domingo, 1 de julho de 2012

FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

FUNDAMENTOS DA IGREJA

São Pedro e São Paulo - Jusepe de Ribera (1591 - 1652)

"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16,16).

“Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (II Tm 4,7).

Excertos da Homilia do Papa João Paulo II, na Solenidade de São Pedro e São Paulo, em 29/06/2000


Jesus dirige aos discípulos esta pergunta acerca da sua identidade, enquanto se encontra com eles na Alta Galileia. Muitas vezes acontecera que foram eles a interrogar Jesus; agora é Ele quem os interpela. A sua pergunta é específica e espera uma resposta. Simão Pedro toma a palavra em nome de todos:  "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16). A resposta é extraordinariamente lúcida. Nela se reflete de modo perfeito a fé da Igreja. Nela nos refletimos também nós. De modo particular, reflete-se nas palavras de Pedro o Bispo de Roma, por vontade divina, seu indigno sucessor.

2. "Tu és o Cristo!". À confissão de Pedro, Jesus replica:  "És feliz, Simão, filho  de  Jonas,  porque  não  foram  a carne nem o sangue quem to revelou, mas  o  Meu  Pai  que  está  nos  céus" (Mt 16, 17).

És feliz, Pedro! Feliz, porque esta verdade, que é central na fé da Igreja, não podia emergir na tua consciência de homem, senão por obra de Deus. "Ninguém, disse Jesus, conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11, 27). Reflitamos sobre esta página evangélica particularmente densa:  o Verbo encarnado revelara o Pai aos seus discípulos; agora é o momento em que o próprio Pai lhes revela o seu Filho unigênito. Pedro acolhe a iluminação interior e proclama com coragem:  "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo"!

Estas palavras nos lábios de Pedro provêm do profundo do mistério de Deus. Revelam a verdade íntima, a própria vida de Deus. E Pedro, sob a ação do Espírito divino, torna-se testemunha e confessor desta soberana verdade. A sua profissão de fé constitui assim a sólida base da fé da Igreja:  "Sobre ti edificarei a minha Igreja" (Mt 16, 18). Sobre a fé e a fidelidade de Pedro está edificada a Igreja de Cristo.

3. "O Senhor assistiu-me e deu-me forças a fim de que a palavra fosse anunciada por mim e os gentios a ouvissem" (2 Tm 4, 17). São palavras de Paulo ao fiel discípulo Timóteo:  escutamo-las na Segunda Leitura. Elas dão testemunho da obra nele realizada pelo Senhor, que o tinha escolhido como ministro do Evangelho, "alcançando-o" na via de Damasco (cf. Fl 3, 12). Envolvido numa luz fulgurante, o Senhor se lhe havia apresentado, dizendo:  "Saulo, Saulo, por que Me persegues?" (Act 9, 4), enquanto uma força misteriosa o lançava por terra (cf. ibid., v. 5).

"Quem és Tu, Senhor?", perguntara Saulo. "Eu sou Jesus, a quem tu persegues!" (ibid.). Foi esta a resposta de Cristo. Saulo perseguia os seguidores de Jesus e Jesus fez-lhe tomar consciência de que era Ele mesmo a ser perseguido neles. Ele, Jesus de Nazaré, o Crucificado, que os cristãos afirmavam ter ressuscitado. De Damasco, Paulo iniciará o seu itinerário apostólico, que o levará a defender o Evangelho em tantas partes do mundo então conhecido. O seu impulso missionário contribuirá assim para a realização do mandato de Cristo aos Apóstolos:  "Ide, pois, ensinai todas as nações..." (Mt 28, 19).

4. Caríssimos Irmãos no Episcopado vindos para receber o Pálio, a vossa presença põe em eloquente ressalto a dimensão universal da Igreja, que derivou do mandato do Senhor:  "Ide... ensinai todas as nações" (Mt 28, 19). Todas as vezes que vestirdes estes Pálios, recordai, Irmãos caríssimos que, como Pastores, somos chamados a salvaguardar a pureza do Evangelho e a unidade da Igreja de Cristo, fundada sobre a "rocha" da fé de Pedro. A isto nos chama o Senhor; esta é a nossa irrenunciável missão de guias previdentes do rebanho que o Senhor nos confiou.

