terça-feira, 12 de abril de 2022

INDULGÊNCIAS PLENÁRIAS DA SEMANA SANTA

  

No riquíssimo acervo das indulgências concedidas pela Santa Igreja, concessões diversas são dadas aos fieis por ocasião do Tríduo Pascal (Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Vigília Pascal) para a obtenção de indulgências plenárias, desde que atendidas as demais condições habituais*:

Quinta-Feira Santa

· Recitação ou canto do hino eucarístico 'Tantum Ergo' durante a solene adoração ao Santíssimo Sacramento que se segue à Missa da Ceia do Senhor;

· Visita e adoração ao Santíssimo Sacramento pelo prazo de meia hora.

Sexta-Feira Santa

· Participação piedosa da Veneração da Cruz na solene celebração da Paixão do Senhor.

Sábado Santo  

· Recitação do Santo Rosário.

· Participação piedosa da celebração da Vigília Pascal, com renovação sincera das promessas do Batismo.

Domingo de Páscoa

· Participação devota e piedosa à benção dada pelo Sumo Pontífice a Roma e ao mundo (bênção Urbi et Orbi), ainda que por rádio ou televisão.

* estas condições (e as complementares listadas abaixo) para a obtenção das indulgências plenárias, deverão ser convenientemente adaptadas para a situação atual (orações e devoções particulares e não públicas):

1. Exclusão de todo afeto a qualquer pecado, inclusive venial.

2. Confissão Sacramental, Comunhão Eucarística e Oração pelas Intenções do Sumo Pontífice. 

(i) estas condições podem ser cumpridas uns dias antes ou depois da execução da obra enriquecida com a Indulgência Plenária, mas é da maior conveniência que a comunhão e a oração pelas intenções do Sumo Pontífice se realizem no mesmo dia em que se cumpre a obra.

(ii) a condição de orar pelas intenções do Sumo Pontífice é cumprida por meio da oração de um Pai Nosso, Ave-Maria e Glória ou uma outra oração segundo a piedosa devoção de cada um.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

11 DE ABRIL - SANTA GEMMA GALGANI

 


Mística, contemplativa, estigmatizada, Santa Gemma Galgani foi contemplada por Deus com um enorme acervo de privilégios, graças e carismas, como os estigmas da Paixão, a coroa de espinhos, a flagelação e o suor de sangue, êxtases frequentes, espírito de profecia, discernimento dos espíritos e visões de Nosso Senhor, de sua Mãe Santíssima, de São Gabriel e uma incrível familiaridade com o seu Anjo da Guarda. Nasceu em  12 de março de 1878 em Camigliano, um vilarejo situado perto de Lucca, na Itália, de família católica tradicional e faleceu, com apenas 25 anos, no Sábado Santo de 11 de Abril de 1903. Foi canonizada a 2 de março de 1940, apenas trinta e sete anos depois da sua morte.

Palavras do Anjo da Guarda à Santa Gemma:

'Lembra, filha, que aquele que ama verdadeiramente Jesus fala pouco e suporta muito. Eu te ordeno, em nome de Jesus, de nunca dar a tua opinião a menos que ela seja pedida; de nunca insistir na tua opinião, mas a ficar em silêncio imediatamente. Quando tiveres cometido qualquer erro, acusa-te a ti mesma dele imediatamente sem esperar que os outros o façam... Lembra-te de guardar os teus olhos e considera que os olhos mortificados possuirão as belezas do Céu.'

Santa Gemma Galgani, rogai por nós!

domingo, 10 de abril de 2022

EVANGELHO DO DOMINGO

   

'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?' (Sl 21)

 10/04/2022 - Domingo de Ramos

20. HOSANA AO FILHO DE DAVI! 


No Domingo de Ramos, tem início a Semana Santa da paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus entra na cidade de Jerusalém para celebrar a Páscoa judaica com os seus discípulos e é recebido como um rei, como o libertador do povo judeu da escravidão e da opressão do império romano. Mantos e ramos de oliveira dispostos no chão conformavam o tapete de honra por meio do qual o povo aclamava o Messias Prometido: 'Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas'.

Jesus, montado em um jumento, passa e abençoa a multidão em polvorosa excitação. Ele conhece o coração humano e pode captar o frenesi e a euforia fácil destas pessoas como assomos de uma mobilização emotiva e superficial; por mais sinceras que sejam as manifestações espontâneas e favoráveis, falta-lhes a densidade dos propósitos e a plena compreensão do ministério salvífico de Cristo. Sim, eles querem e preconizam nEle o rei, o Ungido de Deus, movidos pelas fáceis tentações humanas de revanche, libertação, glória e poder. Mas Jesus, rei dos reis, veio para servir e não para reinar sobre impérios forjados pelos homens: '... meu reino não é deste mundo' (Jo 18, 36). Jesus vai passar no meio da multidão sob ovações e hosanas de aclamação festiva; Jesus vai ser levado sob o silêncio e o desprezo de tantos deles, uns poucos dias depois, para o cimo de uma cruz no Gólgota.

