segunda-feira, 14 de julho de 2025

A CIÊNCIA DE DEUS (III)

Se, na figura do ímã, N representa um homem e S representa uma mulher, qual das afirmações abaixo é falsa, confrontando e distorcendo os princípios da lei da imantação dos seres humanos sob a luz da ciência divina? 

A - Os polos N e S nunca podem ser separados, ainda que o ímã seja quebrado (lei da inseparabilidade dos polos magnéticos de um ímã).

B - NS e SN são modelos de atração

C - NN e SS são modelos de repulsão

D - Nos modelos NS e SN, N + S = S + N

E - Nos modelos NN e SS, a razão N/N ou S/S é igual a 1, ou seja, não se tem nem N e nem S anulando-se, portanto, a perspectiva dos polos da geração humana.

OS PAPAS DA IGREJA (XX)

 



O sucessor de Silvestre II é geralmente numerado como João XVII e não João XVI, porque alguns autores incluiram nas listas pontificais o nome de João XVI como sendo o antipapa Philagathos.

domingo, 13 de julho de 2025

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos: o vosso coração reviverá!'
(Sl 68)

Primeira Leitura (Dt 30,10-14) - Segunda Leitura (Cl 1,15-20) -  Evangelho (Lc 10,25-37)

  13/07/2025 - DÉCIMO QUINTO DOMINGO DO TEMPO COMUM

O BOM SAMARITANO 


'Quem é o meu próximo?' (Lc 10, 29). Diante da pergunta capciosa do mestre da lei, Jesus não responde diretamente. Era preciso um ensinamento maior: para quem pratica a caridade, o próximo são todas as outras pessoas; para quem se exalta na malícia do pecado, o próximo é algo tão intangível quanto a enorme soberba do douto perscrutador do evangelho deste domingo, tão cheio de artimanhas, tão farto de arrogância.

E Jesus, então, lhes conta uma pequena história: 'Certo homem descia de Jerusalém para Jericó...' (Lc 10, 30). Um certo homem... provavelmente um judeu como eles, deslocando-se de Jerusalém para Jericó, a cerca de 30 km e em altitude bem mais baixa que Jerusalém. Sem dúvida, tratava-se de um homem de posses e descuidado de sua segurança, pois viajava sozinho. E eis que, então, o homem é assediado por assaltantes, tem os seus bens saqueados e, mais que isso, é espancado e ferido brutalmente, até ser abandonado semimorto à beira da estrada.

E no local da encenação deste drama comovente, vão passar três personagens singulares: um sacerdote, um levita e um samaritano. Os dois primeiros, anestesiados pelos seus interesses e preocupações mundanas e imbuídos do frio calculismo dos incômodos e perturbações que uma tal ação de socorro poderia lhes causar, vão passar insensíveis ao largo do homem ferido. Muito diferente será a reação do viajante samaritano que, não apenas pára para socorrer o pobre homem, como alivia as suas dores e, mais ainda, assume a responsabilidade pelo completo restabelecimento da sua saúde e pela cura dos seus ferimentos.

'Quem é o meu próximo?' não foi, afinal, a pergunta certa feita pelo mestre da lei, o mesmo que antes dera resposta correta a outra pergunta de Jesus: 'Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!' (Lc 10, 27). 'Amar o próximo como a ti mesmo' significa em todos 'amar a Deus com todo o coração e com toda a alma'. Todos são próximos de todos. Os dons e os talentos de cada um devem ser compartilhados com todos. E esta partilha se faz com as mãos estendidas da humildade e da misericórdia. Este é o legado de Jesus para nós: 'Vai e faze a mesma coisa' (Lc 10, 37). Fazendo a mesma coisa, todos os outros serão apenas um: o próximo, que nos coloca dentro do Coração de Deus!

sábado, 12 de julho de 2025

BREVIÁRIO DIGITAL - ICONOLOGIA CRISTÃ (VII)

 

A imagem de Nossa Senhora em Czestochowa*, Polônia, conhecida como Nossa Senhora de Jasna Gora [Colina Brilhante], nome do mosteiro onde foi mantida por seis séculos, está incluída no pequeno grupo de Madonas Negras reconhecidas em todo o mundo.

