terça-feira, 25 de novembro de 2014

FOTO DA SEMANA


(uma prece entre as ruínas de uma igreja em Livorno/Itália, destruída por bombardeios durante a II Guerra Mundial)

VÍDEOS CATÓLICOS

O que perdemos... um vídeo-síntese da tenebrosa perda de referências da tradição bimilenar da Igreja após o Concílio Vaticano II em termos da arquitetura dos templos, da sagrada liturgia, dos sacramentos e do rito da Missa de Sempre, numa abordagem respeitosa, crítica mas, principalmente, confiante e segura na plena restauração da glória da Igreja depois da Grande Tribulação.

(Vídeo produzido por 'In the Spirit of Chartres Committee, Inc', em inglês, com legendas em português)

domingo, 23 de novembro de 2014

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

Páginas do Evangelho - Solenidade de Cristo Rei


Jesus Cristo é o Rei do Universo. Como Filho Unigênito de Deus, Ele é o herdeiro universal de toda a criação, senhor supremo e absoluto de toda criatura e de toda a existência de qualquer criatura, no céu, na terra e abaixo da terra. A realeza de Cristo abrange, portanto, a totalidade do gênero humano, como expresso nas palavras do Papa Leão XIII: 'Seu império não abrange tão só as nações católicas ou os cristãos batizados, que juridicamente pertencem à Igreja, ainda quando dela separados por opiniões errôneas ou pelo cisma: estende-se igualmente e sem exceções aos homens todos, mesmo alheios à fé cristã, de modo que o império de Cristo Jesus abarca, em todo rigor da verdade, o gênero humano inteiro' (Encíclica Annum Sacrum, 1899).

E, neste sentido, o domínio do seu reinado é universal e sua autoridade é suprem e absoluta. Cristo é, pois, a fonte única de salvação tanto para as nações como para todos os indivíduos. 'Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos' (At 4, 12). O livre-arbítrio permite ao ser humano optar pela rebeldia e soberba de elevar a criatura sobre o Criador, mas os frutos de tal loucura é a condenação eterna.

A realeza de Cristo é, entretanto, principalmente interna e de natureza espiritual. Provam-no com toda evidência as palavras da Escritura acima referidas, e, em muitas circunstâncias, o proceder do próprio Salvador. Quando os judeus, e até os Apóstolos, erradamente imaginavam que o Messias libertaria seu povo para restaurar o reino de Israel, Jesus desfez o erro e dissipou a ilusória esperança. Quando, tomada de entusiasmo, a turba, que O cerca O quer proclamar rei, com a fuga furta-se o Senhor a estas honras, e oculta-se. Mais tarde, perante o governador romano, declara que seu reino 'não é deste mundo'. Neste reino, tal como no-lo descreve o Evangelho, é pela penitência que devem os homens entrar. Ninguém, com efeito, pode nele ser admitido sem a fé e o batismo; mas o batismo, conquanto seja um rito exterior, figura e realiza uma regeneração interna. Este reino opõe-se ao reino de Satanás e ao poder das trevas; de seus adeptos exige o desprendimento não só das riquezas e dos bens terrestres, como ainda a mansidão, a fome e sede da justiça, a abnegação de si mesmo, para carregar com a cruz. Foi para adquirir a Igreja que Cristo, enquanto 'Redentor', verteu o seu sangue; para isto é, que, enquanto 'Sacerdote', se ofereceu e de contínuo se oferece como vítima. Quem não vê, em consequência, que sua realeza deve ser de índole toda espiritual? (Encíclica Quas Primas de Pio XI, 1925).

Cristo Rei se manifesta por inteiro pela Sua Santa Igreja e, por meio dela, e por sua paixão, morte e ressurreição, atrai para Si a humanidade inteira, libertada do pecado e da morte, que será o último adversário a ser vencido. E quando voltar, há de separar o joio do trigo, as ovelhas e o cabritos, uns para a glória eterna, outros para a danação eterna: 'Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda... estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna' (Mt 25, 31 - 33.46).

