sexta-feira, 6 de agosto de 2021

SOBRE A VERDADEIRA AMIZADE


Palavras amáveis multiplicam os amigos, 
a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis.
Procura estar de bem com muitos, 
mas escolhe para conselheiro um entre mil.
Se queres ter um amigo, põe-no primeiro à prova, 
não confies nele muito depressa.
Com efeito, há amigos de ocasião, 
que não são fiéis no dia da tribulação.

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Há amigo que se torna inimigo, 
que desvendará as tuas fraquezas, para tua vergonha.
Há amigo que só o é para a mesa, 
e que deixará de o ser no dia da desgraça;
na tua prosperidade mostra-se igual a ti, 
dirigindo-se com à vontade aos teus servos;
mas, se te colhe o infortúnio, 
volta-se contra ti, e oculta-se da tua presença.
Afasta-te daqueles que são teus inimigos, 
e fica de alerta com os teus amigos.

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Um amigo fiel é uma poderosa proteção;
quem o encontrou, descobriu um tesouro.
Nada se pode comparar a um amigo fiel,
e nada se iguala ao seu valor.
Um amigo fiel é um bálsamo de vida;
os que temem o Senhor acharão tal amigo.
O que teme o Senhor terá também boas amizades,
porque o seu amigo será semelhante a ele.

(Eclesiástico 6, 5 - 17)

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS

 

DEVOÇÃO DAS NOVE PRIMEIRAS SEXTAS - FEIRAS 

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

04 DE AGOSTO - SÃO JOÃO MARIA VIANNEY (CURA D'ARS)

 

A mais difícil, extraordinária e espantosa obra 
feita pelo Cura d’Ars foi a sua própria vida

Existem vidas extraordinárias entre os santos da Igreja. Mas poucas delas foram tão cingidas pela pequenez, pela humildade e pelo aniquilamento interior como a do pobre cura de Ars, São João Batista Maria Vianney (nascido em 08 de maio de 1786, em Dardilly, na França). Ordenado sacerdote em 1815, aquele que teria o dom extraordinário de ler consciências foi proibido inicialmente de atender confissões, 'porque não teria capacidade para guiar consciências'. Três anos depois, aceitou ser o vigário do minúsculo povoado de Ars, situado ao norte de Lyon, na época com pouco mais de 200 habitantes e nenhuma prática religiosa. Ali chegou em fevereiro de 1818, ali construiu uma santidade ímpar entre os padres da Igreja, ali se tornou um santuário de peregrinação de toda a Europa. Ali viveu incansavelmente a fadiga das confissões intermináveis (geralmente 17 horas diárias), da oração constante, da devoção incondicional à pequenez e à pobreza, até a sua morte, em 04 de agosto de 1859, aos 73 anos de idade. 

São João Batista Vianney foi canonizado em 1925 pelo Papa Pio XI e seu corpo incorrupto encontra-se depositado na igreja da paróquia de Ars. Foi proclamado Padroeiro dos Sacerdotes e no dia de sua morte, 4 de agosto, celebra-se o Dia do Padre

'Nós devemos nutrir um grande amor por todos os homens, pelos bons e pelos maus. Quem tem o amor não pode querer que alguém faça o mal, 
porque o amor perdoa tudo'

Corpo Incorrupto do Santo em Ars

Conta-se que, indo em direção a ArsSão João Batista Vianney perguntou a um menino a direção a seguir para se chegar ao povoado. Diante da orientação recebida, o santo respondeu a ele: 'já que você me ensinou o caminho para Ars, eu lhe ensinarei o caminho para o céu'. Que, no dia de hoje, os sacerdotes de Cristo reflitam sobre esta mensagem do Cura D'Ars e assumam incondicionalmente esse caminho de vida religiosa para a salvação de muitos homens.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

A SIMBOLOGIA DOS NÚMEROS NAS APARIÇÕES DE FÁTIMA

 

As aparições de Nossa Senhora em Fátima/Portugal em 1917 a três humildes crianças, Jacinta e Francisco Marto (ambos falecidos ainda na infância, logo após as aparições, em 20/02/1920 e 04/04/1919, respectivamente) e Lúcia dos Santos (mais tarde a Irmã Lúcia do Imaculado Coração), à época com 7, 9 e 10 anos, respectivamente, constituem uma referência notável dentre as revelações marianas, estabelecidas de modo admirável numa mensagem de cunho universal, mundialmente conhecida como Segredo de Fátima. Estas aparições são descritas e analisadas detalhadamente na página Fátima em 100 Fatos e Fotos publicada neste blog.

