quarta-feira, 24 de junho de 2015

GALERIA DE FOTOS: NASCIMENTO DE SÃO JOÃO BATISTA

'Completando-se para Isabel o tempo de dar à luz, teve um filho. Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe manifestara a sua misericórdia, e congratulavam-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias. Mas sua mãe interveio: Não, disse ela, ele se chamará João. Replicaram-lhe: Não há ninguém na tua família que se chame por este nome. E perguntavam por acenos ao seu pai como queria que se chamasse. Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu nela as palavras: João é o seu nome'.


Zacarias escrevendo: 'João é o seu nome'




Houve um homem enviado por Deus, 
e João era seu nome. João veio dar testemunho da Verdade (Sl 14).

  


'Importa que ele cresça e que eu diminua' (Jo 3, 30)

Nossa Senhora com Jesus e São João Batista




DA VIDA ESPIRITUAL (83)


Invoca sempre ao Pai Eterno com as palavras do salmista: 'Ó Deus, cria em mim um coração puro, renova um espírito firme em meu peito; não me rejeites para longe de tua face, não retires de mim teu santo espírito'. A caminhada é longa e muitos são os percalços. Persevera, pois, persevera na graça: com passos de homem, com o coração em Deus!

terça-feira, 23 de junho de 2015

DAS CONSOLAÇÕES E SECURAS DA VIDA ESPIRITUAL (II)


Do que temos dito se segue que é grande engano e grave tentação, quando alguém, por se ver deste modo atribulado, chega a deixar a oração ou a ser nela menos assíduo, parecendo-lhe que não faz ali nada, antes perde tempo. Com esta tentação tem o demônio feito abandonar o exercício da oração não só a muitos dos seculares, mas também a muitos religiosos; e, quando de todo lhes não tira a oração, faz que não se deem tanto a ela nem gastem nela tanto tempo como poderiam. 

Começam muitos a dar-se à oração: e enquanto bonança e devoção, continuam com muito fervor, porém, apenas chega o tempo da secura e das distrações, logo desanimam, parecendo-lhes que aquilo não é oração mas antes nova culpa, pois estão ali diante de Deus com tanta dissipação e com tão pouca reverência. E assim vão pouco a pouco deixando a oração, cuidando que hão de fazer maior serviço a Deus em outros exercícios e ocupações, que não em estar ali deste modo. E como o demônio sente neles esta fraqueza, vale-se da ocasião e se apressa de tal modo a lhes sugerir pensamentos e tentações na oração, que persuadidos já que é tempo mal gasto, pouco a pouco chegam a deixá-la de todo, e com ela a prática da virtude.

E muitas vezes não param aqui. Por este caminho principiou a perdição de muitos. Há amigos, que só o são para a mesa, e que faltam no tempo da tribulação e necessidade, diz o Sábio (Ecl 6,10). Gozar pela graça de Deus ninguém recusa, porém trabalhar e padecer por amor de Deus é o único sinal do verdadeiro amor. Quando na oração há devoção e consolação, não é muito que persevereis e que vos detenhais e gasteis nela muitas horas, porque isso podeis vós fazer só por vosso gosto e contentamento; e é prova de que assim o fazeis, se, quando isso vos falta, já não perseverais na oração. 

Quando Deus manda desconsolações, securas e distrações, então se provam os verdadeiros amigos, então se conhecem os servos fieis, que não buscam o seu interesse, senão puramente a vontade e o beneplácito de Deus. E por isso então havemos de perseverar com humildade e paciência, ficando ali todo o tempo marcado e ainda um pouco mais, como no-lo aconselha nosso Padre Inácio, para assim vencermos a tentação e para nos mostrarmos esforçados e fortes contra o demônio.

Conta Paládio que, exercitando-se ele nas coisas divinas e na consideração dos bens espirituais, encerrado em uma cela, padecia graves tentações de secura, e grande moléstia de pensamentos; e lhe vinha à imaginação que deixasse aquele exercício, porque era para ele sem proveito. Foi logo buscar àquele santíssimo varão Macário Alexandrino, e lhe contou esta tentação, pedindo-lhe conselho e remédio. Respondeu-lhe o santo: Quando estes pensamentos te disserem que te vás, e que não fazes ali nada, responde-lhes logo: 'Quero estar aqui por amor de Cristo, guardando as paredes desta cela'. E foi o mesmo que dizer-lhe que perseverasse na oração, contentando-se com fazer aquela santa obra por amor de Cristo Nosso Senhor, ainda que não tirasse mais fruto que este.

