sexta-feira, 5 de setembro de 2014

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque  durante a oitava da festa de Corpus Christi  de 1675...

         “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

À SEMELHANÇA DE JESUS


Em certas horas encontro-me tão triste, que até a própria vida me pesa. Mas, refletindo um pouco, vejo que é tudo questão do amor próprio ofendido, ou de alguma paixão contrariada. Disseram-me alguma palavra humilhante, mimosearam-me com exprobrações injustas ou palavras injuriosas, fui malsinado por aqueles mesmos cuja estima me é tão cara e preciosa. E por tudo isto me deixo dominar da melancolia? Que cabeça pequenina a minha! Não foi Jesus tratado pior do que eu? Não lhe chegaram a dizer que era dado ao vinho, que era um furibundo, um possesso do demônio? Portanto, porque hei de entristecer-me? Reparando bem, toda esta aparente desonra que me aflige, não representa senão um traço de semelhança entre mim e Jesus. E será isto um mal?

Como? Eu assemelhar-me a Jesus? Eu pensava que para isso bastava orar um pouco como Ele, trabalhar um pouco como Ele, dizer algumas palavras santas como as suas, fazer algumas carícias às crianças, arremessar algumas setas contra os escribas e fariseus, como era seu costume. Mas esquecia que tudo isto é muito pouco e que, para ter parecenças com Jesus, tenho de tomar uma certa cruz e, com a cruz, quantas coisas amargas e pesadas!

E, contudo, é assim mesmo: a semelhança com Jesus demanda humilhações e humilhações, e depois ainda humilhações. E preciso ser-se mal compreendido e interpretado nas coisas mais evidentes e mais justas; passar por hipócrita quando se é franco e sincero; ser tido por egoísta quando se fez um sacrifício pelo próximo; ser acoimado de imbecil quando se perdoa e se ama um ofensor; ser perseguido pela calúnia pelo temor que uma virtude nossa vá ofuscar o falso esplendor duma hipocrisia; ser amaldiçoado quando só bênçãos se mereceram... 

São coisas que queimam a alma como botões de fogo; mas como lhe fazem bem! Que prazer, quando se tem os olhos cheios de lágrimas, poder dizer, olhando o Tabernáculo: também Jesus chorou assim; quando o coração transborda de amargura e de dor, poder dizer: também Jesus sofreu assim; quando se cai por terra sob o peso duma cruz enorme, poder dizer: também a Jesus aconteceu assim. São gostos estranhos para o mundo, mas para a alma eucarística tem uma tal doçura e sublimidade, que ela estaria sempre sobre a via do Calvário para granjeá-las todos os dias. Para a alma eucarística... Mas para mim, que sou muito diverso, como encontro eu estes gostos?

Agora, compreendo porque quando olho o Crucifixo sinto no coração um não sei quê, como que um remorso. Acontece-me como a um homem vaidoso que, vendo-se ao espelho, se encontra disforme. Basta; já sei onde está o retrato de Jesus. Irei contemplá-lo e farei confrontos. Serão odiosos à minha soberba, mas paciência! Afinal, tendo eu sofrido tantas coisas no passado para aviltar a minha alma, serei agora um louco se sofrer um pouco para me assemelhar a Jesus?

(Excertos da obra 'Centelhas Eucarísticas', de original italiano, 1906; trad. de Adolfo Tarroso Gomes, 1924)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

BREVIÁRIO DIGITAL - ORAÇÕES E MEDITAÇÕES (II)

 
(Do original 'O Pequeno Missionário', P. Guilherme Vaessen, 1953, p. 50 - 54)

MODO BREVE DE MEDITAR A PAIXÃO DO SENHOR


Após a invocação do Espírito Santo, façamo-nos três perguntas: 

1.º Quem é que sofre? É um homem, um príncipe, um rei? É um anjo, um querubim, um serafim? Não, é mais ainda, é um Deus, o eterno, o infinito, o Criador de todas as coisas, o soberano do céu e da terra. Não nos é um estranho, pois que é nosso amigo, o nosso benfeitor, o nosso irmão, o nosso Pai por excelência. Que motivo para nos compadecermos de seus tormentos!

Detenhamo-nos em cada um destes pensamentos para melhor deles nos compenetrarmos.

2.º O que Ele sofre? No seu corpo: a flagelação, a coroação de espinhos, o esgotamento de suas forças no caminho do Calvário, na crucifixão. Na sua alma: temores, desgostos, tristeza no jardim das Oliveiras, angústias indizíveis até a morte por causa dos nossos pecados e da perdição das almas.

