sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A FÉ EXPLICADA (IV)

Questões e Respostas sobre a Sagrada Eucaristia

(tradução de Catholic Cathechism, do Rev. W. Faerber, Tan Books & Publishers, 1993)

Questão 272. O que é a Sagrada Eucaristia?

A Eucaristia é o corpo e o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo sob as aparências do pão e do vinho. Outros nomes: Santíssimo Sacramento do Altar, Ceia do Senhor, Corpus Christi, Sagrada Hóstia, Pão dos Anjos, maná dos Céus, Viático.

Questão 273. Como é que Jesus Cristo está presente na Sagrada Eucaristia?

Jesus Cristo está presente na Sagrada Eucaristia como ele está no céu. Jesus está presente realmente, não figurativamente, não como um símbolo. Ele está presente realmente, não como imagem, não como figura. Ele está presente essencialmente, como Deus e como homem.

Questão 274. Quando Jesus prometeu o Santíssimo Sacramento?

Jesus prometeu o Santíssimo Sacramento após o milagre dos pães e dos peixes: "... O pão que eu vos darei é minha carne para a salvação do mundo ...Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós... Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida" (João 6: 52, 54). Leia João 6:25-70.

Questão 275. Quando é que Jesus instituiu o Santíssimo Sacramento?

Jesus instituiu o Santíssimo Sacramento, na véspera de sua morte, na Quinta-feira Santa.

Questão 276. Como é que Jesus instituiu o Santíssimo Sacramento?

Jesus tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu-o aos Seus discípulos, dizendo: "Tomai e comei, isto é o meu corpo." Ele então pegou o cálice com vinho, abençoou-o e deu-o aos discípulos, dizendo: "Bebei dele todos vós, pois isto é o meu sangue... Façam isso em memória de Mim".

Questão 277. O que aconteceu quando Jesus disse: "Este é o meu corpo", "Este é o meu sangue"?

Quando Jesus disse: "Este é o meu corpo", "Este é o meu sangue", o pão foi mudado em seu corpo, e o vinho em seu sangue. (Transubstanciação = variação de uma coisa em outra coisa).

Questão 278. Que poder que Jesus deu aos apóstolos quando Ele disse: "Fazei isto em memória de Mim"?

Quando Jesus disse: "Fazei isto em memória de Mim", Ele deu aos seus apóstolos o poder de mudar o pão e o vinho no Seu corpo e sangue. Os apóstolos foram os primeiros sacerdotes católicos.

Questão 279. Quem recebeu dos apóstolos o poder de mudar o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo?

Os bispos e sacerdotes receberam dos apóstolos o poder de mudar o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo.

Questão 280. Quando os bispos e sacerdotes mudam o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo?

Os bispos e sacerdotes mudam o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo na Santa Missa.

Questão 281. Após a consagração, o que está sobre o altar, no lugar do pão e do vinho?

Depois da consagração, no lugar do pão e do vinho sobre o altar, está o corpo e o sangue de Jesus Cristo.

Questão 282. O que resta do pão e do vinho depois da consagração?

Somente as aparências do pão e do vinho permanecem depois da consagração.

Questão 283. O que se entende por 'aparências do pão e do vinho'?

Pelas aparências do pão e do vinho, entende-se tudo aquilo que os sentidos percebem como sendo do pão e do vinho: cor, sabor, etc.

Questão 284. Sob quantas aparências Jesus está presente na Sagrada Eucaristia?

Jesus está presente em duas aparências: pão e vinho.

Questão 285. Jesus está presente por inteiro em cada aparência?

Jesus está presente por inteiro em cada aparência.

Questão 286. Jesus está presente por inteiro em cada partícula das aparências do pão e do vinho?

Jesus está presente por inteiro em cada partícula das aparências do pão e do vinho.

Questão 287. Quanto tempo Jesus permanece presente no Santíssimo Sacramento?

Jesus permanece presente no Santíssimo Sacramento até que as aparências permaneçam.

