domingo, 2 de outubro de 2022

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!' (Sl 94)

 02/10/2022 - Vigésimo Sétimo Domingo do Tempo Comum
 
45. 'AUMENTA A NOSSA FÉ!'

'Aumenta a nossa fé!' (Lc 15,5). Eis o pedido dos apóstolos ao Senhor naquele dia. Eis a nossa súplica ao Senhor através dos tempos: eu creio firmemente, Senhor, mas aumenta a minha fé! O crescimento da fé implica a fé professada, vivida no cotidiano de nossas vidas, alimentada por atos de piedade e devoção cristãs. O incremento da fé implica a fé testemunhada pela conduta de cristãos no mundo, na doação às necessidades do próximo, na prática de uma caridade submersa por completo na gratuidade do amor de Deus.

E a resposta de Jesus é incisiva: 'Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda...' (Lc 15,6), tornar-se-ia possível arrancar uma planta de raízes profundas e vigorosas e arremessá-la ao mar, seria possível mover as montanhas de lugar e fazer portentos ainda maiores. Pois a fé mobiliza forças inauditas e incompreensíveis aos valores humanos, mas possíveis para a Santa Vontade de Deus, que não conhece abismos ou limites.

E Jesus, com a parábola do senhor e do seu empregado, resume o que deve ser a prática do exercício cristão da fé, como dever e obrigação, não como apropriação de mérito ou regalia de gratidão. A fé plena nos exige a caridade despojada, a entrega cotidiana às graças de Deus nas nossas pequenas ações de cada dia. Sejamos 'servos inúteis' (Lc 15, 10) na consumação completa do nosso eu em nossas ações para e tão somente à glória de Deus.

A fé é 'o precioso depósito que, com a ajuda do Espírito Santo, habita em nós' (2Tm1, 14). Na confiança irrestrita à vontade do Pai e na completa dependência aos seus desígnios, achemos consolação apenas em viver para servir e servir sem reservas, como oferta ao Senhor da vida e submissos à Santa Vontade de Deus, pois o homem justo não morrerá jamais e 'viverá por sua fé' (Hab 1, 4).

sábado, 1 de outubro de 2022

UMA SANTA EM ESTADO PURO

Nada como um dia após o outro. Nada como um santo após o outro. O santo de hoje ou santa - Santa Teresa de Lisieux - é, em praticamente tudo, o oposto do santo de ontem - São Jerônimo. A Teresa das escolhas mais pequenas e mais humildes, que a tornou mundialmente conhecida como ‘Santa Teresinha do Menino Jesus’, é um contraponto absurdo ao furacão cáustico e intenso do Jerônimo doutor da Igreja. Duas vidas santificadas em plenitude, tangidas pelo mesmo espírito de fé e de humildade, porque há todos os tipos de santos e santas, mas não há no Céu um santo ou uma santa que não tenham sido moldados pela humildade e pela caridade.

Esta simples freira carmelita viveu no mais absoluto ostracismo e morreu com apenas 24 anos de idade. Marie Françoise Thérèse Martin nasceu em Alençon, em 02/01/1873, e faleceu em Lisieux, em 30/09/1897. Foi canonizada em 17 de maio de 1925 pelo Papa Pio XI, que posteriormente a declarou ‘Patrona Universal das Missões Católicas’ em 1927. O Papa João Paulo II tornou-a Doutora da Igreja no dia 19 de outubro de 1997.

Por desígnios divinos, Santa Teresinha foi a preceptora de um particular caminho de santificação: a chamada ‘pequena via’, a via de confiança absoluta à vontade de Deus. Na plena aceitação dos desígnios divinos sobre as almas de cada um de nós, no abandono de nossas vidas nos braços de Jesus Cristo, na entrega total de nossas ações e pensamentos à proteção da Santíssima Virgem: eis aí a pequena via, o caminho da infância espiritual, a gloriosa trilha de santificação para os homens comuns, o espantoso atalho ao Céu, proposto e vivido intensamente pela santa carmelita. Eis a sua pequena via maravilhosa de santificação: basta aceitar a nossa própria pequenez, a imensa fragilidade humana que nos domina, as enormes limitações de viver em plenitude os desígnios de Deus sobre as nossas almas; fazer de tantas imperfeições e fragilidades, não meros obstáculos, mas as próprias pedras do caminho, rejuntadas e consolidadas firmemente num imenso amor e numa confiança sem limites na bondade e misericórdia de Deus.

Quão suave é o jugo do Senhor e como são infindáveis os seus caminhos! Sob o vozeirão de um santo que abominava a frouxidão ou sob a batuta suave da santa da pequena via, os ecos da graça ecoam e se reverberam nas almas dos justos, gritando ou apenas sussurrando: o amor a Cristo, o amor incondicional a Cristo, é a nossa estrada para o Céu. Por meio da pequena via, a santificação começa e termina pelo propósito de fazer, de cada dia, mais um passo nesta rota de peregrinação, transformando cada ação diária, cada ato da nossa vida mundana, por mais simples e despojado que seja, em obra de perfeição cristã, compartilhado e vivido para a plena glória do Pai (‘sede perfeitos como vosso Pai do Céu é perfeito’).

Dois santos absurdamente distintos, que se complementam e que se sucedem no mesmo espírito de fé e de humildade, como pedras contínuas da mesma via de santificação, tal como um dia após o outro. Ontem, um santo em estado bruto. Hoje, uma santa em estado puro. Modelos tão diversos quanto a assimetria dos temperamentos humanos, modelos tão radicalmente unidos pelo propósito comum de tornar as suas vidas, longas ou mais curtas, pura ou brutalmente, voltadas apenas para manifestar em plenitude a glória de Deus nessa terra.

PRIMEIRO SÁBADO DO MÊS

   

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

OS TRÊS DEGRAUS DA SABEDORIA MUNDANA

1. A sabedoria do mundo é terrestre e visa apenas os bens da terra. E desta sabedoria fazem secreta profissão os sábios mundanos, quando apegam o coração ao que possuem e se empenham em tornar-se ricos. Quando intentam processos e demandas inúteis para obter dinheiro ou para conservá-lo. Quando não pensam, não falam não agem, senão para alcançar ou conservar qualquer ganho terreno; a confissão, a oração e tudo o mais fazem superficialmente, como quem se desempenha de um ônus, a raros intervalos, para salvar as aparências.

2. A sabedoria do mundo é carnal, pelo amor ao prazer. E desta sabedoria fazem profissão os sábios mundanos, quando buscam apenas os prazeres dos sentidos. Quando gostam de boa mesa. Quando de si afastam tudo o que poderia mortificar ou incomodar o corpo, como os jejuns e as austeridades. Quando, ordinariamente, não pensam mais que em comer, beber, divertir-se, rir, passar agradavelmente o tempo. Quando andam em busca de leitos confortáveis, jogos que divirtam, festas agradáveis, companhias mundanas. E depois que sem escrúpulos se deram todos esses prazeres, vão atrás de um confessor - o menos escrupuloso que encontrarem - a fim de obter assim, por pouco preço, a paz em sua vida sensual e útil, e a indulgência plenária de todos os pecados.

3. A sabedoria do mundo é diabólica, porque é um amor pela estima e pelas honras. E desta sabedoria fazem profissão os sábios mundanos, quando aspiram, muito embora secretamente, grandezas, honras, dignidades e cargos elevados. Quando se esforçam para serem vistos, estimados, louvados e aplaudidos pelos homens. Quando não colimam em seus estudos, trabalhos, lutas, senão a estima e louvor dos homens, a fim de que sejam tidos por honestos, sábios, grandes líderes, sábios jurisconsultos, pessoas de infinito mérito e grande consideração. Quando não podem suportar o desprezo e a repressão. Quando escondem o que têm de falhas e só mostram o que possuem de belo.

É preciso, com Jesus Cristo, detestar e condenar estas sabedorias falsas, a fim de obter a verdadeira, que não busca seu interesse, que não é da terra, nem se encontra no coração dos que vivem em comodismo e que abomina tudo o que é grande e prestigioso aos olhos dos homens.

(São Luís Maria Grignion de Montfort)

BREVIÁRIO DIGITAL - LADAINHA DE NOSSA SENHORA (LIV)

RAINHA CONCEBIDA SEM PECADO ORIGINAL, rogai por nós.

(Ilustração da obra 'Litanies de la Très-Sainte Vierge', por M. L'Abbé Édouard Barthe, Paris, 1801)

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

29 DE SETEMBRO - SÃO MIGUEL ARCANJO

  

(São Miguel com elmo e armadura medieval - Catedral de Bruxelas)

'Houve uma batalha no Céu: Miguel e os seus Anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão batalhou, juntamente com os seus Anjos, mas foi derrotado e não se encontrou mais um lugar para eles no Céu' (Ap 12, 7-8).

'Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande Príncipe, constituído defensor dos filhos do seu povo e será tempo de angústia como jamais houve' (Dn 12, 1).

Assim como Lúcifer é o chefe dos demônios, Miguel é o maior dentre os anjos, Príncipe das milícias celestes, protetor da Santa Igreja e da humanidade contra as forças do inferno. Assim, a designação de arcanjo (oitavo coro dos anjos) tem sentido genérico e nominativo, pois certamente São Miguel, sendo o primeiro dentre os Anjos, é o maior dos serafins. Dentre os vários santuários destinados à devoção ao Arcanjo São Miguel, Príncipe das milícias celestes, destaca-se aquele localizado no Monte Saint Michel na França, cuja foto constitui a abertura e o símbolo deste blog.

(Santuário de São Miguel - Monte Saint Michel/França)

São Miguel, rogai por nós!
Intercedei a Deus por nós!

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO, ROGAI POR NÓS!

 'Bendito seja o teu nome, ó Deus de nossos pais, que no tempo da aflição, perdoas os pecados aos que te invocam' (Tb 3, 13)


Eis que chegados como nunca os tempos da aflição, invoquemos a Deus pela oração de Tobias, suplicantes pelo perdão dos pecados dos que vivemos no santo temor de Deus. E invoquemos aos Céus pelas divinas consolações. A Providência Divina será sensível às petições de tão poucos - pequenez sublimada de nada - que pelo menos ousam confrontar o oceano de iniquidades que busca submergir a todos? E quais outros Lázaros, mendigos de Abraão suplicante, pode-se contar que restarão ainda em cada canto pelo menos dez justos (Gn 18)?


Temos melhor sorte que Sodoma pois temos agora Nossa Senhora. Nossa Senhora da Consolação. A Mãe de Deus, a mãe daquele que é a nossa única e verdadeira consolação - Jesus Cristo. Jesus é a fonte de todas as graças e de todo poder. A fonte perene de todas as consolações, na qual Maria está sempre presente e na qual pode encher muitas talhas de águas vivas. E as fazer, pela ação dos anjos guardiães, derramar em abundância sobre todos nós, pobres pecadores, para consolo de nossas aflições.

Que Nossa Senhora da Consolação possa interceder por nós no próprio Coração de Deus, como privilegiada Mãe que adentra ao mais íntimo do Sagrado Coração de Jesus. Que, neste Coração de Amor Infinito, encha as talhas de água viva e as reparta sobre os seus filhos nesta terra de aflições. Que o Brasil e o povo brasileiro sejam iluminados nestes dias decisivos por santas consolações. E que, assim, possamos ser mais do que apenas um pequeno resto, mas uma nação livre, fiel e santa, ainda e sempre a Terra da Santa Cruz!

Nossa Senhora da Consolação, rogai por nós!