Nesta postagem particular, são realçados os aspectos muito especiais relativos ao simbolismo das datas e números associados às aparições de Fátima. Por que Nossa Senhora fez as suas aparições no dia 13? Por que em 1917? Por que foram seis aparições, entre os meses de maio e outubro de 1917? Nada do Céu vem por acaso, nada é mera coincidência. Nossa Senhora explicitou muitas coisas - avisos e advertências de extrema gravidade - aos homens dos tempos atuais, mas também reteve outras revelações menos claras e menos explícitas, que requerem ser desveladas além dos tempos específicos e do cenário das aparições.

Nossa Senhora apareceu às crianças sempre no dia 13 de cada mês (a quarta aparição ocorreu em 19 de agosto, em função da prisão e transferência das crianças até a localidade de Ourém, que foram impedidas, assim, de estarem presentes na Cova da Iria, na data de 13 de agosto, previamente recomendada por Nossa Senhora). Por que no dia 13, e não no dia 12 ou 15? A natureza específica desta data é claramente entendida à luz do Livro do Apocalipse, o livro das revelações por excelência:

'Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas' (Ap 12,1)

As revelações de Fátima traduzem uma dualidade extraordinária do plano divino da salvação: a ligação unívoca da Mãe de Deus e da Santa Igreja de Deus, entre Nossa Senhora e a Igreja de Cristo, fundada em Pedro e nos Doze Apóstolos - as doze estrelas que encimam a cabeça da Virgem de Fátima. Nossa Senhora (revestida de sol, como na sexta aparição) reunida com os Doze Apóstolos (1 + 12 = 13) é a ratificação nos tempos de todos os homens da civilização cristã nascida sob as graças do Espírito de Deus manifesto sobre a Igreja Reunida no Cenáculo de Jerusalém. Nossa Senhora é a rainha dos Apóstolos, rainha da Igreja de Cristo. A mensagem é clara: a Rússia e o mundo só serão convertidos pela devoção à Virgem e à Igreja, ao papado, ao sucessor de Pedro: este é o primado do plano divino da salvação. As heresias e o mal se alastram quando se viola e se deturpa essa união da dualidade da graça: e é por isso que o ecumenismo e o protestantismo têm a mesma raiz diabólica, que consiste como premissa a mesma rejeição ao papado e a mesma rejeição a Maria.

Vejamos agora a questão do ano: 1917, no cenário agreste das montanhas e vales da Serra do Aire e da aldeia de Aljustrel, nas proximidades de Fátima. Poder-se-ia, preliminarmente, analisar o contexto desta data no viés mais específico da política e da situação da Igreja em Portugal à época. Mas a chave é buscar essa abordagem no contexto muito mais geral da história humana da própria civilização cristã. E, mais uma vez, recorrer ao Livro do Apocalipse:

'Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas' (Ap 12,3)

O Dragão vermelho, com sete cabeças (sete vertentes do mal) e dez chifres (o mal criado, proclamado, difundido e amplificado à décima potência), tem símbolo 17 = 7 + 10 e será dominado pelo triunfo do Imaculado Coração de Maria. O Dragão vermelho representa o comunismo e o ateísmo marxista que, utilizando os valores do mundo, obstruem e se revoltam contra Deus e a civilização cristã. O simbolismo do mal no número 17 prospera e se regurgita na Reforma Protestante (1517), no nascimento da maçonaria moderna (1717) e na revolução russa de 1917.

Nas aparições de 1917, Nossa Senhora revelou-se a Senhora do Rosário (sexta aparição) e mostrou ser a oração do Rosário (terceira aparição) o instrumento dado aos homens para vencer o dragão vermelho e o pecado. O Rosário ensinado pela Virgem Maria a São Domingos de Gusmão e rezado pelas tropas cristãs que venceram os turcos otomanos na Batalha de Lepanto (7 de outubro de 1571). No dia 07/10 (7 + 10 = 17), dia que a Igreja comemora as glórias de Maria como Nossa Senhora do Rosário, devoção proclamada pela Igreja a partir de 1717. 

Eis aí as revelações de Fátima expressas segundo uma segunda dualidade: de um lado, o dragão vermelho com suas sete cabeças e dez chifres, ou seja, Satanás e as falanges do inferno; de outro lado, Maria, a Rainha do Santo Rosário, que esmaga o dragão infernal e que triunfa sobre toda a iniquidade.