Questão 288. O que devemos fazer estando Jesus presente no Santíssimo Sacramento?

Por Jesus estar presente no Santíssimo Sacramento, devemos prestar adoração ao Santíssimo Sacramento (Genuflexão, Hora santa, Devoção das Quarenta Horas).

Questão 289. Por que Jesus instituiu o Santíssimo Sacramento?

Jesus instituiu o Santíssimo Sacramento:
1. Para honrar a Santíssima Trindade (Missa);
2. Para ser o alimento das nossas almas (Comunhão).

Leia a postagem 'Eucaristia - I' publicada no blog.


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

GALERIA DE ARTE SACRA - I


Disputa do Santíssimo Sacramento ('La Disputa') - 1509
Rafael Sanzio (afresco de 7,70m x 5m)





quarta-feira, 8 de agosto de 2012

HISTÓRIAS QUE OUVI CONTAR... (I)

‘Seu Bento’ era isso: ‘Seu Bento’. Figura conhecida, mais que conhecida, figura carimbada de toda aquela região. Pau para toda obra, ‘Seu Bento’ arrumava todo tipo de problema: de pane mecânica no trator da fazenda até a instalação elétrica que pifava de repente, passando pela carpintaria, tornearia, funilaria e o que mais houvesse. Era um homem que nascera com mil e uma habilidades manuais.

E era um homem religioso. E, líder natural que era nas prendas humanas, tornara-se também o líder local da religiosidade popular. Na ruína da pequena capela que um dia ali existiu e na ausência dos padres que pouco apareciam naquelas paragens perdidas no espaço e no tempo, tornara-se aprendiz de pastor, e depois pastor, de alguma igreja dos últimos dias ou coisa parecida. E, ferramenta numa mão, bíblia na outra, vendia serviços e crenças do mesmo jeito. Foi nessa lida e desse jeito que ‘Seu Bento’ encontrou o menino, pouco depois do serviço religioso de atender ‘Seu Inácio’, que perdera a mulher há pouco.

O menino estava sentado numa espécie de banco feito de toras de madeira, ao lado da curva forçada do ribeirão que passava nas terras do ‘Seu Inácio’.  E lançava farelo de qualquer coisa nas águas turvas do ribeirão. ‘Comida pra peixe, aqui, nesse ribeirão?’, pensou o bom homem , ‘que desperdício!’
- Eh menino, tem peixe aí não! Nessas águas, não tem nem filhote de lambari... não perca seu tempo jogando farelo na água!
- Não, moço, isso não é farelo e nem eu estou querendo alimentar peixes que não existem.
- Não é farelo? O que é, então?
- Ouro, pó de ouro – respondeu o menino.

'E essa, agora? Pó de ouro? Mas de onde esse menino estava tirando uma besteira dessas?’. Pensando isso e mais coisas, ‘Seu Bento’ viu, de fato, um saco de tecido grosso cheinho de alguma coisa, sobre o banco e atrás do menino. Ele buscou ser condescendente:
- Pó de ouro? E quem lhe deu ouro pra você jogar fora? –  perguntou ‘Seu Bento’, enquanto se encaminhava em direção ao  menino.
-  Foi o meu pai que morava na capelinha. E, dizendo isso, enchendo a mão, lançou o pó espalhando-o sobre as águas frias e barrentas do ribeirão.

‘Seu Bento’ teve o pressentimento claro de que algo estava errado. Ou fora da sintonia estreita da sua lida diária. Não era apenas pela situação estranha, pelo diálogo absurdo, pela voz serena do menino. Era algo que ele não conseguia captar ainda. ‘Certamente era uma daquelas crianças ali da redondeza, mas quem era ele? O pai tinha morado na capelinha?’ E, pasmo, mais do que pasmo, estupefato, constatou meio zonzo que o saco de farelo era mesmo ouro em pó e isso foi mais óbvio para ele do que o fato do saco já estar pelo meio.
­ - Santo Deus! É ouro mesmo, e você está jogando todo este ouro fora!! Você não sabe o valor dessa riqueza, meu filho!
- Meu bom homem! Você se espanta em ver uma criança jogando ouro fora nas águas frias e barrentas de um ribeirão qualquer. E, vocês, o que fazem com o Corpo e o Sangue de Cristo na Sagrada Eucaristia, que vale mais que todo o ouro que o mundo pode ter? Jogam fora, em troca do farelo de rituais que não valem nada e que roubam a divindade de Cristo. São as águas barrentas e turvas de suas almas que desprezam as riquezas de Deus!

