Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814) foi o maior artista brasileiro de arte barroca de todos os tempos. Sua arte, presente em obras sacras distribuídas por várias cidades históricas de Minas Gerais, retrata e expressa um barroco europeu renovado e adaptado singularmente pelo gênio do artista. São criações muitíssimo pessoais, que podem ser identificadas por traços e características marcantes, como as que são destacadas abaixo, na sua peça da cabeça de Cristo, figura em cedro e parte integrante do cenário dos chamados Passos da Paixão, obra localizada em Congonhas do Campo/MG.
segunda-feira, 15 de julho de 2024
domingo, 14 de julho de 2024
EVANGELHO DO DOMINGO
'Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei! (Sl 84)
Primeira Leitura (Am 7,12-15) - Segunda Leitura (Ef 1,3-14) - Evangelho (Mc 6,7-13)
14/07/2024 - DÉCIMO QUINTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
33. A MISSÃO DOS APÓSTOLOS
Em Nazaré, Jesus não pôde realizar milagre algum. Ali, foi rejeitado e caluniado pelos seus próprios conterrâneos, movidos pelos escrúpulos humanos dos mistérios da iniquidade. Pois foi dessa mesma Nazaré da incredulidade humana, que Jesus moveu os seus discípulos à missão de um apostolado universal, de forma a levar a Boa Nova a todas as criaturas, a todos os povos e a todas nações: 'Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!' (Mt 28, 18 - 20). Provavelmente para enfatizar a todos eles a dureza da missão que lhes era confiada: as sementes devem ser lançadas, os frutos dependerão da acolhida do coração humano.
Jesus escolheu Doze Apóstolos para esta missão universal. No simbolismo dos números bíblicos, doze é o número da perfeição: 'Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito’(Mt 5, 48). E os enviou 'dois a dois' (Mc 6,7) para que cada um deles tivesse no outro a contrapartida da fortaleza, da vigilância e da perseverança para o pleno cumprimento de uma missão particularmente difícil: 'Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos (Mt 10, 16). E Jesus os exorta, nesta missão, a uma plena disposição de alma, a uma entrega absoluta nas mãos da Providência: 'Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas' (Mc 6, 8 - 9). E lhes deu o dom da cura e o 'poder sobre os espíritos impuros' (Mc 6, 7)
Não é preciso levar alforge ou vestimenta especial, apenas a entrega complacente à Santa Vontade de Deus. É imperioso o serviço da vocação; os frutos pertencem aos ditames da Providência. O reino de Deus deve ser proclamado para todos, em todos os lugares, mas a Boa Nova será recebida com jubilosa gratidão num lugar ou indiferença profunda em outro; aqui vai gerar frutos de salvação, mais além será pedra de tropeço. Em outros lugares ainda, será rejeitada simplesmente e, nestes, a sentença não será velada: 'Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!' (Mc 6, 11).
Eis a síntese do apostolado cristão para os homens de sempre: anunciar o Evangelho de Cristo ao mundo inteiro. Ser missionário e se fazer apóstolo, aí estão as marcas de identidade de um cristão no mundo. De todos os cristãos: os primeiros doze apóstolos, os outros setenta e dois, os cristãos de todos os tempos, eu e você. Como cordeiros entre lobos, como emissários da paz entre promotores das guerras, os cristãos estão no mundo para torná-lo um mundo cristão. O apostolado começa com o bom exemplo, expande-se com o amor ao próximo, multiplica-se pela caridade. E ainda que fôssemos capazes de domar a natureza e realizar prodígios, a felicidade cristã não está nos eventos temporais aqui na terra, mas na Eterna Glória daqueles que souberam combater o 'bom combate' (2Tm 4,7).
sábado, 13 de julho de 2024
SOBRE O AMOR A DEUS
Primum instrumentum! Para o 'obreiro' espiritual, o amor a Deus deve ser o primeiro instrumento. É essa a alavanca motora que o levará a transformar toda a sua atividade natural em algo sobrenatural. Uma obra só tem valor se tiver como princípio o desejo de agradar a Deus, ou seja, se for regida pelo amor. É deste amor que a alma cristã retira a força para obedecer aos mandamentos e a alma do religioso o sustento para prover a salvação das almas. Quando a natureza recua diante das dificuldades da tarefa; quando a suscetibilidade se revolta diante das humilhações; quando se enfrentam as perseguições inevitáveis, é no amor que o verdadeiro discípulo de Cristo vai buscar a fortaleza de que necessita.
Foi no amor a Deus que os mártires assentaram os fundamentos das suas forças; os apóstolos, o estímulo do seu zelo; os confessores e as virgens, o sustentáculo de todas as virtudes. Se perguntarmos a Santa Teresa como ela renovou a vida contemplativa e levou aos quatro cantos do mundo a luz radiosa do Carmelo renovado; a São Francisco Xavier, qual foi o instrumento de suas tantas conquistas espirituais; a tantos outros santos quais foram os meios que garantiram o êxito de suas obras de santidade, todos, todos mesmo, nos darão a mesma resposta: 'por amor a Deus'. O primeiro instrumento de todos eles foi o amor.