Neste Domingo de Ramos, o Evangelho evoca todas as cenas e acontecimentos que culminam no calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo: os julgamentos de Pilatos e Herodes, a condenação de Jesus, a subida do calvário, a crucificação entre dois ladrões e a morte na cruz... 'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito' (Lc 23,46). E desnuda a perfídia, a ingratidão, a falsidade e a traição dos que se propõem a amar com um amor eivado de privilégios e concessões aos seus próprios interesses e vantagens.

A fé é forjada no cadinho da perseverança e do despojamento; sem isso, toda crença é superficial e inócua e, ao sabor dos ventos, tende a se tornar em desvario. Dos hosanas de agora ao 'Crucifica-O! Crucifica-O!' (Lc 23, 20) de mais além, o desvario humano fez Deus morrer na cruz. O mesmo desvario, o mesmo ultraje, a mesma loucura que se repete à exaustão, agora e mais além no mundo de hoje, quando, em hosanas ao pecado, uma imensa multidão, em frenesi descontrolado, crucifica Jesus de novo em seus corações!

sábado, 9 de abril de 2022

SOMBRAS DA PAIXÃO (V): CRUCIFICAÇÃO

 

Jesus carrega a própria cruz na via dolorosa:
são os últimos passos de Jesus na terra,
os momentos finais das sombras da Paixão. 


Jesus é elevado da terra e pregado na cruz,
e postado no Calvário entre dois ladrões,
para glória de Deus e a salvação dos homens.


Deram-lhe de beber vinho misturado com fel
repartiram suas vestes e lançaram sorte ao manto:
o Calvário é o refúgio de todas as profecias.


'Eli, Eli, lamá sabactâni?'
'Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?'


Jesus está morto após três horas de agonia:
a escuridão que envolve agora toda a terra
é o derradeiro estertor das trevas da Paixão.


Trevas que haverão de ser luz... luz eterna!

sexta-feira, 8 de abril de 2022

A SALVAÇÃO DEPENDE DA ORAÇÃO


... A salvação do homem depende da oração, e, por isso, ela é primordial e necessária, pois, através dela, a fé é vivificada e as boas obras se realizam. Numa palavra, com a oração tudo se processa com êxito; sem a oração, não podemos praticar ato algum de piedade cristã. Desse modo, a exigência de que nossa vida seja incessantemente oferta, depende exclusivamente da oração. As outras virtudes têm seu tempo próprio, mas, no caso da oração, pedem-nos uma atitude ininterrupta: 'Orai sem cessar'. É justo e oportuno que rezemos sempre, por toda parte.

A verdadeira oração apresenta suas condições. Deve ser oferecida com espírito e coração puros, zelo ardente, rigorosa atenção, com temor e respeito, com a mais profunda humildade. Mas quem, conscientemente, deixará de reconhecer estar longe de cumprir essas condições? quem não reconhecerá que oferece a sua oração mais por necessidade do que por um domínio sobre si mesmo, do que por uma inclinação, preferência e amor à oração? Também a esse respeito a Sagrada Escritura nos diz não estar no poder do homem conservar seu espírito inabalável, purificá-lo dos maus pensamentos, porque 'os pensamentos do homem são maus desde a sua juventude' e que só Deus nos pode dar outro coração e um espírito novo, 'porque meu espírito (quer dizer, minha voz) está em oração, mas minha inteligência nenhum fruto colhe' (1 Cor 14,14). 'Não sabemos o que pedir como convém' (Rm 8,26), afirma ainda o apóstolo. Conclui-se que somos incapazes, por nós mesmos, de oferecer a verdadeira oração. Não podemos, em nossas preces, manifestar as propriedades essenciais da verdadeira oração.

Se é essa a incapacidade de todo ser humano, o que sobra à vontade e à força do homem para a salvação da alma? O homem não pode adquirir a fé sem oração; essa asserção aplica-se, igualmente, às boas obras. Mas a autêntica oração não está em seu poder. Que lhe resta, então, fazer? que parte lhe cabe para exercer sua liberdade e sua força, para que não venha a perecer, mas ser salvo? 

Cada ato tem seu valor, e Deus reservou para si a liberdade de concedê-lo ou não. Para que a dependência do homem em relação a Deus, ao querer divino, se manifeste mais profundamente na humildade, Deus confiou à vontade e à força do homem o número de orações. Mandou rezar sem cessar, sempre, a cada momento e em toda parte. É aí que se encontra revelado o método secreto da verdadeira oração, e, ao mesmo tempo, da fé e do cumprimento dos mandamentos de Deus. É, portanto, o número de orações que é assinalado ao homem; a frequência da oração pertence a ele e encontra-se sob a oscilação de sua vontade. 