‘Seu Bento’ só teve a compreensão de que estava completamente sozinho algum tempo depois. Sentou-se no banco agora vazio e ficou extático olhando as águas turvas do rio. Mais do que ninguém, ele tinha que acreditar em recomeços e em milagres. No seu caso e de toda aquela gente, o recomeço teria que ser pela capelinha, com muitas ferramentas nas mãos. Os milagres seriam muitos lá, embora o primeiro milagre já ocorrera, e de uma só vez, naquela curva forçada do ribeirão.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

INDEX DAS APARIÇÕES MARIANAS - I

NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

 'Canção para Nossa Senhora de Guadalupe' (em inglês), cantada por Molly Chesna, então com 11 anos (com a melodia da música 'Pescadores de Homens'), com muitas imagens da história destas aparições.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

POR QUE NOSSA SENHORA CHORA?


“Padre, a Senhora está muito triste porque não se deu atenção à sua mensagem de 1917. Nem os bons, nem os ruins, tomaram conhecimento. Os bons seguem o seu caminho sem preocupar-se com atender às indicações celestes; os ruins marcham na estrada larga da perdição, sem tomar nenhum conhecimento das ameaças de castigo. Creia, padre, o Senhor Deus muito em breve castigará o mundo. O castigo será material e o padre pode imaginar quantas almas cairão no inferno se não se rezar e se fizer penitência. Esta é a causa da tristeza de Nossa Senhora."

(Lúcia de Fátima ao Pe. Fuentes, durante encontro no Convento de Coimbra, em 16 de dezembro de 1957)

DA VIDA ESPIRITUAL (20)

Senhor! Peguei-me outro dia de caminhada solitária pelas ruas do meu bairro, a te murmurar: 'Senhor, segue os meus passos!' Perdão, na verdade o que eu queria era gritar bem alto: 'Senhor, ajuda-me a seguir os teus passos!' Que não seja outro o meu caminho senão aquele feito pelas tuas obras, que os meus pés se conformem resolutos às marcas de tuas sandálias e que o fogo que arde em meu coração seja o reflexo pleno da graça que habita o teu santo coração!

domingo, 5 de agosto de 2012

EUCARISTIA - I


1. A EUCARISTIA É O CENTRO DA NOSSA VIDA CRISTÃ

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “A Eucaristia é a fonte e o centro de toda a vida cristã ... na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa”.  São palavras definitivas e cristalinas ao afirmar que a Eucaristia é o maior dos sacramentos, ao qual todos os demais estão essencialmente subordinados. Assim, embora o Batismo seja o sacramento mais necessário no plano salvífico, ele e todos os demais sacramentos constituem instrumentos da graça divina dada aos homens; na Eucaristia, temos bem mais que apenas um instrumento da graça: é o próprio Senhor e Doador da Graça, Jesus Cristo, que está por inteiro, real e verdadeiramente presente no sacramento, como mistério permanente e júbilo da fé cristã.

O Catecismo nos ensina também que a Eucaristia é sacrifício e sacramento. Como sacrifício, a Eucaristia á a Missa, o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e o oferecimento único do sacrifício de Jesus para a redenção de todos os homens. O sacramento da Eucaristia é manifestado durante a Consagração na Missa: por meio de um sacerdote, Jesus torna-se presente sob as aparências do pão e do vinho, no mistério da transubstanciação. O sacramento se mantém, porque Jesus continua presente, enquanto permanecerem estas aparências. Ao recebê-las, portanto, recebemos o próprio Cristo e este ato, pelo qual se recebe a  Sagrada Eucaristia, é chamado de Sagrada Comunhão.

