domingo, 26 de novembro de 2023

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma' (Sl 22)

Primeira Leitura (Ez 34,11-12.15-17) - Segunda Leitura (1Cor 15,20-26.28)  -  Evangelho (Mt 25,31-46)

 26/11/2023 - Solenidade de Cristo Rei 

53. JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO


Jesus Cristo é o Rei do Universo. Como Filho Unigênito de Deus, Ele é o herdeiro universal de toda a criação, senhor supremo e absoluto de toda criatura e de toda a existência de qualquer criatura, no céu, na terra e abaixo da terra. A realeza de Cristo abrange, portanto, a totalidade do gênero humano, como expresso nas palavras do Papa Leão XIII: 'Seu império não abrange tão só as nações católicas ou os cristãos batizados, que juridicamente pertencem à Igreja, ainda quando dela separados por opiniões errôneas ou pelo cisma: estende-se igualmente e sem exceções aos homens todos, mesmo alheios à fé cristã, de modo que o império de Cristo Jesus abarca, em todo rigor da verdade, o gênero humano inteiro' (Encíclica Annum Sacrum, 1899).

E, neste sentido, o domínio do seu reinado é universal e sua autoridade é suprem e absoluta. Cristo é, pois, a fonte única de salvação tanto para as nações como para todos os indivíduos. 'Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos' (At 4, 12). O livre-arbítrio permite ao ser humano optar pela rebeldia e soberba de elevar a criatura sobre o Criador, mas os frutos de tal loucura é a condenação eterna.

A realeza de Cristo é, entretanto, principalmente interna e de natureza espiritual. Provam-no com toda evidência as palavras da Escritura acima referidas, e, em muitas circunstâncias, o proceder do próprio Salvador. Quando os judeus, e até os Apóstolos, erradamente imaginavam que o Messias libertaria seu povo para restaurar o reino de Israel, Jesus desfez o erro e dissipou a ilusória esperança. Quando, tomada de entusiasmo, a turba, que O cerca O quer proclamar rei, com a fuga furta-se o Senhor a estas honras, e oculta-se. Mais tarde, perante o governador romano, declara que seu reino 'não é deste mundo'. Neste reino, tal como no-lo descreve o Evangelho, é pela penitência que devem os homens entrar. Ninguém, com efeito, pode nele ser admitido sem a fé e o batismo; mas o batismo, conquanto seja um rito exterior, figura e realiza uma regeneração interna. Este reino opõe-se ao reino de Satanás e ao poder das trevas; de seus adeptos exige o desprendimento não só das riquezas e dos bens terrestres, como ainda a mansidão, a fome e sede da justiça, a abnegação de si mesmo, para carregar com a cruz. Foi para adquirir a Igreja que Cristo, enquanto 'Redentor', verteu o seu sangue; para isto é, que, enquanto 'Sacerdote', se ofereceu e de contínuo se oferece como vítima. Quem não vê, em consequência, que sua realeza deve ser de índole toda espiritual? (Encíclica Quas Primas de Pio XI, 1925).

Cristo Rei se manifesta por inteiro pela Sua Santa Igreja e, por meio dela, e por sua paixão, morte e ressurreição, atrai para Si a humanidade inteira, libertada do pecado e da morte, que será o último adversário a ser vencido. E quando voltar, há de separar o joio do trigo, as ovelhas e o cabritos, uns para a glória eterna, outros para a danação eterna: 'Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda... estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna' (Mt 25, 31 - 33.46).

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

FRASES DE SENDARIUM (XVI)

 
'Nosso coração nunca se farta, porque o bem infinito não tem limites' 

(São Gregório de Nissa)


'Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve' (Mt 11,29)

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

SOBRE AS OBRAS FEITAS POR CARIDADE



1. Por nenhuma coisa do mundo, nem por amor de pessoa alguma, se deve praticar qualquer mal; mas, em prol de algum necessitado, pode-se, às vezes, omitir uma boa obra, ou trocá-la por outra melhor. Desta sorte, a boa obra não se perde, mas se converte em outra melhor. Sem a caridade, nada vale a obra exterior; tudo, porém, que da caridade procede, por insignificante e desprezível que seja, produz abundantes frutos, porque Deus não atende tanto à obra, como à intenção com que a fazemos.