As aparições se desenvolveram entre 13 de maio e 13 de outubro de 1917: um período singular de tempo constituído por 153 dias. Este número é referido explicitamente no evangelho de São João: 153 peixes grandes foram coletados na rede puxada por Pedro do lago de Tiberíades e 'a rede não se rompeu' (Jo 21,12). Sim, 153 peixes grandes (ou seja, iguais) conformando a plenitude da graça da salvação concedida a todos os homens, sem exclusão de raça, nação ou língua. Essa pesca milagrosa seria (ou será) o resultado extraordinário da conversão da humanidade (e da Rússia em particular) a partir da dualidade de Nossa Senhora e do papado, que a Igreja ousou duvidar. Pesca milagrosa (conversão do mundo) ainda possível, se tangida pela oração frequente das 153 ave-marias do Rosário, como exaustivamente pedida por Nossa Senhora de Fátima. E, 'por fim, o meu Imaculado Coração triunfará', quando o homem novo redivivo tornar-se, enfim, a perfeição da criatura inserida no domínio pleno da Trindade Santa de Deus.



153 é número triangular perfeito, soma de todos os primeiros 17 algarismos (a pesca milagrosa que salva a todos, desde os que sempre estiveram em Deus - os grandes profetas e santos do número 1 até os que estavam sobre o pleno domínio do dragão vermelho do número 17). É o somatório da unidade de Deus três vezes santo: (1 x 1 x 1), da plenitude da graça concedida, assimilada e alcançada (3 x 3 x 3) e da solicitude perfeita da humanidade ao plano divino da salvação, compartilhada na plenitude da graça tal como os 5 peixes distribuídos pelo Senhor à multidão faminta: (5 x 5 x 5). Em Fátima, encontra-se em tudo o selo firmado de Deus!

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

TESOURO DE EXEMPLOS (88/90)

 

88. SANTA CATARINA DE SENA

Nasceu em Sena, cidade da Itália, em 1347, no dia em que a Igreja celebra o mistério da Encarnação. Seu pai dedicava-se à indústria tintureira. Catarina fôra precedida, no lar paterno, por vinte e um irmãos. Contava apenas seis anos, quando Nosso Senhor a favoreceu com uma visão extraordinária e profética.

Sobre a torre do convento de São Domingos, viu um trono resplandecente, no qual estava sentado Jesus Cristo, revestido como um papa, com a tiara na cabeça, e tendo a seu lado São Pedro, São Paulo e São João. Jesus Cristo infundiu-lhe um conhecimento sobrenatural do que é a igreja e um amor ardentíssimo à mesma, e anunciou-lhe que seria uma grande capitã de seus exércitos e que Ele se valeria dela para purificar a sua igreja.

Aos quatorze anos, manifestou aos seus pais o desejo de ingressar na Ordem Terceira de São Domingos. Para provar a sua vocação, empregaram-na nos trabalhos mais humildes. Foi a criada de todos. Portou-se com tamanha humildade que seus pais consentiram que seguisse a vocação religiosa. Para que compreendesse ainda mais a Igreja, Jesus Cristo fê-la morrer, e sua alma, separada do corpo, percorreu o céu e o purgatório e mostrou-lhe até mesmo o inferno, onde os separados para sempre da Igreja sofrem eternamente e, em seguida, a ressuscitou.

Assim preparada, começou o seu apostolado. Não pregava dos púlpitos, porque isso competia aos sacerdotes; falava, porém, a enormes auditórios tanto nas praças como em pleno campo. Seguiam-na milhares de discípulos, entoando salmos de penitência; seguiam-na muitos sacerdotes, que confessavam os pecadores arrependidos. Aqueles eram dias difíceis para a Igreja. O papa mudara-se para a cidade de Avinhon, na França, e esta troca de residência do bispo de Roma escandalizava e dividia os católicos.

Obedecendo a Jesus Cristo, Santa Catarina apresentou-se ao papa, que era então Gregório XI, e intimou-o a voltar para Roma. O pontífice pediu-lhe uma prova de que o Espírito Santo a inspirava e ela respondeu: 'Tu mesmo o prometeste, com voto, no dia de tua elevação ao Pontificado'. O Papa, ao ver descoberto esse segredo, que a ninguém da terra havia confiado, não vacilou mais e transferiu-se para Roma.