Antes de Nosso Senhor confiar a São Pedro o governo da sua Igreja e de o enviar como evangelizador do mundo inteiro, fez a ele uma única pergunta: Simon Joannis, diligis me? - 'Simão, filho de João, tu me amas?' [Jo 21,16]. Não lhe perguntou: 'Sabes pregar?' ou 'Estás preparado para todas as dificuldades e todas as perseguições?' ou ainda 'Serás capaz de suportar a prisão, os sofrimentos e as cruzes?' Não, apenas lhe perguntou: 'Simão, filho de João, tu me amas?' Diligere - amar. Note-se que nesta palavra há eligere - escolher. O amor que Deus espera de nós é um amor de escolha, de nossa escolha, ditada apenas pelo nosso livre arbítrio.
(Excertos da obra 'Les Instruments de la Perfection', de L' Abbaye Sainte-Marie de Paris, tradução do autor do blog)
sexta-feira, 12 de julho de 2024
POEMAS PARA REZAR (LV)
O chamado Catecismo de Baltimore constituiu o primeiro e o mais renomado catecismo escrito para católicos na América do Norte, vigente desde 1885 até o final da década de 1960. O hino religioso Mother Dear, oh, Pray for Me - oração de louvor e súplica de proteção à Nossa Senhora traduzida abaixo - constitui uma das mais belas devoções do Catecismo de Baltimore.
MOTHER DEAR, OH, PRAY FOR ME
Mother dear, oh, pray for me,
Whilst far from heav'n and thee
I wander in a fragile bark,
O'er life's tempestuous sea;
O Virgin Mother, from thy throne,
So bright in bliss above,
Protect thy child and cheer my path,
With thy sweet smile of love.
Mother dear, remember me,
And never cease thy care,
Till in heaven eternally
Thy love and bliss I share.
Mother dear, oh, pray for me,
should pleasure's siren lay
E'er tempt thy child to wander far
From virtue's path away;
When thorns beset life's devious way,
And darkling waters flow,
Then, Mary, aid thy weeping child,
Thyself a mother show.
Ó MÃE QUERIDA, REZA POR MIM
Ó mãe querida, reza por mim,
longe do céu e de ti, alma perdida,
sou nau errante a vagar sem rumo
no mar tormentoso desta vida;
Ó Virgem Mãe, do teu trono,
radiante de glória e esplendor,
protege teu filho e alegra meus passos,
sob o teu suave sorriso de amor.
Ó mãe querida, lembra-te de mim,
e nunca me deixes afastar de Deus,
até que na eternidade do céu, assim,
o teu amor e teu sorriso sejam meus.
Ó mãe querida, reza por mim
se a cobiça do prazer mais rude
tentar desviar o teu filho enfim
do reto caminho da virtude;
quando os espinhos moldarem meu caminho
e as águas escuras me levarem embora;
cuida de mim, então, filho que chora,
ó mãe querida, cuida então de mim.
(livre tradução do autor do blog)
quinta-feira, 11 de julho de 2024
SOMOS O QUE SOMOS PELA GRAÇA DE DEUS
Deus nos fez do nada - do nada absoluto - e é bom que lembremos, de vez em quando, este fato. Porque Deus nos fez, somos preciosos; mas, porque viemos do puro nada, jamais podemos vangloriar-nos de autossuficiência. E, porque viemos de Deus, temos um desejo insaciável de voltar a unir-nos com a sua Vida, Verdade e Amor. Mas, como também somos filhos do nada, estamos tão dependentes dEle como os raios solares, do sol.
Quando São João Batista viu, pela primeira vez, Nosso Senhor, o seu sentimento do nada obrigou-o a dizer: 'Convém que Ele cresça, mas que eu diminua'. Esta atitude não implica qualquer humildade falsa, nem fingimento, desmentido pelos fatos, de que ele ou o seu trabalho fossem sem valor algum. Foi antes o simples reconhecimento de que até a estrela mais brilhante tem de se ofuscar ao raiar do sol nascente. João humilhou-se diante de Deus; o mesmo podíamos fazer nós, lembrando-nos, uma vez ou outra, de que a nossa origem é o nada. Pode fazer-se isto pela prática da humildade e, por ela, reviver a nossa criação. Psicologicamente, podemos voltar ao seio do nada, nossa mãe, despojando-nos de tudo o que não é Deus e, desse modo, regressando ao simples zero, donde Ele nos tirou.