Esta é muito boa resposta para quando nos vier a tentação do desânimo na oração; porque o fim principal que havemos de pretender neste santo exercício, e a intenção com que devemos tomá-la e ocupar-nos nele, não há-de ser o nosso gosto e consolação, senão fazer uma obra boa e santa. Com ela, agrademos a Deus e lhe damos contentamento, e juntamente lhe pagamos alguma coisa do muito que lhe devemos, por ser Ele quem é, e pelos inumeráveis benefícios que da sua liberal mão temos recebido; e pois se Ele quer e lhe agrada de que eu esteja agora aqui em oração, ainda que me pareça que não faço nada, permanecerei contente no meu posto.

Conta-se de Santa Catarina de Sena que, por muitos dias, esteve desamparada destas consolações espirituais, sem sentir o costumeiro fervor da devoção; além disso, era muito molestada por pensamentos maus, feios e desonestos, os quais não podia afastar de si; porém nem por isso deixava a sua oração, antes perseverava nela o melhor que podia com grande cuidado, e então falava consigo mesma deste modo: 'Tu, vilíssima pecadora, não mereces consolação alguma; não te contentarias tu com que não fosses condenada, ainda que toda a tua vida houvesses de padecer estas trevas e estes tormentos? Com certeza que não escolheste servir a Deus, para dele receberes consolações nesta vida, senão para gozares dele no céu por toda a eternidade. Ânimo pois, e prossegue nos teus exercícios espirituais, persevera na fidelidade ao teu Senhor'.

Imitemos nós estes bons exemplos, e fiquemos com as palavras de um santo bem gravadas no nosso coração: 'Tenha eu, Senhor, por minha consolação o querer de boa vontade estar privado de toda a consolação humana; e se também a Vossa consolação me faltar, tenha eu por supremo alívio a Vossa vontade e justa prova'. Se chegarmos a esta perfeição; se conseguirmos que a vontade de Deus seja todo o nosso contentamento e consolação, de tal modo que até o carecer de toda a consolação do céu seja o nosso gosto e contentamento, por ser essa a vontade de Deus: então será verdadeira a nossa alegria, e tão sólida e duradoura, que nenhuma coisa deste mundo no-la poderá roubar.

(Excertos da obra 'Exercícios de Perfeição e Virtudes Cristãs', do Pe. Afonso Rodrigues)

domingo, 21 de junho de 2015

EM MAR REVOLTO

Páginas do Evangelho - Décimo Segundo Domingo do Tempo Comum


O cenário do Evangelho deste Décimo Segundo Domingo do Tempo Comum é a imensidão do Lago de Tiberíades, tão vasto que era comumente referido como 'Mar' de Genesaré ou da Galileia. Jesus e os apóstolos tomaram a barca para a travessia do lago, até à cidade de Gerasa na outra margem, após um longo e exaustivo dia de pregações e exortações em Cafarnaum. Jesus estava profundamente cansado e buscou repouso naquelas poucas horas de duração da travessia do Mar da Galileia.

O mar estava em plena calmaria e Jesus, cansado pela lida e fatigas do dia, acomodou-se na parte de trás da embarcação, utilizando-se de algum apoio macio para reclinar a sua cabeça, à guisa de travesseiro. E, sob o fluxo sincronizado dos remos e das ondas, sob o silêncio respeitoso dos seus discípulos, Jesus adormeceu. A pequena embarcação seguia suavemente o seu curso levando consigo o Senhor de todos os caminhos e jornadas em sono profundo! Em poucos minutos, será Jesus quem irá tirar os seus discípulos do sono profundo da tibieza, da inquietação inútil, da incoerência da fé.  

O tempo da bonança tornou-se, então, prenúncio de tempestade: 'Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher' (Mc 4, 37). Aqueles homens do mar tentaram em vão dominar a barca frente à fúria dos elementos e, temerosos pela própria vida, esqueceram a condescendência pelo repouso do Mestre e o acordaram com grande preocupação: 'Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?' (Mc 4, 38). Pondo-se de pé, Jesus estancou de pronto os ventos e o mar revolto: 'Silêncio! Cala-te!' (Mc 4, 39) e ainda acordou os seus companheiros de jornada das vicissitudes de uma fé morna: 'Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?' (Mc 4, 40).