HOJE É DIA DA INDULGÊNCIA PLENÁRIA DE CRISTO REI

Hoje, dia da solenidade de Cristo Rei, recebe Indulgência Plenária todo fiel* que recitar, publicamente e com piedosa devoção, o ato de consagração do gênero humano a Jesus Cristo Rei:

   Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai sobre nós que humildemente estamos prostrados na vossa presença, os vossos olhares. Nós somos e queremos ser vossos; e, a fim de podermos viver mais intimamente unidos a vós, cada um de nós se consagra, espontaneamente, neste dia, ao vosso sacratíssimo Coração. Muitos há que nunca vos conheceram; muitos, desprezando os vossos mandamentos, vos renegaram.
   Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao vosso Sagrado Coração. Senhor, sede rei não somente dos fiéis, que nunca de vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos, que vos abandonaram; fazei que estes tornem, quanto antes, à casa paterna, para não perecerem de miséria e de fome. Sede rei dos que vivem iludidos no erro, ou separados de vós pela discórdia; trazei-os ao porto da verdade e à unidade da fé, a fim de que, em breve, haja um só rebanho e um só pastor.
    Senhor, conservai incólume a vossa Igreja, e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; concedei ordem e paz a todos os povos; fazei que, de um polo a outro do mundo, ressoe uma só voz: louvado seja o coração divino, que nos trouxe a salvação; honra e glória a ele, por todos os séculos. Amém.

*Para que alguém seja capaz de lucrar indulgências, deve ser batizado, não estar excomungado e encontrar-se em estado de graça, pelo menos no fim das obras prescritas. O fiel deve também ter intenção, ao menos geral, de ganhar a indulgência e cumprir as ações prescritas, no tempo determinado e no modo devido, segundo o teor da concessãoA indulgência plenária só se pode ganhar uma vez ao dia. 

sábado, 22 de novembro de 2014

22 DE NOVEMBRO - SANTA CECÍLIA


Cecília, virgem e mártir romana do século III sob o império de Marco Aurélio, foi a primeira santa da Igreja exumada com corpo incorrupto, muitos séculos após a sua morte, fato que a tornou de imediato uma das santas mais veneradas da Idade Média e que levou o seu nome a figurar no próprio Cânon da Missa.

Os poucos dados disponíveis de sua vida foram relatados na obra 'Paixão de Santa Cecília', do século V. Sabe-se que, desde muito cedo, Cecília perdeu os pais e ofereceu-se a Deus como Esposa de Cristo. Contra as suas pretensões, foi prometida pelos seus parentes em casamento a Valeriano, um jovem nobre romano. Como esposa de Valeriano, conseguiu a conversão do marido e a sua aceitação a uma vida conjugal como irmãos. Mais tarde, Tibúrcio, irmão de Valeriano, também abraçou plenamente a fé cristã.

Em função da perseguição romana aos que professavam a fé cristã e, uma vez denunciados, Valeriano e Tibúrcio foram decapitados. Quanto a Cecília, foi condenada inicialmente à morte por asfixia em uma câmara úmida sob elevadas temperaturas. Ilesa diante dessa condenação, Cecília foi levada a um templo para ser decapitada e, mesmo mortalmente ferida, agonizou ainda por muito tempo. Seu corpo foi sepultado, na mesma posição de sua morte, nas catacumbas romanas.

Em 1599, o túmulo de Santa Cecília foi encontrado e, uma vez aberto, revelou o corpo intacto da santa em uma posição de suave repouso, imagem que foi reproduzida e ratificada em uma célebre escultura de puro mármore feita pelo artista Stefano Maderno (1566-1636). É considerada a padroeira da música sacra e dos músicos, sendo comumente representada com um instrumento musical porque, durante os festejos do seu casamento, durante músicas e canções festivas, teria elevado o pensamento a Deus em piedosa aspiração: 'Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que eu não seja confundida'. 

(decapitação de Santa Cecília)

(estátua em mármore de Santa Cecília)


Santa Cecília, rogai por nós!

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

AS CRUZADAS


Em novembro do ano de 1095, o Papa Urbano II convocou um concílio na cidade de Clermont-Ferrand na França que, entre outros assuntos, tinha o propósito de deliberar sobre a situação à época da Terra Santa, há muito em poder dos muçulmanos. Com efeito, após vários séculos de contínuas conquistas, os exércitos muçulmanos dominavam todo o norte da África, o Oriente Médio, a Ásia Menor e grande parte da Espanha, incluindo Egito, Síria e a Palestina, terra de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dali, o império muçulmano tenderia a se expandir cada vez mais para o Ocidente, para Constantinopla e até os confins da Europa. 

A situação tornou-se ainda mais crítica com a invasão de povos bárbaros tártaros, particularmente os turcos, que tinham dominado a Pérsia e adotado a religião de Maomé, com poderio avassalador de suas hordas de conquista sob a dinastia dos seljúcidas. Mediante uma atroz perseguição contra os cristãos do oriente e dos peregrinos à Terra Santa, a civilização cristã corria o risco de ser destruída em face de sua supressão no Oriente e de uma consequente ofensiva islâmica sobre o Ocidente.