Santa Catarina pediu a Deus que aceitasse a sua vida pela salvação do sucessor de Gregório XI, Urbano VI, a quem os demônios queriam assassinar, induzindo os romanos à sublevação. Aceitou Jesus a sua oferta, sendo a última enfermidade um verdadeiro martírio. Seu corpo parecia um esqueleto. A 29 de abril de 1380, aos trinta e três anos de idade (isto é, na mesma idade em que morreu Jesus Cristo, segundo se crê), seu rosto iluminou-se e sua alma voou para o céu. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 30 de abril.

89. O SIGILO DA CONFISSÃO

São João Nepomuceno, natural da Boêmia, foi martirizado em Praga no ano de 1393. Seus pais, de idade bastante avançada, desejando ter sucessão, visitaram como peregrinos um santuário de Maria, onde imploraram a graça. Dizem que, ao nascer-lhes o filho, baixou do céu uma luz que envolveu toda a casa em forma de auréola.

A primeira coisa que o menino quis aprender na escola foi o catecismo e o modo de ajudar à missa. Todas as manhãs corria ao convento e, com edificante piedade, servia de coroinha. Sentindo vocação para padre, foi para Praga, capital do reino, onde estudou, recebeu as sagradas ordens e começou a pregar. Tendo os seus sermões produzido notável mudança nos costumes, foi nomeado cônego e pregador da corte. Quis o rei Venceslau que o santo fosse sagrado bispo; João, porém, que era muito humilde, declinou daquela honra, mas continuou desempenhando o cargo de confessor da rainha.

Aconteceu que o rei começou a entregar-se a excessos degradantes: embriagava-se com frequência e deixava-se arrebatar pela cólera a ponto de mandar meter num forno aceso o seu cozinheiro, pelo simples fato de lhe ter servido uma ave mal assada. Entre outras alucinações, concebeu a ideia de que sua esposa lhe era infiel e quis vingar-se. Mas como essa ideia não se apoiava em prova alguma, chamou o confessor da rainha e exigiu que revelasse os pecados ouvidos na confissão da mesma, prometendo-lhe grandes recompensas. São João respondeu: 'Não posso quebrar o sigilo sacramental. Tenho que servir e obedecer a Deus antes que aos homens'. Venceslau mandou atormentá-lo com tenazes em brasa e encerrá-lo num cárcere escuro. Mas, vendo que nada conseguia e tendo a rainha intercedido por seu santo confessor, deixou-o em liberdade.

Isso, porém, não durou muito. Um dia, voltava o santo de uma visita ao santuário de Nossa Senhora de Bunzlau e, ao passar perto do palácio real, o cruel Venceslau viu-o e, num de seus arrebatamentos de cólera, ordenou aos soldados que o prendessem e disse-lhe: 'Olha, padre: agora não se trata de guardar silêncio. Se não me dizes já os pecados que sabes da rainha, beberás toda a água do rio Moldava. O santo nem respondeu a tão insolentes palavras. Limitou-se a cruzar os braços e a orar. Ataram-lhe então os pés e as mãos, meteram-lhe na boca uma cunha e arrojaram-no do alto da ponte principal de Praga ao rio. Tendo sido milagrosamente encontrado o seu cadáver, sepultaram-no na catedral. Em 1719, estava ainda incorrupta a língua do mártir do sigilo sacramental.

90. SANTA RITA DE CÁSSIA

Nasceu esta santa a 22 de maio de 1381, num pequeno povoado chamado Rocca Porrena, não muito distante de Cássia, na Itália. Quando os pais, que eram lavradores, iam trabalhar na roça, depositavam a filhinha num cestinho de vime, que colocavam à sombra de uma árvore. Um dia, enquanto lavradores e pássaros cantavam alegres, a criança sonhava e agitava as débeis mãozinhas, tendo os olhos voltados para o céu azul. 

Foi então que se deu um fato curioso, como se lê em sua biografia. Um grande enxame de abelhas brancas envolveu a menina, produzindo um zumbido especial. Muitas entraram em sua boca e nela depositaram mel; e o mais interessante é que nenhuma a picava, como se não tivessem ferrões. Nenhum choro da criança se ouvia; de modo que os pais perceberam o fato, quando um dos ceifeiros se feriu com a própria foice e quis ir a Cássia para o necessário curativo. Ao passar perto da criança, viu as abelhas, que logo começaram a zumbir-lhe ao redor da cabeça. Parou e agitou as mãos para livrar-se delas e no mesmo instante a sua mão ferida cessou de sangrar e o ferimento fechou-se. Deu gritos de surpresa e, quando os pais da criança chegaram correndo, o enxame estava de novo rodeando a criança. Este fato é relatado pelos biógrafos da santa e transmitido pelas lições do Breviário.