Esse é o ensinamento dos Padres da Igreja. São Macário, o anacoreta, diz que, na realidade, rezar é dom da graça. São Hesíquio afirma que a oração frequente torna-se um hábito, depois uma segunda natureza, e que, sem invocar com frequência o nome de Jesus Cristo, é impossível purificar o coração. Calisto e Inácio aconselham a invocação assídua e contínua do nome de Jesus, antes de todas as asceses e obras, pois, tal insistência leva a oração imperfeita à oração perfeita. O bem-aventurado Diádoco insiste em dizer que, se um homem invoca o nome de Deus tão frequentemente quanto possível, não cairá em pecado. 

Quanta sabedoria e experiência desses dizeres e como essas instruções práticas repercutem no coração! Pela sua experiência e simplicidade, lançam luzes sobre os meios de levar a alma à perfeição. E que contraste com as instruções morais da razão teórica! Assim fala a razão: fazei estas ou aquelas boas ações; armai-vos de coragem, empregai a força de vossa vontade, convencei-vos dos benéficos frutos da virtude; purificai vosso espírito e vosso coração das ilusões do mundo, substituí-as por meditações instrutivas, fazei o bem, e sereis respeitado e encontrareis a paz; vivei segundo a razão e a consciência. Infelizmente, porém, a despeito de toda a sua força, esse raciocínio não atingirá seu fito, sem a oração frequente, sem invocar a ajuda de Deus.

... Para convencer-vos definitivamente da necessidade e fecundidade da oração frequente, anotai: Todo desejo e todo pensamento de oração é obra do Espírito Santo e a voz do vosso Anjo da guarda. O nome de Jesus Cristo invocado na oração contém em si mesmo um poder salvífico que existe e age por si próprio; assim, pois, não vos perturbeis com a aridez de vossa oração, e esperai, com paciência, o fruto da invocação frequente do nome divino. Não ouçais as insinuações daqueles que, inexperientes e insensatos, alegam que a invocação tíbia é uma repetição inútil, até mesmo monótona. Não: o poder do nome divino e sua invocação frequente produzirão frutos a seu tempo.

(Excertos da obra 'Relatos de um Peregrino Russo', autor anônimo, Ed. Vozes, 2008)

quinta-feira, 7 de abril de 2022

A VIDA OCULTA EM DEUS: AS CONFIDÊNCIAS DIVINAS


A alma interior é elevada acima de si mesma, projetada não apenas além das suas faculdades sensíveis, mas também acima de suas faculdades intelectuais da inteligência e da vontade. Ela foi conduzida por Deus à plenitude, ao cume da vida espiritual, quase capaz de tocar o céu. Dali, calma, serena e silenciosamente, viva e amorosa, ela escuta a voz de seu Deus, a lhe sussurrar: 'Olha!'. Eis a hora da iluminação, das revelações íntimas, das confidências e dos segredos. Os olhos se abrem e a alma vê a terra como a vê do céu. E a alma vê o céu como o veríamos da terra se soubéssemos olhar. Contemplação que compreende tudo - céu e terra - em um único olhar de profundidade infinita.

Se o Senhor desejar fazer alguma confidência à alma, o momento é esse. E sem precisar de palavras, quase sem que a alma possa perceber, diz-lhe o que tem a dizer. Ao retornar à sua vida cotidiana, a alma retém dos fatos uma memória geral que, embora vaga, é muito real: foi tocada pela graça. Então, no momento certo, esse ensinamento escondido transparece claramente para ela de forma simples, sem esforço, como uma mensagem limpa, precisa, firme, segura e prática, que a surpreende e emociona. Sob a influência do Espírito da Verdade e do Amor, a misteriosa semente germinou e se abre docemente no instante oportuno. E embora o Verbo Divino tenha se contentado em tão somente se acercar da alma escolhida, por ser luz, inunda a alma de sua luz. Assim, quando a alma retorna aos seus afazeres normais, não vê mais as coisas com os mesmos olhos, não as interpreta mais do mesmo modo. Ela não é mais a mesma, e as coisas não são mais as coisas passadas.

(Excertos da obra 'A Vida Oculta em Deus', de Robert de Langeac; Parte III - A União com Deus; tradução do autor do blog)

quarta-feira, 6 de abril de 2022

SOMBRAS DA PAIXÃO (IV): FLAGELAÇÃO

 

Despojado das suas vestes e escarnecido,
Jesus é preso à coluna de flagelação, 
para a sanha alucinada dos seus verdugos.


Jesus foi flagelado até os limites do sofrimento,
para remir com o seu preciosíssimo sangue 
a miséria de todos os nossos pecados. 


Tal humilhação ainda não basta; é preciso escárnio:
cobrem o corpo de Jesus com uma manta vulgar
e, sua cabeça, com uma coroa de espinhos. 


'Salve, ó Rei dos judeus!'


Como vítima pascal, Cordeiro Puro e Imolado,
Jesus se entregou ao martírio da carne,
esmagado pelo enorme peso das sombras da Paixão.