Naquele concílio - mais precisamente em 17 de novembro de 1095, o Papa Urbano II deu início à gloriosa era das cruzadas (foram 9 no total, num período de cerca de 200 anos), clamando à cristandade e a Santa Igreja a combaterem com armas contra os inimigos da fé cristã: os mouros sarracenos e demais seguidores de Maomé, os hereges albigenses e as hordas de bárbaros pagãos que avançavam sobre o Reno e o Danúbio e pela libertação dos lugares santos da fé cristã, por meio de um brado decisivo: Deus lo vult - Deus o quer! Expressão do heroísmo religioso levado às últimas consequências, as cruzadas representaram, apesar de muitas infortúnios e fatos condenáveis, a salvação da cristandade e sua libertação do jugo islâmico no Ocidente.
Neste ideal de liberdade da fé cristã, foram realizadas nove Cruzadas ao longo dos séculos XI e XIII, das quais a primeira é a mais importante, pois foi, por meio dela, que Godofredo de Bouillon logrou estabelecer no Oriente, ainda que por um breve período, o Reino Latino de Jerusalém, o principado de Antioquia e os condados de Edessa e de Trípoli. Uma vez entronizado como rei de Jerusalém, Godofredo de Bouillon recusou a coroa que lhe foi oferecida, na Terra Santa onde Jesus havia sido coroado com uma coroa de espinhos. Nessas santas lutas em defesa da Fé contra os muçulmanos, pagãos e hereges, participaram uma legião de cristãos que foram chamados 'cruzados', que legaram à cristandade seus feitos e um heroísmo particular, firmados nas premissas de Cristo de que não é digno dEle quem não toma sua cruz e a leva até o fim e de que as verdadeiras riquezas do mundo não são as materiais, mas aquelas forjadas pelos bens espirituais que nem a ferrugem nem a traça são capazes de corroer. 

AS NOVE CRUZADAS

1095 - O Papa Urbano II convoca a Cristandade para partir em direção a Jerusalém, para libertar a cidade e os cristãos do Oriente, que estavam sob jugo muçulmano.

1096-1099 - Primeira Cruzada: período de três anos para as conquistas de Niceia, Antioquia e, por fim, Jerusalém.

1147-1149 - Segunda Cruzada, a pedido do Papa Eugênio III (motivado pela queda de Edessa) e pregada na França por São Bernardo, concluída pela derrota derrota de Luís VII, rei da França e de Conrado III, imperador alemão, diante da cidade de Damasco. 

1189-1192 - Terceira Cruzada, empreendida por causa da queda de Jerusalém em poder de Saladino. O rei da França Felipe Augusto, o imperador alemão Frederico Barbaroxa e o rei da Inglaterra Ricardo Coração de Leão tornam-se cruzados; tomada da ilha de Chipre e de Acre, no litoral da Palestina e acordo firmado com Saladino, que concedeu livre acesso aos lugares santos; criação do reino cristão da Pequena Armênia.

1202-1204 - Quarta Cruzada, convocada pelo Papa Inocêncio III, que tinha o Egito como objetivo inicial. Os cruzados terminaram tomando Constantinopla, onde Balduíno de Flandres instala o império latino, também de curta duração.

1217-1221 - Cruzada das crianças: milhares de crianças e jovens morrem a caminho de Jerusalém. Quinta Cruzada, sob novo apelo de Inocêncio III: os cruzados tomam e depois perdem Damieta, no Egito.

1229 - Sexta Cruzada: o imperador alemão Frederico II consegue negociar com o sultão do Egito o livre acesso dos peregrinos às cidades de Jerusalém, Belém e Nazaré.

1248-1254 - Sétima Cruzada: Jerusalém cai em 1244, pela segunda vez, em mãos dos muçulmanos. São Luís IX empreende a conquista do Egito e conquista Damieta, que depois devolve, ao ser derrotado e tornado cativo.

1270 - Oitava Cruzada: São Luís IX morre diante de Túnis, no norte da África.

1291 - Nona e Última Cruzada: tentativa de suspender o cerco da Fortaleza de Acre, sem sucesso. Com o abandono das duas últimas fortalezas da Ordem dos Templários na Palestina e ao norte de Beirute, os Estados Latinos da Terra Santa foram extintos.