças, ó Deus, porque não sou como os outros homens, ladrões, injustos, adúlteros; nem tão pouco sou como aquele publicano. Eu jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus bens'. O publicano, ao contrário, lá longe, nem se atrevia a erguer os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: 'Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador'. Pois Eu vos digo que este voltou justificado para sua casa. Não aconteceu o mesmo com o outro, pois quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado' (Lc 18, 10-14). 

Também os Apóstolos, com todos os discípulos, rezavam assim depois da Ascensão do Senhor: 'Perseveravam todos unanimemente na oração, com as mulheres e com Maria, Mãe de Jesus, e com os seus irmãos' (At 1, 14). Perseveravam concordemente na oração e assim demonstravam, com a assiduidade e unanimidade da sua oração, que Deus 'faz habitar sob o mesmo teto todos os que estão de acordo' (Sl 57, 7) e não admite à sua divina e eterna habitação senão aqueles cuja oração é comum e unânime.

(São Cipriano de Cartago)

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

PALAVRAS DE SALVAÇÃO

'O homem criado por amor não pode viver sem amor: ou ama a Deus ou ama o mundo. Aquele que não ama a Deus apega o seu coração a coisas que passam como a fumaça. Quanto mais conhecemos os homens, tanto menos os amamos. É o contrário relativamente a Deus: quanto mais o conhecemos, tanto mais o amamos. Esse conhecimento abrasa a alma de tão grande amor, que ela não pode mais amar nem desejar senão a Deus.

O amor de Deus é um antegozo do céu: se soubéssemos frui-lo, ó como seríamos felizes! O que faz que sejamos infelizes é não amarmos a Deus. Há pessoas que não amam o bom Deus, que não lhe rezam e que prosperam; é mau sinal! Têm feito um pouco de bem através de muito mal. O bom Deus recompensa-os nesta vida. Cumpre fazer com os pastores nos campos durante o inverno: acendem fogo: mas de quando em quando correm a apanhar lenha de todos os lados para alimentá-lo. Se soubéssemos, como os pastores, alimentar sempre o fogo do amor de Deus no nosso coração mediante orações e boas obras, ele não se apagaria nunca'.


(São João Maria Vianney, o Cura D'Ars)

domingo, 8 de novembro de 2015

A VIDA ETERNA POR DUAS PEQUENAS MOEDAS

Páginas do Evangelho - Trigésimo Segundo Domingo do Tempo Comum


A grandeza da alma se consome em virtudes e, dentre elas, a humildade e o despojamento constituem as gemas mais preciosas. Entregar tudo o que se tem - e o tudo em nós é nada - no amor à Verdade que é Cristo é o caminho de ouro para a eternidade com Deus. Jesus nos ensina a buscar este caminho de despojamento interior: livrar-nos dos apegos materiais e das amarras humanas para galgamos e possuirmos valores e bens que têm o selo das heranças eternas.

'Jesus estava sentado no Templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre' (Mc 12, 41). Numa rara passagem dos Evangelhos, encontramos Jesus em silêncio, na quietude do templo, livre das multidões e dos assédios mundanos, observando o entre-sai dos visitadores para o cumprimento formal das ofertas da lei mosaica. No templo em silêncio, o eco das moedas vibrando nos recipientes metálicos da coleta reverberava em profusão, dando ciência a todos da magnitude da oferta. A multidão espreitava e se regozijava na percepção das ofertas mais ricas, no propagar do eco mais longo e mais retumbante.

Jesus ouvia, entretanto, os ecos da alma. Quando a pobre viúva fez a sua oferta, 'duas pequenas moedas, que não valiam quase nada' (Mc 12, 42), ela entregou tudo o que possuía. O mísero tilintar das pequenas moedas não chegou nem aos ouvidos de muitos, mas tocou profundamente o coração de Jesus, como ele revelou, então, aos seus discípulos: 'Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas.Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver' (Mc 12, 43 - 44). Dar tudo o que possuía para viver significa entregar, no nada que somos, todo o amor humano que podemos colocar no coração de Deus.

Em contraste aos valores do orgulho e da hipocrisia dos ricos e dos doutores da lei, mais preocupados com o jogo frívolo das aparências e dos privilégios da ostentação, a oferta da pobre viúva era a sua própria sobrevivência, não era uma esmola. As suas pequenas moedas eram como o punhado de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na jarra da viúva de Sarepta (1 Rs 17, 12). No anonimato do seu pequeno gesto, mereceu do próprio Deus a mensuração de tão grande graça, predestinação de sua herança eterna. E, no escondimento da sua oferta, nos ensinou que a verdadeira dádiva é aquela que nasce da entrega total do coração, no exemplo do próprio Jesus, filho Unigênito de Deus feito homem, que se doou e se entregou por inteiro para a salvação de todos nós.

sábado, 7 de novembro de 2015

QUANDO O INFERNO É AQUI...

Uma barragem de mais de 80m de altura (chamada Fundão) para contenção de rejeitos (resíduos oriundos dos processos de beneficiamento industrial) de minério de ferro se rompe em Mariana, Minas Gerais. Cerca de 55 milhões de mdescem o vale estreito e impacta uma barragem menor (chamada Santarém) mais a jusante (contendo outros 7 milhões de m3, quase que em volume total de água). A massa viscosa vai arrebentando todo o vale a jusante, pegando em cheio o distrito de Bento Rodrigues, com 250 famílias e contendo um pequeno mas valioso registro histórico das Minas Gerais. Lama, lama e mais lama levando destruição, morte, medo e desespero a distâncias de dezenas de km das duas barragens. As obras humanas desconhecem sonhos e histórias, mas destroem uns e outras. A cicatriz da lama varrendo o chão é mais uma prova de que, às vezes, o inferno é aqui...




PRIMEIRO SÁBADO DE NOVEMBRO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi  de 1675...

         “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.