Rita cresceu e, contra o seu desejo, foi por seus pais dada em casamento a um homem que a fez sofrer muitíssimo. A santa não só soube suportar tudo com heroica paciência, como ainda conseguiu a conversão do esposo. Após o falecimento deste, pediu admissão num convento, mas não a receberam. Deus, porém, a queria no convento e, certo dia, por um milagre, quando as religiosas, de madrugada, entraram no oratório, lá estava a santa a rezar.

O milagre da videira seca é daquele tempo. A superiora, para por à prova a obediência da boa noviça, ordenou-lhe que regasse de manhã e de tarde um madeiro seco, provavelmente um galho de videira que só servia para o fogo. Rita não opôs dificuldade alguma: de manhã e de tarde com admirável simplicidade, desempenhava sua tarefa, enquanto as Irmãs a observavam e se edificavam. Muito tempo durou a prova, ocasião naturalmente de muitos merecimentos para a santa. E Deus, também, quis manifestar quanto lhe agradou a obediência da virtuosa noviça. e foi assim: um belo dia ficaram as Irmãs estupefatas; e não era para menos, pois aquele galho seco começou a viver: surgiram brotos, apareceram folhas, estenderam-se ramos e uma bela videira deu a seu tempo deliciosas uvas. Foi um milagre evidente e que perdura até hoje, pois a videira milagrosa lá está na horta das agostinianas de Cássia para testemunhar a obediência da santa.

Benzem-se as uvas que são produzidas e, pelo seu uso e pela invocação da santa, obtêm-se grandes graças e maravilhosas curas. A 22 de maio de 1457, voava para o céu aquela santa alma. São inúmeros os fatos maravilhosos devidos à sua intercessão e, por isso, que é chamada a santa das causas impossíveis. Foi canonizada por Leão XIII em 1900. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 22 de maio.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)


ver PÁGINA: TESOURO DE EXEMPLOS

domingo, 1 de agosto de 2021

EVANGELHO DO DOMINGO

  

'O Senhor deu a comer o pão do céu' (Sl 77)

 01/08/2021 - Décimo Oitavo Domingo do Tempo Comum

36. 'EU SOU O PÃO DA VIDA' 

 

Jesus havia acabado de realizar o milagre extraordinário da multiplicação dos pães e dos peixes para saciar a fome de uma grande multidão. E aquela gente estava entorpecida pela crença de ser saciada outra vez, e mais uma vez, e talvez vezes sem fim, pelo efeito da multiplicação cotidiana do alimento físico. De alguma forma, este era o regalo esperado: saciados de pão, tornavam-se todos propícios Àquele que os poderia fartar sempre de pão.

Mas Jesus lhes vai revelar a natureza de um outro pão, pão espiritual, que não se perde e nem se consome, mas que constitui 'alimento que permanece até a vida eterna' (Jo 6, 27). No evangelho deste domingo, Jesus desvenda o mistério da Eucaristia, que consubstancia o próprio Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo. Pão santo, pão dos anjos, pão de vida eterna. Anunciado por Jesus, selado pelo Pai, não como o maná em forma de grãos para fazer calar as murmurações dos filhos de Israel (Ex 16, 2-4.12-15), mas como alimento espiritual descido do Céu para a salvação do mundo.

A multidão espera, divaga indecisa. Moisés havia dito sobre o maná caído com o orvalho da manhã: 'Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento' (Ex 16, 15). E agora, estavam diante de uma outra revelação: o pão que 'permanece até a vida eterna' (Jo 6, 27) a ser dado por Jesus. Expondo a sua divindade, Jesus revela a mesma origem do pão, mas a natureza intrinsecamente diversa de um e de outro pão: 'Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo'.

Diante da acolhida deles: 'Senhor, dá-nos sempre desse pão' (Jo 6, 34), Jesus faz, então, o grande anúncio da Santa Eucaristia, alimento espiritual que nos forja a alma para uma imortalidade bem aventurada, mistério insondável de Deus escondido pelos séculos: 'Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede' (Jo 6, 35), ratificado mais além: 'Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia' (Jo 6, 54). No banquete eucarístico, Jesus é nossa comida e nossa bebida de vida eterna, que nos permite despojar-nos do homem velho e nos revestir do 'homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade' (Ef 4, 24).