5. A plena unidade da Igreja! Sinto ressoar em mim a recomendação de Cristo. Deus nos conceda chegarmos quanto antes à plena unidade de todos os crentes em Cristo. Obtenhamos este dom dos Apóstolos Pedro e Paulo, que a Igreja de Roma recorda neste dia, no qual se faz memória do seu martírio e, por isso, do seu nascimento para a vida em Deus. Por causa do Evangelho, eles aceitaram sofrer e morrer e se tornaram partícipes da ressurreição do Senhor. A sua fé, confirmada pelo martírio, é a mesma fé de Maria, a Mãe dos crentes, dos Apóstolos,  dos Santos  e Santas  de  todos  os séculos.

Hoje a Igreja proclama de novo a sua fé. É a nossa fé, a imutável fé da Igreja em Jesus, único Salvador do mundo; em Cristo, o Filho de Deus vivo, morto e ressuscitado por nós e para a humanidade inteira.

sábado, 30 de junho de 2012

POEMAS PARA REZAR - I

LA VIERGE À MIDI - A VIRGEM AO MEIO DIA
                                                                                       (Paul Claudel)


(Paul Claudel, 1868 - 1955)

Paul Louis Charles Claudel (* 6 de agosto de 1868, em Villeneuve-sur-Fère, França - † 23 de fevereiro de 1955, em Paris, França) foi um diplomata francês e grande pensador católico, cuja poesia profundamente cristã, numa época em que o cientificismo e o positivismo dominavam os espíritos, foi profundamente marcada pela sua repentina conversão ao catolicismo, assim narrada por ele mesmo: 'Eu era indiferente e, depois de nossa chegada a Paris', escreveu o poeta em 'Ma Conversion' (1913), 'tornei-me nitidamente estranho às coisas da Fé'.

'Assim era a infeliz criança que, a 25 de dezembro de 1886, foi a Notre-Dame de Paris para assistir aos ofícios de Natal. Tinha começado a escrever, e parecia-me que, nas cerimônias católicas, consideradas em um diletantismo superior, encontraria um excitante apropriado e a matéria de alguns exercícios decadentes.

Foi com estas disposições que, conduzido e apertado pela multidão, assisti, com um prazer medíocre, à grande missa. Depois, não tendo nada melhor a fazer, voltei para assistir às vésperas. As crianças do coro, vestidos de branco, e os alunos do seminário-menor de Saint-Nicolas-du-Chardonnet, que os ajudavam, estavam se aprontando para iniciar o canto que mais tarde soube ser o 
Magnificat
. 

Estava misturado ao povo, junto do segundo pilar à entrada do coro, à direita da sacristia. E foi então que se produziu o acontecimento que domina toda a minha vida. Em um instante, meu coração foi tocado e acreditei. Acreditei com tal força, com tal adesão de todo o meu ser, com tão poderosa convicção, com tal certeza sem deixar lugar a qualquer espécie de dúvida que, depois, todos os livros, todos os raciocínios, todos os acasos de uma vida agitada, não puderam abalar-me a fé, nem mesmo, para ser mais preciso, tocá-la de leve que fosse.

Tive de súbito o forte sentimento da inocência, da eterna juventude de Deus, uma revelação inefável. Tentando, como o fiz várias vezes, reconstituir os minutos que se seguiram a este instante extraordinário, encontro os elementos seguintes que, entretanto, não formam senão um clarão, uma única arma de que a Providência Divina se servia para atingir e abrir, enfim, o coração de uma pobre criança desesperada: “Como aqueles que crêem são felizes! E se fosse verdade? É verdade! Deus existe, Ele está em toda parte, É alguém, é um Ser tão pessoal como eu. Ele me ama, Ele me chama!'


A Virgem ao Meio-dia
                                                                                                                                  (tradução livre de Dom Marcos Barbosa)

Vejo a igreja aberta e entro.
Mas não é para rezar,ó Mãe, que estou aqui dentro.
Não tenho nada a pedir,nada para te dar.Venho somente, Mãe, para te olhar...
Olhar-te, chorar de alegria, sabendo apenas isto:
eu sou teu filho e tu estás aqui, Mãe de Jesus Cristo!
Ao menos por um momento, enquanto tudo pára,
quero estar neste lugar em que estás, Maria.
Nada dizer, olhar simplesmente teu rosto,
e deixar o coração cantar a seu gosto.
Nada dizer, somente cantar,
porque o coração está transbordando...
Porque és bela, porque és imaculada,
a mulher na Graça enfim restituída,
a criatura na sua hora primeira e em seu desabrochar final,
como saiu das mãos de Deus na manhã de seu esplendor original.
Intata inefavelmente porque és a Mãe de Jesus Cristo,
que é a verdade em teus braços,
e a única esperança e o único fruto.
Porque é meio-dia, porque estás aí,
simplesmente porque és Maria,
simplesmente porque existes.