E, estupefatos pelo milagre extraordinário, os discípulos ainda se indagariam: 'Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?' (Mc 4 ,41). Em Jesus, todas as tormentas se acalmam, todas as tempestades são tolhidas, toda inquietude é dissipada. Como a travessia da barca, nossas vidas e a vida da Igreja são permeadas por dias de calmaria e noites de tormenta; mas temos a divina promessa de ter sempre Jesus ao nosso lado, aguardando que a petição sincera e amorosa do nosso livre arbítrio possa recolher, do seu 'sono' divino, as graças e as fartas consolações que refresquem e silenciem a secura e os gemidos dos nossos tempos de tribulação. 

sábado, 20 de junho de 2015

DAS CONSOLAÇÕES E SECURAS DA VIDA ESPIRITUAL (I)


Devemos conformar-nos com a vontade de Deus não somente nas coisas exteriores, naturais e humanas, mas também naquilo que a muitos parece que é bom desejar sem medida nos bens espirituais e sobrenaturais, como são as consolações divinas, as mesmas virtudes, o dom de oração, a paz, o sossego e quietação interior de nossa alma, e as mais vantagens espirituais. Porém perguntará alguém: 'Então pode haver nestas coisas vontade própria e amor desordenado de si mesmo, para que seja necessário moderá-lo ainda nestas coisas?' Digo que sim; e aí se verá quão grande é a malícia, do amor próprio, pois em coisas tão boas não se teme introduzir o seu veneno. Boas são as consolações e gostos espirituais, porque com eles facilmente a alma aborrece e despreza todos os prazeres e gostos da terra que são o alimento dos vícios, e se alenta e anima para caminhar com fervor no serviço de Deus, conforme disse o profeta: 'Corria eu com ligeireza pelo caminho de vossos mandamentos, quando vós, Senhor, dilatáveis meu coração' (Sl 118, 32). Com a alegria e consolação espiritual dilata-se e reforça-se o coração e, ao revés, comprime-se e aparta-se com a tristeza. Diz pois o profeta Davi que quando Deus lhe mandava consolações, lhe eram como asas que o faziam correr e voar pelo caminho da virtude e dos mandamentos do Senhor.

Ajudam também muito as consolações espirituais para cada um quebrantar à própria vontade, vencer os apetites, mortificar a carne e levar com maior ânimo a cruz e os trabalhos que se oferecerem. E assim costuma Deus conceder consolações espirituais àquele a quem há de mandar trabalhos e tribulações para que, por meio delas, se prepare e disponha para os levar com paciência e com proveito, como vemos que Jesus Cristo Nosso Redentor quis primeiro consolar aos seus discípulos no monte Tabor com a sua gloriosa transfiguração, para que depois se não perturbassem vendo-o padecer e morrer em uma cruz. E vemos também que, aos principiantes, costuma Deus de ordinário dar estas consolações espirituais, para os fazer deixar eficazmente os gostos da terra pelos do céu; e depois que os têm presos pelo seu amor, e os vê bem fundados na virtude, os costuma exercitar com securas, para que adquiram mais humildade e paciência, e mereçam maior aumento de graça e glória, servindo a Deus mais pura e desinteressadamente sem consolações.

Esta é a causa por que alguns, no princípio, quando entram na Religião, e ainda talvez lá fora nas vésperas de entrar, sentiam mais gostos e consolações espirituais que depois; e a razão é porque os tratava Deus então conforme à sua idade, dando-lhes leite como a meninos para os arrancar e desapegar do mundo, e fazer que o aborrecessem e fugissem das suas vaidades. Porém depois, que já podem comer pão duro e sólido, dá-lhes Deus manjar próprio de pessoas adultas. Para estes e outros fins semelhantes, costuma o Senhor dar as consolações e gostos espirituais; e assim nos aconselham comumente os santos que, no tempo da consolação, nos preparemos para o da tentação, como no tempo da paz se preparam os homens para a guerra, pois costumam as consolações ser véspera de tentações e tribulações espirituais.

