terça-feira, 17 de dezembro de 2013

'TU ME DEIXAS ENTRAR?'

O Frei Capuchinho, Raniero Cantalamessa,  foi nomeado por João Paulo II Pregador da Casa Pontifícia em 1980 e confirmado neste cargo do Vaticano por Bento XVI, em 2005. Nesta função prega, a cada semana, no Advento e na Quaresma, uma meditação na presença do Papa, dos Cardeais, Bispos, Prelados e Superiores Gerais de Ordens Religiosas. Em uma de suas homilias, descreveu um comovedor testemunho de fé escrito por um jovem soldado russo chamado Aleksander Zacepa, pouco antes de morrer em uma batalha durante a II Guerra Mundial. O testemunho - uma oração de descoberta da autêntica fé cristã - achado num dos bolsos da jaqueta do soldado morto e que só foi publicado em 1972, é transcrito abaixo.

(Soldados russos se preparando para a batalha de Kursk, em julho de 1943)

'Ouve, ó Deus! Na minha vida eu nunca falei uma vez Contigo,
mas hoje eu quero estar em Tua presença.
Desde a infância me diziam que Tu não existias ...
E eu, como um idiota, acreditava.

Eu nunca me preocupei em contemplar Tuas obras,
mas esta noite eu vi, de uma cratera aberta por uma granada, o céu cheio de estrelas
e fiquei fascinado por tal esplendor.
Naquele momento eu percebi quão terrível era o meu engano...

Eu não sei, ó Deus, se Tu me darás a mão,
porém Te digo que Tu me entendes...
Não é estranho que em meio a esse terrível inferno
me tenha aparecido a luz e eu Te tenhas descoberto?

Eu não tenho nada mais a Te dizer.
Estou feliz, por Te ter conhecido.
À meia-noite teremos de atacar,
mas eu não tenho medo,
Tu olhas por nós.

Foi dado o sinal!
Eu tenho que ir.
Que bom que eu estava Contigo!
Quero Te dizer, e Tu o sabes bem, que a batalha será dura
e que talvez esta noite eu vá bater à Tua porta.
E se bem que eu não tenha sido Teu amigo até agora, quando eu chegar,
Tu me deixas entrar?

O que se passa comigo? Devo chorar?
Meu Deus, olha o que aconteceu comigo.
Só agora comecei a ver claramente ...
Meu Deus, eu me vou ... Vai ser difícil voltar.
Mas que estranho.. agora a morte não mais me assusta'. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

AS IMAGENS DE DEUS

Terremotos na Indonésia e no Haiti. Furacões em Nova York. Terremotos e tufões nas Filipinas. Tempestades na Costa Leste dos Estados Unidos e na Região Serrana do Rio de Janeiro. Muita coisa em comum em todos estes fatos: natureza em fúria, destruição, escombros, mortes, tragédias. Uma coisa também extraordinariamente incomum nestes eventos: imagens de Nossa Senhora e Jesus Cristo admiravelmente ilesas em meio a cenários de destruição geral. Coincidências e acasos sem fim nas mentes dos idólatras do mundo. Sinais e apelos extremados do Céu à fidelidade e à perseverança filiais à mais autêntica fé cristã, para os que cremos. 

'Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão'










(vídeo em inglês)

domingo, 15 de dezembro de 2013

'ÉS TU AQUELE QUE HÁ DE VIR?'

Páginas do Evangelho - Terceiro Domingo do Advento 


Eis o Advento do Senhor: depois da vigilância e da conversão, vivenciados nos domingos anteriores, segue agora o ressoar das trombetas da legítima alegria cristã neste terceiro domingo. Sim, alegria cristã, alegria plena do amor de Cristo, proclamada pelo livro do Profeta Isaías: 'Os que o Senhor salvou voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos; cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto' (Is 35, 10). Neste deleite da graça, esparge-se a luz do entendimento da fé e amolda-se suavemente a paz divina ao coração humano que palpita inquieto enquanto não repousar definitivamente em Deus.

É neste sentimento de alegria, nascida e vivenciada numa fidelidade extrema ao amor de Deus, que exulta João Batista, ainda que na prisão. Uma alegria de tal plenitude de confiança e de graça, que vai merecer o elogio jubiloso do próprio Jesus: 'Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista' (Mt 11,11). João Batista não está nos palácios reais, aturdido pelos prazeres do mundo; João Batista não se move pelo respeito e pelas condescendências humanas, na inconstância de 'um caniço agitado pelo vento' (Mt 11,7). No deserto ou na prisão, o primado de João é o da plenitude inabalável da fé cristã; nele como se fecha a sucessão dos profetas e se abre o novo tempo da missão dos apóstolos.

Diante da indagação dos discípulos de João Batista: 'És Tu, aquele que há de vir?' (Mt 11,3), Jesus manifesta a glória de Deus e a Vinda do Messias: 'Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados' (Mt 11, 4-5). É como se lhes proclamasse aos corações: 'Nos sinais de tantos portentos e milagres, alegrai-vos, pois a Luz do Mundo está entre vós'. E Jesus vai exortá-los à alegria eterna dos Filhos de Deus: 'Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!' (Mt 11,6). 