De origem desconhecida, a lenda atribui a sua criação ao evangelista São Lucas, que teria pintado um retrato da 'Virgem diante a mesa de cedro onde fazia as suas refeições'. Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, tendo contato com a imagem durante a sua visita à Terra Santa, a teria levado para Constantinopla no século IV, onde permaneceu por vários séculos, até chegar, muito mais tarde, à Polônia e à posse de São Ladislau no século XV.

São Ladislau, com o propósito de proteger a imagem das repetidas invasões dos tártaros, conduziu-a, então, até Czestochowa. Ainda assim, a imagem foi vandalizada em várias ocasiões por flechas e golpes de espada, e aparentemente foi então pintada praticamente de novo, num formato clássico de um ícone bizantino dos séculos XIII-XIV e preservando a imagem original, incluindo as próprias marcas e danos causados pelos vandalismos ocorridos.

Os milagres atribuídos a Nossa Senhora de Czestochowa são numerosos e espetaculares e registrados nos arquivos de Jasna Gora. A repercussão internacional da imagem foi consideravelmente ampliada pela devoção pessoal do papa João Paulo II, que rezou diante desta imagem da Virgem Maria durante as suas visitas à Polônia. A cor negra da imagem é polêmica e tem sido atribuída desde à pigmentação típica da arte bizantina à época ou até mesmo devido a danos causados pela fuligem e fumaça de incêndio ocorrido num dos templos onde esteve localizada. Outras variantes da imagem apresentam a imagem com tez mais clara ou ainda bem mais escura que a imagem de Czestochowa.

O ícone propriamente dito, com dimensões aproximadas de 122cm x 82 cm, apresenta Nossa Senhora e o Menino Jesus, com tez negra, numa composição clássica bizantina conhecida como odegetria [aquela que mostra o caminho]: Nossa Senhora, revestida com uma vestimenta azul coberta de flores-de-liz, aponta para Jesus com a mão direita como nossa fonte de salvação. O Menino Jesus, por sua vez, estende a mão direita para a frente em uma atitude de bênção, enquanto segura um Livro dos Evangelhos com a mão esquerda. A imagem preserva as marcas e os sinais de vandalismos passados, particularmente na face de Nossa Senhora. O Ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, reconhecida como 'peregrina da esperança', está sendo levada na peregrinação 'Do oceano ao Oceano' pelo mundo inteiro em defesa da vida, percorrendo atualmente inúmeras cidades e comunidades católicas de todo o Brasil.

* pronuncia-se tchɛ́z-to-kô-va

sexta-feira, 11 de julho de 2025

ORAÇÃO DAS TRÊS HORAS DA TARDE


Senhor Jesus,
estamos agora espiritualmente aos pés da cruz
junto à vossa Mãe e o discípulo que amastes.
Pedimos-vos perdão pelos nossos pecados
que são a causa da vossa morte.

Agradecemos-vos por lembrardes de nós
naquela hora da salvação
e por nos ter legado Maria como nossa Mãe.

Virgem Santa, acolhei-nos sob a vossa proteção
e abri-nos à ação do Espírito Santo.

São João, alcançai-nos
a graça de acolher Maria em nossas vidas, como vós o fizestes,
e de auxiliá-la em sua missão. Amém.

(oração de tradição carmelita)

OS PAPAS DA IGREJA (XIX)

 




quinta-feira, 10 de julho de 2025

O DOGMA DO PURGATÓRIO (CIV)

Capítulo CIV

Meios de se Evitar o Purgatório - Os Sacramentos - Efeitos Espirituais e Medicinais da Extrema Unção [Unção dos Enfermos]

Indicamos, como quarto meio de satisfação neste mundo, o uso dos sacramentos, e especialmente a recepção santa e cristã dos últimos sacramentos na aproximação da morte.

O Divino Mestre nos adverte no Evangelho para nos prepararmos bem para a morte, a fim de que ela seja preciosa aos seus olhos e a coroação digna de uma vida cristã. Seu amor por nós faz com que Ele deseje ardentemente que deixemos este mundo inteiramente purificados, despojados de toda dívida para com a Justiça Divina; e que, ao comparecermos diante de Deus, sejamos considerados dignos de ser admitidos entre os eleitos, sem necessidade de passar pelo Purgatório. É para esse fim que Ele normalmente nos envia as dores da doença antes da morte e que instituiu os sacramentos, para nos ajudar a santificar os nossos sofrimentos e nos dispor mais perfeitamente a comparecer diante de sua face.