De maneira que os gostos espirituais são muito bons e úteis, se sabemos usar bem deles; e assim quando o Senhor os der, devemos recebê-los com ações de graças. Porém, se alguém parasse nestas consolações, e as desejasse só por seu contentamento, pelo gosto e prazer que nelas sente a alma, seria vício e amor próprio desordenado. Assim como nas coisas necessárias para a vida, como é o comer, beber, dormir e outras coisas, se o homem tivesse por fim destas ações só o deleite, seria culpa; assim também na oração, se tivéssemos por fim único estes gostos e consolações espirituais, seria vício de gula espiritual. Não se hão de desejar nem tomar estas coisas só por gosto e contentamento nosso, senão como meio que nos ajuda para os fins da virtude e perfeição que temos dito. Assim como o enfermo que aborrece o mantimento de que tem necessidade, se alegra quando acha algum gosto nele, não pelo sabor, mas porque lhe abre o apetite para poder comer e conservar a vida; assim o servo de Deus não há de querer a consolação espiritual para nela parar e descansar, mas sim para que, com este refresco do céu, se anime e alente a alma a trabalhar no caminho da virtude e a perseverar nele constantemente. Deste modo não se desejam os gostos só por serem gostos, senão pela maior glória de Deus, enquanto redundam em sua maior honra e glória.

Mas digo mais. Ainda que o homem deseje as consolações espirituais deste modo e para os sobreditos fins, tão bons e santos, pode, com tudo isso, haver excesso nos tais desejos, e mistura de amor próprio desordenado como, por exemplo, se as deseja desordenadamente e com ânsia demasiada, de tal modo que, se lhe faltam, não fica tão satisfeito e conforme com a vontade de Deus, mas inquieto, queixoso e com pena. Essa é afeição e cobiça espiritual desordenada; porque o servo de Deus não há de estar tão apegado aos gostos e consolações espirituais, que esse amor lhe perturbe a paz e o sossego da alma, e a conformidade que deve ter com a vontade de Deus, se ele não for servido conceder-lhos. E a razão é porque a vontade de Deus é melhor que tudo e, mais que tudo, importa que nos conformemos e nos contentemos com o que Deus quer. O que digo dos gostos e consolações espirituais, entendo também do dom de oração e da entrada que nela desejamos ter, e da paz, sossego e quietação interior de nossa alma, e de todas as mais coisas espirituais porque, no desejo de todas elas, pode também haver afeição e cobiça desordenada, quando se desejam com tanta ânsia e com tal apetite que, se um não alcança o que deseja, anda queixoso, descontente e menos conforme com a vontade de Deus.

Portanto agora, entenderemos por gostos e consolações espirituais não só a devoção, o gosto e a satisfação sensível, mas também a mesma substância e dom da oração, o entrar e estar nela com aquela quietação e sossego que queremos. E disto precisamente trataremos principalmente agora, mostrando como nos devemos conformar também neste ponto com a vontade de Deus, sem andar com demasiada cobiça, ânsia e sofreguidão em busca destas coisas espirituais; porque tudo o que se refere a gostos, consolações e devoções sensíveis, facilmente o renunciaríamos, se nos dessem o substancial da oração, e se sentíssemos em nós o fruto dela; e todos entendem que não consiste a oração nesse gosto, devoção e ternura; e assim, para prescindirmos disso, pouca virtude é necessária.

Porém isto de ir um à oração, e estar ali como se fosse uma pedra, com tão grande secura que parece não há para ele entrada, mas antes, que Deus se fechou e escondeu para ele, e que lhe sobreveio já aquela maldição com que Deus ameaça o seu povo: 'E de cima vos darei um céu de ferro e uma terra de bronze' (Lev 26, 19; Deut 28, 23), não há dúvida que é coisa dura e que, para isso, se requer mais virtude, e maior fortaleza. A esses parece-lhes que o céu revestiu para eles a dureza do ferro, e que a terra se lhes converteu em bronze, porque não chove uma gota de água celeste que lhes abrande o coração para que produza algum fruto com que se alimentem, mas só encontram uma esterilidade e secura continuada.

E não é só a secura; mas algumas vezes sofrem uma tão grande distração e variedade de importunos pensamentos e, por vezes, tão maus e tão feios, que parece não vão à oração senão para serem tentados e atormentados com todo o gênero de tentações. Dizei então a um destes que medite nessas ocasiões na morte, ou em Cristo crucificado, que, de ordinário, é muito bom remédio; e vereis como vos responde: 'Isso já sei muito bem; se eu pudesse fazer isso, não me queixava, pois nada me faltava'. Mas, às vezes, na oração está um de tal sorte, que nem sequer nisso pode ocupar o pensamento; e ainda que traga coisas à memória, não o movem ao recolhimento, nem sente devoção alguma nem lhe fazem a mínima impressão. Isto é o que chamamos desconsolação, secura e desamparo espiritual, e nisto é necessário que nos conformemos também à vontade de Deus.

