terça-feira, 10 de março de 2015

ORAÇÃO A JESUS

Querido Jesus: 
Ajudai-me a espalhar a Vossa fragrância onde quer que eu vá. Inundai a minha alma com o Vosso Espírito e com a Vossa vida.

Penetrai e possuí todo o meu ser, tão completamente que toda a minha alma seja uma irradiação de Vós.

Brilhai através do meu ser, e mostrai-Vos de tal forma em mim, que cada alma que eu encontre possa sentir a Vossa presença. Que elas ergam o olhar e não me vejam, mas apenas a Vós, Senhor.

Ficai comigo para que eu comece a brilhar como Vós e brilhe de tal forma que seja a luz dos outros. A luz, ó Senhor, virá toda de Vós, nenhuma será minha, sereis Vós a brilhar diante dos outros através de mim.

Permiti pois que Vos louve da forma que Vós mais amais, brilhando sobre aqueles que Vos rodeiam. Deixai que Vos pregue não por palavras mas pelo meu exemplo, pela força do entendimento, pela influência benéfica daquilo que faço, como prova do amor que o meu coração sente por Vós. Amém.

(Cardeal Henry Newman)

domingo, 8 de março de 2015

A EXPULSÃO DOS VENDILHÕES DO TEMPLO

Páginas do Evangelho - Terceiro Domingo da Quaresma


Neste domingo, o Evangelho nos mostra Jesus manifestando aos ímpios a ira santa de Deus. Há pouco, ocorrera o milagre das Bodas de Caná; estava próxima a Páscoa e, em perfeita conformidade à lei judaica, Jesus também viera visitar o Templo em Jerusalém. E ali, num ambiente tomado por uma completa profanação do espaço sagrado, Jesus expulsa os vendilhões do templo.

Tomado de santo furor, diante a balbúrdia e o tumulto dos homens que profanavam o santuário de Deus, Jesus faz um chicote de cordas e os expulsa com peremptória indignação: 'Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!' (Jo 2, 16). Aquelas mãos divinas, consumidas em tantos atos de perdão e de misericórdia, tecem agora um chicote! E, com ele em mãos, golpeia e desmantela as bancas e as mesas, espanta vendedores e cambistas, afugenta os animais em correria, esparrama objetos, moedas e víveres pelo chão, movido por uma indignação e um zelo extremos pela profanação do sagrado. O que deve ter sido este cenário!

Paralisados e tomados de pavor, aqueles homens que se atropelam para fugir diante de Jesus e da profanação revelada, ainda ousam pedir um sinal ao Senhor por tais ações. E Jesus lhes dá a resposta pela revelação do mistério da ressurreição do seu corpo, templo perfeitíssimo de Deus: 'Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19). Jesus não falava do templo físico, mas do templo espiritual que habita em nós, e que contém em plenitude o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor. O primeiro será destruído, porque não era santo. O segundo, por méritos e graças do Salvador, nos abriu as portas da redenção e da eternidade com Deus: 'Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele' (Jo 2, 22).

O episódio da expulsão dos vendilhões do Templo deveria nos alertar duramente sobre o rigor da Justiça Divina, diante o pecado e a perda de referência ao culto do sagrado. Ai daqueles que, usurpando da graça do livre arbítrio, negam a sua realidade espiritual e convertem as suas vidas em construir templos de barro e produzir frutos sazonais, ditados apenas pelos interesses humanos. Serão réus e depositários da santa ira de Deus, porque 'se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo e vós sois esse santuário' (1 Cor 3, 17).

sábado, 7 de março de 2015

OS MAIS BELOS LIVROS CATÓLICOS DE TODOS OS TEMPOS (4)

7. SÃO FRANCISCO DE SALES FILOTEIA ou INTRODUÇÃO À VIDA DEVOTA

Coletânea de orientações espirituais escritas por São Francisco de Sales (1567 - 1622), dedicadas prioritariamente, como explicitado na própria introdução da obra, 'àquelas pessoas que desejam santificar-se vivendo no mundo'. Uma obra de profunda direção espiritual ditada por um santo doutor da Igreja, para levar uma alma que busca elevar-se a Deus pelos caminhos seguros da oração, da prática das virtudes, da fortaleza diante dos obstáculos e das tentações do mundo e da busca perseverante por um contínuo crescimento espiritual.

Eis a síntese de uma obra completa de direção espiritual, dirigida àquelas que são 'as almas generosas (que) vivem no mundo sem impregnar-se do seu espírito (e que) acham a doce fonte da devoção no meio das águas amargas das corrupções mundanas sem queimar as asas de santos desejos de uma vida virtuosa'. Esta alma, instrumento afeto às imperfeições e tibiezas do mundo, mas que ama profundamente a Deus e a Ele quer se unir em santidade por meio da verdadeira devoção é a quem a obra é destinada e a quem o santo chama e se dirige como Filoteia.

A obra é dividida em cinco partes, ao longo das quais se distribuem uma série de conselhos e orientações espirituais, na forma de avisos e/ou exercícios espirituais. A primeira parte contempla os 'Avisos e exercícios necessários para conduzir a alma que começa a sentir os primeiros desejos da vida devota, até possuir uma vontade resoluta e sincera de abraçá-la', incluindo ensinamentos sobre a devoção e a necessidade da devoção a Deus e proposições de uma vida devota face aos pecados e diante os novíssimos do homem.