Quando olhamos de frente o que de verdadeiro se passa com a nossa existência, vemos que Ele é o tudo e que nós nada possuímos que não tivesse vindo dEle. Compreenderemos então que Ele nos conserva no ser, de momento a momento. Tornamo-nos conscientes de que sem Ele nada podemos. O Divino Salvador advertiu os discípulos do seu nada relativo, quando descreveu como se devem comportar os cristãos num banquete: não devem sentar-se à cabeceira da mesa como os fariseus viperinos, mas sim portar-se como sendo ninguém, e nunca procurar apresentar-se como sendo alguém. Mais tarde, no seu Ministério, voltou ao assunto e louvou o publicano que, reconhecendo o seu nada, demandou o fundo do templo, ao contrário do fariseu que se dirigiu para a frente. Nosso Senhor pronunciou, então, o veredito divino: 'Todo o que se exaltar será humilhado, e todo o que se humilhar será exaltado'.
O preceito da humildade não quer dizer que pela vida andemos sob um 'complexo de inferioridade'. Não havemos de procurar o vale da humilhação para nos esconder na obscuridade, mas, pelo contrário, para, deste vale, podermos descortinar as montanhas de Deus e encontrar aí a nossa exaltação. Foi belamente expresso nas palavras de Maria, Mãe de Jesus, o surto do sentimento da própria pequenez para a alegria na grandeza do Senhor:'Ele olhou benignamente para a humildade da sua serva'. O reconhecimento de Maria do seu 'nada', em relação a Deus, levou-a a baixar na sua própria estima, mais do que ninguém em tempo algum. Por isso a sua exaltação foi também a mais sublime.
Quanto mais pensarmos em nós, menos pensamos em Deus; todos os egoístas são antirreligiosos. O requisito espiritual para ver a Deus é não se deixar cegar pelo próprio eu, com o seu orgulho, vaidade e deificação. Só pode encher-se o que está vazio; só o que se despir do eu será vestido do Divino. A água da fonte nada poderá acrescentar a um copo que está a extravasar de lama; somente pode ser cheia das Águas da Vida Eterna a alma humilde, a alma vazia. Muitas vezes, durante a vida, enchemos os nossos copos de lama e de pedras de amor-próprio. Esta lama, este falso orgulho, este exagero do valor próprio, com exclusão de Deus, é o que complica a vida e impede a alma de se unir Àquele para quem foi criada. Como o nevoeiro impede os raios de sol de brilhar sobre a terra, assim o eu, negando o nada que é a sua realidade, nos isola de Deus. Mas, como o sol pelo calor desfaz a seu tempo o nevoeiro, também Deus pode consumir inteiramente o nosso orgulho e nos atingir a alma.
O próprio Deus nos mostrou o caminho da humildade; desceu ao nada, quando se humilhou até à morte abjeta da Cruz, mas desceu para ressuscitar, gloriosamente, erguendo-se pela força irresistível do Poder Divino. Para nós também o único caminho para Deus está na crucifixão de nós mesmos. O homem feito por si mesmo constrói no próprio eu e geralmente revela-se um pobre arquiteto. O homem, porém, feito por Deus — demasiado desdenhoso do seu eu para o usar como viga mestra ou pedra angular — deixa Deus erigir o edifício da sua vida. É como São Paulo que disse: 'Eu sou o que sou pela graça de Deus', que se é feliz nesta humildade sincera.
(Excertos da obra 'Rumo à Felicidade' do Fulton Scheen)
quarta-feira, 10 de julho de 2024
FRASES DE SENDARIUM (XXXIV)
'É um erro crer que muitos caminhos conduzem a Deus, depois que os cristãos receberam a verdade da boca do próprio Deus'
(Santo Ambrósio)
Arma-te com o escudo da sabedoria divina, inflama-te com a confiança inabalável dos que aspiram ainda aqui anelos de eternidade; desta santa embriaguez, transforma-te em forja e cadinho, para moldar consciências e gerar espíritos ávidos da Verdade!
terça-feira, 9 de julho de 2024
TRATADO SOBRE A HUMILDADE (VI)
44. Embora o pecado seja, em si mesmo, um grande mal - de fato, o maior de todos os males - ainda assim, sob uma certa forma, pode ser um alimento para nós, se soubermos servir-nos dele como um meio de exercitar a humildade. Quantos grandes pecadores tornaram-se grandes santos sem terem feito nada mais do que manter os seus pecados constantemente diante dos olhos e humilhar-se na vergonha e na confusão perante Deus e os seus semelhantes! Essas palavras: 'Contra Vós somente tenho pecado', que Davi trazia no seu coração, contribuíram mais do que qualquer outra coisa para fazer dele um santo. E o angélico São Tomás, assim explica o versículo de São Paulo aos Romanos 'todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus' [Rm 8, 28]: 'Este é o bem que aproveita aos que amam a Deus porque, quando caem do amor de Deus pelo pecado, voltam a Ele mais humildes e mais prudentes' [3 par, qu. lxxxix, art. 2 ad 1].