A transubstanciação significa uma mudança de substância; com efeito, quando Jesus proferiu estas palavras na Última Ceia: “Isto é o meu Corpo” e “Este é o Cálice do Meu Sangue”, pão e vinho deixaram de ser as substâncias pão e vinho e passaram a ter meramente as aparências de pão e de vinho. Pela percepção dos sentidos humanos, esta “ação de graças” (eucharistia em grego) resultou aparentemente ainda em pão e vinho. Entretanto, neste momento, a substância do pão foi aniquilada por completo, deixando de existir completa e totalmente como pão para se tornar o próprio Corpo de Cristo. Da mesma forma, o vinho deixou de ser vinho e se transformou no próprio Sangue de Cristo. Evidentemente, ocorreu neste fato um milagre extraordinário, aliás, um duplo milagre: o da transformação do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Cristo e o milagre desta transformação manter integralmente as aparências do pão e do vinho, embora não sejam mais pão e vinho.

Este duplo e extraordinário milagre acontece todos os dias, centenas de milhares de vezes todos os dias, no ofício cotidiano dos sacerdotes da Igreja de Cristo. Como representantes visíveis de Jesus e cumprindo o encargo solene prescrito pelo próprio Cristo:  “Fazei isto em memória de mim”, os sacerdotes realizam continuamente o milagre da transubstanciação a cada missa, no momento em que repetem, com intenção expressa da consagração do pão e do vinho, as palavras do Senhor: ‘Isto é o meu Corpo” e “Isto é o Cálice do meu Sangue”.

Jesus Cristo, por inteiro, corpo, sangue, alma e divindade, está presente na Sagrada Eucaristia, sob as aparências do pão e do vinho. Até o século XVI, na Igreja Católica de rito latino, distribuía-se a Comunhão aos fiéis sob as duas espécies de pão e de vinho, passando então à prática atual da comunhão apenas do pão. Isto se deve pelo fato de que  Jesus está presente nas espécies com o seu corpo glorificado, tal como está no céu. Assim, não pode estar dividido: onde está o corpo de Jesus, está Jesus inteiro; onde está o sangue de Jesus, está Jesus inteiro. Por esta razão, não precisamos receber Jesus sob as duas espécies de pão e vinho; por qualquer uma delas, recebemos Jesus por inteiro: corpo, sangue, alma e divindade. Mais ainda: Jesus está presente por inteiro em cada hóstia, em cada fração de hóstia, em cada partícula de hóstia consagrada*; Jesus está por inteiro em cada cálice, em cada gota de vinho consagrado. Há um só Jesus, que não se divide e nem se multiplica em seres distintos: Jesus está completo e indiviso simultaneamente em todas as espécies de todos os altares, sob a forma de seu corpo glorificado ainda que em uma partícula de ínfimas dimensões e permanece nas sagradas espécies enquanto estas permanecerem como espécies.

Sendo assim, Jesus está presente na Eucaristia não somente durante a missa, mas enquanto as hóstias consagradas durante a missa permanecerem com a aparência do pão. Devemos, portanto, à Eucaristia a adoração que se deve a Deus, uma vez que a Sagrada Eucaristia contém o próprio Filho de Deus. Este é o culto da latria, reservado unicamente a Deus, com que adoramos a Sagrada Eucaristia. A partir do século XII, desenvolveu-se a adoração à Sagrada Eucaristia fora da missa e, neste sentido, três devoções tornaram-se rapidamente de cunho universal: a festa de Corpus Christi, a adoração do Santíssimo Sacramento e a devoção das Quarenta Horas.

* ver o vídeo 'Jesus está no Chão', disponível no blog

Eucaristia: Primeira Parte (Primeiro Domingo de Agosto)