La Vierge à Midi

Je vois l'église ouverte. Il faut entrer.
Mère de Jésus-Christ, je ne viens pas prier.
Je n'ai rien à offrir et rien à demander.
Je viens seulement, Mère, pour vous regarder.
Vous regarder, pleurer de bonheur, savoir cela
Que je suis votre fils et que vous êtes là.
Rien que pour un moment pendant que tout s'arrête.
lÊtre avec vous, Marie, en ce lieu où vous êtes.
Ne rien dire, regarder votre visage,
Laisser le cœur chanter dans son propre langage.
Ne rien dire, mais seulement chanter parce qu'on a le cœur trop plein,
Comme le merle qui suit son idée en ces espèces de couplets soudains.
Parce que vous êtes belle, parce que vous êtes immaculée,
La femme dans la Grâce enfin restituée,
La créature dans son honneur premier et dans son épanouissement,
Telle qu'elle est sortie de Dieu au matin de sa splendeur originale.
Intacte ineffablement parce que vous êtes la Mère de Jésus-Christ,
Qui est la vérité entre vos bras, et la seule espérance et le seul fruit.
Parce que vous êtes la femme, l'Eden de l'ancienne tendresse oubliée,
Dont le regard trouve le cœur tout à coup et fait jaillir les larmes accumulées,
Parce que vous m'avez sauvé, parce que vous avez sauvé la France,
Parce qu'elle aussi, comme moi, pour vous fut cette chose à laquelle on pense,
Parce qu'à l'heure où tout craquait, c'est alors que vous êtes intervenue,
Parce que vous avez sauvé la France une fois de plus,
Parce qu'il est midi, parce que nous sommes en ce jour d'aujourd'hui,
parce que vous êtes là pour toujours, simplement parce que vous êtes Marie, simplement parce que vous existez,
Mère de Jésus-Christ, soyez remerciée !


(No vídeo, a versão original da poesia em francês)

VERSUS: IGREJAS ANTIGAS E MODERNAS


“O ambiente arquitetônico tem a capacidade de influenciar profundamente a pessoa, o modo como ela age e sente, o que ela é. Assim, a arquitetura da igreja afeta o modo mediante o qual o homem pratica o culto; o modo de prestar culto afeta o que ele crê; e o que ele crê afeta não somente sua relação pessoal com Deus, mas o modo como se comporta na vida diária”.
(Michael S. Rose, arquiteto americano, em 'Ugly as Sin' - Feias como o Pecado, referindo-se aos projetos das Igrejas Católicas modernas).



'Feias como o pecado — Por que transformaram nossas igrejas de lugares sagrados em salas de reunião, e como podemos fazê-las voltar atrás' - Michael S. Rose. 

Alguns exemplos de 'Ugly as Sin':



E alguns exemplos de belas exceções de ambientes internos de igrejas católicas modernas:

terça-feira, 26 de junho de 2012

26 DE JUNHO - SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ


São Josemaria Escrivá de Balaguer nasceu em 09 de janeiro de 1902 em Barbastro, Espanha. Em 02 de outubro de 1928, durante um retiro espiritual em Madrid, concebeu e fundou o OPUS DEI, atualmente prelazia pessoal da Igreja Católica. A missão específica do Opus Dei é promover, entre homens e mulheres de todo o âmbito da sociedade, um compromisso pessoal de seguir a Cristo, de amor a Deus e ao próximo e de procura da santidade na vida cotidiana. Faleceu em Roma em 26 de junho de 1975. Foi beatificado em 17 de maio de 1992 e  canonizado, pelo Papa João Paulo II na Praça de São Pedro, em 06 de outubro de 2002. Sua obra mais conhecida é 'Caminho', escrita como orientações espirituais em diferentes parágrafos. Outras obras do autor são Forja, Sulco e É Cristo que Passa.

A CRUZ NÃO É UM CONSOLO FÁCIL

" A doutrina cristã sobre a dor não é um programa de fáceis consolações. Começa logo por ser uma doutrina de aceitação do sofrimento, inseparável de toda a vida humana. Não vos posso esconder - e com alegria pois sempre preguei e procurei viver a verdade de que, onde está a Cruz, está Cristo, o Amor - que a dor apareceu muitas vezes na minha vida; e mais de uma vez tive vontade de chorar. Noutras ocasiões, senti crescer em mim o desgosto pela injustiça e pelo mal. E soube o que era a mágoa de ver que nada podia fazer, que, apesar dos meus desejos e dos meus esforços, não conseguia melhorar aquelas situações iníquas.