É nisto que se manifesta mais admiravelmente a bondade e a sabedoria de Deus, que nos oferece um meio de nos santificarmos por meio de das nossas próprias misérias, e nunca poderemos invocar a desculpa de que não pudemos tornar-nos santos porque cometemos pecados graves, quando esses mesmos pecados poderiam ter sido o meio de nos santificar, incitando-nos a uma humildade mais profunda. Quão grande é a misericórdia de Deus ao dar-nos assim o meio de nos santificar apenas lembrando-nos de que pecando, podemos sempre meditar, à luz da nossa fé, sobre o que significa ser pecador!
Santa Maria Madalena não se tornou santa tanto pelas lágrimas que derramou mas pela humildade do seu coração. A sua santificação começou quando ela começou a ser humilde no conhecimento de si mesma e de Deus: 'Ela sabia' [Lc 7,37]. Avançou em santidade à medida que avançava em humildade, pois quando não se atrevia a aparecer diante de Jesus Cristo, permanecia atrás dEle [Lc 7,38] e completou a sua carreira de santidade pela sua humildade, pois, como diz São Gregório, não fez outra coisa durante todo o resto da sua vida senão meditar sobre o grande mal que tinha cometido ao pecar. 'Ela considerava o que tinha feito' [Hom. 20 in Evang.].
45. Quando nos sentimos envergonhados e perturbados por termos caído em pecado, isso não passa de uma tentação do demônio, que procura aproveitar-se da nossa angústia para nos arrastar talvez a algum pecado mais grave. A dor que sentimos por termos ofendido a Deus não angustia a alma, mas deixa-a calma e serena, porque é uma dor unida à humildade, que traz consigo a graça; mas sentir-se angustiado e oprimido pela tristeza, seja pela vergonha que sentimos por termos cometido alguma ação vergonhosa, seja pelo reconhecimento súbito da nossa possibilidade de cair, precisamente quando nos julgávamos mais fortes e mais fiéis do que nunca, é orgulho simplesmente, que nasce de um amor-próprio excessivo. Temos uma opinião demasiado boa de nós próprios, e é por isso que nos perturbamos quando vemos a nossa reputação ferida por outros ou diminuída pelas nossas próprias ações. Se eu refletir bem, sempre que me angustiar com as minhas faltas, verei que a minha angústia se deve apenas ao orgulho, que me persuade, pelo artifício sutil do amor-próprio, de que sou melhor do que os próprios justos, de quem está escrito: 'o homem justo cairá sete vezes' [Pv 24,16].
Aquele que é humilde, mesmo que caia por fragilidade, logo se arrepende com tristeza e implora a assistência divina para ajudá-lo a emendar-se; nem se espanta por ter caído, porque sabe que por si mesmo só é capaz de fazer o mal, e faria muito pior se Deus não o protegesse com sua graça. Depois de ter pecado, é bom humilhar-se diante de Deus e, sem perder a coragem, permanecer na humildade para não voltar a cair, e dizer como Davi: 'Estou muito humilhado, Senhor, conservai-me na graça segundo a vossa palavra' [Sl 118,107]. Mas afligirmo-nos sem medida e cedermos a uma certa melancolia pusilânime, que nos leva à beira do desespero, é uma tentação do orgulho, insinuada pelo demônio, de quem está escrito que é rei 'sobre todos os filhos da soberba' [Jó 41,25].
46. Por mais íntegros que sejamos, nunca devemos nos escandalizar ou nos espantar com a conduta dos malfeitores, nem nos considerarmos melhores do que eles, porque não sabemos o que está ordenado para eles ou para nós nas disposições supremas de Deus, 'que faz coisas grandes e insondáveis, maravilhas incalculáveis' [Jó 5, 9]. Quando Zaqueu só pensava em usura e em oprimir os pobres, quando Madalena enchia Jerusalém de escândalos, quando Paulo amaldiçoava e perseguia a religião cristã, quem poderia imaginar que eles se tornariam santos? E, por outro lado, quem acreditaria que Salomão, o oráculo da sabedoria divina, morreria no meio da devassidão e dos ídolos? Que Judas, um dos Apóstolos, traísse o seu Divino Mestre e depois se entregasse ao desespero? Ou que muitos homens santos, avançados em santidade, se tivessem tornado apóstatas? São exemplos que nos devem fazer tremer, quando refletimos sobre o mistério insondável do julgamento e da misericórdia de Deus: 'A um abate, e a outro exalta' [Sl 74,8] e ainda, 'Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes' [Lc 1,52].
('A Humildade de Coração', de Fr. Cajetan (Gaetano) Maria de Bergamo, 1791, tradução do autor do blog)
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