Os sacramentos que recebemos em tempo de doença são três: a Confissão, que podemos receber assim que desejarmos; o Santo Viático e a Extrema Unção, que podemos receber assim que houver perigo de morte. Esta circunstância do perigo de morte deve ser entendida no sentido amplo da palavra. Não é necessário que haja um perigo iminente de morte e que toda a esperança de recuperação esteja perdida; nem mesmo é necessário que o perigo de morte seja certo; basta que seja provável e prudentemente presumido, mesmo quando não há outra enfermidade além da velhice.

Os efeitos dos sacramentos, bem recebidos, correspondem a todas as necessidades, a todos os desejos legítimos dos doentes. Esses remédios divinos purificam a alma de seus pecados e aumentam seu tesouro de graça santificante; fortalecem o doente e o capacitam a suportar seus sofrimentos com paciência, a triunfar sobre os ataques do demônio no último momento e a fazer um generoso sacrifício de sua vida a Deus. Além disso, além dos efeitos que produzem sobre a alma, os sacramentos exercem uma influência salutar sobre o corpo. A extrema-unção, em especial, conforta o doente e alivia os seus sofrimentos; e até mesmo restaura sua saúde, se Deus julgar conveniente para sua salvação.

Os sacramentos são, portanto, para os fiéis, uma ajuda imensa, um benefício inestimável. Não é de se surpreender, portanto, que o inimigo das almas tenha como objetivo principal privá-las de um bem tão grande. Não podendo roubar os sacramentos da Igreja, ele se esforça para mantê-los longe dos doentes, seja fazendo com que eles os negligenciem completamente, seja fazendo com que os recebam tão tarde que percam todos os seus benefícios. Ai de mim! Quantas almas se deixam levar por essa armadilha! Quantas almas, por não receberem prontamente os sacramentos, caem no inferno ou no abismo mais profundo do purgatório!

Para evitar tal desgraça, a primeira preocupação de um cristão, em caso de doença, deve ser pensar nos sacramentos e recebê-los o mais rápido possível. Dizemos que ele deve recebê-los prontamente, enquanto ainda está em posse do uso de suas faculdades, e insistimos nessa circunstância pelas seguintes razões:

(i) Ao receber os sacramentos prontamente, o paciente, ainda com forças suficientes para se preparar adequadamente, obtém todos os frutos deles.

(ii) Ele precisa receber o mais rápido possível a assistência divina, a fim de suportar os seus sofrimentos, vencer a tentação e santificar o tempo precioso da doença.

(iii) É somente recebendo os óleos sagrados a tempo que podemos experimentar os efeitos de uma cura corporal.

E devemos aqui observar um ponto importante: o remédio sacramental da santa unção produz seu efeito sobre o doente da mesma maneira que os remédios médicos. Assemelha-se a um medicamento requintado que auxilia a natureza, na qual ainda se supõe haver um certo vigor; de modo que a extrema-unção não pode exercer uma virtude medicinal quando a natureza tornou-se muito fraca e a vida está quase extinta. Assim, um grande número de pessoas doentes morre porque adia a recepção dos sacramentos até estar em estado terminal; enquanto não é incomum ver aqueles que se apressam em recebê-los se recuperarem totalmente.

Santo Afonso nos fala de um doente que adiou receber a Extrema Unção até que fosse quase tarde demais, pois morreu pouco depois. Deus revelou, diz o santo doutor, que se ele tivesse recebido esse sacramento mais cedo, teria recuperado a saúde. No entanto, o efeito mais precioso dos últimos sacramentos é aquele que eles produzem na alma; eles a purificam dos resquícios do pecado e tiram, ou pelo menos diminuem, sua dívida de punição temporal; eles a fortalecem para suportar o sofrimento de maneira santa; eles a enchem de confiança em Deus e a ajudam a aceitar a morte em união com a de Jesus Cristo.

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog.