sábado, 4 de junho de 2022

OS GRANDES MÍSTICOS DA IGREJA (VI)

VERÔNICA GIULIANI

Verônica Giuliani nasceu no povoado de Mercatello, na Itália, em 27 de dezembro de 1660, com o nome de batismo de Úrsula Giuliani e tornou-se uma das mais extraordinárias místicas da Igreja Católica, num patamar de supremacia digno de uma Santa Teresa de Ávila. Viveu experiências sobrenaturais desde a mais tenra idade, conviveu cotidianamente com visões e aparições de Jesus e de Nossa Senhora, foi privilegiada com incursões ao Purgatório e ao Inferno, recebeu os estigmas de Cristo e muitas outras manifestações dos mistérios da graça divina que incluíram sinais permanentes no seu corpo e o extraordinário fenômeno da transverberação do próprio coração.

Tendo perdido a mãe com a idade de 7 anos e impondo-se à época contra a vontade paterna, ingressou na vida religiosa aos 17 anos, no convento das monjas Capuchinhas de Città di Castello, na Úmbria, adotando o nome de Verônica de Jesus e de Maria. Ali iria viver toda a sua vida, até morrer em 9 de julho de 1727. Por determinação direta de Jesus e de sua Santíssima Mãe, registrou em mais de 22 mil páginas do seu diário espiritual, a história de sua vida e o seu legado portentoso de expiação: Jesus viveu a sua Paixão e Morte de Cruz pela nossa salvação e o mistério da redenção implica a coparticipação dos seus filhos por meio dos nossos próprios sofrimentos.

Nestes registros, encontra-se a raiz de sua santificação ao entrar para vida religiosa: 'Pedi a Jesus a graça de amá-lo e ele pareceu comunicar-me então o seu amor... e pedi a Ele mais três favores: viver de acordo com o estado de vida que havia assumido, nunca me separar da sua santa vontade e estar sempre ligada a Ele na sua Paixão e Cruz'. Jesus a tomou para si de tal modo que é quase impossível descrever toda a dimensão mística desse encontro e da projeção de uma alma num abismo de graças.

Na Sexta-feira Santa de 1681, foi contemplada com uma coroa de espinhos: 'pareceu-me que senti os espinhos entrarem na minha boca, meus ouvidos, minha cabeça, meus olhos, minhas têmporas e meu cérebro. Foi um tal sofrimento que caí no chão como se estivesse morta'. Ela padeceria destas dores de forma recorrente pelo resto da vida. Em 05 de abril de 1697, Sexta-feira Santa, recebeu aos 36 anos os estigmas de Cristo: 'vi cinco raios brilhantes saindo de suas feridas e vindo em minha direção. Eu vi como eles se transformaram em pequenas chamas. Quatro deles continham os cravos e o quinto continha a lança, dourada e toda em chamas, que perfurou o meu coração. Os cravos perfuraram minhas mãos e os meus pés'. Um pouco antes, neste mesmo ano, recebeu a ferida no coração, conhecida como transverberação, a exemplo de Santa Teresa de Ávila. A santa registrou em seu diário que os instrumentos da paixão de Cristo estavam fisicamente impressos em seu coração.


Em 6 de junho de 1727, ela sofreu um derrame e padeceu misticamente no Purgatório por 33 dias, sob grandes sofrimentos e tentações. Após receber a permissão para morrer do seu confessor, faleceu em 9 de julho de 1727, aos 66 anos de idade. Suas últimas palavras refletem a síntese de sua vida espiritual: 'Encontrei o Amor; o Amor deixou-se contemplar!' Na autópsia, o seu coração foi isolado e seccionado, revelando incríveis e misteriosas incisões na forma dos contornos de instrumentos da Paixão, das sete espadas representativas das dores de Nossa Senhora e de várias letras, indicativas de virtudes e dos votos que tinham sido feitos por ela. Seu corpo incorrupto encontra-se no Santuário do Mosteiro de Santa Verônica Giuliani, em Città di Castello, Itália. Foi beatificada em 1804 pelo Papa Pio VII e canonizada em 1839 pelo Papa Gregório XVI.

PRIMEIRO SÁBADO DO MÊS

   

sexta-feira, 3 de junho de 2022

O DOGMA DO PURGATÓRIO (XXXIII)

Capítulo XXXIII

Razões da Expiação no Purgatório - Pecados da Tibieza - São Bernardo e o Monge de Claraval - Venerável Madre Inês e a Irmã de Haut Villars - Padre Surin e a Religiosa de Loudun

Os bons cristãos, sacerdotes e religiosos, que desejam servir a Deus de todo o coração, devem evitar as armadilhas da tibieza e da negligência. Deus quer ser servido com fervor; aqueles que são mornos e indiferentes tendem a suscitar o seu descontentamento e Ele chega mesmo a ameaçar com a sua maldição aqueles que realizam funções sagradas de maneira descuidada – isto é, Ele tende a punir com grande rigor no Purgatório toda negligência feita ao seu serviço.

Entre os discípulos de São Bernardo, que perfumaram o célebre vale de Claraval com o odor de sua santidade, houve um cuja negligência contrastava tristemente com o fervor dos seus irmãos. Apesar de seu duplo caráter de sacerdote e de religioso, ele deixou-se levar por um deplorável estado de tibieza. No momento da morte, chamado à presença de Deus, apresentou-se sem ter dado nenhum sinal de emenda.

Enquanto se celebrava a Missa de Réquiem, um venerável religioso de rara virtude logrou conhecer por uma luz interior que, embora o defunto não estivesse perdido eternamente, sua alma purgava numa terrível condição. Na noite seguinte, a alma lhe apareceu em uma condição triste e miserável. 'Ontem' - disse ele - 'você ficou sabendo do meu destino deplorável; venha ver agora as torturas a que estou condenado como punição por minha indesculpável tibieza'. Conduziu então o venerável até a beira de um poço muito grande e profundo, cheio de fumaça e de chamas. 'Eis aqui o lugar' - disse ele - 'onde os ministros da Justiça Divina têm ordens para me atormentar; não cessam de me fazer mergulhar nesse abismo e, quando me puxam, é apenas para me precipitar novamente nele, sem me dar qualquer momento de trégua ou de descanso'.

Na manhã seguinte, o religioso foi ao encontro de São Bernardo para lhe dar a conhecer a sua visão. O santo abade, que tivera uma visão semelhante, recebeu-a como uma advertência do céu à sua comunidade. Convocou um Capítulo [assembleia dos confrades] e, com os olhos lacrimejantes, relatou a dupla visão recebida, exortando os seus religiosos a socorrer em favor da alma do pobre irmão falecido por meio de sufrágios de caridade, e a aproveitar este triste exemplo para preservar o fervor e evitar a menor negligência nos serviços prestados a Deus.

O exemplo a seguir é relatado por M. de Lantages na Vida da Venerável Madre Inês de Langeac, uma religiosa dominicana. Enquanto esta serva de Deus estava um dia rezando no coro, uma religiosa, que ela não conhecia, apareceu de repente diante dela, miseravelmente vestida e com um semblante que expressava a mais profunda dor. Ela a olhou com grande espanto, perguntando-se quem poderia ser; quando então ouviu uma voz lhe dizer distintamente: 'Esta é a Irmã de Haut Villars'. A Irmã de Haut Villars tinha sido uma religiosa do mosteiro de Puy que havia falecido há cerca de dez anos. Embora a aparição não tivesse dito qualquer palavra, demonstrou claramente pelo seu semblante amargurado o quanto precisava de ajuda.

Madre Inês compreendeu isso perfeitamente e começou, a partir daquele dia, a oferecer as mais fervorosas orações pelo alívio desta alma. A alma da religiosa não se contentou com a primeira visita; continuou a aparecer pelo espaço de três semanas, quase em todos os lugares e em todos os momentos, especialmente depois da Sagrada Comunhão e das orações, manifestando sempre um grande sofrimento pela expressão dolorosa do seu semblante.

Inês, a conselho de seu confessor e sem mencionar a aparição, pediu a sua Superiora permitir que a comunidade pudesse oferecer orações particulares pelas almas do Purgatório, por intenção dela. Como, apesar dessas orações, as aparições continuaram, ela temeu muito por algum engano. Deus, no entanto, dignou-se a remover esse receio. Assim Ele fez saber à sua serva fiel, pela voz do seu anjo guardião, que a aparição se tratava realmente de uma alma do Purgatório, cujo sofrimento era resultado de sua negligência no serviço a Deus. A partir deste momento, as aparições cessaram e não se sabe exatamente quanto tempo aquela alma infeliz permaneceu ainda no Purgatório. 

Citemos outro exemplo, bem adequado para estimular o fervor dos fiéis. Uma santa religiosa chamada Maria da Encarnação, do convento das Ursulinas, em Loudun, apareceu algum tempo depois de sua morte à sua Superiora, uma mulher de inteligência e mérito, que descreveu os detalhes da aparição ao Padre Surin da Companhia de Jesus: 'No dia 6 de novembro' - escreveu ela - 'entre as três e as quatro horas da manhã, a Irmã Encarnação apareceu diante de mim, com uma expressão de doçura em seu rosto que parecia mais de debilidade do que de sofrimento, mas, ainda assim, percebi nela uma grande angústia.

A princípio, fiquei tomada de grande pavor mas, como não havia nada nela que inspirasse medo, recuperei a serenidade. Perguntei a ela então em qual estado ela se encontrava e se podíamos fazer algo em favor dela. Ela respondeu: 'Eu satisfaço a Justiça Divina no Purgatório'. Insisti que ela me dissesse o motivo pelo qual ainda estava detida lá. Então, com um suspiro profundo, respondeu: 'É por ter sido negligente em vários exercícios comuns; uma certa aquiescência pela qual me deixei levar pelo exemplo de religiosas tíbias; enfim, e principalmente, o hábito que eu tinha de reter em minha posse coisas das quais não tinha permissão para dispor e de usá-las para satisfazer as minhas necessidades e inclinações naturais. Ah! se os religiosos soubessem' - continuou a aparição - 'o mal que fazem às suas almas não se aplicarem à perfeição, e quão caro eles um dia expiarão as satisfações que se dão contra a luz de suas consciências, como seriam outros os seus esforços para fazer violência contra si mesmos! Deus vê as coisas diferentes de nós, seus julgamentos são outros'. 

Perguntei a ela novamente se poderíamos fazer alguma coisa para aliviar os seus sofrimentos. Ela me respondeu: 'Desejo ver e possuir a Deus, mas me contento em satisfazer a sua Justiça, desde que isto seja do seu agrado'. Pedi-lhe então que me dissesse se tinha sofrido muito. 'Minhas dores' - respondeu -'são incompreensíveis para aqueles que não as sentem'. Ao dizer essas palavras, aproximou-se do meu rosto para se despedir de mim. Parecia que eu estava sendo queimada por uma brasa de fogo ardente, embora o rosto dela não tivesse tocado o meu e o meu braço, que mal havia roçado o seu manto, foi queimado vivamente e me causou uma dor considerável'. Um mês depois, ela apareceu novamente à Superiora para anunciar a sua libertação.

Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog)

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS

  

DEVOÇÃO DAS NOVE PRIMEIRAS SEXTAS - FEIRAS 

quinta-feira, 2 de junho de 2022

ORAÇÃO PELA CONSERVAÇÃO DA NOSSA FÉ


'O' meu Redentor, há de chegar então o momento terrível em que não restarão mais do que poucos cristãos animados do espírito da fé? O momento em que Vós, provocado pelos nossos crimes, nos retirareis a vossa proteção? As faltas e a vida criminosa dos vossos filhos têm enfim impelido irrevogavelmente a vossa justiça a se vingar? Autor e consumador da nossa fé, nós vos conjuramos, na amargura do nosso coração contrito e humilhado, não permitais que a bela luz de fé se extinga em nós.

Lembrai-vos das vossas antigas misericórdias; lançai um olhar de compaixão sobre a vinha que foi plantada pela vossa direita, regada com o suor dos vossos apóstolos, inundada pelo sangue de milhares de mártires, pelas lágrimas de tantos ge­nerosos penitentes, e fertilizada pelas orações de tantos confessores e virgens inocentes. Ó Divino Mediador, olhai para estas almas fervorosas que, num repto contínuo para com a vossa misericórdia, vos exortam pela conservação do mais precioso de todos os tesouros. Apartai, ó Deus justíssimo, o decreto da nossa reprovação, volvei os vossos olhos dos nossos pecados e fixai-os sobre o sangue precioso que, derramado sobre a cruz, nos herdou a salvação e que intercede cotidianamente por nós sobre os nossos altares. 

Conservai-nos a verdadeira fé católica romana. Que nos possam afligir as enfermidades, que os pesares nos consumam, acabrunhem-nos as desgraças, mas conservai-nos a nossa santa fé, porque, ricos deste dom precioso, suportaremos de boa vontade todas as dores, e nada nos poderá turvar a felicidade. Ao contrário, sem o soberano tesouro da fé, a nossa desgraça seria indizível e imensa. 

O' Bom Jesus, autor da nossa fé, conservai-a sempre pura; guardai-nos firmemente na barca de Pedro, fiéis e obedientes ao seu sucessor, o vosso Vigário na terra, a fim de que a unidade da santa Igreja seja preservada, a santidade inflamada, a Sé Apostólica permaneça livre e protegida e a Igreja Universal seja o refúgio para o bem das almas. O' Bom Jesus, autor da nossa fé, humilhai e convertei os inimigos da vossa Igreja; concedei a todos os reis e príncipes cristãos e a todo o povo fiel a paz e a verdadeira unidade, fortificai-nos e conservai-nos todos ao vosso santo serviço, para que, vivendo para Vós, morramos também em Vós. O' Bom Jesus, autor da nossa fé, que eu viva para Vós e em Vós eu morra! Assim seja'. 

(São Clemente Maria Hofbauer)

quarta-feira, 1 de junho de 2022

BREVIÁRIO DIGITAL - LADAINHA DE NOSSA SENHORA (X)

 

Santa Maria, rogai por nós.

(Ilustração da obra 'Litanies de la Très-Sainte Vierge', por M. L'Abbé Édouard Barthe, Paris, 1801)

MEDITAÇÃO SOBRE A MORTE


Muito depressa chegará o teu fim neste mundo; vê, pois, como te preparas: hoje está vivo o homem, e amanhã, já não existe. Entretanto, logo que se perdeu de vista, também se perderá da memória. Ó cegueira e dureza do coração humano, que só cuida do presente, sem olhar para o futuro! De tal modo te deves haver em todas as tuas obras e pensamentos, como se fosse já a hora da morte. Se tivesses boa consciência não temerias muito a morte. Melhor fora evitar o pecado que fugir da morte. Se não estás preparado hoje, como o estarás amanhã? O dia de amanhã é incerto, e quem sabe se te será concedido?

Que nos aproveita vivermos muito tempo, quando tão pouco nos emendamos? Oh! nem sempre traz emenda a longa vida, senão que aumenta, muitas vezes, a culpa. Deus queira que tivéssemos, um dia sequer, vivido bem neste mundo! Muitos contam os anos decorridos desde a sua conversão; frequentemente, porém, é pouco o fruto da emenda. Se for tanto para temer o morrer, talvez seja ainda mais perigoso o viver muito. Bem-aventurado aquele que medita sempre sobre a hora da morte, e para ela se dispõe cada dia. Se já viste alguém morrer, reflete que também tu passarás pelo mesmo caminho.

Pela manhã, pensa que não chegarás à noite, e à noite não te prometas o dia seguinte. Por isso anda sempre preparado e vive de tal modo que te não encontre a morte desprevenido. Muitos morrem repentina e inesperadamente; pois na hora em que menos se pensa, virá o Filho do Homem (Lc 12,40). Quando vier aquela hora derradeira, começarás a julgar muito diferentemente toda a tua vida passada, e doer-te-á muito teres sido tão negligente e remisso.

Quão feliz e prudente é aquele que procura ser em vida como deseja que o ache a morte. Pois o que dará grande confiança de morte abençoada é o perfeito desprezo do mundo, o desejo ardente do progresso na virtude, o amor à disciplina, o rigor na penitência, a prontidão na obediência, a renúncia de si mesmo e a paciência em sofrer, por amor de Cristo, qualquer adversidade. Muito fácil é praticar o bem enquanto estás são; mas, quando estás enfermo, não sei o que poderás. Poucos melhoram com a enfermidade; raros também se santificam os que andam em muitas peregrinações.

Não confies em parentes e amigos, nem proteles para mais tarde o negócio da tua salvação, porque mais depressa do que pensas te esquecerão os homens. Melhor é providenciar agora e fazer algo de bem, do que esperar pelo socorro dos outros. Se não cuidas de ti no presente, quem cuidará de ti no futuro? Muito precioso é o tempo presente: agora são os dias da salvação, agora é o tempo favorável (2 Cor 6,2). Mas, ai! Que melhor não aproveitas o meio pelo qual podes merecer viver eternamente! Tempo virá de desejares, um dia, uma hora sequer, para a tua emenda, e não sei se a alcançarás.

Olha, meu caro irmão, de quantos perigos te poderias livrar e de quantos terrores fugir, se sempre andasses temeroso e desconfiado da morte. Procura agora de tal modo viver, que na hora da morte te possas antes alegrar que temer. Aprende agora a desprezar tudo, para então poderes voar livremente para Cristo. Castiga agora o teu corpo pela penitência, para que possas então ter legítima confiança.

Ó louco, que pensas viver muito tempo, quando não tens seguro nem um só dia! Quantos têm sido logrados e, de improviso, arrancados ao corpo! Quantas vezes ouviste contar: morreu este à espada; afogou-se aquele; este outro, caindo do alto, quebrou a cabeça; um morreu comendo, outro expirou jogando. Estes se terminaram pelo fogo, aqueles pelo ferro, uns pela peste, outros pelas mãos dos ladrões, e de todos é o fim a morte, e, depressa, qual sombra, acaba a vida do homem (Sl 143,4).

Quem se lembrará de ti depois da morte? E quem rogará por ti? Faz já, irmão caríssimo, quanto puderes; pois não sabes, quando morrerás nem o que te sucederá depois da morte. Enquanto tens tempo, ajunta riquezas imortais. Só cuida da tua salvação, ocupa-te só nas coisas de Deus. Granjeia agora amigos, venerando os santos de Deus e imitando as suas obras, para que, ao saíres desta vida, te recebam nas eternas moradas (Lc 16,9).

Considera-te como hóspede e peregrino neste mundo, como se nada tivesses com os negócios da Terra. Conserva livre o teu coração, e erguido a Deus, porque não tens aqui morada permanente. Para lá dirige as tuas preces e gemidos, cada dia, com lágrimas, a fim de que mereça a tua alma, depois da morte, passar venturosamente ao Senhor.

(Tomás de Kempis em 'Imitação de Cristo')