Quando vos falo de dor, não vos falo apenas de teorias. Nem me limito a recolher uma experiência de outros, quando vos confirmo que, se sentis, diante da realidade do sofrimento, que a vossa alma vacila algumas vezes, o remédio que tendes é olhar para Cristo. A cena do Calvário proclama a todos que as aflições hão-de ser santificadas, se vivermos unidos à Cruz.



Porque as nossas tribulações, cristãmente vividas, se convertem em reparação, em desagravo, em participação no destino e na vida de Jesus, que voluntariamente experimentou, por amor aos homens, toda a espécie de dores, todo o gênero de tormentos. Nasceu, viveu e morreu pobre; foi atacado, insultado, difamado, caluniado e condenado injustamente; conheceu a traição e o abandono dos discípulos; experimentou a solidão e as amarguras do suplício e da morte. Ainda agora, Cristo continua a sofrer nos seus membros, na Humanidade inteira que povoa a Terra e da qual Ele é Cabeça, Primogênito e Redentor".
                                                                                                                         (É Cristo que Passa)

domingo, 24 de junho de 2012

NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA


Além de Jesus e de Maria, apenas o nascimento de João Batista (24 de junho) é comemorado pela Santa Igreja Católica, glória ímpar para aquele que foi aclamado, pelo próprio Cristo, como "o maior dentre os nascidos de mulher" (Mt 11,11).


Houve um homem mandado por Deus. Seu nome era João… Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz (Jo 1,6-8)

Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente. Ele preparará o teu caminho diante de ti (Mt 11,7).

Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo (Lc 1,41)

Eu sou a voz que clama no deserto: aplainai o caminho do Senhor (Is 40,3)


Eu vos batizo com água, mas vem Aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo (Lc 3, 16). 


Cristofano Allori (1577-1621): São João Batista no Deserto (1620)

sábado, 23 de junho de 2012

GLÓRIAS DE MARIA: FESTA DA VISITAÇÃO



MAGNIFICAT

Magnificat anima mea Dominum
et exsultavit spiritus meus in Deo salvatore meo, 
quia respexit humilitatem ancillae suae. 
Ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes, 

quia fecit mihi magna, qui potens est, 
et sanctum nomen eius, 
et misericordia eius in progenies et progenies 
timentibus eum. 

Fecit potentiam in brachio suo, 
dispersit superbos mente cordis sui; 
deposuit potentes de sede
et exaltavit humiles; 
esurientes implevit bonis
et divites dimisit inanes. 

Suscepit Israel puerum suum, 
recordatus misericordiae, 
sicut locutus est ad patres nostros, 
Abraham et semini eius in saecula.


(vídeo: trecho)


A minha alma glorifica o Senhor
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva.
De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações,

O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas,
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
Sobre aqueles que o temem.

Manifestou o poder do seu braço
E dispersou os soberbos,
Derrubou os poderosos de seus tronos
E exaltou os humildes;
Aos famintos encheu de bens
E aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu a Israel, seu servo, 
Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais 
A Abraão e à sua descendência para sempre.




DA VIDA ESPIRITUAL (15)

Senhor! Ontem ou talvez não tenha sido ontem, parei por uns momentos minhas atividades de estudo em minha casa e me transportei para um outro lugar e um outro tempo, em uma região qualquer da Galiléia, há quase 2000 anos atrás... E, na minha mente, reconstruí aquela paisagem: a estrada, os vales, as montanhas, a vegetação, as pessoas... E havia ali, uma grande, uma esplêndida multidão! E todos se empurravam, se acotovelavam, na ânsia de buscar uma posição melhor para divisar ao longe a figura do Mestre que se encaminhava para dentro daquela enorme massa humana que, então, ia se fechando às suas costas para o seguir. Estavam ali a mulher “imunda”, o jovem rico, o paralítico, a cananéia... E eu estava ali! Na ânsia de vê-lo, Senhor, buscava um lugar mais alto: subir a uma árvore, a uma pedra, a um monte... Mas, mesmo assim, não era ainda possível contemplá-lo... Era preciso galgar mais alto e mais alto ainda, subir até o cimo da colina... Até que, enfim, pude reconciliar a minha alma com a visão do meu Deus, uma imagem ainda distorcida, efêmera, esmaecida, escultura de luz feita no caleidoscópio da distância... E eu já tinha os meus olhos resumindo todo o meu ser! E, à medida que Tu te aproximavas de mim, com quanto espanto vi que te olhavas nos olhos... E compreendi, Senhor, que Tu já olhavas para mim muito antes de eu estar ali...