Este ponto é de muita importância, por ser uma das queixas mais comuns, e uma das maiores tribulações que sentem os que tratam da oração, porque todos gemem e choram quando se acham deste modo. Como ouvem por uma parte dizer tantos bens e louvores da oração, e que quanto mais um se dá a ela, tanto mais aproveita naquele dia e em toda a vida; que este é um dos principais meios que há, tanto para o próprio adiantamento como para o dos próximos; e por outra parte se veem, ao seu parecer, tão longe de terem oração: dá-lhes isto muita pena, e lhes parece que Deus os tem desamparado e se tem esquecido deles, e lhes vem um grande temor, cuidando que terão perdido a amizade e a graça de Deus, por lhes parecer que não acham nele acolhimento.

A estes vem uma nova tentação; pois vendo que outras pessoas, em poucos dias, crescem e avançam tanto na oração, quase sem trabalho e que eles, trabalhando tanto, não alcançam nada: disto mesmo lhes nascem coisas piores, como são queixarem-se às vezes de Nosso Senhor porque os trata deste modo; assim querem deixar o exercício da oração, parecendo-lhes que não é para eles, pois tão mal lhes faz nela; e tudo isto se lhes agrava e lhes dá maior pena, quando o demônio lhes traz à lembrança que eles são a causa de tudo isto e, que é por sua própria culpa, que os trata Deus assim. Com isto vivem alguns muito descontentes, e saem da oração como de um tormento, desolados, tristes, melancólicos e insofríveis para si e para os outros que tratam com eles. Por esta causa iremos respondendo e satisfazendo a esta tentação e a esta queixa com a graça do Senhor.

(Excertos da obra 'Exercícios de Perfeição e Virtudes Cristãs', do Pe. Afonso Rodrigues)


Ps. CXVIII,32.  (Sl 118, 32)
2-     Daboque vobis coelum desuper sicut ferrum, et terram aeneam. Levit. XXVI,19; Deut. XXVIII,23.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

ORAÇÃO PARA A CURA DA DEPRESSÃO


Oração à Virgem do Sorriso 

(para pedir a Cura da Depressão e de distúrbios similares)

Ó Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe que, com um claro sorriso, Vos dignastes consolar e curar da depressão a Vossa filha, Santa Teresinha do Menino Jesus, restituindo-lhe a alegria de viver e o sentido de sua vida em Cristo ressuscitado, olhai com carinho maternal muitos filhos e filhas que sofrem de depressão, distúrbios e síndromes psiquiátricas e doenças psicossomáticas.

Que Jesus Cristo possa curar e dar sentido às vidas de muitas pessoas cuja existência, por vezes, deteriorou-se. Maria, que o vosso belo sorriso não permita que as dificuldades da vida obscureçam a nossa alma, pois sabemos que só o Vosso filho Jesus pode satisfazer os anseios mais profundos do nosso coração.

Maria, através da luz que emana de Vossa face, transparece a misericórdia de Deus. Que os Vossos olhos possam acariciar-nos e nos convencer de que Deus nos ama e nunca nos abandona, e que a Vossa ternura renove em nós a auto-estima, a confiança nas nossas capacidades, o interesse pelo futuro e o desejo de vivermos felizes.

Pedimos também para que os membros das famílias daqueles que sofrem de depressão possam ajudar no processo de cura, não os tratando jamais como atores da doença ou por interesses de conveniência, mas que os valorizem, escutem, compreendam e exortem à cura.

Virgem do Sorriso, obtende para nós, por Jesus, a cura verdadeira e livrai-nos dos alívios temporários e ilusórios. Uma vez curados, comprometemo-nos a servir a Jesus com alegria, disposição e entusiasmo, como discípulos missionários, através do nosso testemunho de vida renovada. Amém.

Rezar duas Ave Marias em honra das duas lágrimas de alegria que rolaram pela face de Santa Teresinha do Menino Jesus, quando ela foi tocada pelo sorriso da Virgem.