2. Muito faz aquele que muito ama. Muito faz quem bem faz o que faz. Bem faz quem serve mais ao bem comum que à sua própria vontade. Muitas vezes parece caridade o que é mero amor-próprio, porque raras vezes nos deixa a inclinação natural, a própria vontade, a esperança da recompensa, o nosso interesse.

3. Aquele que tem verdadeira e perfeita caridade em nada se busca a si mesmo, mas deseja que tudo se faça para a glória de Deus. De ninguém tem inveja, porque não deseja proveito algum pessoal, nem busca sua felicidade em si, mas procura sobre todas as coisas ter alegria e felicidade em Deus. Não atribui bem algum à criatura, mas refere tudo a Deus, como à fonte de que tudo procede, e em que, como em fim último, acham todos os santos o deleitoso repousar. Ó quem tivera só uma centelha de verdadeira caridade logo compreenderia a vaidade de todas as coisas terrenas!

(Da Imitação de Cristo, de Thomas de Kempis)

terça-feira, 21 de novembro de 2023

O DOGMA DO PURGATÓRIO (LXIX)

 

Capítulo LXIX

Alívio às Santas Almas pelas Indulgências - Orações e Jaculatórias

Há certas indulgências que são fáceis de obter e que se aplicam também aos mortos. Esperamos ajudar ao leitor indicando as principais [a obra original é de 1888; acessar aqui o atual Manual de Indulgências da Igreja Católica]:

(i) Oração 'Eis-me aqui, ó bom e dulcíssimo Jesus' - indulgência plenária para quem, depois de se ter confessado e comungado, recitar esta oração diante de uma imagem de Cristo crucificado, acrescentando alguma outra oração em intenção do Soberano Pontífice [e da Igreja].

(ii)  Santo Rosário - muitas e grandes indulgências estão associadas à recitação do Santo Rosário, se fizermos uso de contas indulgenciadas pelo nosso Santo Padre, o Papa, ou por um sacerdote que tenha recebido tais faculdades.

(iii) A Via Sacra - como já dissemos, à Via Sacra estão associadas várias indulgências plenárias e um grande número de indulgências parciais. Estas indulgências não exigem a confissão e a comunhão; basta estar em estado de graça e ter uma dor sincera de todos os nossos pecados. 

Quanto ao exercício propriamente dito da Via-Sacra, não se requer senão duas condições: (i) visitar as quatorze estações, passando de uma para outra, tanto quanto as circunstâncias o permitam; (ii) meditar ao mesmo tempo na Paixão de Jesus Cristo; as pessoas que não souberem fazer uma meditação conexa com a Via sacra podem contentar-se em pensar afetuosamente em alguma circunstância da Paixão que esteja de acordo com a sua capacidade; exortamo-las, contudo, impor como uma obrigação recitar sempre um Pai Nosso e uma Ave Maria em cada estação, e a fazer um ato de contrição pelos seus pecados.

(iv) Atos de Fé, Esperança e Caridade - Indulgência de sete anos e sete quarentenas de cada vez que forem recitados.

(v) Ladainha da Santíssima Virgem - trezentos dias de indulgência por vez.

(vi) Sinal da Cruz - cinquenta dias cada vez; mediante uso de água benta, indulgência de cem dias.

(vii) Jaculatórias como 'Meu Jesus, misericórdia!' - cem dias cada vez; 'Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso' - Trezentos dias, uma vez ao dia; 'Doce Coração de Maria, sede a minha salvação' - trezentos dias por vez'.

(viii) Oração 'Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo; para sempre seja louvado! Amém. - cinquenta dias cada vez que duas pessoas se saúdam com estas palavras.

(ix) Oração do Ângelus - indulgência de cem dias cada vez que for recitado, seja de manhã, ao meio-dia ou à noite, ao som de um sino, de joelhos e com o coração contrito.

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

FRASES DE SENDARIUM (XV)

'Quando nascemos, somos filhos de nossos pais; quando morremos, somos filhos de nossas obras' 

(Pe. Antônio Vieira)

AÇÃOAbrir Caminhos Através de Obras, eis o legado cristão: AÇÃO conformada por meio do nosso próprio exemplo e da nossa própria santificação pessoal.