Figuremo-nos sofrer nós mesmos todos esses suplícios, e nos compadecermos melhor das dores do Redentor.

3.º Como Ele sofre? Com calma, paciência, submissão perfeita à vontade de seu Pai... Com o desejo de glorificá-lo e de salvar o gênero humano perdido... Praticando todas as virtudes num grau sublime e divino.

Consideremos pormenorizadamente essas virtudes; unamo-nos às intenções e disposições do Homem-Deus que as praticava nas mais difíceis circunstâncias.

(Excertos da obra 'Meditações para todos os dias do ano', de R.P. Bronchain, Tomo I, Ed. Vozes, 1949)

domingo, 31 de agosto de 2014

'TOME A SUA CRUZ E ME SIGA'

Páginas do Evangelho - Vigésimo Segundo Domingo do Tempo Comum


Jesus, a caminho da Cesareia de Felipe, vai fazer aos seu apóstolos neste dia, de forma explícita, o primeiro anúncio de sua Paixão e Ressurreição, que consubstanciarão os eventos culminantes de sua missão salvífica. Missão que Ele vai cumprir até o fim, até a plena consumação das grandes profecias, o Verbo encarnado entregue como cordeiro à morte de cruz, entre dois ladrões, para a redenção da humanidade pecadora.

Diante dos desígnios da Providência, irrompe as emoções e julgamentos humanos. Pedro, a mesma pedra que antes recebera a proclamação como fundamento da Igreja, vacila agora diante da incompreensão dos tributos extraordinários de Deus feito homem. Vacila e se confunde na fé, moldada apenas pelos rudimentos de sua vontade humana e que se recusa a aceitar as reverberações das palavras de Jesus, que acabara de revelar aos discípulos que iria 'sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia' (Mt 16, 21).

Jesus vai repreendê-lo duramente em seguida, nomeando-o como 'satanás' e como 'pedra de tropeço', designações que o tornam adversário das coisas do Alto, por limitar aos ditames da lógica humana os inescrutáveis desígnios da mente divina, por não pensar 'as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!' (Mt 16, 23). De agora em diante, e com singular devoção, Jesus vai preparar os seus discípulos, e especialmente a Pedro, para os tempos já tão próximos de sua Paixão, Morte de Cruz e Ressurreição e também para o chamamento ao sacrifício e martírio de tantos.

No caminho da santidade, Deus não nos pede um pouco, ou quase tudo, pois cumprir a Vontade de Deus exige de nós a completa e absoluta disposição da alma. Não há meios termos, nem concessões de menos. Deus quer e espera tudo de nós, toda a nossa vida, todo o nosso tempo, toda palavra, pensamento e ação: 'Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? ' (Mt 16, 24 - 26). E ao perguntar: 'O que poderá alguém dar em troca de sua vida?' (Mt 16, 26), responde com a promessa da verdadeira vida e da verdadeira felicidade no Céu, que hão de nos acompanhar como eleitos da graça nas planuras eternas da Casa do Pai.

sábado, 30 de agosto de 2014

SALMO 62

O profeta Jeremias já havia louvado o Senhor: 'Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir' (Jr 20, 7) e proclamado o Senhor como a 'fonte de água viva' (Jr 2, 13). O próprio Jesus prometera à mulher samaritana: 'Quem beber da água que Eu lhe der, jamais terá sede, porque a água que Eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna' (Jo 4, 14). O Salmo 62 refere-se à contemplação mística da alma diante de Deus, alma sedenta do amor de Deus, alma tangida na graça da plenitude de Deus. 

Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! 
Desde a aurora ansioso vos busco! 
A minh'alma tem sede de vós,
minha carne também vos deseja,
como terra sedenta e sem água!

Venho, assim, contemplar-vos no templo,
para ver vossa glória e poder.
Vosso amor vale mais do que a vida:
e por isso meus lábios vos louvam.

Quero, pois, vos louvar pela vida,
e elevar para vós minhas mãos!
A minh'alma será saciada,
como em grande banquete de festa;
 cantará a alegria em meus lábios,
ao cantar para vós meu louvor!

Penso em vós no meu leito, de noite,
nas vigílias suspiro por vós!
Para mim fostes sempre um socorro;
de vossas asas à sombra eu exulto!
Minha alma se agarra em vós;
com poder vossa mão me sustenta.