Eis a felicidade eterna trilhada por João Batista, e também a de todos os santos e santas de Deus, que percorreram igualmente a mesma via de santificação. Louvado seja o homem que recebeu do próprio Cristo elogio de tal honra e glória; louvores muito maiores sejam dados aos homens e mulheres que se consumiram de alegria na mesma via de santidade e habitam para sempre as moradas do Pai, porque mesmo 'o menor no Reino dos Céus é maior do que ele' (Mt 11, 11), o maior dentre todos os homens nascidos até então. Nascidos para a eternidade, e herdeiros da Visão Beatífica, no Céu todos se tornam ainda maiores que o João Batista do mundo.  

sábado, 14 de dezembro de 2013

14 DE DEZEMBRO - SÃO JOÃO DA CRUZ

(1542 - 1591)

João de Yepes, 'uma das almas mais puras da Igreja' no dizer de Santa Teresa, nasceu, assim como a própria Santa Teresa, na província de Ávila (Fontiveros) na Espanha, em 1542. Formado desde o berço na escola da pobreza e do sofrimento, estudou com os padres jesuítas e ingressou na Ordem Carmelita aos 21 anos,  ordenando-se sacerdote em 1567. Com decisão tomada para se transferir para a Ordem dos Cartuxos, então de hábitos bem mais austeros que o Carmelo, teve um encontro com Santa Teresa que mudou a sua vida. Diante da proposta da santa de reformar a Ordem Carmelita, abraçou esta causa com desmedido zelo e devoção por mais de 20 anos, assumindo, então, o nome de João da Cruz. 

Apesar de ter sido o primeiro padre da reforma carmelita, foi duramente perseguido pela Ordem, sendo isolado e privado de todas as suas funções originais. Nesse período de duras provações, ascese e contemplação, moldou-se a extraordinária poesia mística do santo, expressa em obras como  'Subida do Monte Carmelo', 'Noite escura da alma', 'Cântico Espiritual' e 'Chama de amor viva'. Num ambiente de perseguição, doenças e grandes sofrimentos, veio a falecer aos 49 anos de idade, no dia 14 de dezembro de 1591. O Papa Clemente X o beatificou em 1675; Bento XIII o canonizou em 27 de dezembro de 1726 e o Papa Pio XI o declarou 26º Doutor da Igreja Universal no princípio do século XX.

SÃO JOÃO DA CRUZ, rogai por nós!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A CRISE DAS VOCAÇÕES RELIGIOSAS EM NÚMEROS


A Igreja experimenta nestes tristes tempos uma perda significativa de vocações em suas ordens religiosas. O declínio nos últimos anos tem-se centrado em três continentes (Europa, América e Oceania), com variações significativas: -22 % na Europa, - 21% na Oceania e -17% na América. Os dados abaixo foram publicados pelo Anuário Pontifício 2013, relacionando os dados de 1959 e 2012, dos quais foram extraídos os seguintes exemplos:

SALESIANOS: Em 1959, eram 20.031 religiosos, com um aumento mínimo em 1973: 20.423. Em 2012, somavam apenas 15.573 sacerdotes.

CLARISSAS: De 1020 religiosas em 1973, foram a 8.179 em 2000; em 2012,  6.799 religiosas.

JESUÍTAS: a ordem do Papa Francisco experimenta uma contínua perda de religiosos, desde 1959, quando os jesuítas compreendiam 34.293 sacerdotes. Em 1973, caíram para 30.860 e, em 2012, não passavam de 17.287 religiosos. 

FRANCISCANOS CAPUCHINHOS: Eram 15.442 religiosos em 1959, 13.606 em 1963; em 2012, 10.786.


REDENTORISTAS: Em 1959, eram 8.900 sacerdotes. Em 1973, o número caiu a 7.540; no final de 2012, não passavam de 5.338.

FRADES DOMINICANOS: Em 1959, eram 9.506 religiosos; 8.806 em 1973; apenas 5.497 em 2012.

RELIGIOSAS DOMINICANAS: De 5.660 em 1973, caíram para 3.672 em 2000; em 2012, eram 2.075 religiosas.

FRANCISCANOS: De 26.162 religiosos em 1959, já eram 23.301 em 1973, acentuando-se a perda de vocações até 2012: 14.123 religiosos.

(Reportagem do jornal italiano La Repubblica, de 05/06/2013, citada no blog missatridentinaemportugal)

O CÉU É AQUI...

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

12 de dezembro - Solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe  Padroeira da América Latina


(Arcos de Pilares)

                             
 'Canção para Nossa Senhora de Guadalupe' (em inglês), cantada por Molly Chesna, então com 11 anos (com a melodia da música 'Pescadores de Homens'), com muitas imagens da história destas aparições.

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!