A segunda parte contempla os 'Diversos avisos para elevar a alma a Deus por meio da oração e da recepção dos sacramentos', incluindo ensinamentos diversos sobre a preparação face às diferentes naturezas da oração e aos sacramentos da confissão e comunhão. A terceira parte contempla os 'Avisos necessários para a prática das virtudes', incluindo ensinamentos diversos sobre a prática das virtudes e a fuga dos vícios do pecado. As duas partes finais da obra incluem, respectivamente, os 'Avisos necessários contra as tentações mais comuns' e os 'Avisos e exercícios necessários para renovar e conservar a alma na devoção'.

8. SÃO PIO X  CATECISMO MAIOR

O Catecismo de São Pio X, escrito e publicado pelo papa Pio X em 1905, é uma referência na Igreja Católica como compêndio de sistematização e consistência da autêntica doutrina do Catecismo Romano, que é apresentada de forma simples, clara e consistente, na forma de perguntas e respostas, numa abordagem uniforme e sequenciada, em função dos tópicos abordados.

O catecismo é estruturado na forma de uma introdução geral e mais cinco partes, incluindo ainda uma chamada 'Lição Preliminar', que faz uma exposição abrangente da doutrina cristã e de suas partes principais. A Introdução contempla as principais orações, meditações e ritos da doutrina católica; a primeira parte faz referência aos elementos do Credo ou Símbolo dos Apóstolos; a segunda parte apresenta s preceitos doutrinários da oração; a terceira parte expõe os mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, a quarta parte refere-se aos sacramentos e a quinta e última parte cuida dos complementos da autêntica doutrina cristã, como aqueles relativos às virtudes, às obras de misericórdia e aos novíssimos do homem.

É importante ressaltar a existência de um catecismo mais atualizado da Igreja, o chamado Catecismo da Igreja Católica, que complementa, mas não substitui o Catecismo de Pio X, de forma a torná-lo superado. Entre as grandes virtudes e relevâncias do Catecismo Maior, estão a natureza e a grande concisão dos conceitos abordados (os elementos doutrinários são apresentados de forma bastante simples, sem grandes discussões teológicas ou formais); o sistema direto de perguntas e respostas, que favorece o rápido entendimento das questões e dos possíveis desdobramentos dos preceitos apresentados inicialmente e a lógica e consistência das proposições, fundamentadas na mais autêntica tradição da Igreja e formuladas sem ambiguidades, rodeios ou variantes de outras possíveis interpretações genéricas.

PRIMEIRO SÁBADO DE MARÇO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

sexta-feira, 6 de março de 2015

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi  de 1675...

         “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

terça-feira, 3 de março de 2015

'ACORDEMOS O CRISTO!'


Eu vou, com a graça do Senhor, vos entreter com a leitura do Santo Evangelho que acabais de ouvir, e com sua graça ainda, vos excitar a não deixar a fé adormecer em vossos corações em face das tempestades e das vagas deste mundo. Se o Cristo, nosso Senhor, foi realmente o mestre da morte, não foi ele também o mestre do sono? Seria verdade que o sono o tenha oprimido, ao Todo-Poderoso sobre o barco? Acreditá-lo seria uma prova de que ele dorme em vós. Se ele não dorme, é porque vossa fé vigia. O apóstolo diz que o Cristo mora em vossos corações pela fé.

O sono do Cristo significa então, ele também, algum mistério. Os navegadores representam as almas, que atravessam as ondas deste mundo sobre a madeira. O barco é a Igreja; com efeito, cada fiel é como o templo de Deus, e o coração de cada um como um barco: ele é preservado do naufrágio, se tem bons pensamentos. Tu ouviste uma palavra ultrajante, é um golpe de vento; tu te irritas, é a tempestade. Quando o vento sobe, quando a tempestade sopra, o barco está em perigo, teu coração está em perigo, ele é agitado pelas ondas. Tu desejas vingar-te da injúria ouvida; tu cedes assim sob o peso da falta do outro e tu naufragas.

Por que então? Porque o Cristo dorme em ti. Que significa isto? Que tu esqueces o Cristo; acorda-o, lembra-te dele, e então o Cristo em ti acordará; olha-o. Que querias? Vingar-te? Tu esqueces que ele disse dele mesmo quando foi colocado na cruz: 'Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem'. Aquele que dorme em teu coração não quis vingar-se. Acorda-o, pense nele. Sua lembrança é sua palavra; sua lembrança é seu comando.

E quando ele estiver acordado em ti, dirás: 'Quem sou eu para querer vingar-me? Quem sou eu para ameaçar um homem? Eu morrerei talvez antes de me ter vingado. E quando, suspirando, inflamado de cólera e alterado pela vingança eu deixar este corpo, não serei recebido por aquele que não quis vingar-se, por aquele que disse: Daí e vos será dado; perdoai e vos será perdoado. Assim, vou apaziguar minha cólera e voltar ao repouso de meu coração. O Cristo comandou ao mar e a calma se restabeleceu'. Que as ondas não vos submerjam perturbando vosso coração. Se entretanto, já que somos homens, o vento nos abate e se ele altera os sentimentos de nossa alma, não nos desesperemos: acordemos o Cristo, a fim de continuarmos a travessia pacificamente até se chegar à pátria celeste.

(Dos Sermões de Santo Agostinho)